RETRATO DA FÉ
-Maria Dolores-


Ao homem que tombara em desalento,
crendo-se velho, inútil e sozinho,
Deus permitiu que pudesse escutar, certa feita,
grande árvore seca, mas de pé,
que lhe falou nun cântico de fé,
à beira do caminho:

- Amigo, ergue-te e segue... Deus nos vê.
Não perguntes por que
A velhice aparente nos recobre...
Muitos passam aqui, parando na viagem
Lamentam-me a nudez, dizem-me triste e pobre,
Entretanto, aindo guardo a seiva
da esperança e da coragem
que Deus criou em mim.

Um dia fui esplêndido jardim,
os pássaros cantavam nos meus braços,
depois voavam devorando espaços,
Em seguida, tornavam da distância
a me pedirem ninhos!
Com que amor lhes guardava os filhotinhos!

Louvava ao Excelso Pai por minha mocidade
e orava a oferecer-lhe a minha gratidão
sob a forma de flores do júbilo profundo.
Quando se tem no mundo
a paz no coração

Deus aceitava as minhas preces,
Transformando-as em frutos
para todos aqueles que passassem...
Quantos homens vieram e os colheram!
Muitos nobre e bons, outros fracos e brutos
que me varavam, galho a galho,
sem refletirem no trabalho
que Deus tivera em me formar...
Mas nada perguntei a eles quanto a isso,
Todos somos de Deus para a luz do serviço
tendo por privilégio o dom de trabalhar.

Minha copa era grande, era um vestido
Todo ele a vibrar, entretecido
de folhas semelhantes a esmeraldas...
Por isso mesmo, ante o verão candente,
alegrava-me ouvindo a voz de tanta gente
que me buscava o teto, assim como
se busca a brandura da fonte.
Quando o sol nos ofusca,
lembrando águia de fogo
fugindo sem cessar aos pouso do horizonte!

Depois o tempo veio...
Tudo parece haver levado!
Meu corpo agora é nodulado e feio.
Mas creio em Deus e firmo-me de pé,
porque Deus certamente me deseja
para qualquer tarefa bem fazeja...
Talvez este meu corpo feio e nodulado
possa servir de apoio certo e amigo
para algum pássaro cansado
que esteja ao desabrigo.

Não sei qual é o destino
a que o céu me conduz
Se algum machado bronco surgirá
de repente, a decepar-me o tronco,
para que eu volte ao alto em espiras de lume
na forma de calor ou de perfume,
em alguma fogueira que me aguarde
E nem sei se serei aproveitada
em singela choupana que me acolha mais tarde,
para ajudar a nobre vida humana!

Nada sei do porvir,
sei que pertenço a Deus e que devo servir...
O homem que se cansara sem razão
levantou-se do chão, fitou o mundo em torno!
Do verme ao firmamento e do lodo ao cascalho
Tudo era vida e luz, regozijo e trabalho...

No pranto de emoção
que a alegria lhe dava ao coração,
exclamou para os céus:
- Sê louvado, Senhor!...
Num lenho que julguei largado e semimorto,
deste-me nova fé, visão, auxílio e reconforto!
Perdoa-me, Senhor, a rebeldia,
esquece todo o mal que fiz nos erros meus!
E pelo doce amor que esta árvore
a sós, entesoura e irradia,
Obrigado, meu Deus!









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Autor Espiritual: Maria Dolores
Psicografada por Chico Xavier
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