Enfim, Sós
Uma brisa forte soprava naquele fim de tarde.
O céu estava rosado, com algumas nuvens alaranjadas e os galhos
das árvores balançavam como se estivessem dançando
ao som do vento, exalando um delicioso cheiro de natureza.
"Yuki... porque demora tanto? Já estou
em frente à janela há meia hora e você não aparece...".
Touya andava de um lado para outro, preocupado
com o que teria acontecido com seu namorado. Yukito não havia dito
que horas chegaria, porém Kinomoto já havia percebido que
sempre chegava em torno das seis, estando assim, atrasado trinta minutos.
O belo garoto de cabelos negros sentou-se no sofá
e mergulhou em seus pensamentos. Apesar de estar um pouco chateado com
a demora de Tsukishiro, sentia-se feliz porque teriam, não apenas
o fim de tarde, mas também a noite inteira para estarem juntos,
pois Sakura havia ido para a casa de Tomoyo e iria passar a noite lá
e seu pai estava em Tokyo a trabalho e só voltaria daqui a dois
dias.
"A monstrenga e o papai estão fora...
vamos ficar sozinhos... dormir aqui... só nós dois... finalm...".
A campainha o interrompeu. Yukito havia chegado.
-
Olá, To-ya! Desculpe-me pela demora. Tive
qu...
Kinomoto beijou-lhe os lábios suavemente,
impedindo-o de continuar.
-
Estava preocupado. Pensei que não viesse mais...
-
Eu jamais deixaria de vir. – Retrucou dando um lindo
sorriso.
Touya retribuiu o sorriso e fez sinal para que Yukito
o seguisse até o quarto. Tsukishiro acompanhou em silêncio
seu namorado. Enquanto subiam a escada, o observava atentamente. Seu olhar
com ar misterioso, a voz calma, o sorriso encantador. E o charme estava
presente em todos os gestos que ele fazia.
-
Você já estudou alguma coisa hoje? –
Yukito resolveu interromper o silêncio.
-
Ainda não, estava te esperando.
-
E se eu não viesse, você não
iria estudar?
-
Não. Você sabe que sou péssimo
em matemática.
Yukito deixou escapar uma risada. Com certeza sabia
como Touya tinha dificuldade nessa matéria que, por coincidência,
era sua preferida.
-
Tudo bem, To-ya! Vamos logo que temos muita coisa
para estudar!
Kinomoto assentiu com a cabeça e abriu a porta
do quarto e então os dois entraram. Tsukishiro sentou-se na cadeira
junto à escrivaninha, de frente para Touya que havia se sentado
na cama. Começaram a estudar, e Kinomoto se esforçou para
não pensar no que fariam quando terminassem. Lembrou do dia em que
conheceu Yukito: Tinha acordado mau-humorado, entediado. Ainda não
havia feito muitos amigos e achava que a aula seria uma chatice, como tudo
naquela cidade. Afinal de contas, Kaho já havia partido, e ele ainda
não a esquecera. Chegou no colégio antes da aula começar
e quando entrou na sala e viu Tsukishiro, seu coração falhou
uma batida. Ele não ligou muito para isso, só depois de mais
ou menos meio ano, percebeu que havia se apaixonado por seu melhor amigo.
-
Ãh? – Resmungou, ainda meio distraído.
-
Passei um exercício para você resolver
e ainda nem começou a fazê-lo!
-
Ah... Gomenasai! Prometo prestar atenção
de agora em diante!
-
No que você estava pensando?
-
Er... nada não, Yuki! Tava só me lembrando
de umas coisas...
Tsukishiro sorriu:
-
Tudo bem, vamos continuar.
*****************
Depois de três horas seguidas de estudo,
resolveram parar para comer algo.
Na cozinha, prepararam um chá e comeram
alguns pacotes de biscoitos.
-
Hum... Esses biscoitos estão uma delícia!
Foi seu pai que fez, To-ya?
-
Seu pai cozinha muito bem! E você também
tem talento para cozinhar. Tudo que você faz fica muito gostoso!
-
Er... Obrigado. Aprendi com papai.
Acabaram de lanchar e voltaram para o quarto.
Kinomoto jogou-se na cama e ficou em silêncio,
olhando o teto por alguns segundos e suspirou:
-
Ah, quer saber de uma coisa?
-
Não estou mais a fim de estudar hoje. Já
estou de saco cheio!
-
Mas ainda falta muita coisa para você estudar!
-
Ah... Não esquenta! Ainda falta uma semana
prá prova, tenho muito tempo! – Touya deu um meio sorriso – Vem
aqui, vem!
Tsukishiro sorriu e obedeceu imediatamente, deitando-se
ao lado de Kinomoto, que o abraçou bem forte e depois beijou levemente
seus lábios.
-
Sabe, Yuki? - Touya estava sério e seus olhos
brilhavam como estrelas na escuridão da noite.
-
Antes de a Kaho ir embora, disse que quando voltasse
nós dois estaríamos apaixonados por outras pessoas. – Touya
fez uma pausa por alguns segundos – Por muito tempo, eu não acreditei,
não entendia por quê ela havia dito aquilo. Mas depois que
você chegou... tudo começou a fazer sentido. Você foi
a melhor coisa que me aconteceu desde que cheguei nessa cidade...
-
Posso dizer a mesma coisa de você.
-
... e eu queria te agradecer por isso.
-
Ah, To-ya, você não precisa me agradecer...
-
Preciso sim. Obrigado por ter aceitado meu amor e
por retribuí-lo. Obrigado por não ter me julgado, por ser
sincero e por estar comigo agora.
-
Eu também te amo, To-ya. – Disse Tsukishiro,
quase sussurrando, parecendo ler os pensamentos de seu namorado.
Chegou bem perto do rosto de Touya, podendo sentir
sua respiração. Tirou os óculos e tomou-o em seus
braços, beijando-o doce, porém, intensamente.
Certamente, essa noite seria inesquecível.
Era maravilhoso estar sozinho com a pessoa amada, trocando carícias,
declarações e sentir-se seguro em seus braços, como
se nada de mal pudesse acontecer enquanto estivessem juntos.
Ambos estavam muito nervosos. Seus corpos estavam
trêmulos, suando frio, contudo, seu desejo crescia a cada beijo,
fazendo com que intensificassem cada vez mais as carícias. Yukito
estremecia quando sentia que mais um botão de sua camisa estava
sendo aberto, e Touya, ao tira-la do corpo de seu namorado, beijou-lhe
os lábios e logo depois, o pescoço, descendo para o peito
nu, sugando um dos mamilos. Tsukishiro dava pequenos gemidos de prazer,
deixando Kinomoto ainda mais excitado.
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!!!
-
Ah, deixa tocar... – murmurou Kinomoto.
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!!!
Touya fechou a cara e foi até a sala.
-
Droga! Logo agora... – Atendeu ao telefone – Moshi
moshi?
-
Está tudo bem por aí? Está
precisando de alguma coisa? Sakura está bem?
-
Calma... tá tudo bem e não estou precisando
de nada, pode deixar. A monstrenga foi para a casa de Tomoyo, disse que
vai passar a noite lá.
-
E você está sozinho aí, meu
filho?
-
Não, pai. Yukito vai dormir aqui esta noite,
temos prova semana que vem.
-
Está bem, daqui a dois dias estou voltando.
Qualquer coisa, me liga!
-
Tá bom, pai. Pode ficar sossegado. Tchau!
Kinomoto voltou irritado para o quarto.
-
Papai. Queria saber se estava tudo bem.
-
Ah, To-ya! Não fique assim...
Tsukishiro abraçou seu namorado por trás,
ao mesmo tempo em que desabotoava sua camisa e apalpava o abdômen
definido de Touya.
-
Agora é a minha vez... – sussurrou no ouvido
de Kinomoto, puxando-o para a cama.
Yukito mordiscou a orelha de Touya e deu um leve
gemido quando percebeu que as mãos ainda trêmulas dele desabotoavam
sua calça. Então, reagiu dando um meio sorriso e beijou seu
namorado de maneira intensa e sedutora.
Kinomoto estava completamente entregue às
carícias de Tsukishiro e o desejava cada vez mais, à medida
que sentia um calor vindo de seu baixo ventre, então deu um beijo
quase que desesperado nos lábios de seu namorado.
-
Yuki, eu quero você... – Murmurou, ainda com
os lábios juntos aos de Yukito.
-
Então vem... – Sua resposta foi quase um gemido,
enquanto abria o zíper da bermuda de Touya.
Kinomoto sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo.
Sonhava com esse dia a muito tempo, e finalmente o sonho se tornaria realidade.
Então, abraçou firme e carinhosamente o corpo nu de seu namorado
e o beijou novamente, agora com mais ímpeto.
Foi então que Touya ouviu o barulho.
-
Touya! Cheguei!Cadê você?
Era Sakura. Touya assustou-se e enrolou-se em uma
toalha.
-
Yuki, entre no banheiro e ligue o chuveiro, rápido!
-
Está bem... – Disse Yukito indo em direção
ao banheiro, ainda meio paralisado por causa do susto.
Kinomoto ficou completamente aborrecido com essa
mudança de planos de sua irmãzinha, mas não podia
demonstrar sua fúria, pois Sakura não sabia de nada. E era
melhor continuar sem saber.
-
Estou aqui no meu quarto! Você não ia
dormir na casa da Tomoyo?
-
Hai, mas me lembrei que preciso terminar de fazer
um trabalho para entregar amanhã, então resolvi voltar. Você
está tomando banho?
-
Não, é o Yuki! Ele vai dormir aqui!
-
Yukito?! Ai, que bom! Vou preparar um lanchinho para
vocês e levo aí em cima daqui a pouco!
"Ah, essa monstrenga não desiste...".
*************
-
Oi, Sakura! Obrigado pelo lanche. Eu estava mesmo
com fome.
-
O seu apetite é incrível... – Resmungou
Touya querendo implicar com Tsukishiro.
Yukito inclinou-se na direção de Kinomoto
e sussurrou para que Sakura não ouvisse:
Miaka Yuuki Mar/01
Não seja tímido(a), qualquer coisa,
mande-me um e-mail!
miaka_yuuki_monozuki@yahoo.com.br
**********
Estes personagens não pertencem a mim,
a série Card Captor Sakura pertence a CLAMP e Cia.
Esta fanfic é minha, portanto, se eu encontra-la em HP’s que não
tiveram minha autorização para posta-la, os responsáveis
estarão muito encrencados! ò__ó