Movimento COEP - COMUNIDADE DE OLHO NA ESCOLA PÚBLICA
Não basta ser professora... Tem que ser Educadora!!!
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Informativo nº COE07503 Ref.: Escolas Modelos; |
S. Paulo, 25 de junho de 2003. |
Tudo que os jovens podem fazer pelos velhos é escandalizá-los e mantê-los atualizados. (George Bernard Shaw)
O Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (COEP), criado em 1997 para defender direitos dos alunos, pais e comunidade na Educação Pública, constantemente é consultado para opinar sobre a proposta educacional de algumas escolas públicas. Recentemente, deparamo-nos com a notícia “Escola da periferia de Ribeirão será exemplo de ensino” (in Folha OnLine, 01/06/2003): “O Cemei (Centro Municipal de Ensino Integrado) João Gilberto Sampaio, escola municipal instalada na Vila Mariana, periferia de Ribeirão, pode se tornar referência para escolas do Brasil e do mundo”.
Embora a notícia informava “Nosso objetivo é formar cidadãos”, pareceu-nos que seu diretor, Antonio Carlos Canuto Ribeiro, dá muita ênfase à disciplina muito rígida da escola: “Aqui não tem aluno tatuado, de cabelo tingido, essas coisas. O próprio aluno entende que o ambiente da escola não combina com isso. O fumo também é coisa grave. Se alguém fuma, sempre tem outro que vem falar para a gente, e eu chamo o aluno para conversar. Se alguém tira uma pétala de rosa, tem 500 para contar”.
Após algumas pesquisas preliminares, apresentamos as seguintes considerações:
1. Como é feita a "seleção dos alunos" para ingressar nesta escola?
2. O que a escola faz se aparecer um aluno com o cabelo pintado? A direção o impede de assistir a aula?
3. A escola chega a suspender alunos?
4. Existem outras escolas seguindo o modelo desta unidade educacional?
5. A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto financia outras escolas da região?
6. É obrigatório “cantar o hino nacional” ou “fazer orações”? Qual é a proposta pedagógica e educacional para os alunos que não assistem aulas de religião nesta escola pública?
O COEP costuma avaliar unidades educacionais através de questionários objetivos, identificando a situação do pessoal (direção, professores e funcionários), órgãos colegiados (Grêmio Estudantil, Conselho de Escola e Associação de Pais e Mestres), atividades extra-classe (torneios esportivos, música, teatro, etc.) e instalações (quadra esportiva, laboratórios, material pedagógico, etc. A visita “in loco” tem o objetivo de avaliar a satisfação dos alunos, pais e comunidade.
Após algumas críticas contundentes feitas contra a questão “disciplinar” da escola, declarando que são fascistas os métodos de “seleção” (cor do cabelo e tatuagem) e a política de delação (“tem 500 para contar”), a direção escolar nos convidou a visitar a unidade educacional.
Considerando que o COEP também avalia política local para os direitos da criança e do adolescente, tendo inclusive relacionado a questão da exclusão escolar, internação nos campos de torturas da febem e o “extermínio de menores” (sic), decidimos aceitar o convite da escola mediante as seguintes condições:
1. Que a escola responda objetivamente ao questionário “Levantamento em Unidade Educacional”;
2. Visita agendada com um mínimo de 7 (sete) dias, coincidindo com uma reunião do Conselho de Escola;
3. Sejam convidadas as seguintes instituições para acompanhar a visita:
a. Conselho Tutelar, Câmara Municipal, e USP de Ribeirão Preto;
b. Comissão de Educação da Assembléia Legislativa de SP (a fim de avaliar os efeitos positivos/negativos da municipalização do ensino fundamental);
c. Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de SP (avaliar o fluxo: exclusão escolar => internação na febem => assassinatos praticados por grupos de extermínio).
Sempre que ensinares, ensina a duvidarem do que estiveres ensinando. (José Ortega y Gasset)
Quando vemos todas as pesquisas indicando a “fraude da educação no Brasil”; quando o secretário de educação do Estado de São Paulo reconhece que “só 20% das 6.100 escolas estaduais podem ser consideradas ruins” (sic), está na hora de revermos as antigas lições: “morrer pela Pátria e viver sem razão” não pode mais ser empurrado goela abaixo das crianças.
(a) Coordenação – Mauro Alves da Silva – Grêmio SER Sudeste
NAPA – tel.: 3742-3023 Núcleo de Apoio a Pais e Alunos C/ Cremilda - Presidente |
NEPPAL – tel.: 5677-8913 Núcleos de Estudos C/ Zé Roberto - Coordenador |
Grêmio – tel.: 5565-5322 Grêmio SER Sudeste C/ Mauro - Presidente |
Fechar a Febem/SP. Diga não à tortura. – www.oocities.org/fecharfebem