Título: Três é família
Autor: Magalud
Categoria: Slash
Gênero: Drama, romance, fluff
Classificação: Forte em algumas partes
Personagens ou Casais: Harry Potter, Remus Lupin, Severus Snape
Resumo: Aparentemente, só Harry e seu pai estão contentes com a nova família.
Spoilers /Timeline: Começa antes dos livros
Disclaimer: O mundo de Harry Potter, seus personagens e paisagens são de propriedade de J.K. Rowling, Warner Bros., suas editoras e afiliadas. Nenhum lucro foi auferido pela criação dessa história, nem qualquer tipo de má-fé intencionada de qualquer maneira contra a autora ou os atores e atrizes que tão maravilhosamente deram vida a esses intrigantes personagens.
Data: 09/01/07
Tamanho: 16 mil palavras
Alertas: Harry é criança, mas não é chan
Agradecimentos: Ivi viu tudo sozinha. Ela é muito fofa!!
Nota:1 Esta fic é dentro do Universo Alternativo apresentado em "Pelo amor de Harry". Por favor, leia antes para não se sentir perdido neste universo. Passa-se antes de "Querido Papai Noel".
Nota 2: Agradecimentos especiais a Tach Black, que salvou a fic, mantendo timeframe e coerência na Poção Wolfsbane, que só foi descoberta pouco antes de 1993.

 

 

Capítulo 1 – A conversa no trem

 

 

Poucas coisas podiam ser mais excitantes para Harry Potter do que uma viagem no Expresso de Hogwarts. O garoto ainda não se cansara de nenhuma das novidades: de passar pela barreira invisível da Plataforma 9 ¾, do grande trem vermelho, das cabines do trem. Nem a chuva desanimava o garoto de seis anos e imensa energia. Seu pai adotivo, Remus Lupin, sorria para ele com grande afeição, quando os dois embarcaram no expresso, rumo à nova vida em Hogwarts.

 

Após resgatar Harry da vida abusiva que ele levava junto aos tios, Remus tinha sido contatado pelo Prof. Albus Dumbledore a respeito da guarda de Harry. Para surpresa do velho mago, o lobisomem tinha obtido a adoção legal do filho de James e Lily Potter. Para surpresa de ambos, Harry não só tinha se apegado a Remus instantaneamente como também logo se afeiçoara a ninguém menos do que Severus Snape, o sisudo Mestre de Poções de Hogwarts. Dito Mestre de Poções, contudo, estava bem menos sisudo e muito mais alegrinho desde que resolvera uma mágoa de anos com Remus. Os dois planejavam se unir assim que fosse possível, uma vez que Remus começaria no cargo de professor assistente do Trato de Criaturas Mágicas.

 

Enfim, uma vida nova esperava os dois em Hogwarts. Contudo, Remus tinha reservado essa viagem para tratar de conversas sérias com Harry.

 

– Alguma coisa do carrinho, queridos?

 

Harry olhou para Remus, os olhinhos brilhando. Remus sabia que ele jamais pediria qualquer coisa, graças ao tratamento horrível que tinha sido dado pelos Dursleys, mas desde que tinha sido apresentado aos sapos de chocolate, ele tinha desenvolvido uma loucura pelo doce. O lobisomem ainda disfarçou:

 

– Hum, isso poderia estragar o nosso apetite, não?

 

O menino tentou esconder a frustração. Remus sugeriu:

 

– Contudo, vamos precisar ter algo para a sobremesa, não é, Harry? Que tal uns sapos de chocolate?

 

O sorriso que o menino abriu fez Remus se derreter. Assim que a bruxa do carrinho se afastou, Remus indagou:

 

– Está gostando da viagem, Harry?

 

– Sim.

 

– Quer conversar um pouco? Tem algumas coisas que eu gostaria de discutir com você.

 

– Tá bom.

 

– Nossa vida em Hogwarts vai ser um pouco diferente do que viu até agora. Vamos morar na escola, num lugar parecido com o de Severus. Isso por um tempo, mas depois vamos nos mudar para os aposentos de Severus.

 

– É mesmo?

 

– É. Sabe, Harry, Severus e eu estivemos conversando e decidimos que nós nos gostamos muito. Então vamos nos casar e aí seremos uma família. Não vai ser legal?

 

– É! Aí ele vai ser meu papai também?

 

– Isso mesmo. Vai ser seu papai de verdade.

 

– Que legal, Papai Remus!

 

– Primeiro nós vamos ter que nos casar. Por isso nós compramos aquelas vestes de gala, lembra? Para a festa.

 

– Eu pensei que casamento fosse só entre papais e mamães.

 

– No mundo bruxo, isso é possível, Harry. Lá tem muita coisa nova. Se você ficar em dúvida sobre qualquer coisa, pode me perguntar, está bem?

 

– Tá bom. Papai Remus, quando vamos nos mudar para junto do Papai Severus?

 

– Ainda não sei direito, Harry. Depois do casamento, com certeza. E aí tenho impressão de que você vai descobrir uma coisa, Harry.

 

– O quê?

 

– Sabia que você é uma pessoa muito famosa no mundo mágico?

 

– Eu?

 

– Isso mesmo, você.

 

– Por quê?

 

– Ah, isso é uma história comprida. Quer que eu conte?

 

– Aham.

 

– Então eu vou explicar o que aconteceu quando você era um bebezinho e morava com seu pai e sua mãe. Você sabe que eles foram mortos por um bruxo das Trevas, não sabe?

 

– Sei.

 

– Pois na verdade, esse bruxo estava atrás de você. Ele veio até sua casa para matar você.

 

O menino arregalou os olhos:

 

– Eu?

 

– Isso mesmo. Mas ele foi matar você e sabe o que aconteceu? Ele não conseguiu. Todo mundo ficou muito espantado porque, quando Voldemort (esse é o nome do bruxo) decidia matar alguém, essa pessoa morria. Ele tinha decidido matar você, mas não conseguiu. Por isso você é chamado de O Menino-Que-Sobreviveu.

 

– Mas como eu não morri?

 

– Ninguém sabe ao certo como o feitiço falhou, Harry. O certo é que você derrotou Voldemort. Por isso você é famoso. Por isso você tem essa cicatriz na testa. Ela é uma cicatriz mágica, porque veio de uma maldição.

 

– Puxa...!

 

Remus sorriu e indagou:

 

– Você é um menino muito especial, Harry. Mas há gente que vai querer magoar você por causa disso. Eu vou tentar proteger você o máximo que puder, mas talvez eles consigam chatear você. Se isso acontecer, quero que venha para mim, está bem? Vamos resolver isso tudo juntos.

 

– Tá bom, Papai Remus.

 

– Então, está animado em se mudar para Hogwarts? Para um novo lar, uma nova família?

 

– Sim! – Ele praticamente pulava no banco do trem. – Com mágica!

 

Remus o abraçou, encantado com a espontaneidade do menino. Harry não tinha espaço para crescer nos Dursley, e agora, vendo-o florescer assim, Remus sentia cada vez mais que tomara a decisão correta.

 

Capítulo 2 – Bem-vindo a Hogwarts

 

– Você falou com ele?

 

– Claro que sim.

 

– Pena que ele não agüentou ficar acordado. Ia adorar a carruagem.

 

Remus e Severus falavam baixo, nos seus aposentos nas masmorras de Hogwarts, quando chegaram à escola. Assim que Remus e Harry desembarcaram em Hogsmeade, Severus estava na estação de trem, esperando os dois com uma carruagem de Hogwarts. Remus desembarcara com um Harry adormecido nos braços, no meio da noite.

 

Severus se ocupava dos embrulhos encolhidos que eram a mudança dos dois. Eles ainda tinham uns três dias antes que as aulas começassem, então daria tempo de arrumar tudo com calma.

 

Tudo o que Severus fez para preparar a chegada de sua família foi abrir os espaços que seriam mais necessários. Um deles foi criar um quarto espaçoso para Harry, enquanto o quarto principal apenas foi ampliado, a exemplo do escritório. Mas, por enquanto, Remus e Harry estariam alojados em aposentos temporários, ali ao lado.

 

– Albus disse que pode fazer a cerimônia amanhã à noite – adiantou Severus. – Ele conhece um oficial do Ministério para cuidar da papelada e testemunhar a cerimônia. Ele garantiu tentar manter tudo em segredo o máximo possível.

 

– Mas e a situação de Harry?

 

– Bom, a adoção é um processo público. Mas, para ter certeza, Albus consultou um amigo no Ministério. Segundo esse funcionário, se a adoção Muggle já tiver sido concedida, apenas algo muito grave impediria tal concessão também no mundo bruxo.

 

Remus olhou a expressão de Severus e concluiu:

 

– Você quer dizer algo como a minha condição de lobisomem, é isso?

 

– Precisamente. Como você vai se casar, porém, normalmente as autoridades podem relevar essa condição.

 

Remus sorriu, pegando as mãos de Severus:

 

– Então vamos nos casar mesmo?

 

– Está pensando em mudar de idéia?

 

– Não. Só queria ter certeza de que você não ia querer mudar de idéia. Sabe, um lobisomem, ainda mais com um menino... E você odeia crianças.

 

Severus se aproximou dele, abraçando-o, com um risinho:

 

– Oh, bem. Harry não é uma criança qualquer. Ele está bem.

 

– Está muito animado com tantas coisas novas.

 

– Marquei um exame médico para ele. Logo após o café.

 

– Muito bom. Mas ele está muito bem, não se preocupe.

 

– E ele dorme profundamente?

 

– Oh, sim – riu-se Remus, puxando Severus para perto de seu corpo. – De qualquer modo, eu coloquei um pequeno feitiço nele. Se acordar, eu saberei.

 

– Isso é bom. Vou precisar aprender esse feitiço. Porque eu não quero o pestinha interrompendo nossas atividades...

 

Os olhos de Remus brilharam, e ele repetiu, com cara de tudo, menos inocente:

 

– Atividades?

 

– Atividades como essa que eu quero agora.

 

Empurrou Remus contra a parede, colando os lábios nele. O lobisomem sentiu o impacto da parede contra suas costas, bem como a pressão de uma ereção contra a sua. Mas gemeu diante do ataque de Severus aos seus lábios, das mãos elegantes passeando pelo seu corpo, acendendo-o:

 

– Oh, senti sua falta, Severus... Mal podia esperar por isso.

 

– Cala a boca e me beija.

 

Remus obedeceu sem pestanejar, e Severus usou um feitiço não-verbal para deixar Remus completamente nu. O contato da pele nua com a parede fria fez o lobisomem estremecer e partir para cima do Mestre de Poções com disposição redobrada. A temperatura aumentava rapidamente, as mãos percorriam os corpos, e certos sinais inequívocos de desejo começavam a se tornar evidentes.

 

De repente, os papéis se inverteram, e era Severus contra a parede, sendo esmagado por um lobisomem cheio de amor para dar.

 

– Hum... Que cheiro...

 

– Eu tenho um cheiro?

 

– Cheiro de parceiro. Cheiro de matilha. – Remus fungava pelo pescoço dele, meio lambendo, meio arfando. – Cheiro de meu.

 

– Sim... – Severus revirou os olhos. – Seu... Só seu... Remus, por favor...

 

O lobisomem atacou-o com um beijo faminto, quase violento. Aquilo era, na verdade, tão excitante quanto relaxante para Severus. Era uma prova de que Remus o desejava mesmo. Porque ele queria Remus tanto que às vezes isso o assustava. Era uma vulnerabilidade, e ele não podia se dar ao luxo de tê-las.

 

Mas Remus era o que importava. Quando Remus finalmente parou de beijá-lo, ele viu os lábios inchados, vermelhos. Ele não pôde resistir ao impulso de tocar aqueles lábios. Num movimento rápido, Remus agarrou o pulso de Severus e o segurou firme. Então ele fez algo que totalmente alucinou Severus: ele separou dois de seus dedos e os pôs na boca, sem tirar seus olhos de Severus. O Mestre de Poções viu aqueles olhos escurecendo de tanto desejo, fixos nos dele enquanto ele chupava e lambia os dedos como se fossem um pirulito. Ou melhor: como se fossem a ereção que ameaçava explodir entre as pernas de Severus.

 

Sem largar os dedos, Remus usou as mãos para começar a erguer as vestes de Severus, e enfiou a coxa entre suas pernas. Agarrou o quadril de Severus e puxou-o. Louco de desejo, Severus começou a se esfregar na perna de Remus, e não conseguiu conter os gemidos. Remus, por sua vez, respondeu entusiasmado ao convite.

 

De repente, incapaz de resistir, ele virou Severus violentamente, ao mesmo tempo em que usava um feitiço não-verbal para também retirar as roupas dele. Severus sentiu a pedra fria contra seu peito, enquanto Remus não perdia tempo em se encaixar atrás dele e introduzir um dos dedos na sua abertura.

 

Severus prendeu a respiração, as sensações aumentando. Remus usou outro feitiço para lubrificação, puxou os quadris de Severus e simplesmente posicionou-se na sua entrada. Não se mexeu. O Mestre de Poções ofegava, ardente.

 

– Você quer, Severus?

 

– Remus...! Por favor...!

 

– Não estou ouvindo. Você quer ou não?

 

– Sim, Remus, por favor!!

 

– Então você é meu?

 

– Só seu, Remus!!

 

Então Remus entrou, de uma vez só, sem aviso, e Severus quase urrou de prazer. Ele se virou no exato momento que seu futuro marido recuou para dar uma nova estocada. Por um segundo, Severus observou o rosto de Remus avermelhado de desejo, os lábios inchados de tanto beijar, o cabelo desalinhado, a linha de suor fazendo o rosto brilhar. Uma grande onda de desejo percorreu seu corpo. O lobisomem parecia um anjo caído, um coroinha devasso, ainda mais quando ele parecia ter encontrado exatamente o que estava procurando, com suas estocadas fundas e rápidas.

 

Ao sentir seu botãozinho profundo sendo estimulado, Severus jogou a cabeça para trás e ia soltar um grito enorme, mas Remus tapou-lhe a boca, grunhindo algo sem perder o ritmo. Quando a outra mão encontrou a ereção de Severus, esmagada contra a parede de pedra, aí o Mestre de Poções perdeu o controle e gozou violentamente, os gritos abafados sob a mão de Remus, o líquido escorrendo entre as mãos do lobisomem e a parede.

 

O corpo contraído de Severus trouxe conseqüências imediatas a Remus, que sentiu seu membro ser espremido pelos músculos retesados do parceiro, precipitando também seu orgasmo. Lembrando-se de Harry, ele conseguiu não urrar de prazer, mas o grito abafado quase precipitou nova onda de prazer a Severus.

 

Os dois tentaram se apoiar à parede, as pernas trêmulas, a respiração ainda em golfadas, os corpos unidos. Remus murmurou o feitiço de limpeza. Severus procurou tomar fôlego.

 

– Se é assim que você vai me receber toda vez que eu chegar, voltarei cedo mais vezes.

 

– Bem-vindo a Hogwarts.