Noite de lua

 

Sem sono no meio da vida,
andando eu como uma louca,
encontro tantos sentimentos
que nem sei de onde vem...



As ruas molhadas de nada,
da cor desta madrugada,
como a água fria de um batismo
que nunca mais relembramos,
chegam em cerimônia de fantasmas
como sonhos que não sonhamos...



Corro como louca  sem sair do quarto,
vago pelo tempo de pouco vagar,
velejo apressada na cama em que parto
em rumos incertos de nunca chegar...



Minha noite escura
da cor do meu chão, pega-me no colo,
dá-me o teu abraço,
carrega em teu peito
a minha emoção...



Mas antes de tudo
pede ao Criador
 que tudo sabe e que tudo vê,
que dê aos meus ais
esperanças de amores...

Que traga com cores
as coisas perdidas
em um peito vazio
num tempo infinito
de datas vencidas.

 

Fernanda