Estimação

Denise Aparecida Botter

Clélia Maria de Castro Toloi

Gilberto Alvarenga Paula

Objetivo: Estimar uma proporção p

Tipos de Estimação

Exemplos

  • p: proporção de alunos da USP que foram ao teatro pelo menos uma vez no último mês;

    p: proporção de estudantes de 1o grau do estado de São Paulo que necessitam de algum tratamento Fonoaudiológico;

    p: proporção de veículos cadastrados no Detran de São Paulo fabricados até o ano passado que estejam emitindo monóxido de carbono acima do permitido;

    p: proporção de eleitores que votaram num de determinado candidato na última eleição;

    p: proporção de eleitores da cidade de São Paulo que votariam num determinado candidato a prefeito se a eleição fosse hoje;

    p: proporção de domicílios brasileiros com microcomputador.

  • Considere

  • p: proporção de alunos da USP que foram ao teatro pelo menos uma vez no último mês.

    Seja

    k: número de estudantes que numa pesquisa responderam "sim" dentre n entrevistados.

    Estimativa Pontual

  • Suponha que foram entrevistados n=500 estudantes e que k=100 afirmaram que foram ao teatro pelo menos uma vez no último mês. Então, a estimativa pontual fica dada por

     

    Ou seja, 20% dos estudantes afirmaram que foram ao teatro pelo menos uma vez.

     

  • Estimativa Intervalar

  • onde:

    e : erro ou margem de erro.

    Afirma-se ainda que a estimativa intervalar tem coeficiente de confiança g = P(e ).

  • P(e ) : probabilidade da estimativa pontual estar a uma distância de no máximo e da proporção verdadeira.
  • Formalmente,

    que pode ser escrito na forma

    Supondo que K ~ B(n,p) temos que para n grande) a variável aleatória tem distribuição N(0,1). Assim, para n grande

    onde Z ~ N(0,1).

     

    Chamando temos que P(e ) = P{ -z £ Z £ z }. Assim, podemos obter z conhecendo P(e ).

    Podemos também mostrar que o tamanho amostral n dados z e a margem de erro e fica dado por

    De forma similar podemos mostrar que o erro e é dado por

    Note que dado P(e ) podemos obter facilmente z pela tabela normal através da relação

    P(e ) = 2A(z)-1, z ³ 0

    onde A(z) = P(Z £ z). Segue abaixo alguns exemplos

    P(e ) = 0,954 Þ z=2,00

    P(e ) = 0,950 Þ z=1,96

    P(e ) = 0,900 Þ z=1,65

     

     

     

     

    Exemplo da USP

    Vamos supor que temos k=100 e n=500. Qual é a probabilidade da estimativa pontual estar a uma distância de no máximo 3% proporção verdadeira?

    Dados no problema: n=500

    e =0,03

    Como p é desconhecido utilizamos a estimativa no lugar de p. Para obter P(e ) precisamos conhecer z que depende de e e de p.

     

     

     

    Cálculo de z:

     

    Logo, obtemos

  • P(e ) = 2A(z) - 1

    = 2A(1,68) - 1

    = 2x0,953 - 1

    = 0,906 (90,6%)

  • Como vimos anteriormente o tamanho amostral que garante a confiabilidade P(e ) e erro e é dado por

    que depende de p(1-p). Para eliminarmos p(1-p) da expressão acima, substituimos esse valor pelo seu máximo, que é . Assim, trabalha-se na prática com um n maior que o necessário

    Exemplo da USP

    Quantos estudantes precisamos consultar de modo que a estimativa pontual esteja no máximo a 2% da proporção verdadeira com uma probabilidade aproximada de 0,95 ?

    Dados no problema: e =0,02

    P(e )=0,95 Þ z=1,96

    Então,

    = 2401 estudantes

     

     

    Pergunta: é possível reduzir o tamanho da amostra quando tem-se alguma informação a respeito de p?

     

    Por exemplo, sabemos que

    p não é superior a 0,30

    p é pelo menos 0,80

    p está entre 0,30 e 0,60

     

    Resposta: depende da informação sobre p. Em alguns casos poderemos substituir a expressão p(1-p) que aparece na expressão de n por um valor menor que 0,25.

     

     

     

    Vamos construir a Figura 7.1(p. 126 do texto). No eixo X (abcissa) temos os valores de p e no eixo Y (ordenada) temos os valores de p(1-p). Segue abaixo alguns valores:

     

    p p(1-p)
    0,10 0,09
    0,20 0,16
    0,30 0,21
    0,40 0,24
    0,50 0,25
    0,60 0,24
    0,70 0,21
    0,80 0,16
    0,90 0,09

     

     

    Podemos notar pela figura o seguinte:

     

    Na fórmula de n substituimos p(1-p) pelo seu valor máximo. Se p varia no intervalo [0,1] então

     

     

    Porém, se p é no máximo 0,30 (p£ 0,30) então o máximo de p(1-p) é dado por 0,3x0,7=0,21. Logo, reduzimos n para

    Se p é pelo menos 0,80 (p³ 0,80) então o máximo de p(1-p) é dado por 0,8x0,2=0,16. Logo, temos

    Por outro lado, se 0,30£ p£ 0,60 o máximo de p(1-p) é dado por 0,5x0,5=0,25 e portanto

    não havendo nenhuma redução nesse caso.

    Exemplo da USP

    Temos a informação de que no máximo 30% dos alunos da USP foram ao teatro no último mês. Logo, temos que p£ 0,30 e como vimos anteriormente o máximo de p(1-p) nesse caso é dado por 0,21. Assim, precisamos consultar

    = 2017 estudantes

    Uma redução de 2401-2017=384 estudantes.

  • Estimativa Intervalar
  • A estimativa intervalar para p tem a forma

    onde

    Na prática substituimos p por obtendo a estimativa intervalar

    Exemplo da USP

    Temos que e . Vamos obter uma estimativa intervalar de coeficiente g =0,95 para p. Logo P(e ) = 0,95 Þ z=1,96. Essa estimativa é dada por

    =

    =

    [0,20-0,035; 0,20 +0,035] =

    [0,165; 0,235]