Relogio e Data com boas vindas
OS CAMINHOS DA FAMÍLIA
ERNESTO ROSSARI NO BRASIL

A tazza 'e cafe'




Página colocada no ar em 17.10.2004


Os caminhos da Família Ernesto Rossari no Brasil


Ernesto Rossari chegou ao Brasil em 03.12.1887 no Rio de Janeiro passando pela hospedaria da Ilha das Flores, também no Rio de Janeiro.

Ao que tudo indica, eles vieram para o Brasil com um destino definido e por conta própria.

Na época em que eles chegaram ao Brasil, o Rio de Janeiro e São Paulo travavam uma luta silenciosa pela permanência dos Italianos em seus estados, pois com a eminente abolição dos escravos entrando em vigor, a situação da agricultura ameaçava entrar em crise (em breve vou colocar textos dos documentos da era do Império, onde fica constatado que os colonos italianos eram disputados a peso de ouro por todas as províncias do Brasil colonial), forçando as províncias a tomarem medidas para compensar a falta da mão de obra escrava.

Tendo chegado ao Rio de Janeiro, logo embarcaram em um outro navio que os levou ao Porto do Rio Grande, tendo dado entrada na hospedaria da cidade de Rio grande RS no dia 09.12.1887.

Nessa mesma data, já consta o registro de estabelecimento da família no lote de terras nº 118 na antiga colônia Alfredo Chaves, (a entrada definitiva da família no seu lote de terra foi feita no inicio de 1888), onde Ernesto e Magdalena permaneceram até a morte deles.O filho André e a sua já formada família continuaram a morar lá até o ano de 1934 ou 1935, indo após esse período se estabelecer em Seara SC.

Infelismente essa foto não está muito nítida,mas quando conseguir uma melhor coloco aqui.


Porque será que eles foram para o Rio Grande do Sul?


O governo de Porto Alegre preferia que as novas famílias que chegassem ao estado, viessem chamadas por familiares ou amigos que já residissem nas colônias. Para o governo do RS essa estratégia trazia muitas vantagens, pois assim os colonos tinham uma adaptação melhor aos meios adversos que eles encontravam nas colônias recém formadas, aonde faltava tudo, tornando assim a vida dos colonos extremamente difícil.

Para os colonos essa estratégia do governo também tinha as suas vantagens, pois assim eles podiam pedir para os familiares trazerem da Itália ferramentas e utensílios que faltavam aqui no Brasil. Muitas vezes esses colonos na ânsia de terem os seus entes queridos por perto, omitiam as dificuldades que eles encontrariam por aqui,escrevendo só as vantagens e não as dificuldades que eles teriam ao chegar no Brasil.

Para os italianos que vinham sozinhos (sem contrato de trabalho ou guiado pelos administradores) para o Brasil e que entravam no país pelo porto de Santos ou pelo porto do Rio de Janeiro, conseguir embarcar para outros estados era uma verdadeira guerra de determinação, pois os administradores argumentavam ferozmente para tentar dissuadi-los de irem para outros destinos, chegando até mesmo a oferecer várias vantagens financeiras para que eles ficassem (nesse ponto São Paulo sempre ficou à frente na preferência dos imigrantes, pois muitos se sentiam tentados a abandonar o campo e ir para as fábricas, mal sabendo eles que iriam ser tratados quase como escravos, muitas vezes explorados até mesmo pelos empresários italianos, que aqui vieram montar grandes empresas, as quais sobreviveram longos anos explorando os pobres imigrantes).


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Tendo em vista essa explicação resumida de alguns fatos encontrados durante a minha pesquisa já me sinto com o direito de afirmar que a família do meu bisavô veio para o Sul chamada por familiares ou talvez amigos da mesma região em que eles moravam na Itália.

Com certeza não foram familiares de sobrenome Rossari, acredito que tenha sido da parte da minha bisavó (sobrenome Cavalli), pois na região em que eles foram morar já havia algumas famílias com esse sobrenome, sobretudo na região de Guaporé.

Após o ingresso no seu lote, a família participou ativamente das melhorias do local, sendo inclusive membro da comunidade existente, aonde eles e várias famílias construíram uma pequena igreja,a qual deram o nome de igreja São José.


-(retirada do livro Histórias de Fagundes Varela 1888-1999 de Argel Rigo),
Agradeço a Argel Rigo a permissão para utilizar algumas imagens e textos do seu livro


A capela São José foi benta pela primeira vez em 1895, pelo Padre Mateus Pasquali, ela ainda era feita de madeira, e se localizava no lote nº108 da Linha Barão do Triunfo(apud Costa,1997,p23)
Somente em 1910 a capela foi reedificada em alvenaria com a promessa de que um padre residisse no local, essa capela se localiza a 6 Km da cidade de Fagundes Varela.

Essa comunidade passou a ser chamada de comunidade São José (em breve vou colocar um resumo sobre essa comunidade)
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção nos fatos que eu venho descobrindo é que tanto meu bisavô quanto minha bisavó sabiam ler e escrever, outra coisa curiosa para a época foi à rapidez com que ele pagou o seu lote, em apenas três anos ele conseguiu liquidar a dívida (não podemos nos esquecer que de adultos vieram só o Ernesto e a Magdalena, e o lote deles não era dos menores tinha uma área de 302.500 m²).


Foto da comunidade São José (retirada do livro Histórias de Fagundes Varela 1888-1999 de Argel Rigo),
Agradeço a Argel Rigo a permissão para utilizar algumas imagens e textos do seu Livro


Na comunidade São José a primeira escola foi fundada em 1º de Março de 1910, e ficava na própria igreja. A escola encerrou suas atividades em 1998 (dados do livro História de Fagundes Varela de Argel Rigo).


Alunos em escola de Bella Vista (atualmente Fagundes Varela) em 1935 -(retirada do livro Histórias de Fagundes Varela 1888-1999 de Argel Rigo),
Agradeço a Argel Rigo a permissão para utilizar algumas imagens e textos do seu Livro


Por hoje é só, mas em breve estarei atualizando esta página, pois há ainda muitas coisas para contar.
Tania


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