Na mão de Deus

 

 

 

Na mão de Deus, na sua mão direita,
descansou afinal meu coração,
do palácio encantado da ilusão,
desci passo a passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita
a ignorância infantil, despojo vão,
depus do ideal e da paixão
a forma transitória e imperfeita.

Como criança em longa jornada,
que a mãe leva no colo agasalhada
e atravessa, sorrindo vagamente...

Seivas, mares, areias do deserto,
dorme o teu sono, coração liberto,
dorme na mão de Deus eternamente!