Lágrima
Elane Tomich
Há uma brisa em desalento
no cair das folhas de outono
lágrima solidas e pálidas
passeiam em meus olhos o lamento
choro seco deste amor-abondono.
O vento suspira
o meu suspirar aspira
o vapor úmido da esperança
que fundo, descansa
no poço fundo da lembrança.
Ah, bem da verdade
ai, quanta saudade!
Está tudo às avessas!
Enquanto isto, você versa
sobre todos os profanos rituais
e mundanos roteiros teatrais
das muitas artes do coração
ritmos e danças da paixão.
Como se viver, meu amor
fosse para você
estancar rios, fontes e reter
sonho de qualquer matiz
apenas habitando
a intenção de querer,
e, no cotidino, se neganando,
aquilo que sempre se quis
que é se despir, que é se dispor.