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Ednilsom Montanhole

Hebreus, Gregos e Fenícios - III

Hebreus, Gregos e Fenícios

TERCEIRA PARTE: DE DAVI A SALOMÃO; HEBREUS E FENÍCIOS NO BRASIL

Extraído de Arthur Franco, A IDADE DAS LUZES, WODAN, 1997, P. Alegre, Brasil

DAVI

1010 a.C. - Em torno desta data Davi assume o trono de Israel. Com a morte de Saul e Jônatas, assumiu naturalmente seu filho Ishbosheth, aparentemente sem oposição mas também sem apoio entusiástico. Era um rei fraco, que tentava governar da segurança de uma cidade transjordaniana, Mahanaim. Davi, neste tempo, talvez ainda visto pelos filisteus como um vassalo agindo em seu proveito, ocupou Hebron com seus soldados e lá foi coroado rei pelos anciãos da tribo de Judah.

Três incidentes posteriores ilustram a rápida expansão de Davi. O primeiro, uma escaramuça entre os soldados de Davi e Ishbosheth, que começou em Gibeon e terminou com a vitória dos homens de Davi. A cidade fica a noroeste de Jerusalém, e nas fronteiras do território Benjamita. Ao que parece, Davi teria sido o agressor, penetrando no território de Ishbosheth. O segundo episódio foi a conquista de Jerusalém por Davi. Na época estava na mão dos Jebusitas, um dos grupos que vivia nas montanhas junto aos israelitas, hivitas, judeus e outros. A cidade não era muito importante então, e era muito menor do que passou a ser no futuro. A Jerusalém conquistada por Davi estava provavelmente restrita a Ophel, o pequeno monte imediatamente ao sul do que é conhecido hoje como "monte do templo" ou Haram-esh-Sharif. Para os propósitos de Davi, a cidade era a capital ideal, e sem dúvida começou a se expandir a partir de sua conquista. Além de oferecer uma posição defensável com uma boa nascente de água, Jerusalém representava um território neutro entre os israelitas e os judeus. E mais tarde, quando o reino de Davi se expandiu além das montanhas do país para as terras baixas da Transjordânia, a posição central de Jerusalém continuou lhe servindo muito bem.

Naturalmente Davi assumiu a posição de rei e protetor dos israelitas e judeus. Sua posição de vassalagem aos filisteus, então, evoluiu para torná-los inimigos. Inicialmente começou com o ataque dos filisteus aos agricultores das montanhas, os quais precisavam de proteção. Então, "quando os filisteus ouviram que Davi tinha se tornado rei de Israel, todos os filisteus foram à caça de Davi" (II Samuel, 5:17). Nos versos seguintes são descritos dois ataques dos filisteus, os quais Davi bateu.

O reinado de Davi geralmente é entendido como uma continuação do reino israelita de Saul. Na verdade Davi mesmo deve ter enfatizado intencionalmente esta continuidade - trazendo a Arca da Aliança, por exemplo, e usando o nome "Israel" para seu reino. Parece, dos relatos detalhados bíblicos, que os israelitas e os judeus eram distintos grupos, nenhum dos quais tendo maior ligação com Jerusalém. Quando Davi se estabeleceu em Jerusalém esta ficou sendo o centro administrativo, militar e de culto, que eventualmente se estendeu bem adiante das fronteiras dos assentamentos judeus e israelitas, e dependendo fortemente de mercenários estrangeiros (incluindo filisteus) para sua segurança interna e externa. Em outras palavras, enquanto os israelitas e judeus eram importantes constituintes do reino de Davi, sob seu reinado existia essencialmente uma monarquia baseada em Jerusalém com uma constituição muito mais pluralista que a Israel de Saul.

Não surpreende, pois, que Davi tivesse que abafar duas rebeliões após assumir em Jerusalém. Uma por seu próprio filho, Absalon, aparentemente o príncipe; e a outra por Sheba, o Benjamita. Apoiado por ressentimentos populares e tendo suporte de israelitas e judeus, Absalon coroou-se rei em Hebron e marchou sobre Jerusalém. Davi abandona a cidade acompanhado por seus seguidores e marcha até Mahanaim, na Transjordânia (a mesma cidade da qual Ishbosheth tentara governar). Absalon então governa em Jerusalém por algum tempo, e se tivesse rapidamente seguido no encalço de Davi o curso da história poderia ter sido muito diferente. Em vez disso esperou até que perdesse sua vantagem tática, e quando saiu na perseguição foi morto na batalha. II Samuel 18:9-15 descreve como Joab executou Absalon, quando os longos cabelos pelos quais ele era famoso emaranharam-se nos braços de uma árvore.

A segunda rebelião foi iniciada por Sheba, um benjamita, e parece que teve menos respaldo. Foi rapidamente abafada e Sheba decapitado, após fugir para Abel-beth-Maacah. Uma vez que Sheba era da mesma tribo que Saul, e seu chamado fora feito diretamente aos israelitas para se rebelarem contra o domínio de Davi, deve-se considerar a possibilidade de que tentara reviver o reino de Saul e colocar um de seus descendentes no trono. Após este incidente Davi manda executar os descendentes de Saul (II Samuel 21:1-14), numa tentativa de prevenir futuras revoltas semelhantes para reviver a dinastia de Saul. Somente Mephibosheth, um filho aleijado de Jônatas, foi poupado. Aparentemente foi confinado à corte real de Jerusalém.

O TRONO DE DAVI ERA LEGÍTIMO?

Estes fatos devem suscitar muitas questões a respeito da legitimidade de Davi no trono de Israel. O massacre da dinastia de Saul e seus descendentes de cabelos longos, com o fim dos líderes benjamitas, relembra a tragédia bíblica da destruição da tribo de Benjamim pelas outras onze tribos e prenuncia o que a Igreja fará com o último dos monarcas de cabelos longos a reinar - Dagobert II - em 679 d.C.. Ora, esta ligação parece salientar-se de maneira inquietante quando consideramos que o dia consagrado a Benjamim é o mesmo dia de São Dagobert: 23 de dezembro, data do assassinato de Dagobert II. De fato, segundo os autores de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, os Dossiers Secrets dos Documentos do Monastério enfatizam a saga da tribo benjamita de maneira muito especial em três citações.

A primeira é uma passagem de Deuteronômio 33:12, quando Moisés diz de Benjamim: "O muito amado do Senhor habitará nele confiadamente: morará como em tálamo nupcial todo o dia, e descansará entre seus braços." Em outras palavras, Benjamim e seus descendentes eram escolhidos para uma bênção muito especial e exaltada. Talvez a promessa de "guiar entre os braços" tenha a ver com o lendário sinal congênito merovíngio, a cruz vermelha entre os ombros. Como veremos, o Rei Arthur também apresentará indicações deste sinal, quando, nos Anais de Cambrie, redigidos após 956 d.C., descreve-se uma batalha que ocorreu em 516 d.C.:

"516. A Batalha de Badon, na qual Arthur carregou a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo por três dias e três noites em seus ombros e os Bretões foram vitoriosos".

Entre os clãs que constituíam a tribo de Benjamim está o clã Ahiram, uma inquietante coincidência com a casa de Hiram, o Grande, o rei fenício que trabalhou junto a Salomão na construção do Templo.

1000 a.C. - Os primeiros fenícios em Rhodes. Os fenícios alcançam Gibraltar e fundam várias cidades, entre elas Gades. A rena é domesticada no norte da Europa. 1000 a.C. - Segundo os arqueólogos, os ários iniciam a conquista do Vale do Ganges.

1000 a 700 a.C. - Período de colonização fenícia no Ocidente, na direção de Cartago, Malta, Sardenha e Espanha. Sua linguagem e escrita foi com eles. Restaram apenas algumas inscrições em pedra, não muito representativas, de sua literatura em geral. Vários documentos em pedra encontrados no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, atestam a expansão fenícia para o Ocidente.

No Brasil há registros como os feitos numa Memória, do ano de 1753. Seu autor dá notícia de uma cidade abandonada no interior da Bahia, na qual constatou a existência de um palácio, inscrições, templo, colunas, aquedutos, ruas, arcos, etc.. As inscrições abaixo foram encontradas na cidade abandonada no interior da Bahia, de que trata o manuscrito existente na Biblioteca Pública do Rio de Janeiro: