Preciso voar...
Sentir minhas asas,
seguir meus caminhos,
carregar meus erros,
agüentar meus fracassos.

Já basta ser escrava dos versos,
ser presa às paixões.
A dor mora em meu peito desde quando
eu consigo lembrar de mim.
É a única coisa que possuo
e não faço questão de ter.

Túnel negro, absurdamente escuro,
com uma luz pálida tão longe
que não sei se terei forças para alcançar.
Ah ! Como eu gostaria de poder voltar a voar...
E acreditar...

Crer que o amor não é só mais uma palavra,
é uma força que vem de dentro,
salta aos olhos e ilumina o caminho,
brota na pele como gotas de orvalho.
Não tenho este poder.
Só creio agora
na firmeza do chão,
na frieza da noite,
na minha solidão.

Fernanda Kato