Essa é a palavra da moda. Globalização. Uma abertura de mercado entre países nem sempre, ou quase nunca favorável a todas as partes envolvidas.

A privatização, uma das faces mais doloriadas da globalização, tem afetado sobremaneira a vida de muitas nações, e em especial a do Brasil, que abriu suas portas para novos mercados, cobrando impostos baixíssimos, quase pagando para que nos "invadam" e utilizem de uma população sócio-econômica em potencial. Toda essa situação gerada por causa da situação de devedor que o Brasil se encontra.

A privatização, que nada mais é do que a face mais escancarada da globalização, vem colaborando para que os índices de desemprego aumentem. As empresas vêm, se instalam e como sua origem são, geralmente, países autamente industrializados ,e tecnologicamente avançados, chegam com sua tecnologia e não precisam de mais empregados. Enxugam seus quadros e com isso, não revertem para o país os benefícios de utilização. Nem para o país, com impostos, nem para a população, com empregos e conseqüentemente uma renda para até mesmo consumir os produtos fabricados por essa "nova parceira" econômica.

Resultado...Fabricam e exportam. Utilizam energia elétrica, água, solo, impostos quase nulos, e em contrapartida, mandam seus produtos para fora, fazendo com que gere renda e a economia de origem da empresa se mantenha estável. Afinal, produz a preços baixos, e vendem a preços autos. Muito bem. Para um dos lados.

Esse é o preço por não poder competir com os chamados "grandes". Países endividados sempre saem perdendo nessa história de globalização e privatização.

Sua população, principalmente a mais carente, não se utiliza das coisas boas dessa nova face econômica, pois não há a reciclagem cultural para uma adeqüação nesse novo mercado tecnologicamente avançado. Falta em países como o Brasil, uma qualidade estrutural para se encaixar nesse novo perfil de mercado. É como aquele joguinho de criança no qual tem-se que encaixar o círculo no círculo, o quadrado no quadrado, e assim por diante. Nós os pobres somos o quadrado, e temos que nos encaixar nessa economia circular que nos impõe.

Um reflexo dessa situação é própria Av. Paulista, em São Paulo. Ela é o coração econômico do Brasil. É nela que surge muitas vezes decisões que afetam a toda uma população. E nela vemos hoje colocadas lado a lado com cede de bancos, indústrias, escritórios, vários camelôs. Esse subproduto da globalização, uma vez que as empresas se industrializaram e dispensaram muitos funcionários, é o símbolo de tudo isso que estamos conversando nesse texto. Uma verdadeira contradição, um contraste nítido. Ricos e milionários colocados lado a lado com esse produto que eles mesmos ajudam a gerar, e nem se dão conta.

Há algum tempo atrás, vimos que a Telemar, uma dessas empresas que invadiram o mercado telefônico no Brasil, dispensou uma central inteira no Amapá, e lá instalou várias máquinas que "tomam conta" de sua central naquele local. A Telemar somente ficou com a sua cede na Bahia. Foi bom? Claro, para a empresa que enxugou seu quadro de funcionários e manda seu lucro para gerar mais riqueza em outros países. Aqui, vale a economia de exploração.

Será uma volta ao passado? Acho que já ouvi essa história antes... Retirar riquezas, mandar para fora, deixar outros países mais ricos à nossas custa, com nosso suor...

Será a globalização uma volta ao passado, com um pé no futuro? Estamos cometendo os mesmo erros, de 500 anos atrás, quando esse país era uma festa para outras nações nos explorarem. Acho que agora eu escorreguei. Não são erros do passado, ou pelo menos não somente erros do passado, e sim do passado, presente e pelo que estamos presenciando, também do futuro.

E ainda dizem que a globalização é o fruto da pós-modernidade, é a essência da modernidade...É um engano. Tudo isso que presenciamos é a mais pura volta ao passado. Só que agora, por utilizarmos novas tecnologias, dizem que estamos em novos tempos. Sempre foi assim. O ser humano somente está cometendo os mesmos erros do passado, com novas características. Estamos errando, nos abrindo e expondo nossas víceras econômicas para que os outros países venha e riam de nós e digam "Viva a globalização!"

Por que é tão difícil para a nossa sociedade aprender com seus erros?