Pedra não chora



Chorando implorei à morte:
- Tu que sabes do meu segredo,
da minha história, todo o enredo,
da minha vida, todo meu medo.
Liberta-me agora! - Gritei.
Mas continuei viva, e fingi que morria...
Não mais chorei. Estagnada fiquei
olhando a vida acontecer à minha volta.

Senti o vento... (No sopro de tuas palavras rudes atiradas)
Senti a chuva... (Nas lágrimas que vi minha mãe chorar)
Senti o sol... (Ardendo em chispas no seu ódio)
Senti a noite... (No seu desprezo e pouco caso)
Senti a vida... (Pulsando em cada lágrima que chorei)
Eu queria um beijo, que o vento levou...
Queria um olhar de desejo que a chuva lavou,
queria um sorriso que você me negou,
queria o esquecimento de tudo,
mas, você me lembrou...

 

 

Fernanda Kato