Movimento COEP - COMUNIDADE DE OLHO NA ESCOLA PÚBLICA

Não basta ser professora... Tem que ser Educadora!!!

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Informativo nº COE10503

Ref.: Como os diretores encaram a Violência nas Escolas?

S. Paulo, 01 de setembro de 2003.

Como os Diretores encaram a Violência nas Escolas?

É fácil livrar-se das responsabilidades. Difícil é escapar das conseqüências por se ter livrado delas. (Graciliano Ramos)

                               

A pesquisa “Violência nas Escolas – 2003” demonstra que os diretores estão completamente desorientados sobre o tema, pois o diagnóstico apresenta evidentes equívocos, o que gera propostas fora da realidade. Culpa de todos, culpa de ninguém! Vide matérias publicadas no Jornal da Tarde (25/08/2003).

A UDEMO (Sindicato dos Diretores de Escola Estaduais), fez uma pesquisa “complexa”, na qual as escolas deveriam marcar respostas múltiplas nas questões pré-estabelecidas. Isto gerou resultados contraditórios. Por exemplo: Embora a maioria indique “A Família” como “Responsável pela Indisciplina do Aluno”, propondo “Valorização da Escola envolvendo pais” como primeira “Sugestão para Solucionar o Problema da Violência”, foram citados apenas 32 (trinta e dois) projetos envolvendo “pais”, alguns deles praticados pela mesma escola. Isso num universo de 300 escolas pesquisadas.

Parece que as escolas não confiam muito na UDEMO: dos 3000 questionários enviados, apenas 300 (10%) retornaram respondidos. Além disso, identificamos que metade dos seus associados é de aposentados, ou seja, formados há mais de 20 anos. Isto vem ao encontro do que fora afirmado no 2º Seminário Internacional “VIOLÊNCIA e CRIANÇA” (14, 15 e 16 de agosto/2002 – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP): “as direções escolares foram formadas no regime autoritário, por isso não sabem atuar de forma democrática”.

Lamentavelmente, constatamos que a corporação continua ignorando a violência praticada pelos profissionais das escolas contra os alunos, pais e comunidade. Um professor que agride um aluno ou um pai denigre completamente a escola. E, caso fique impune, toda a corporação escolar ficará desacreditada.

Sobre a pesquisa, apresentamos alguns destaques preliminares:

1.      As respostas em “múltipla escolha” distorcem o resultado da pesquisa. Não indica as prioridades.

2.      As alternativas apresentadas seguem o viés da direção escolar. Falta crítica às direções escolares.

3.      Em relação à “indisciplina do aluno”, culpam a todos (família, o mundo, o sistema de ensino, e a comunidade), colocando a “escola” em último lugar. Parece que a “escola” só vai agir depois que “os outros” se reformarem.

4.      Embora indique que “os pais são omissos”, assinalaram apenas 32 projetos de “valorização da escola com pais”. Na verdade, as escolas não aceitam a participação de alunos, pais e comunidade na formulação das propostas educacionais.

5.      Indicam “interpretação errônea do Estatuto da Criança e do Adolescente”. Esquecem-se de que é função da escola apresentar e debater os 267 artigos do ECA, indicando a responsabilidade de todos e de cada um pelo desenvolvimento saudável da criança e do adolescente.

6.      Em relação à “Responsabilidade dos Profissionais pela Indisciplina dos Alunos”, houve apenas 4 indicações da “Formação deficiente da direção”. Isto é puro corporativismo, pois a maioria dos casos de “violências nas escolas” está diretamente ligada a direções descompromissadas, incapazes ou omissas. A “ausência diária de professores nas aulas” é crime previsto no ECA: “(...) não oferecimento ou oferta irregular: I -  ensino obrigatório;” (artigo 208 da Lei Federal 8069/90).

7.      Ao denunciar a “Descaracterização da progressão continuada (em promoção automática)”, as escolas confessam que enganam os alunos, pais e comunidades. As escolas estaduais não cumprem as 1000 (mil) horas aulas que são direitos dos alunos, muito menos a recuperação paralela. Depois, culpam os cursos de “recuperação nas férias”, os quais ficam responsáveis por suprir o que não foi ensinado aos alunos durante o ano regular.

Conclusão: de um universo de 6.000 escolas, 3.000 questionários enviados, e 300 respondidos, apenas 198 aceitaram ser indicadas para uma “reportagem”. As outras 5.802 “continuam fechadas à comunidade e resistentes a qualquer avaliação pública”. Em vista disso, as conclusões do relatório parecem “forçadas”, pois 95% das direções escolares sequer confiam no seu próprio sindicato.

(a) Coordenação – Mauro Alves da Silva – Grêmio SER Sudeste

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Grêmio SER Sudeste

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