25 de Abril ...
Morreste ...
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Festa na rua
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Gritos ...
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Bandeiras ...
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Hinos ...
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Feriado Nacional.
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O desgosto, talvez ...
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Expulso da Angola onde nasceste,
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Te matou.
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Oito milhões de cretinos
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Festejam a desgraça de dois.
Crueldade ...
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Ninguém pensou no futuro ...
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Ninguém previu a miséria ...
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Todos gritavam
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Liberdade ...
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Liberdade ...
E hoje ?????
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O dia em que morreste,
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Ninguém esquecerá.
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Miséria ...
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Desemprego ...
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Droga ...
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Fome ...
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Aí estão.
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Em vez de cravos,
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Em vez de pão.
Cada povo tem o que merece.
Descansa em paz meu sogro ...
Acorda meu povo.
Este
poema é a minha simples homenagem a meu sogro, falecido no dia
25.04.82 depois de, como quase todos os brancos, ter sido expulso da
terra onde nasceu.
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