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Terça-feira, Julho 30, 2002
 
Quando a incopentência e falta de argumento falam mais alto.
Acho que o Garotinho tá mesmo confundindo a corrida presidencial com o quintal da casa dele. Quem assistiu ao Jornal Nacional de hoje, viu e ouviu claramente a sua colocação pelo fato de não ter dinheiro para sua campanha: "não tenho dinheiro, porque não roubei"... e o que ele está deixando nas entrelinhas ? Que os demais candidatos estão roubando ? É muito fácil admitir que não tem cacife para concorrer com os outros. E , claro, tá mais do que na cara que não tem ninguém interessado em contribuir com a sua canditadura. Ponto. Esse papo de ficar fazendo política com a velha tática da fofoquinha não cola mais... alguém avisa pra ele?


 
Quando a família vira uma família normal.
Estava mesmo achando muito estranha essa coisa toda de "Família Scolari"... Não existe tal perfeição e entrosamento em nenhuma família normal. Todos se amam, todos se respeitam (mesmo que assim, assim...), todos, à sua maneira, fazem parte dessa palavrinha complicada que, segundo o aurélio, significa: grupo de indivíduos, constituído por consangüinidade, ou adoção, ou por descendência dum tronco ancestral comum. Pois bem, com a família PENTA não poderia ser diferente. E dando uma banda pela internet, encontrei a crônica do Fernando Calazans, O Globo online, que traduz exatamente o que eu penso sobre esse assunto.

Crônica de família - Fernando Calazans
Depois de um período aparentemente pacífico durante a Copa do Mundo, o que certamente foi bom para nos ajudar a ganhar o título, a família Scolari começa a dar sinais de desagregação. Devo estar exagerando: digamos sinais de desentendimento. Quem sabe até de desentendimentos normais. Desentendimento, desagregação ou mesmo deterioração, fico pensando só uma coisa.
Que grande tema, que magnífico assunto para Nelson Rodrigues, o cronista, seria esse disse-me-disse entre Felipão e Ronaldo iniciado gratuitamente pelo primeiro — logo o chefe de família.
Quem conhece ao menos um pouco da dramaturgia de Nelson Rodrigues sabe que ele era um especialista em complicadas relações familiares, em conflitos familiares. O affair Felipão-Ronaldo daria certamente uma semana de crônicas para o dramaturgo. Quem sabe uma peça teatral.
Eu, que não tenho a menor pretensão de ser um Nelson Rodrigues, que estou a léguas de distância de Nelson Rodrigues e que não tenho uma única peçazinha escrita — para mim é melhor estender a toda a família aquele velho dito popular segundo o qual, em briga de marido e mulher, não se mete a colher.

Não quero me meter em briga de família.

***
A verdade é que não acredito mesmo que seja uma briga. Pelo menos não é uma briga em que uma boa conversa entre os dois não possa botar um ponto final. Botar uma pá em cima.
Afinal de contas os dois hão de concordar, se não tiverem cabeças duras (e Ronaldinho eu estou certo de que não tem) que cada um ajudou muito o outro na longa e vitoriosa campanha da Copa. Felipão deu a Ronaldinho todas as oportunidades e teve a toda a paciência com a recuperação do jogador.
Em resposta e até em agradecimento, Ronaldo ofereceu ao técnico o melhor que podia oferecer: gols, vitórias, título de campeão mundial. Imaginei que estivessem absolutamente quites.

***
Mas Felipão decididamente não atravessa, depois da conquista na Ásia, uma fase tão feliz quanto aquela, os quase dois meses que passou na Coréia do Sul e no Japão. Muito pelo contrário. Está em fase de pouca inspiração.
Primeiro, voltou-se rancorosamente contra Pelé, por críticas feitas à seleção. Mas quanta gente, meu Deus, fez críticas à seleção! Quantas restrições, quantas dúvidas, quantas incertezas de tanta e tanta gente. E Pelé, não é nada, não é nada, Pelé é Pelé. Não há, no universo do futebol, ninguém mais reverenciado.
Agora, depois de Pelé, Felipão acha de voltar suas baterias contra ninguém menos do que o artilheiro de sua equipe na Copa — aliás, o artilheiro de toda a Copa. Ele, Ronaldo, Ronaldinho, o Fenômeno. Logo ele. É brincadeira?
Ora, Felipão ostenta no peito a faixa de campeão mundial. Por sinal, também fez por merecê-la. Tirou nota dez no campo. Que diabo: já devia ter-se colocado acima dessas miudezas. Ainda mais que nem Pelé e muito menos Ronaldinho andaram tratando desses assuntos depois do título.
Uma das indelicadezas de Felipão com Pelé foi dizer, ou insinuar, que Pelé fora de campo diz e faz muitas bobagens. Mas parece que Felipão está incorrendo exatamente no mesmo erro.
Está se saindo um segundo Pelé — e, naturalmente, sem a genialidade do primeiro.



Sexta-feira, Julho 26, 2002
 
Choveu durante todo o dia. Parece que estamos num imenso brejo... pobres sapos! Mas a minha magrela tá toda boba com o modelito novo. Ganhou roupinha quentinha.





 
Cada um sabe a dor e a delícia de acreditar no que quiser

Partindo desse pensamento, imagino que no meio dessa guerra religiosa onde os católicos, evangélicos, batistas, etc, etc, se torpedeiam todo o tempo na tentativa de aumentar o seu rebanho, resta mesmo ao povo se render a uma suposta imagem santa refletida num vidro.
Temos o direito de acreditar no que quisermos acreditar. No vidro que reflete uma imagem, na imagem que chora, no manto manchado de sangue. Podemos acreditar em tudo.
Por outro lado, podemos também imaginar que toda essa revolução da fé tenha se manifestado exatamente da necessidade cega de se acreditar em algo. Num possível milagre, numa possibilidade mínima de manifestação divina. Conforta a alma, acalma o coração.
Esses guerreiros da religião não estão preocupados com a fé. Essa é apenas um mero instrumento para arrecadar cifras gordas e aumentar a cada dia, o número de pessoas humildes e inocentes que participam desse picadeiro religioso.
Existem aqueles que já não são assim tão ingênuos e se aproveitam dessa fé cega, para vender uns quadrinhos com a foto da santa no vidro e defender um trocado a mais.
Tudo vira motivo para fazer um quadrinho, uma camisetinha, uma canetinha. Tudo é razão para fazer fila, chorar, chamar de milagre. Tudo é razão para dizer que é fé. E por falar nela, lembrei que a Zélia Duncan tem uma música assim:


Me pergunto
Onde é que foi parar
A minha fé, a fé, a fé
Voltou pra casa a pé
e ainda não chegou
Espero na janela
Tento não me preocupar com ela
Mas a fé...
Sabe como é que é?
Acredita em qualquer um
Tudo pra ela é comum
Tudo com ela é viável
E eu aqui um tanto instável
Meio no claro, meio no escuro
Tropeço enquanto procuro acreditar
Na leveza
Na cidade
Na beleza que me invade
Na bondade dos automóveis
Enquanto imóveis
Em suas garagens
Me pergunto
Onde é que foi parar
A minha fé, a fé, a fé
Nos tratados
Nas palavras
Nos portões da tua casa
Nos transportes coletivos
Na pureza das torcidas
Gritando seus adjetivos
Espero, me quebro
Tropeço no escuro
E ainda procuro
A minha fé



Quinta-feira, Julho 25, 2002
 
Boletim da Cidadania - Ver. Adeli Sell - PT/RS, sobre a Bombril:
"Parece que tinha 1002 utilidades. A última é lavagem de dinheiro."


 
Realidade.
Enquanto correm soltas as falcatruas americanas, a choradeira do Garotinho por falta de verba para continuar concorrendo (??) ao que já está mais do que perdido, contando com os míseros reais do povo, as brigas entre as “damas” do Rio para decidir quem pode mais (ou menos), vamos sendo bombardeados pelas emissoras de tv, com os tais enfadonhos, dramáticos e enfadonhos “reality shows”. Alguém pode me explicar o motivo para chamarem essas bobagens de “reality show”? Desculpe, mas a minha “reality” não tem metade da vida boa que esse povo leva. A minha “reality” não tem tempo para isso. E o dramalhão mexicano? É uma choradeira, um disse-me-disse, que dá dó...
Eu ficaria maluca se ficasse trancafiada numa casa, com pessoas fúteis, chatas, maquinando o dia todo uma maneira de te encurralar no “paredão”, tudo por causa do vil metal.
O que esse tipo de “reality” acrescenta em nossas vidas? Claro, claro, que tem sempre o advogado do diabo para dizer “com tanta coisa ruim acontecendo, pelo menos diverte o povo...”, caramba, não dá para ser com algo que nos faça pensar e que nos alimente, ao menos, a alma? Por que será que só dá para nivelar por baixo?
O que mais me deixa furiosa com esses programas, é a total falta de informação das pessoas. Não sabem ler, não possuem o mínimo de conhecimento geral (com algumas exceções) e, o pior, desconhecem a própria língua. A pobre fica abandonada e perdida no meio de dialeto fictício e insuportável .
Lamento que tenhamos chegado a esse ponto de total imbecilidade. A cultura da bunda, dos músculos, da burrice, da idiotização tá aí na nossa cara, na nossa casa.
O único consolo é que ainda somos donos dos nossos controles remotos e que as nossas TV´s ainda são fabricadas com os antigos botões “liga/desliga”.


 
Ontem, o assunto "rodeio" foi discutido no programa Saia Justa, onde Rita Lee (a nossa Bardot) falou super bem sobre a maldade e crueldade a que são submetidos os pobres animais nesses eventos "americanóides" e, também, foram mostradas imagens de algumas dessas práticas que somente os humanos podem realizar.
Para melhor ilustrar tudo isso, publicamos abaixo o texto da Rita:

Rodeios, por Rita Lee

Não sou uma et, mas fico indignada sempre que os terráqueos desrespeitam os outros três reinos do planeta: o mineral, o vegetal e o animal. A tal da imagem e semelhança de Deus conferida à raça humana é uma piada.

Hoje vou falar sobre rodeios. Rodeio é um vergonhoso lixo cultural norte americano onde os animais são submetidos às mais cruéis torturas. Não me refiro aqui a cavalos e bois de raça. Falo dos pobres pangarés viralatas. E não me venham os defensores dessa indústria, tão milionária quanto imbecil, afirmar que pulam daquela maneira porque são bravos e selvagens.

Aqueles pobres animais pulam de dor! Nosso romântico Jeca Tatú hoje se chama John Wayne, um peão cowboy, um atleta profissonal da crueldade. O povo brasileiro é festeiro por natureza e os rodeios seriam abençoados não fossem as barbaridades já fartamente comprovadas, mas todas feitas às escondidas do público.

Uma arena como esta poderia apresentar atrações esportivas de verdade, sabemos que vários grandes atletas do brasil estão sem patrocínio ou incentivo algum. A festa não perderia seu brilho, não deixaria de gerar empregos e as crianças presentes aprenderiam algo mais digno. No entanto este espaço é preenchido por uma corja de sanguinários cujo “esporte” (!?!) é laçar bezerrinhos indefesos, instalar sedém nos machos, enfiar cacos de vidro e cigarros acesos nas femeas, e outras práticas nazistas...

Para que ao abrirem os portões da liberdade esses animais escravos ainda se submetam a mais humilhações diante de um coliseu ignorante. Abaixo a ditadura do sofrimento animal! Abaixo a tortura! Eu odeio rodeio!



Quarta-feira, Julho 24, 2002
 
Resultado parcial da enquete do site do Saia Justa desta semana:
Você acha que os empregos gerados pelos rodeios valem o sacrifício desses animais?
Sim. 3%
Não. 96%
Tomara que seja um bom sinal...


 
Mediocridade
Tá no O Globo on line a informação de que a Sra. Garotinho discutiu seriamente com a Benedita, acusando o PT pelo aumento da violência no Rio nos últimos meses. Para completar o circo dessa família, o Sr. Garotinho, em visita a cidade de Três Rios-RJ, também fez duras críticas a Benedita e ao PT, afirmando que se soubesse que a governadora e seu governo eram fracos, jamais teria renunciado... é uma piada! E porque ele não ficou? Porque é medroso, sem coragem e, claro, quer tentar cargos mais altos... como diz o ditado: "quanto maior se sobe, maior o tombo".
Mas por outro lado, se a Sra. Garotinho vencer as eleições, será bem feito para os cariocas. Estamos sempre, como os paulistas, apostando na velha podridão da política e em seus discípulos... lá vem Maluf... lá vem Rosinha...


Domingo, Julho 21, 2002
 


O ron-ron do gatinho - Ferreira Gullar
(do livro "Um gato chamado Gatinho", da editora Salamandra)

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou,
tem pelo, bigode, unhas
e dentro tem um motor.

Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor elétrico.

É um motor afetivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.

No passado se dizia
que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.

Tudo bobagem, despeito,
calúnias contra o bichinho:
esse ron-ron em seu peito
não é doença - é carinho.




Quinta-feira, Julho 18, 2002
 
A Rita Lee apresentou na semana passada, no programa Saia Justa, uma lista com os tipos de peruas:

PERUAS - por Rita Lee

Definição: Perua é a fêmea do peru que é capaz de tudo para chamar a atenção dos outros animais da floresta.
Há várias modalidades de peruísse:
Perua Porreta – Hebe Camargo: vestida com seus diamantes verdadeiros ela se preocupou em salvar um cachorrinho vira-lata da carrocinha.
Perua Fútil – Uma tal de Sabrit (Marina): não faz nada de relevante na vida, só sabe arreganhar seus dentes feios e mal cuidados, alguém deveria avisar para ela não sorrir nas fotos.
Perua Escrota – A Bispa Sonia Hernandes: compra a Daslu inteira e dá calote nos fiéis da sua igreja.
Perua Gostosa – Luma de Oliveira: seu high light é só no carnaval, o resto do ano ela se dedica a obras caridosas para com seu marido rico.
Perua feia: em qualquer casamento high society fotografado pela revista Caras há trocentas delas vestidas de sofá.
Perua Triste – Xuxa: uma princesa bilionária que vive presa no seu castelo de marfim sob o encanto de sua madrasta, que na verdade é uma bruxa.
Perua Pobre – Carola Scarpa: quem nasce para abóbora nunca chega a Cinderela.
Perua Caridosa – Vera Loyola: como ex-emergente ela relembra suas origens humildes e oferece pães aos pobres de Santo Antonio.
Perua Política – Marta Suplicy: impecavelmente vestida de grife ela visita favelas e oferece bolsa estudo para os jovens.
Perua Intelectual – Marilia Gabriela: cabeça pensante invejada por nove entre dez mulheres, é dela o ator mais belo do momento.
Perua Decadente – Carmem Mayrink: foi-se o tempo de acordar depois do meio-dia.
Perua Evangélica – Baby Consuelo: exorcisa demônios empunhada de bíblia, plumas e paetês.
Perua Dona de casa – Ana Maria Braga: ela é a nossa atual tradução da Amélia, uma mulher de prendas domésticas mas também uma Amélia que tem a maior vaidade.
Perua Descolada – Luciana Gimenez: traçou Mick Jagger, quer mais descolada do que isso?
Perua Elegante – Constanza Pascolato: em qualquer ocasião ela veste com uma personalidade blasé.
Perua Burra – Núbia Ólive: velha para posar pelada ela agora virou promoter de rodeios e diz que os animais não sofrem abusos.
Perua Modernete – Erika Palomino: enfim uma jornalista pop star clubber techno acid house.
Perua Roqueira – Eu (Rita Lee): toda quarta-feira aqui no meio de vocês me achando bacana.



 
MODA - por Fernanda Young

Os seres do mundo da moda são tão especificamente seres do mundo da moda que nos vem uma pergunta: o que faziam os seres do mundo da moda quando ainda não havia o mundo da moda?
Na pré-história, por exemplo. Será que, enquanto os trogloditas normais cobriam-se com peles de bisonte, eles atravessavam os continentes em busca das últimas tendências em peles de tigre?
E na Roma Antiga? Deviam ser os que frequentavam as termas toda noite, discutindo qual vai ser o comprimento das togas na próxima estação.
Na Grécia, onde a viadagem reinava, deviam organizar as melhores festas vips pros deuses Baco e Narciso.
Na Idade Média, as mulheres da moda seriam as bruxas que se queimavam vivas em passarelas e os homens seriam os fofoqueiros da inquisição, com seus lindos modelitos góticos de sacerdote.
O único fato científico nessa questão é: mesmo num campo de nudismo, um ser do mundo da moda sempre dá um jeito de se destacar dos outros (basta uma banana belamente enfiada e todos se viram pra olhar).
Ainda bem, pois se não fossem eles, e suas ansiedades estéticas, estaríamos todos, hoje, muito provavelmente, cobertos pelos velhos panos do tédio, que ainda cobrem os eternos inimigos dos seres do mundo da moda: a tribo dos profundos, que vieram pra tornar o planeta mais chato.



Quarta-feira, Julho 17, 2002
 
2002 é o ano do centenário de Carlos Drumond de Andrade... minha homangem ao grande poeta, com uma de suas belas frases:



"poesia é negócio de grande responsabilidade."




Segunda-feira, Julho 15, 2002
 
As passeatas no cotidiano carioca.
Não quero parecer pessimista, sou carioca e, embora não more no Rio há mais de 3 anos, fico muito frustrada ao ver na TV e ler nos jornais que a passeata está virando a cada dia uma forma em vão de manifestação.
Claro que toda forma de expressão vale a pena, claro que toda forma de manifesto vale a pena. O que não pode acontecer é deixar que estas formas de expressão e manifesto virem chavões políticos ou religiosos.
Sempre achei que nós, cariocas, deveríamos ser mais ativos politicamente. Somos passivos e pacíficos demais. O carioca está sempre disposto a abraçar uma causa, defender um direito, fazer passeata pela violência... e depois? Onde está a seqüência e a continuidade nisso tudo? Tá na hora de colocar a mão na consciência e analisar o que, de fato, é feito com relação às desigualdades sociais.
Hoje, o ex-governador do Rio tenta com seu discurso barato culpar e denominar como incompetente a atual governadora, que recebeu um Rio maltratado pela violência. Frisou ele em entrevista ao Jornal Nacional que “se a atual governadora não tem capacidade para resolver essa questão, a futura (sua esposa, óbvio) governadora terá”. E ele, o que fez com relação a esse assunto? NADA ! Tinha coisas mais importantes a realizar... como o piscinão de Ramos, por exemplo. O PT não é e talvez não seja nunca um partido forte no Rio, mas em contrapartida, os cariocas já deveriam estar mais do que escaldados com esses mesmos partidos que há anos maltratam e fazem pouco do Rio e do povo maravilhoso dessa cidade.
Ora, por favor, sejamos mais honestos e menos hipócritas! O Rio de Janeiro tá virando palanque evangélico, muita falação e pouca ação. Cada um crê no que quer. Cada um acredita no que quer e no que mais lhe conforta. O que não dá mais para aceitar é essa coisa de ficar “catequisando” as pessoas. Isso é burrice!
É por essas e por outras que não acredito só nas passeatas. Acredito em ação. Povo e governo. É difícil, mas não é impossível. Vamos deixar o modismo de lado, arregassar as mangas e cobrar desses caras uma postura decente, de gente que quer continuar ver essa cidade maravilhosa.



Domingo, Julho 14, 2002
 
Belo
Não quero defender, acusar, dar opinião, mas acho que tá um pouco demais, não? A polícia e a imprensa pegando pesado com o Belo, enquanto tem coisa mais grossa rolando no Rio... Mesmo que ele tenha "culpa no cartório", sejamos coerentes, pois, quando o Alexandre Pires atropelou e matou um homem por excesso de velocidade, nada disso aconteceu... muito pelo contrário... tudo abafado, encerrado e esquecido. Crime é crime... seja qual for.


 
Estamos sem conseguir atualizar o Petblog. Já falei com o provedor, mas ainda não ficou sanado o problema. Acho que voltaremos nessa semana... assim espero!


Terça-feira, Julho 09, 2002
 
Parece que não foi só em Porto Alegre...

... mas foi na terra do Tio Sam... não é de se espantar... é?


 
Aconteceu em Porto Alegre

Um homem tenta entrar em um banco da cidade para sacar um cheque de R$100,00 e a porta giratória trava uma, duas, três vezes!
O homem fica surpreso, pois somente carregava consigo o cheque e a carteira, ou seja, nada que pudesse travar a porta três vezes... O segurança do banco obedecendo ordem da gerente (que deve ser uma daquelas peruas idiotizadas pelo sistema), acompanha o homem até o caixa para sacar o dinheiro. Isso mesmo, o homem é escoltado até o caixa porque pelas seguintes razões: segundo a gerente trata-se de homem negro, mal vestido, com um gorro na cabeça (só para ilustar,
está fazendo 9 gélidos graus em Porto Alegre) e, claro, tem todas as credenciais visuais para ser um ladrão.
Quase esqueço de dizer o nome do banco... obviamente o arrogante Santander, que não gosta nem de pobre e nem de preto. Preto e pobre nem se fala!
Felizmente o homem está tomando providências e abriu processo por danos morais contra o banco. A mim, só resta a esperança de que a justiça prevaleça e que o direito do cidadão seja respeitado. Ladrões existem por todos os lados e não carregam placa de identificação. Muitos deles usam até terno e gravata.



Segunda-feira, Julho 08, 2002
 
Nada como o humor do Quintana para uma segunda-feira fria. Obrigada Graça.

FELICIDADE REALISTA (Mário Quintana)

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos
conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos
por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de
segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim
e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente
quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando.
Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda,
buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco
de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato,
amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o
que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com
as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para
ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples,
você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.
Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca
inquietude no nosso coração.
Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.



Sexta-feira, Julho 05, 2002
 
Os cariocas com sua eterna arrogância ainda não sabem o que é ser cidadão, o que são os direitos humanos. E o texto da Hildegard Angel retrata exatamente essa total falta de visão.

Pentas e GLS provocam furacão na Atlântica...
PARECE QUE Rômulo Costa achou que, já que a festa era do penta, ele tinha que pent(#@$%&*)elhar a população. Estacionou o caminhão do Furacão 2000 na Atlântica com Miguel Lemos, desde as dez da manhã de domingo, com o som milhões de decibéis acima do permitido pela Feema, explodindo os tímpanos e a paciência da vizinhança, que teve sua privacidade invadida pela barulheira, e sem direito de escolha, um total desrespeito...

NA FALTA DA ex, a “Mãe Loira” Verônica Costa, Rômulo resolveu se intitular o “Paizão Moreno” ( sic ) e os alto-falantes lançavam, aos berros, sua candidatura a deputado estadual, pra meia dúzia de funkeiros pingados, no asfalto...

NOSSAS PRISCILAS coloriram, maravilhosas, a Av. Atlântica, na Parada do Orgulho Gay, que por culpa dos caminhões da imprensa que interceptavam a passagem saiu com horas de atraso, inaugurando a moda das paradas noturnas... A galera em volta dos caminhões-show, jovens, velhos, crianças, alegríssimos, dançando, evoluindo, divertindo-se, um su total, lindo mesmo!...

SÓ FICOU FEIO quando houve o confronto com o caminhão do “paizão moreno”, na Miguel Lemos. Sem querer desligar o som para dar passagem à parada, que já estava programada há meses, o Furacão 2000 botou pra cantar “Lacraias”, atiçando os funkeiros contra os gays, que, em maioria, levaram a melhor, sobrando “popozudos” e “cachorras” em todas as direções na areia, depois de um início de pancadaria...

NÃO SATISFEITO, o animador do Furacão provocou: “amamos vocês, bichas e sapatões”. E soltou pérolas: “um prêmio pra quem conseguir andar de marcha a ré” e “aqui só tem biba, olha lá uma”, “ei, você, também é biba?”. Preconceituoso e desrespeitoso...

PRECISOU A PM interferir pro Furacão dar passagem à parada, e a fiscalização da prefeitura intervir pra ele desligar o som, já às oito da noite, depois de impor dez horas de tortura aos moradores. Saiu esperneando a todo volume: “Cesar Maia não quer deixar o povo festejar o penta, mas nós temos o apoio do comandante da PM e da turma da Miguel Lemos.” Não adiantou, fez-se enfim a lei. Ave, Cesar...

JÁ QUE ESTAMOS em plena campanha contra a discriminação, quem de direito deveria ficar de olho nos programas populares de começo de noite, como o SuperPop, que a Luciana Gimenez apresenta? Dia desses, num programa sobre artistas mirins, as crianças foram expostas a assistirem a uma pegadinha onde o alvo da chacota seria chamado de “frutinha”, delicado, bicha, e cercanias, até reagir. Luciana ria, a criançada ria, parecia que tinham ido ao zoológico se divertir, em frente à jaula dos macacos. Uma aula e tanto de cidadania...



Terça-feira, Julho 02, 2002
 
Eu e a Betha estamos de brinquedinho novo... uma "camerazinha digitalzinha" e, essa é uma das primeiras fotos tiradas. A princesa da casa... Teodora (Teleca para os íntimos).

e aqui... a minha "magrela"... Janis e seu osso inseparável.



 
É PENTA... o resto é resto.
Alguém pode me explicar o que o Vampeta quis com as cambalhotas na rampa? E a camisa do Corinthians... Era por causa do PENTA que estavam todos lá, certo? Não seria a camisa da seleção brasileira que ele deveria estar vestindo? E o que dá a ele o direito de "cambalhotear" pela rampa, como se estivesse no quintal de casa? Feliz? Todos os outros estão. Mas não precisaram dar piruetas no ar para mostrar essa felicidade... mas essas atitudes têm nome... educação!


 
Uma amiga recebeu de um amigo e me repassou. Então, achei que não devia deixar assim... repasso aos que quiserem ler.

Ter ou não ter namorado - Carlos Drummond de Andrade

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.