***BEM VINDO***

Idiotices


UMA EVOLUÇÃO MUITO POBRE


	Como diz o provérbio  todo o burro come palha, a questão
 está em saber como lha dar, mas muitas vezes tenho problemas em
 saber quem é mais burro, se quem a come ou quem lha dá.
	Tudo isto vem a propósito, de alguém ter  insistido 
comigo para escrever uma crónica. A bola saiu bastante pesada 
para as minhas possibilidades e de momento hesitei, no entanto 
vieram-me à memória uns pensamentos que não há muito tempo 
passaram pela minha mente e resolvi escrever:-
	Em tempos há muito idos, houve alguém que foi 
considerado, traidor ou herói, consoante o ponto de vista 
Português ou Brasileiro, e que disse:- "O mais significativo 
engenho tecnológico que os Portugueses deixaram no Brasil quando 
dos tempos coloniais, foi um carro de mão, mas com a roda 
adrada".
	Aconteceu que nas minhas andanças através de terras de 
Vera Cruz, desde a pacifica floresta Amazónica até à selva que é 
a cidade de São Paulo, nunca deparei com semelhante objecto tão 
largamente usado em projectos de construção, e não só. Foi com 
certeza pela minha falta de observação, pois não penso que os 
nossos irmãos Brasileiros tenham tido a ousadia de banirem um 
tão popular engenho da face de um tão grande país, só porque 
lhes foi deixado em troca de tão vastas somas de ouro, por 
feudais e colonos, exploradores da época.
	No entanto quis o destino que numa das minhas recentes 
estadias em Portugal tivesse a necessidade de usar um carro de 
mão; não calculei bem a carga, que saiu muito pesada para a 
minha problemática coluna.
	Ao sentir nos braços os solavancos causados por um 
terreno cheio de socalcos, parei e comecei a observar o design,
 (desenho) daquele objecto; mais me pareceu uma antiga padiola, 
a que haviam substituído um dos padioleiros por uma roda de 
pequeno diâmetro. Não era quadrada, mas também não era 
pneumática, com uma grande parte do peso a incidir nos braços de 
quem tem a infelicidade de usar tal meio para transportar a mais 
variada gama de materiais.
	Não gostei pois de tal desenho, preferia que tal maquina 
fosse construída usando uma roda de maior diâmetro e pneumática,
 que o peso incidisse mais sobre a roda, de maneira a que parte 
da força necessária para levantar a carga, fosse substituída 
pela perícia de equilíbrio e suavidade na força de propulsão.
	Não me parece que o carro de mão português tenha 
evoluído muito desde a independência do Brasil


Ferruja