Água
Continuação de Gelo e Fogo


Por Jade



Hiei se remexeu um pouco nas cobertas, o sol já entrava pela fresta aberta da janela, ele esticou os braços e sentiu o corpo do ningen ao seu lado. Era sábado, finalmente, Kurama não teria que ir para a faculdade, nem estudar, Hiei poderia se divertir a vontade com sua raposa.

O demônio de Fogo passou a mão pelo cabelo de Kurama, tão macio, tão incrivelmente cheiroso...

- Bom dia!! Kurama acordou, virando e encarando o seu amante com um sorriso.

- Bom dia, dormiu bem? Hiei ainda não se acostumara com a beleza da raposa, ate meio adormecido ela não deixava de ser linda, sexy...

- Você sabe que sim, foi você mesmo que me deixou exausto.

- Se quiser eu posso te deixar exausto por uma semana. Hiei sorriu, um sorriso safado, o canto de seus olhos brilhavam enquanto ele puxava seu namorado para mais perto.

- Eu vou adorar! Que hora são?

- 10:30. Hiei respondeu depois de ler os números no relógio barulhento, um dia ele ainda jogava aquilo fora.

- DROGA!!!!! !!!! Eu tô atrasado!

- Atrasado, você não tem aula hoje.

- Eu sei, mais eu combinei de ir na casa do Shun estudar.

- Na casa de quem? Hiei tinha pulado da cama junto com Kurama, que jogara todas as cobertas para cima e já se fechara no banheiro.

- Do Shun, o garoto da armadura...

Hiei achou que ia destruir a porta tamanha a força do soco que deu nela, não era possível, o único dia que Kurama tinha só pra os dois e ele ia estudar? E o pior, com aquele amigo esquisito?

- Você não pode, e eu? Hiei, estava parado na frente da porta do banheiro, sua voz tinha saído um tanto quando manhosa.

- Como assim e você? Kurama abria a porta para falar melhor com o youkai..

- Como é que eu fico, eu achei que a gente ai ficar junto hoje.

- Sorry Baby, sabe o que é? Eu realmente não sei nada de mitologia grega, nossa matéria da prova de filosofia, e o Shun é muito bom nisso, ele vai me dar uma força.

Hiei achou melhor sair dali, ia acabar batendo em Kurama se continuasse a olhar a cara de pau daquele Youko. Então era assim, Kurama ia fazer o que bem entendia com o dia que era dos dois? E o pior, é que o domingo nem dava pra aproveitar, ou a raposa ia na casa da mãe, ou eles iam passear, ou fazer algum programa ningen.

Hiei saltou para a janela, colocando as botas e jogando o sobretudo por cima das roupas.

- Aonde você vai?

- Não é da sua conta!

O demônio do fogo foi embora, pulando para a arvore do lado de fora do prédio, sem dar tempo a Kurama de fazer alguma coisa.
 


*********

- Nem pensar, você não vai ficar aqui não, o Shuichi vem estudar e eu quero paz.

Shun estava tentando fazer Hyoga sair da cama, tinha combinado de estudar para a prova com o amigo da faculdade e logo, logo ele estaria ali.

- Eu não vou, é sábado e eu quero dormir ate mais tarde.

- Nem pensar, o Minamino é super organizado, o que ele vai pensar se vir essa bagunça?

- O que ele vai pensar é problema dele, o que eu tenho com isso?

Shun puxou os lençóis com mais força, fazendo Hyoga rolar e cair no chão, o cavaleiro de Cisne se levantou com a risada do amante.

- Eu disse pra você sair. Shun ria mais ainda da cara brava de Hyoga.

- Muito engraçado Shun, depois não vai ficar bravinho quando eu fizer o mesmo.

- Você já faz, o problema é que você é muito espaçoso.

- Eu?

- É, você, agora vai se trocar, não fica bem você só de cueca pela casa.

- Eu achei que gostasse.

- E só por isso você vai ficar se exibindo? Anda, vai se trocar.

Agora sim Hyoga estava contrariado, alem de não poder ficar na cama, sua cama, seu namorado tinha virado mãe? Tudo bem que eles prometeram cuidar um do outro, mais aquilo era ridículo.

O cavaleiro de Cisne vestiu a calça jeans meio batida que ele adorava e uma camisa branca, meio transparente.

- A que horas que o seu amigo vai chegar?

(barulho de campainha)

- Agora! Shun sorriu e foi abrir a porta. - Shuichi, que bom que chegou, foi difícil de achar o lugar?

Kurama balançou a cabeça, sorrindo para Shun, e depois acenou para Hyoga, que saia do quarto e presenciava a cena.

- Vamos, entre. Você quer tomar alguma coisa?

- Não, estou bem. Acho melhor a gente começar logo, eu não queria demorar!

- Compromisso?

- É, pode se dizer que sim.

Os dois se sentaram na mesa da sala, vários livros abertos, com figuras de vários deuses, inclusive a de Atena. Hyoga riu, imaginando como Shun começaria a aula:

" Essa é Atena, que alias, é uma pessoa ótima. Ela anda de rolo com um amigo meu, o Seiya, que não tem nada a ver com os deuses, mais que junto com o santuário, e os cavaleiro de ouro protege a ela, assim como eu, se você quiser eu posso ate ligar pra ela e pro Possêidon também, vai adorar conhece-los." ponto final, ou Shuichi caia na gargalhada ou acha que Shun era um maluco e sai correndo da casa.

- Você vai ficar ai? Hyoga saiu de seus pensamentos com a pergunta de Shun, ele ainda estava parado na porta do quarto olhando para os dois.

- Não, eu vou dar uma volta!

O cavaleiro de Cisne saiu contra sua vontade, mais era melhor assim, ao menos não faria daquele idiota do Shuichi, que o fizera sair da cama tão cedo e que era tão adorado por Shun, um cubo de gelo.
 


***********

Hiei tinha seguido Kurama até a casa do amigo da raposa, estava parado, encostado em um poste, de braços cruzados apenas olhando para o outro lado da rua, esperando Kurama sair. Iria leva-lo para casa e fazer aquela raposa implorar por perdão, só os pensamentos já o faziam sorrir antecipadamente.

Por um momento Hiei fechou os olhos, imaginando Kurama nu, deitado na cama, implorando por carinho, por amor... que ele iria dar, mais não tão fácil.

Ele foi tirado de seus pensamentos pelo barulho do portão do prédio onde Kurama tinha entrado, porem para decepção do demônio de fogo quem saia não era seu amante e sim uma figura detestável. Assim que viu o ningen loiro olhando em sua direção fechou mais a cara, mostrando os caninos afiados enquanto franzia o cenho.
 


**********

Hyoga tinha saído do apartamento mais não desistira de ficar de olho em Shun com aquele amigo, por alguma razão aquela amizade o incomodava profundamente, e agora que tinha chegado a rua, viu a sua frente a ultima pessoa que queria encontrar, o dia já estava por demais cansativo.

"Então os dois estão aqui? Eu sabia, ai tem coisa" Hyoga pensou atravessando a rua e indo em direção a Hiei.

- Você por aqui? Por que será que eu não estou surpreso?

- ......................

- Vai ficar calado?

Hiei não estava nem um pouco interessado naquela conversa, com certeza Kurama ficaria puto se ele fizesse alguma coisa, já bastava a bronca que tinha levado antes. Hiei olhou para cima como se procurando pela raposa, queria saber onde ela estava o que estava fazendo....

Ele deu um pulo para frente, da rua era possível ver os dois andando por dentro da casa. Hiei apontou para a parte da casa aonde os dois tinham ido.

- O que tem lá? Hiei perguntou.

- É o quarto, meu quarto. Hyoga seguiu o braço de Hiei e olhou para os dois conversando e rindo. O sorriso deles era muito parecido, alem dos olhos verdes. Eles passavam pela sala, e a grande janela deixava que quem estava na rua visse o movimento dentro do apê.

Logo depois Shun se aproximou da janela fechando o vidro e depois a cortina. Hiei pulou para cima do poste e logo depois para a varanda do apartamento. Devido a sua audição aguçada ele pode ouvir os risos que vinham de dentro do quarto. O youkai voltou para a rua, sua vontade era queimar tudo ali, ele nem tinha percebido o olhar surpreso de Hyoga atras dele.

- Você foi rápido. O cavaleiro sorria deixando Hiei um pouco embaraçado. -O que você viu lá?

- Vai ver você mesmo se quiser...

- Não precisa, eu acho que já sei...

- ..........................

- Eu não sei por que mais eu suspeitava, afinal eles são tão parecidos. - Quer saber? Você bebe?

- Hã?

- É melhor do que ficar aqui, tem um bar aqui perto , eu pago.

Hyoga saiu na frente, andando com as mãos no bolso e a cabeça baixa. Hiei arrumou a katana embaixo da roupa e seguiu o nigen de perto. Não gostava muito dele, mais com certeza a melhor coisa no momento era sair dali ou acabaria pondo fogo no bairro inteiro.

Os dois andaram por 4 ou 5 quadras até chegar ao lugar onde Hyoga queria ir, era um lugar reservado, sem muita gente, primeiro porque era pequeno e segundo por que ainda era muito cedo. Os dois sentaram no balcão e logo um garçom veio atende-los.

- O que você bebe?

- Qualquer coisa.

- Eu quero algo forte, tirar esses pensamentos da minha cabeça.

Hiei concordou e Hyoga pediu uma garrafa de saque, dizendo que era só para começar.

Duas horas depois haviam espalhadas sobre o balcão mais de 10 garrafas. Hiei se apoiava no ombro do ningen, seu rosto vermelho mostrava que ele tinha bebido pelo menos metade de tudo aquilo, os dois falavam alto, sem se preocupar com o que diziam ou com quem ouvia.

- Eu tinha certeza, deste o primeiro dia. Aquele traidor vai me pagar.

- Pior o Kurama, ele e aquelas promessas de amor eterno, uma vez raposa sempre raposa.

- Quem???

- O Kurama, droga, o amante do seu amante, o meu amante.

- Hááááá.............

- O que eu vou fazer agora?

Hiei abaixou a cabeça e se sentiu meio tonto, debruçando em cima de Hyoga, ele levantou a cabeça encontrando os olhos azuis e bêbados do nigen.

- Sabe, ick, Hiei, eu não gosto de você, mais vou te dar uma dica. Vingança!!

Os olhos de Hiei brilharam, ele adorava aquela palavra, ainda mais quando se sentia no direito de te-la. Porem não conseguia imaginar nada, matar Kurama estava fora de questão, jamais faria isso por mais que doesse.

- Mais como?

- Não sei, pensa na primeira coisa que o Shuichi odiaria que você fizesse.

- Não sei, a essas alturas acho que só se eu matasse alguem, afinal ele esta sempre se preocupando com isso, sempre me enchendo, sempre dizendo não faça isso, não faça aquilo, não mate ninguém...

- O Shun também, ele não gosta muito de lutas. Droga até nisso!

- O Kurama gosta de luta, bom pra falar a verdade, mais o youko que o Kurama.

- Vocês tem uns apelidos muito estranhos, de qualquer forma essa vai ser a vingança, vamos lutar, eu prometi que a gente ia resolver nossos problemas, não prometi?

Hiei estava gostando daquela idéia, seu sangue estava quente, sua boca seca e a cabeça parecia rodar em mil direções, mais a imagem de Kurama rindo, deitado com aquele humano se firmava na imaginação do pequeno youkai. Ele não tinha visto nda, mais precisava? Conhecia Kurama muito bem, sabia do que ele era capaz.

- Aonde?

- Não sei. Mas eles vão ter que saber.

- Eu tive uma idéia, no parque, está cheio de gente lá.

- Não, a gente não pode ferir ninguém, ninguém alem da gente. É um juramento meu. Algo pessoal.

Hyoga jogou o dinheiro na mesa e saiu dali abraçado com Hiei, ele pensava que aquela luta não seria exatamente o modo mais exato de se vingar, mais ele daria um jeito, estava bêbado o bastante para fazer uma loucura, mais não o sufiente para se arrepender mais tarde. De repente Hiei parou, olhando para Hyoga profundamente se lembrando da conversa que acabavam de ter.

- Eu também não gosto de você.

Hyoga riu e os dois seguiram caminho até o parque. O lugar onde eles resolveram lutar ficava perto do lago, no meio de algumas árvores que deixavam o lugar escuro. Algumas pessoas passavam do outro lado do lago, gente suficiente para testemunhar aquilo. Logo toda a cidade saberia.

- Você prometeu que ia lutar comigo outra vez, muito bem, vai ser aqui.

- Como você quiser baixinho, mas tem uma coisa, dessa vez você não vai usar a espada porque eu estou sem minha armadura. Se não for assim a luta vai acabar muito rápido.

- Muito bem, eu tenho o Dragão Negro.

- Que Dragão, a minha deusa, então alem de te apresentar o Ikki vou ter que apresentar o Shiryu também? Você me surpreende a cada instante.

Hyoga ficou meio tonto, de repente a bebida parece subir, sentou no chão e levou as mãos na cabeça, ele só ficou de pé depois de fazer muito esforço e ter a ajuda do tronco de uma árvore. Era certeza, estava completamente bêbado. Nunca se sentira assim tão mal o estado psicológico se juntava ao físico.

Os dois se colocaram em posição de combate, Hiei tinha tirado a capa e junto com ela, jogara no chão a espada. O youkai fixou os olhos no adversário, ele era tão alto quanto Kurama, um pouco mais talvez. O cabelo brilhava sobre as faixas de sol que passavam por entre as árvores, a roupa que ele usava colava em seu corpo, a calça jeans velha já modelada sobre suas coxas, sua bunda...

Hiei piscou os olhos, ele nunca tinha sentido atração por ninguém a não ser Kurama, e agora seus sentidos despertavam sobre aquele ningen loiro.

Deixou de lado esses pensamentos, tentou apagar a imagem de Hyoga da mente e se concentrar nos movimentos do adversário. Ele desenrolou a faixa de seu pulso, apenas o suficiente para que parte da grande tatuagem ficasse de fora. A bebida havia lhe feito mal, não pensava em Kurama, nem lembrava o por que de estar ali, só queria saber o que estava por vir, só conseguia focar seus olhos e seus pensamentos no inimigo a sua frente.
 
 

*********

Hyoga traçou as duas primeiras estrelas de sua constelação no ar. Hiei estava a sua frente, seus olhos fixados em seus movimentos. Seus olhos, vermelhos.. vermelhos? Hyoga reparou no olhar do garoto, eram vermelhos, diferentes, misteriosos, e apesar de pequeno, seu corpo era muito bem definido, a blusa sem manga e preta que usava deixava seus braços a mostra.

"Bem torneados". Hyoga ficou pensando o que mais aquela coisinha podia esconder.

O olhar dos dois se cruzou pouco antes deles partirem para um ataque frontal, a velocidade era incrível, nenhuma pessoa que passeava pelo parque pode ver o movimento dos dois lutadores. Apenas sombras que se moviam por entre uma serie de arvores e feixes de luz.

Hiei assim que alcançou o adversário desferiu um soco, que acertou o ar entre o pescoço e o ombro de Hyoga que conseguiu desviar. Com o golpe falho Hiei perdeu o equilíbrio e caiu nos braços do cavaleiro loiro.

Os olhares se fixaram por um momento, um no outro, Hyoga segurava Hiei com apenas um braço, o youkai estava solto naquele abraço, talvez pela bebida, talvez por vontade própria ele não se assustou quando a mão de Hyoga lhe tocou a face , mexendo em seus cabelos, sentindo a pele quente daquele homem que ele não fazia idéia da onde vinha, ou de como tinha tantos poderes.

A boca de Hyoga se aproximou do rosto de Hiei, as lábios se roçavam, o calor emanado da respiração dos dois se misturava, as respirações ficavam compassadas, iguais.

- O que nós estamos fazendo? O cavaleiro de Cisne se afastou um pouco

Hyoga não teve tempo de ouvir uma resposta, Hiei o puxara e os dois se beijavam. Hiei desceu a boca pelo pescoço do cavaleiro, Hyoga sentiu a camisa sendo aperta, devagar a língua de Hiei ia passeando pelo seu peito, lambendo cada mamilo. Hyoga apertou o abraço, sua respiração estava descompassada e seus olhos fechados, ele voltou a procurar pela boca de Hiei.

Foi nesse momento que o demônio se afastou, ele estava meio tonto, mais parecia que um raio de luz invadia sua mente. Não estava ali para isso, não podia mesmo que quisesse trair Kurama, ele foi o primeiro, o único, como podia se sentir atraído por outra pessoa, e logo um ningen?

- O que foi? Hyoga parecia não entender o que ele tinha feito.

- E não posso, não posso. Vamos voltar a luta?

- Não pode? Você estava indo muito bem. Por que toda essa insegurança?

- Eu sou assim. Se você não quer lutar eu vou embora.

- Tá bem, vamos lutar.

Hiei se virou para voltar a atacar mas não conseguiu mover um músculo. O ar ao seu lado estava pesado e uma serie de pequenos cristais passeavam em torno dele.

- O que é isso?

- Luta! Não era isso que você queria? Esse é um dos meus golpes, o ar a sua volta esta congelado formando uma barreira, você não pode se mover.

Hiei estava curioso, mas do que o normal. Aquele golpe não o fazia mal, o sangue que corria em sua veias não permitia que ele sentisse frio, mas o que mais o incomodava é que Hyoga parecia não querer machuca-lo.

O cavaleiro se aproximou devagar, ele encostou em uma arvore, os braços atras da cabeça, a perna dobrada se apoiava no tronco, ele olhava para a pequena figura presa. Tinha certeza que se Hiei quisesse sair dali o faria facilmente, não usara todo o seu cosmos, e se ele não saia, era por que queria estar ali.

Hyoga entrou dentro do circulo de ar frio, ajoelhou encarando Hiei e sorrindo disso chegando a boca perto das orelhas do garoto de cabelos arrepiados.

- Você é muito inocente. Acha que Shuichi vai se importar se você se ferir um pouco? Não, ele não vai. Assim como o Shun também não. Eles devem pagar na mesma moeda, olho por olho, dente por dente.

Hiei olhava para Hyoga com o canto dos olhos, estava entendendo o que ele dizia, seu corpo tremia e ele só se mantinha em pé por que não mexia um músculo sequer.

- O que você acha? Dizem que a vingança é um prato que se come frio, e pode acredita, essa é minha especialidade.

- Mas isso não vai ser nada serio.

- É claro que não, isso vai ser o prazer de uma vingança.

Hiei não esperou mais. Uma parte dele queimava e ansiava por aquilo. Ele deu um passo colando seu corpo ao de Hyoga ainda ajoelhado. A camisa do ningen já estava meio aberta, devido aos beijos anteriores. Hiei apenas tirou a camisa passando as mãos por toda a pele clara de Hyoga.

Cisne abraçou a cintura de Hiei, aquilo era realmente esquisito. Shun sempre fora meio andrógino, mas Hiei era diferente, ele era realmente um homem, apesar da estatura sua voz grossa e seu rosto mostravam toda a masculinidade daquele guerreiro. Hyoga desfez os cintos que prendiam a calça de Hiei, puxou a camisa por cima dos ombros, acabando de despi-lo Hyoga puxou o youkai para baixo fazendo-o sentar em seu colo.

Os dois se abraçavam e se beijavam, cada vez com mais força. Nenhum outro pensamento passava pela cabeça dos dois alem do prazer de um vingança bem dada. Hyoga deitou Hiei no chão e se colocou por entre suas pernas, acima de seu corpo. Hyoga passou um cristal de gelo que criara por todo o corpo de Hiei, lambendo a fileira de água derretida. O frio e o calor unidos fizeram com que o pequeno demônio se arrepiasse inteiro, soltando um gemido curto. Cisne se desfez das calças e abraçou o corpo menor. Os corpos se roçavam um no outro, a cada segundo a excitação dos dois crescia.

Hyoga abriu as pernas de Hiei se acomodando melhor entre elas, assim que o koorime percebeu o que estava acontecendo deu um pulo para trás saindo debaixo de Hyoga.

- O que foi?

- Como assim o que foi? Ficou maluco, você não vai fazer isso!

- E por que não?

- Por que eu que quero!

- Como assim! Ah, já entendi, você e o Kurama é você que..

- É! Bom pelo menos na forma ningen.

- Isso não vai dar certo, acabou o clima. E eu que achei que a gente ia parar de lutar.

- Parece que isso não vai acontecer nunca. Mais nós ainda temos um objetivo.

Hiei voltou a se aproximar de Hyoga e o beijou, pensando bem ele era maior que Kurama e aquilo podia ficar interessante.

- Tem uma condição.

- O que foi agora?

- Eu fico por cima.

Hiei empurrou Hyoga para trás e sentou sobre seus quadris. Aquilo não era amor, era pura vingança, luxuria, prazer. E já que era assim, tudo podia ser feito de uma forma diferente. com Shun Hyoga sempre se controlava mais ali isso não aconteceria.

Cisne puxou Hiei com força fazendo-o gemer enquanto entrava por dentro de seu corpo. Ele deixou que o koorime controlasse os movimentos e a velocidade de cada investida. O dia alto e quente deixava os dois corpos suados. Hyoga segurava Hiei pela cintura dobrando o corpo e jogando a cabeça para trás assim que se sentiu totalmente dentro do pequeno e apertado espaço no corpo do outro.

Hiei se apoiou nos ombros de Hyoga, podia sentir a dor se transformando em prazer. Um gemido alto ecoou de sua garganta quando seu sexo começou a ser manipulado. Houve mais uma forte estocada e os dois gozaram juntos.

Hiei caiu de lado e deitou na grama, seu corpo estava cansado e o efeito da bebida ainda não passara. Hyoga de olhos fechados sorria ao seu lado.

Os dois se encararam. Uma vingança deliciosa, e cansativa. Mais alguns instantes e eles estavam dormindo entre as arvores, protegidos pelas sombras.
 


**********

A noite já era alta quando Hyoga acordou, ele estava deitado em um montículo de folhas secas que se acumulava entre as arvores do parque. Sua cabeça doía muito e ao tentar levantar ele sentiu uma mão puxando para baixo.

O cavaleiro loiro deu um pulo ao ver Hiei abraçado a ele, dormindo, os olhos fechados e um leve sorriso no rosto.

- Hiei, Hiei, acorda!

Hiei se mexeu um pouco e ao abrir os olhos sua primeira reação foi buscar pela espada.

- O que está acontecendo? O que eu tô fazendo aqui?

- Você não lembra?

- Lembrar do que? A gente ai lutar, o que eu tô fazendo pelado?

- Deve ter sido a bebida, a gente não lutou, bom, não muito pelo menos, ou não do jeito que a gente queria. É melhor irmos embora.

Hiei nem acabou de ouvir o que Hyoga dizia, poucos segundos depois ele já estava vestido, arrumando a espada por baixo da roupa.

- É, parece que nós vamos ter o que contar o que aconteceu. Acho que ninguém viu.

- Não se preocupe, eu vou ter uma conversa com aquela raposa traidora, e vai ser agora.

Hiei sumiu das vistas de Hyoga, pulando entre as arvores.

- Eu ainda não entendi o por que de raposa? Cisne acabou de se vestir e saiu na direção do apartamento, a noite não ia ser fácil.
 


**********

Kurama estava apoiado na janela. Ele tinha acabado de estudar no começo da tarde, antes da hora do almoço, e agora, já passava da hora do jantar. E nada de Hiei aparecer. Tinha certeza que ele o tinha seguido ate a casa de Shun, mais não o achou quando saiu de lá.

Um vento na arvore da frente despertou a atenção da raposa, um ki conhecido fez com que ele se afastasse da janela. um segundo foi o necessário para que Hiei aparecesse sentado no parapeito da janela.

- Aonde você estava? Eu estava preocupado, já viu que hora são?

- Eu estava passeando, fazendo coisas por ai.

- Sei... anda, vem comer, o jantar esta pronto.

Kurama foi puxado pela manga. Ele se virou e viu que Hiei o encarava, muito sério.

- O que foi?

- Você é esmo um descarado. Eu vi...

- Viu o que?

- Vi você e o ningen no quarto hoje. Eu estava lá.

- E eu continuo a perguntar, viu o que?

- Vocês dois juntos Kurama, não se faça de idiota.

- Você não viu nada Hiei, primeiro porque a janela estava fechada, segundo por que nada aconteceu.

- E o que vocês ficaram fazendo no quarto?

- Nós estávamos assistindo um filme, uma gravação que o Shun fez na Grécia.

- Você estava rindo demais para um filme.

- É por que você não viu, eu não sei quem eram, mais tinha um pessoal muito engraçado, e as histórias que ele contava eram hilariantes também.

- Vocês só ficaram vendo filme? Por que de janela fechada?

- Por que eu sabia que você ai aparecer, então resolvi fazer segredo.

- Kurama e preciso sair.

- Aonde você vai? Acabou de chegar.

- Eu já volto.

Hiei saltou para o chão e sumiu no meio da noite.
 


**********

Hyoga jogou a chave encima do sofá. Estava tudo escura, apenas a luz do quarto podia ser vista por baixo da porta.

Assim que entrou no quarto viu Shun deitado de barriga para baixo, ele estava dormindo, jogado sobre o lençol. Hyoga passou a ponta dos dedos sobre as costas do amante fazendo com que ele acordasse.

- Você chegou? Que horas são?

- Já é tarde.

- Por que demorou tanto?

- Eu não queria voltar, não ia.

- Por que? Shun parecia confuso com a declaração de Cisne.

- Por causa de você e do Minamino. Vocês ficaram juntos hoje, não ficaram?

- Hã, enlouqueceu? É claro que não. O Shuichi tem um rolo, e eu tenho você. Que idéia absurda é essa?

- Eu vi vocês dois no quarto, você fechando a cortina...

- A gente veio ver o filme que eu fiz quando fomos para a Grécia. É mais fácil aprender vendo imagens. E como só tem vídeo aqui no quarto...

- E precisava fechar a cortina, a janela.

- A cortina eu fechei por que a luz do sol batia na tevê e não dava pra ver a imagem, e a janela foi por causa do vento que não deixava a cortina em paz, só isso.

- Só?

- Só.

- Shun, eu preciso sair, é rápido.

- Onde você vai?

- Resolver um assunto.

*********





Hiei chegou ao portão do prédio do nigen com que passara o dia, ele não sabia como faria para chama-lo, mas não ficou muito tempo na duvida, logo viu Hyoga descer as escadas correndo, assim que o viu, foi andando em sua direção, com as mãos no bolso e a cabeça um pouco baixa..

- Você já ficou sabendo?

- Já. Acabei de falar com o Shun.

- É melhor esquecermos o que aconteceu hoje, eu amo o Kurama e...

- Eu também amo o Shun, não quero nem pensar em ficar longe dele, mas esquecer é meio muito.

- ............ então?

- Bom, sempre vamos poder culpar a bebida.

Hyoga deu um pequeno sorriso deixando Hiei um pouco mais a vontade, o demônio do fogo se virou para ir embora e Hyoga fez o mesmo.

- Hei!

Hyoga se virou com o chamado.

- Vamos nos ver de novo?

- Eu acho melhor não Hiei, nunca se sabe.. foi muito bom...

- Você tem razão.

Os dois se afastaram, cada um por um caminho diferente. A Lua iluminava o sorriso dos dois. Talvez eles se vissem outra vez.... afinal ainda existiam muitas provas a serem feitas, muitas coisas a estudar e uma luta não terminada.

FIM?

Era mais de meia noite quando o telefone tocou na casa de Minamino. Kurama foi atende-lo tomando cuidado para não acordar Hiei adormecido ao seu lado. Ele se sentia meio culpado pelo que acontecerá durante o dia.

- Alô.

- Shuichi?

- Shun, é você? O que foi?

- Eu fiquei meio preocupado com o que aconteceu hoje.

- Eu também me sinto culpado. O Hyoga não esta ai?

- Está dormindo, ele estava muito cansado.

- O Hiei também. O que vamos fazer? Ele percebeu alguma coisa?

- Não, a desculpa da televisão deu certo. Eu não entendo como pode acontecer, eu realmente amo Hyoga. Isso foi ...

- Uma aventura?

- É, o que você acha?

- Acho que nunca mais vou ter coragem de trair o Hiei de novo, ele é tão inocente, nunca faria algo assim comigo.

- O Hyoga também. Então é melhor esquecer.

- É, eu acho que sim.

- Ótimo, eu vejo você na faculdade amanha?

- Claro!

- Minamino, só mais uma coisa..

- O que é?

- Por que o meu quarto ficou cheio de longos fios prateados? Isso foi muito estranho.

- Esquece Shun, esquece...

Kurama desligou o telefone e voltou para cama. A idéia de fechar a janela tinha sido de Shun, mais acabara o ajudando bastante já que o Youko resolveu lhe fazer um "visita".

Kurama estremeceu um pouco se lembrando que também queria perguntar algo a Shun.

"O que será que era aquele metal gelado que me prendeu? Muito estranho, se movimentava sozinho".
 
 

************

Shun voltou para o quarto e deitou ao lado de Hyoga. Dia divertido para ele e suas correntes.

Ele se acomodou nos braços do cavaleiro loiro e dormiu, relembrando as cenas da tarde.

"Bom, muito bom!!" um pequeno sorriso brotou de seus lábios.
 
 

FIM!!!!!!!!



Essa fics é dedicada a Sandy.
Obrigada por ter colocado meus textos na sua page, foi uma força mmuito grande para que eu escrevesse a continuação.

Valeu!!!
Jade



Por Jade jbcoutinho@hotmail.com