DEUS
Deus é a maior incógnita do universo.
E muitos no decorrer da história da humanidade, tentaram apresentar um modelo ou idéia mais exata da natureza Divina do dito Criador mas, devido ao desconhecimento real do homem sobre essa causa original, uma concepção menos mitológica e mais simples parece ser mais plausivel tal como os hindus que chamam Deus de Yshivara ou a ‘suprema consciência’, que é o príncipio do qual todos descendemos. É certo que todas as religiões e filosofias, todos grupos de bruxos, magos, sacerdotes, devotos, católicos, protestantes, espiritas, mulçumanos, budistas, etc… conforme a cultura onde floresceram essas tradições, criaram concepções representativas da divindade, desde o Deus-homem até a modelos menos individualizados.
Assim surgiram os sacerdotes e gurus como representantes do Deus Uno e reais caminhos de libertação para muitos pois na contemplação de sua pessoa iluminada como sendo próprio Deus manifestado, os discipulos deixavam sua individualidade em segundo plano e alcançavam a iluminação; Esse é o poder do caminho da devoção.. e sobre esse poder existe até uma lenda Hindu muito interessante onde um homem estava indo visitar sua mãe e se esqueceu de comprar um presente, mas já perto de sua casa viu uma carcaça de cão e pegou um de seus dentes e o levou para a saudosa mãe que era muito religiosa lhe dizendo: Lhe trouxe como presente um dente de um prodigioso guru; E sua mãe recebeu o presente com muita alegria… Porém, tempos depois em outra visita, ele viu na porta da casa de sua mãe uma fila enorme e assustado correu de encontro a progenitora que com um sorriso lhe disse: Sabe aquele dente que você me trouxe.. eu fiz um altar e o coloquei lá e depois de algum tempo ele passou a reluzir e a realizar milagres! Moral da história: reluz até um dente de cão quando há veneração ! Mas voltando à nossa narrativa sobre o guru, é mesmo um momento de muita felicidade quando um discipulo encontra um mestre encarnado que traduz todos os seus anseios e que alcançou um estado elevado de sabedoria e amor; Só que como hoje são raras as pessoas de grande evolução e proliferam falsos mestres, se torna cada vez mais seguro venerar o Deus em sua forma original de Ishvara, o todo perfeito e se sintonizar aos espíritos superiores pela prática da canalização com espíritos superiores por meio de pensamentos, desejos e ações, mas até quando não conseguimos tanta harmonia podemos nos valer da mediunidade que nos veio como um adendo para alçarmos nossa evolução de forma mais rápida pois, na mediunidade regeneradora esse contato constante com almas iluminadas deixa marcas em nosso ser, que nos transformam sensivelmente.
Além dessa parte prática também é importante o estudo da filosofia de todas tradições espirituais sem preconceitos, para abrirmos a mente e expandirmos nossa consciência e assim podermos com mais facilidade nos desviar da ilusão dos apegos de nosso mundo de provação.
Esse estudo pode nos afastar do fundamentalismo e dogmatismo presente nas religiões e nos aproximar do real objetivo da religiosidade que é o amor e integração entre todos os seres. Assim, deixamos de confundir religiões que são sistemas hierárquicos e dogmáticos com religiosidade que é simplesmente ‘amor irrestrito e doação’.
Como personificação do amor, podemos dizer até que a divindade representa a negação do SER enquanto individuo, ou seja, é o espírito , a fonte inesgotável de vida de onde partimos ‘voluntariamente’ para existirmos como ‘seres individuais’ ou pseudo-deuses.
E após ciclos de aprendizagem e sofrimento, nascimento e mortes, voltarmos a esse estado indiferenciado do ser que a filosofia oriental denomina de não-ser ou que podemos chamar de Deus já que é a causa original.
Isso é simples mas ao mesmo tempo se torna dificil pois gostamos memso de complicar… As vezes amamos sem medidas e pecamos pela inocência pois não conseguimos distinguir o real do imaginário, outras vezes queremos entender tudo e negamos aquilo que está além de nossa compreensão.
Notamos que a própria tendência de antropomorfizar Deus, ou seja, lhe atribuir caracteristicas humanas, parece estar diretamente relacionada ao grau de desprendimento e consequente evolução de grupos filo-religiosos. Ilustrando bem essa idéia, alguns chegam a imaginar Deus como um homem velho, na figura de rei, sentado em ornamentado trono que julgaria os vivos e os mortos ( esses não creem em reencarnação… ); Outros até querem justificar sua fé dizendo que a mesma foi inspirada pelo próprio Deus que ‘pessoalmente’ lhe revelou... Mas enfim, muitas pessoas devem precisar disso, ou seja, tais sacerdotes precisam justificar suas doutrinas duvidosas e seus crentes por sua vez precisam se isentar da responsabilidade de crer e viver apenas dentro daquilo que lhes parece correto, e assim se apoiam, criam e destroem mitos a todo momento, mitos esses aos quais transferem a responsabilidade por suas crenças . Essa visão pueril é fruto da incompreensão do homem quanto a sua própria natureza divina e seu objetivo de aperfeiçoamento constante.
Por tudo isso um pensamento universalista se mostra como o caminho mais rápido e seguro para a evolução do ser. Não que as religiões estejam erradas, cremos que se elas existem são porque as pessoas necessitam delas e podem se aperfeiçoar nesse grupos até a um determinado nível, assim, são verdadeiros reformatórios da alma, que proporcionam esteio moral para pessoas comuns.
Mas qual é a diferença da filosofia universalista ? O universalismo é o fim das religiões e ao mesmo tempo a origem de todas elas pois é sua essência; É o amor-sabedoria, a unidade, e pela não compreensão dessa idéia é que o homem vem estuturando sua fé baseada no sistema dúbio natural, ou seja, até a divindade no plano denso é tida com pólo masculino e feminino, como um Deus bom e um Deus mal, como Cristo e Lúcifer, como amor e conhecimento, etc. Definitivamente esse pensamento é uma ilusão, assim como o próprio mal é um estado transitório de desvio da lei; Não há dois poderes, não há gênero melhor ou maior entre os seres, e só a união entre os pares é que pode reproduzir o estado original do ser uno , o casal virginal, essa é nossa natureza real ..
Por isso sempre estamos em busca de alguém que nos complete…porque um dia éramos unos com um ser que se manifestou na natureza com sexo contrário ao nosso, e isso significa também que para reproduzirmos aquela condição original de não-ser e alcançarmos a iluminação temos que nos unir em pares, assim como ensina o Tantra a milênios e simbolicamente todas as tradições posteriores sob a figura do casamento . Esse é o famoso discurso das almas gêmeas. Tem mais uma coisa nessa brincadeira de viver, depois de encontar um par nos resta sermos unos com toda humanidade !
Bem, já nos extendemos demais, e pedimos perdão se cansamos ou agredimos os leitores de algum modo.
Que Deus nos ilumine.
Eduardo Parra (Yabhaktiswara)