Movimento COEP - COMUNIDADE DE OLHO NA ESCOLA PÚBLICA

Não basta ser professora... Tem que ser Educadora!!!

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Carta Aberta nº COE17004
Ref.: Qual é o significado do termo “bicha”?

S. Paulo, 17 de novembro de 2004.

 
Excelentíssimo Senhor Secretário de Educação do Estado de São Paulo:
Professor-Doutor Gabriel Benedito Issaac Chalita,
 
Qual é o significado do termo “bicha”?

“(...) em tom jocoso, disse ao aluno que parasse de imitar uma “bicha” (...)”

(In Relatório da Apuração Investigativa Preliminar – Processo 721/04 – EE Octacílio de Carvalho Lopes)

Caso alguém se dirigisse ao Secretário de Educação do Estado de São Paulo com a expressão “que parasse de imitar uma bicha”, o Senhor entenderia que isto era uma ofensa ou uma forma de cativá-lo?

Esta questão surgiu após a leitura do Relatório da Apuração Investigativa Preliminar – Processo 721/04, página 64, sobre as denúncias contra a Escola Estadual Octacílio de Carvalho Lopes. Neste “Relatório”, assinado por três supervisores de ensino, acolhido pela Diretoria de Ensino Leste-4 e pela Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo (COGSP), encontramos a seguinte conclusão sobre o uso da palavra “bicha”: “(...) A Comissão, apesar de não recomendar tal conduta, reconhece que muitos professores, para cativarem seus alunos, mantendo um relacionamento mais próximo e amistoso, fazem brincadeiras desse naipe com seus pupilos; (...) “ (página 64).

Considerando que o senhor é doutor em semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), solicitamos que nos ajude a entender o significado do termo “bicha”. Embora algumas pessoas achem que “semiótica” seja equivalente a “semicego” ou “meio vesgo”, entendendo que a Secretaria de Educação somente enxerga o lado das professoras e da corporação, o Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública sabe muito bem que “semiótica é uma ciência que estuda os signos e como eles se relacionam, tendo sido utilizada como uma ferramenta para o estudo da Comunicação e da Lingüística”.

No “Relatório da Apuração Investigativa Preliminar”, está declarado que “(...) Essa brincadeira, embora a Comissão não possa referendá-la, há de reconhecer que o termo ‘bicha’ tornou-se bastante comum entre os jovens, perdendo a característica de chulo pelo desgaste natural lingüístico, verificado quando um termo é freqüentemente utilizado. Ainda, a Comissão, apesar de não recomendar tal conduta, reconhece que muitos professores, para cativarem seus alunos, mantendo um relacionamento mais próximo e amistoso, fazem brincadeiras desse naipe com seus pupilos; (...)” (página 64).

Se utilizar o termo “bicha” é uma “brincadeira” ou uma forma usada por muitos professores “para cativarem seus alunos”, por que a Comissão não referenda e nem recomenda que tal conduta seja utilizada nas 6 mil escolas? O que a Comissão tem contra as brincadeiras e a disposição dos professores para cativarem seus alunos? Respondidas estas questões, a Secretaria Estadual de Educação deverá pedir ao Governador que esclareça algumas dúvidas dos nossos irmãos portugueses. Explicamos:

Em Portugal, o termo “bicha” é definido como “fileira de pessoas, fila” nos dicionários. Mas, destacam que no Brasil, o termo “bicha” é uma gíria que significa “indivíduo afeminado, com características de fêmea ou dama”. Diferentemente do que afirma o “Relatório”, a maciça utilização do termo ”bicha” através das “novela brasileiras”, avidamente consumidas pela juventude portuguesa, fez com que o termo “bicha” assumisse o mesmo significado que é popularmente utilizado no Brasil. E “fileira de pessoas” passou a ser chamada simplesmente de “fila”.

Superados os cinismos (nossos) e as hipocrisias (da corporação dos professores), apelamos ao Senhor Secretário, doutor em Direito pela PUC/SP, para que instaure o competente processo administrativo para apurar, julgar e condenar todos responsáveis pelas violações dos direitos dos alunos da Escola Estadual Octacílio de Carvalho Lopes, incluindo as pessoas que se omitiram de suas funções de supervisionar e fiscalizar a escola.

Coordenação

a) Cremilda Estella Teixeira – NAPA – tel.: 3742-3023 - www.oocities.org/napa_org

b) José Roberto Alves da Silva – NEPPAL – tel.: 5677-8913 - www.oocities.org/neppal

c) Mauro A. Silva - Grêmio SER Sudeste – tel.: 5565-5322 - www.oocities.org/gremio_sudeste

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