A arte da dança do Ventre remonta a época dos faraós , dos templos e cultos a Deusa Ísis, acredita-se que um dos principais propósitos para dança do ventre na antiguidade fosse trazer a mulher o poder da fertilidade.
As dançarinas dos templos de Ísis eram especialmente escolhidas para esta finalidade, não podiam casar , ter filhos ou qualquer tipo de relacionamento, levavam vidas discretas e dedicavam-se inteiramente a vida no templo da Deusa Ísis. Saíam apenas em raras ocasiões como em festas anuais e nos funerais dos grandes faraós. Estavam sempre vestindo o linho mais puro e antes de uma apresentação em algum culto religioso banhavam-se nas águas do Nilo e comiam alimentos leves até que a celebração em questão terminasse. Eram frequentemente vistas acompanhando a procissão na Grande Festa de Opet em Luxor , quando a estátua de ouro do deus Amón era retirada de Luxor e fazia seu trajeto até o templo de Karnak .
Apenas os auto-sacerdotes, as sacerdotisas de Ísis e o faraó podiam presenciar a estada do Deus Amón no interior do templo de Karnak.
Nas cenas de procissões funerárias eram vistas juntamente com as carpideiras, jogando areia em seus rostos em sinal de luto profundo, e entoando cânticos funerários.
Com o passar dos anos a conotação da dançarina de dança do ventre foi mudando, algumas passaram a ser escravizadas quando na conquista pelos Turcos e Persas. Algumas , mantidas como escravas desenvolveram uma dança conhecida como Dança da Espada, aonde a bailarina, equilibra uma espada , afiada e desembanhada em sua cabeça, simbolizando: Sou escrava, você possue meu corpo, mas não minha alma.
A dança do ventre atravessou as fronteiras do oriente para a Europa , como no sul da Espanha aonde podemos ver a grande influência da cultura árabe na dança e música deste país.
A dança do ventre se modernizou, expandiu-se, mas existem ainda as raízes folclóricas como toda cultura, ela está divida em algumas partes importantes a serem conhecidas como:
- Dança Baladi ou Dança Folclórica Urbanizada : Muito difundida no Egito aonde as moças do campo vem para cidade grande e mostram suas raízes. O Baladi é quase sempre uma dança improvisada.
- Dança da Bengala ou Said : Tem este nome por ter origem na região do Egito com o mesmo nome. A dançarina faz sua performance usando uma bengala de madeira, leve, com o qual faz movimentos que lembram uma luta. É basicamente conhecida como uma dança para homens inspirada no Tahtib. O Tahtib é uma falsa luta que tem início com a música, aonde os homens empunham seus cajados longos de madeira. É também conhecida em árabe como Raks Al Assaya.
- Guedra : É uma dança típica do Nilo Azul, originária no Marrocos que se extende pelo Egito. Nesta dança sinos são tocados por mulheres cobertas por um véu negro. O ritmo é mantido por uma guedra ou pote como um pequeno tambor. Os espectadores entoam canticos como lamentos e dançarina despe-se dos véus e desfalece como se estivesse em transe. É uma dança de agradecimentos as colheitas.
-Raks El Shemadan ou Dança do Candelabro: Tradicional no Egito a dançarina equilibra um grande candelabro com velas acesas sobre a cabeça enquanto dança. Ë tradicional nas festas de casamento, simboliza a prosperidade para o novo casal.
- Khaleege ou Khaliji - Dança tradicionalmente conhecida no Golfo Pérsico, Península Arábica, Arábia Saudita, Kwait, Bahrain, Qatar, Emirados Árabes e Oman. A palavra Khaleege significa Golfo. Nesta dança a mulher usa roupa tradicional conhecida por Tobe al Nashar, os movimentos do corpo são lentos e suaves e é característico o balançar dos cabelos de um lado para outro, muito apresentada em casamentos, é também muito vista acompanhando a música moderna , especialmente nos Emirados Árabes.
- Dança Núbia - A Núbia é uma região ao sul do Egito que foi inundada pela grande barragem de Assuã. No entanto o povo Núbio, agora vivendo em Assuã, mantem bem viva as tradições culturais especialmente quando a música e dança. Elas tem seu próprio ritmo e geralmente são dançadas e cantadas por homens vestindo suas galabeas( grandes túnicas brancas ou azuis que cobrem até os pés).
- Dabke - Dança típica libanesa. Homens e Mulheres dançam lado a lado de mãos dadas a batidas constantes. Estilo muito alegre, quando típico, os dançarinos usam vestimentas que lembram suas vidas nas montanhas do Líbano. É a dança folclórica mais viva no Líbano atualmente.
- Dança da Espada - Dança tipica aonde a dançarina equilibra uma espada afiada em partes do seu corpo como cintura e cabeça ao mesmo tempo de faz movimentos leves e sinuosos.
- Zar - Dança ritualística egípcia, dançado só por mulheres, tem como atributo não somente a dança mas fazer uma limpeza espiritual nas participantes.
A Dança do Ventre sempre teve um carácter sagrado, vamos mantê-la assim.
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