A implementação de estágios na universidade. Os principais obstáculos em
nível institucional, na opinião de professores e de alunos: (1) relação
universidade-empresa; (2) o estágio e a estrutura curricular; (3) a
administração dos estágios.
1.3.1Relação universidade-empresa
A universidade como instituição não estabelece mecanismos de aproximação
com as empresas. Não há sequer um cadastro de empresas interessadas em
oferecer oportunidades de estágios. Para tanto, as seguintes sugestões foram
apresentadas:
- formar um banco de dados para facilitar o contato com as empresas.
Por exemplo, alocar um técnico de nível superior no Departamento para fazer
os contatos;
- trabalhar a imagem da universidade no meio empresarial para facilitar
o intercâmbio;
- estabelecer um programa de consultoria abaixo custo para pequenas
empresas, utilizando os graduandos como pesquisadores/consultores,
orientados por professores experientes.
Outra sugestão para facilitar o intercâmbio é estabelecer convênios com
empresas. É preciso que os dirigentes das organizações acreditem que o aluno
universitário possa realizar alguma forma de trabalho profissional para a
empresa durante seu estágio.
1.3.2Integração do estágio na estrutura curricular
É importante distinguir o Estágio Curricular Supervisionado de outros
estágios extracurriculares.
O estágio Curricular que serve de base para o trabalho de Conclusão do
curso de Administração é obrigatório para o aluno, o ideal é que a fase de
projeto e a fase de estágio estejam totalmente integradas.
Uma situação alternativa seria distribuir os alunos ainda na fase de
projeto, de acordo com áreas funcionais, havendo então um grupo para Recursos
Humanos, outros para Finanças, e assim por diante. É preciso também que o
curso ofereça terminabilidade em áreas específicas para garantir que, no
momento da matrícula para a disciplina de preparação do estágio, os alunos já
tenham definido sua área de preferência.
- procurar motivar professores e alunos quanto à importância da
prática profissional no currículo, integrando as disciplinas de final do
curso com trabalho de prática profissional;
- dar mais solenidade à defesa dos trabalhos de conclusão de curso,
estabelecendo, por exemplo, defesa pública e bloqueando um dia para um
grande seminário de apresentação dos trabalhos
1.3.3 Administração dos estágios
1.3.4 Infra estrutura da universidade
1.4 CONDIÇÕES PARA INICIAR O ESTÁGIO
Os objetivos do estágio, e sugestões para melhorar sua implementação e
garantir bons resultados. Para iniciar, é imprescindível definir três aspectos
básicos: o tema do trabalho, organização-alvo e o professor orientador do
estágio.
- 1.4.1 Escolha do tema
É uma das etapas mais difíceis para a maioria dos alunos, por uma série
de razões. Primeiro, por que exige uma definição. Perguntados sobre o que
fariam de diferente quanto à escolha do tema se fossem recomeçar o estágio, os
graduados responderam:
Definiriam o tema mais cedo (3)
Desenvolveriam o tema na área de que mais gostam (1)
Procurariam um professor da área para definir o tema (1)
Escolheriam primeiro a empresa, depois o tema (1)
O estágio é um marco de transição entre a escola e a vida profissional.
Mesmo para aqueles alunos que já estão empregados. Muitos alunos percebem esta
questão e valorizam o estágio como uma oportunidade de se aprofundar em tema
de seu interesse e adquirir uma qualificação que os distinga como
profissionais.
Não é imcomum encontrar alunos que estão no final do curso e não têm
idéia clara do que é possível desenvolver como projeto de estágio. Aqueles
alunos que possuem experiência de trabalho têm mais facilidade para escolher.
É possível que a indecisão se deva à época de realização do estágio ¾
que coincide com o final do curso. Caracteriza-se como uma época de avaliação
e reflexão por parte do aluno a respeito de seu curso. Entretanto, a decisão
não depende apenas do interesse do aluno, mas de uma conjugação entre o
interesse da empresa, a competência e o interesse do aluno e do orientador.
- 1.4.2 Organização-alvo: negociando o acesso
Realizar pesquisa em organizações não é muito fácil. Bryman (1989), ao
avaliar este tipo de pesquisa, considera o acesso às informações como um ponto
chave. Ele argumenta que, ao contrário da pesquisa em comunidades, a pesquisa
em organizações apresenta duplo problema de acesso aos pesquisadores.
Com respeito à primeira situação, o fato de que algumas empresas aceitem
e outras não pode ameaçar a representatividade da pesquisa. A empresa pode
estar envolvida com outro pesquisador. É preciso ter cautela e evitar ser
usado por um outro lado. A verdade é que a ênfase do estudo sempre determina a
preponderância de um dos lados.
Os estagiários enfrentem problemas semelhantes aos relatados. Estagiar
tem sido deixada inteiramente nas mãos dos alunos na maior parte das escolas.
O estágio é necessariamente realizado em organizações e normalmente os
alunos atêm-se a uma organização apenas. A maioria dos alunos trabalha durante
o curso universitário. Muitos deles, pressionados por razões econômicas, não
têm muita escolha senão procurar empregos com baixa oportunidade de
aprendizagem em relação ao curso. Isto é realidade. É comum que o estágio seja
realizado no próprio local de trabalho do aluno. Esta alternativa apresenta
vantagens e desvantagens. A sugestão é que o estágio seja realizado em outro
departamento ou seção da empresa.
Para os que não trabalham, em princípio há maior variedade de opções,
mas em todos os casos é preciso negociar o acesso. É possível encontrar alunos
que estão finalizando o curso de Administração e que até então não tiveram
nenhuma experiência de trabalho. Preferem cursar o máximo de disciplinas que
podem, visando terminar o curso mais cedo. Recomenda-se iniciar estágios ou
experiências de trabalho o mais tardar no quinto semestre do curso.
- 1.4.3 Processo de orientação
Nem sempre está claro o que se pode esperar do orientador. Alguns
recém-graduados foram bastante críticos em relação à orientação que receberam.
Eles recomendaram "escolher melhor o orientador (3); iniciar o trabalho
independentemente do orientador (1), ou mesmo procurar levá-lo à primeira
visita à empresa (1). Nossa opinião é de que cabe ao orientador prover meios,
ou seja, facilitar contatos, indicar bibliografia, sugerir métodos e técnicas;
e incentivar o trabalho do aluno.
Tendo em vista as considerações apresentadas que a qualidade do trabalho
final é muito mais responsabilidade do aluno do que do orientador.
- 1.4.4 Metodologia de trabalho
Mesmo quando superados os problemas de acesso às empresas e
bibliografia, os professores enfatizaram as seguintes dificuldades para a
elaboração do trabalho: na concepção do problema, incluindo a definição dos
limites do trabalho, o que fazer, o que é importante, por quê, como estruturar
as idéias no papel; na estruturação do trabalho de conclusão, ou seja, a
organização dos tópicos, a redação, as referências bibliográficas; e na
interpretação dos resultados obtidos.
Finalmente, perguntados sobre o que fariam diferentemente se fossem
recomeçar o trabalho, observou-se o seguinte padrão de respostas, em que
novamente se ressalta a importância da metodologia:
Distribuiria melhor os prazos (1).
Buscaria bibliografia estrangeira (1).
Trabalharia melhor o projeto (5).
Terminaria o trabalho mais cedo para poder revisar (1).
Neste capítulo inicial, tratou-se da problemática do estágio de um ponto
de vista abrangente. Também foi ressaltado que o propósito deste livro se
limita à metodologia do trabalho de prática profissional.
II FASE ( Resenha)
- FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO
Os fundamentos do que se considera como ciência da administração.
- Administração científica
Frederick Taylor a partir das recomendações de Taylor, uma série de
técnicas se tornou universal, como a descrição de cargos, o planejamento de
fluxos de trabalho, o controle sistemático de estoques. Atribuindo ênfase
aos aspectos técnicos do trabalho.
Henry Fayol, engenheiro francês definiu atividade gerencial em termos
das funções de planejamento, organização, comando, coordenação e controle e
enunciou princípios para orientar a estruturação organizacional, como a
amplitude de comando. Na administração, como resultado se passa a considerar
a empresa como um sistema aberto. O ambiente em que a empresa está inserida,
provoca respostas dos sistemas organizacionais. É intendida como a
capacidade de atender quantitativa e qualitativamente à determinada
necessidade do ambiente.
A ênfase nas relações empresa/ambiente leva também ao desenvolvimento
de estudos sobre estratégia empresarial, que enfatizam o processo de tomada
de decisão em suas relações com o ambiente em especial.
A escola de Relações Humanas na Administração tem origens nas ciências
sociais. A tarefa da administração consiste em integrar os indivíduo nos
grupos e integrar os grupos na organização. Considera-se que um indivíduo
integrado é um indivíduo satisfeito.
Escola Humanista tem raízes na Psicologia Clínica, preocupação com a
saúde mental e a possibilidade de crescimento individual. A administração na
reestruturação do trabalho.
A escola de Desenvolvimento Organizacional privilegia a análise e
intervenção nos processos de resolução de problemas, tomada de decisões e de
integração entre as pessoas como uma forma de favorecer a mudança e a
afetividade organizacional.
A escola Sociotécnica tem origem em enfoques terapêuticos de
orientação psicanalítica aplicados à organização. A ênfase é nos processos
interpessoais e me seu treinamento.
1.2 Enfoque político da organização
O enforque político da organização tem raízes, por exemplo, na teoria
comportamental da empresa. Os estudos apontam principalmente as distorções
da organização burocrática, que aponta os aspectos ritualísticos do
comportamento burocrático e os efeitos negativos do excesso de
especialização.
1.3 Nova onda na administração
De acordo com a autora Administração apresentam caráter muito mais
voltado para a prática do que para a teoria. Buscam-se organizações mais
flexíveis, descentralizadas e receptivas à inovação. A proposta deste
enfoque consiste em buscar alcançar forte coesão organizacional.
- PECULIARIDADES DAS ÁREAS DA ADIMINISTRAÇÃO
As áreas de administração geral e administração pública incorporam a
maioria dos desenvolvimentos da teoria organizacional. Há várias
possibilidades para trabalhos e pesquisas, como estruturação de empresas,
racionalização e simplificação do trabalho. Na área pública, quase todos os
assuntos das demais áreas podem ser objeto de estudos, desde que tenham
relação com a realidade da administração pública.
- Administração de recursos humanos
A área de recursos humanos busca basicamente compatibilizar as
necessidades de curto prazo das pessoas com os objetivos de longo prazo
das organizações. Nasceu como uma função de bem-estar social nas
organizações. Mais tarde, passou a desempenhar uma função de controle
sobre a utilização da mão-de-obra.
O modelo de gestão de recursos humanos mais praticado é aquele que
tem ampla influência da Administração Científica de Traylor e da Escola de
Relações Humanas, adaptar as pessoas ao sistema de trabalho taylorista.
Década de 80 a necessidade de praticar um modelo diverso de gestão
de recuros humanos, baseado no comprometimento das pessoas. Este é um
modelo que se desenvolve-se a partir da crise e recessão. Enfatizam-se a
flexibilidade. Supõe-se que as pessoas acreditam nas mensagens da gerência
e estão dispostas a aceitar desafios.
A área de Recursos Humanos então lida com estratégias de recursos
humanos, relações sindicais, relações de trabalho e técnicas afetas à
função recursos humanos, tais como recrutamento, seleção, treinamento,
planos de cargos e salários, avaliação de desempenho, incentivos e
remuneração.
- Administração de Marketing
A área de Marketing concentra-se em análises competitivas, de
mercado ou do comportamento do consumidor, incluindo perfil e análise do
consumidor, definição de mercado, elaboração de plano de marketing,
análise de cadastro. Procedimentos de marketing utilizados pelas
organizações, incluindo decisões em relação a preço, produto, distribuição
e comunicação e administração de vendas.
- Administração de Finanças
O enfoque inicial de finanças concentrou-se nos instrumentos
contratuais e na descrição das instituições participantes do mercado
financeiro. A área de Finanças da Empresa concentra-se nas questão do
gerenciamento financeiro da organização, sendo seus tópicos principais o
planejamento e o controle financeiro, a análise financeira, a análise de
investimentos, a gestão do capital de giro, o custo e a estrutura de capital
e a política de dividendos.
- SUGESTÕES DE TEMAS PARA O ESTÁGIO
Uma lista de exemplos de temas para estágio para cada área da
Administração.
- Área de administração geral e administração pública
- Modernização administrativa
- Análise ambiental
- Planejamento governamental
- Análise organizacional
- Estruturas de controle
- Área de recursos humanos
- Estratégias e técnicas de recursos humanos
- Comportamento organizacional
- Relações de Trabalho
- Sociologia de Trabalho
- Gestão de recursos humanos
- Área de marketing
- Elementos de mercado
- Instrumentos de Marketing
3.4 Área de produção e sistemas
- 1. Administração de materiais
2. Utilização de modelos, métodos e instrumentos
- Processo produtivo
- Técnicas modernas de administração da produção e gestão da
qualidade
- Sistemas de informações
- Área de finanças
- Planejamento financeiro
- Comportamento dos agregados econômicos do setor público
- Análise de alternativas de investimento e desinvestimento
- Análise econômico-financeira
- Mercados de capitais
- Estrutura de capital e política de dividendos
- Administração de curto prazo
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
KWASNICKA, E. L. Teoria geral da administração: uma síntese. São
Paulo:
Atlas 1987.
Introdução à administração. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1995.
MOTA, F. C. P. Teoria das organizações: evolução e cultura. São
Paulo:
Pioneira, 1986.
WOOD, D. Buscando a renovação: a nova onda administrativa. Revista de
Administração de Empresas. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas. v . 30, n .
4,
p. 5-21
Texto gentilmente cedido por Fabrício Fernandes Pinheiro (fabpage@achei.net)