Doutrina Católica

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Terça-feira, 19 de Novembro de 2002

Vaticano continua a opor-se aos preservativos, diz que a única forma segura de impedir a disseminação da AIDS é a castidade

Na Quarta-feira, o Vaticano repetiu a sua oposição ao uso do preservativo na luta contra a AIDS , dizendo que a castidade era a melhor forma de impedir a propagação do VIH.

A posição do Vaticano pode soar "ridícula na sociedade na qual vivemos”, referiu o Monsignor Javier Lozano Barragan, presidente do Conselho Pontífice para os Trabalhadores da Saúde. Mas havia somente uma forma de impedir que o VIH se propague, disse ele: "Nós dizemos que a prevenção... chama-se castidade". Os comentários de Barragan surgiram antes de um simposium de três dias de duração no Vaticano, sobre cuidados de saúde nos hospitais católicos e em clínicas de todo o mundo.

O Vaticano tem sido criticado pela sua oposição firme ao uso do preservativo, especialmente nas regiões pobres, como em África, que têm sido devastadas pela epidemia. Os países em vias de desenvolvimento são os que abrigam mais de 90% dos 37,1 milhões de infectados com VIH do mundo. Setenta porcento destes, ou 26 milhões de pessoas, vivem na África Sub-Sahariana.

A igreja argumenta que os preservativos não oferecem 100 porcento de protecção e apenas contribuem para o que Barragan chamou de sociedade "pan-sexual", na qual o sexo foi separado em dois: ou um acto de prazer ou de procriação. "Nesta separação, de acordo com esta mentalidade, é absurdo que a igreja diga “não” aos preservativos. Mas nós temos um outro horizonte ético: que é a vida", disse ele.

Há dois anos, no jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, Monsignor Jacques Suadeau, do Conselho Pontífice para a Família, insinuou um possível abrandamento da posição da igreja, ao dizer que os preservativos eram uma das formas de "conter" a propagação do VIH. Ele reforçou que a castidade era a única maneira de impedir a propagação do vírus, mas no caso das prostitutas tailandesas, por exemplo, o uso do preservativo era um "mal menor". Mais tarde, entretanto, Suadeau negou que estivesse a assinalar uma mudança.

Associated Press (11.06.02)