Movimento COEP - COMUNIDADE DE OLHO NA ESCOLA PÚBLICA

Não basta ser professora... Tem que ser Educadora!!!

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Ofício Circular nº COE11001

S. Paulo, 05 de setembro de 2001.

Ref.:     Críticas ao texto do jornalista Clovis Rossi (Salve a professorinha, in Folha de S. Paulo, 05/09/2001 – pág. 02);

Cópias para: Assessorias de imprensa e comunidade em geral

Salvem as criancinhas

            Enquanto a sociedade civil não reconhecer a revolução que está acontecendo na Educação, continuaremos a ver amadores saudosistas desfilando sua ignorância a respeito destes temas complexos.

O Movimento COEP propõe efetivamente que todos os profissionais das escolas sejam educadores: não basta confessar (=professar) um conhecimento, pois a Educação exige uma formação continuada. A “professorinha” não é mais a única fonte de informação para as crianças, sendo que em muitos casos as crianças ingressam nas escolas com uma bagagem cultural mais diversificada que a das próprias professoras. O exemplo mais dramático  é o caso da “internet”: tem crianças de 9 anos (ou menos) que já “pesquisam” os temas na “net”, enquanto encontramos milhares de professoras “com medo” de aprenderem a utilizar um computador. Note-se que o conhecimento necessário (estudos e invenções) para muitas carreiras profissionais sequer foram inventados, o que exige um constante aprendizado.

Sobre a questão da Violência Escolar, destacamos que tanto a mídia quanto as corporações não estão avaliando as violências da escola contra alunos, pais e comunidade. Temos identificado que até mesmo as pesquisas estão sendo direcionadas a não apontar estes números da Violência das Escolas: os questionários omitem questões fundamentais sobre o tema.

 “Todos falam da violência das águas do rio, mas se esquecem da violência das margens que o oprimem” (Bertold Brecht). Estão marginalizando nossas crianças. Destaque-se que já em 1990 uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados denunciava que o controle social dos jovens marginalizados seria feito através do extermínio, eufemisticamente chamados de “confrontos entre traficantes”.

No caso específico comentado no artigo, destacamos que foram identificadas 3 possibilidades:

  1. O Garoto (13 anos) foi armado para se defender de um outro aluno que o teria ameaçado;
  2. O aluno queria atirar na professora de português ou na de matemática (por quê só nestas duas?);
  3. A arma fora achada numa favela e, ao ser manuseada, disparou acidentalmente.

Qualquer uma destas alternativas é extremamente grave, pois nos leva a questionar “quem é que está educando nossas crianças e jovens”? Alguém se preocupou em avaliar o potencial de marginalização dos alunos que moram nas duas favelas vizinhas à escola? Alguém está analisando a proposta educacional da referida escola? Quanto custou o passeio realizado ao famoso parque de diversão? E quem não pôde pagar? Quais são as alternativas de lazer para os jovens na região?

Certamente será mais fácil responsabilizar uma criança de 13 anos pelo tiro disparado. Quem terá coragem de questionar um sistema de exclusão que vigora há 500 anos? Quem será o louco de “questionar” uma centena de professorinhas que ensinam antigas lições “de morrer pela pátria e viver sem razão”? Quem poderá duvidar de uma experiência de 30 anos de magistério (20 dos quais exercidos num regime de ditadura militar/empresarial)? O mais fácil será encarcerar o “delinqüente” numa cela (25 crianças onde cabem apenas 3), e aguardar uma vaga nas excelentes instalações educacionais da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor – 27 anos de comprovada experiência (Atestada pela Anistia Internacional e pela Comissão de Direitos Humanos da ONU).

Finalizando, desejamos o pronto restabelecimento da professora vitimada, e que sejam tomadas medidas sócio-educativas e de proteção integral para todas as crianças envolvidas, prevenindo-se  e evitando-se a crescente exclusão social das crianças e adolescentes no Brasil.

(a) Coordenação: Mauro A. Silva – Grêmio SER Sudeste – 5 Anos de Defesa Contra Abusos do Poder Público

NAPA – tel.: 3742-3023

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