por Rinko Himura
Kenshin estava cansado. Os seguranças do estúdio OBA (Os Bastidores dos Animes) passaram aquela tarde inteira recolhendo depoimentos das "vítimas" da fraude do concurso promovido por Yomi. O samurai participou obrigatoriamente, embora nada revelou em relação ao que realmente aconteceu em seu teste. Não fazia nem idéia que ele não fora o único que tivera uma avaliação para lá de íntima.
Com passos lentos, Kenshin rumou para a saída do estúdio. Estava com seus pensamentos voltados ao seu relacionamento relâmpago com Yomi e, anteriormente, com Shiriu. Porém, sua concentração fora quebrada com o chamado da recepcionista.
-Senhor Himura?
O battousai a olhou e sorridente, aproximou-se. –Sim?
-Acabaram de me interfonar da sala dos seguranças. O senhor se esqueceu de assinar a papelada do depoimento. Querem o senhor volte e os assine.
Kenshin suspirou profundamente e agradeceu o recado com um sorriso forçado. Deu meia volta e dirigiu-se para a tal sala, no segundo andar, no final do terceiro corredor. O andarilho mal agüentava caminhar, seu corpo estava pesado e seu ânimo baixo. "Eu estou precisando de umas férias!", pensou ele.
De tão cansado, acabou subindo mais escadas que deveria. Chegou ao último andar, em passos lentos, e dirigiu-se até o último corredor. Percorreu-o e dobrou a esquina. Ali, avistou uma pessoa sentada no chão, encostado á parede. A luz daquele corredor era fraca e parecia que iria falhar a qualquer minuto. Kenshin continuou a andar em sua direção. –Ei!
A pessoa o olhou. O andarilho conseguiu ver que era um homem, bem apanhado, de belos traços, embora naquela situação parecesse bastante irritado. –O quê que foi?
Kenshin firmou-se perante o jovem. –O que faz aqui?
O homem nada respondeu. Apenas bufou. Kenshin olhou ao redor: Estava tudo vazio. –Você está perdido? –Ele perguntou.
-Não te interessa.
-Calma, amigo. Eu só quero te ajudar.
Kenshin o observou com mais atenção e reparou que escorrera uma modesta gota de suor pela lateral do rosto. Involuntariamente, desceu seu olhar para o corpo do jovem e notou que a camisa estava grudada no corpo, por conseqüência da transpiração. Um breve desejo lhe subiu pela espinha, que desapareceu quando o homem lhe perguntou. –Quem é você?
-Meu nome é Himura. Kenshin Himura.
-Você é fã do James Bond?
O andarilho ficara confuso. –Não, por quê?
-Porque você se apresentou da mesma forma que ele.
O jovem desviou o olhar. Kenshin achou aquela irritação dele muito atrativa. –E você?
-Não, eu odeio o James Bond.
Kenshin riu. –Não estou falando nisso. Refiro-me ao seu nome.
O jovem o olhou. –Flik.
O battousai sorriu. –Agora me diga por qual razão está aqui sentado.
Flik se sentiu um pouco embaraçado. –Já disse que não é da tua conta, mané.
Kenshin assentiu. –Está bem. –Passou por
ele e continuou a andar. Quando chegou na esquina, virou á esquerda.
O andarilho não tinha noção para onde estava se encaminhando. Estava com a mente totalmente virada para o físico esplêndido do jovem Flik. Seu desejo aumentava a cada passo que dava. Ele mesmo começou a suar, só de pensar em possuir o lutador.
Sua cobiça tomara conta de seu corpo, que o torturava para ele encontrar o jovem, entretanto sua razão o impedia e lutava contra. Ficara nessa batalha interna por algum tempo, até deixar o desejo carnal vencer e dar a meia-volta. Seus passos agora passaram a ser firmes, afinal, tinha um objetivo.
Fizera todo o caminho inverso e dobrara a última esquina, chegando no então corredor. Porém, ninguém estava ali. Isso desanimou o battousai, apagando aos poucos o desejo intenso que ele estava sentindo.
Logo, decidira voltar para casa. Havia perdido a noção do tempo e esquecido que tinha que assinar alguns papéis com os seguranças do OBA. Novamente, seus passos se tornaram lentos e pesados. Sua imensa vontade de possuir Flik havia lhe revigorado as forças, mas agora elas desapareceram.
Quando estava chegando próximo a escada, um vulto no final do corredor lhe chamou a atenção. Virou-se a ele. Tinha sumido, ou virado no outro corredor. Decidiu ir dar uma olhada. Correu rapidamente e virou a esquina. O vulto havia dobrado no final do corredor. Kenshin lançou-se em perseguição. Virou a esquina e trombou com Flik. –Ô Meu, olha por onde anda! Você acha que está aonde, numa pista de fórmula 1?
O samurai o olhou, respirando rapidamente. –O que você está fazendo aqui?
-Eu é que te pergunto! Tá correndo assim porquê?
Kenshin se silenciou. Seus olhos pousaram sobre o físico do jovem. O desejo começara a voltar.
Flik se ajeitou e passou reto, murmurando palavrões. Kenshin perguntou. –Aonde você vai?
- Voltar a procurar minha sala, ora!
-Sua sala?
-É, cara! –Flik estava irritado. –É que tia lá do balcão me deu o número errado, aí eu paguei mó mico entrando na sala do Cowboy Bebop, aí eu resolvi ligar pro meu amigo, e ele me disse que a sala é 830-R no terceiro andar, mas aí eu descobri que essa sala não existe e agora eu tô fulo da vida porque eu tô andando por aqui a mó tempão e não acho nada, e o pior é que eu acho que tô perdido por aqui, porque o OBA já deve estar fechando e...
Nesse momento, Kenshin o calou com um beijo, fazendo-o encostar-se á parede. Flik se assustara. Empurrara o samurai. –O que você está fazendo?
-Eu sei de um jeito para acalmar você...
O andarilho voltou a beijá-lo, deslizando suas mãos pelo peito suado de Flik. O jovem lutou contra o desejo que estava tomando conta de sua mente, mas fora em vão: Entregou-se aos carinhos de Kenshin.
O battousai escorregou uma de suas mão para dentro da calça de Flik, que soltara um leve gemido quando sentira a mão dele acariciando seu sexo. Com a outra mão, Kenshin tirou a camisa do jovem.
Logo, Kenshin desceu lentamente até o órgão de Flik, passando a língua em todo o corpo. Estimulou com a boca o sexo do companheiro, que passou a suar mais. Seu prazer era tamanho que o fazia gemer com uma certa ansiedade.
Kenshin passava a língua suavemente por todo o órgão ereto de Flik, e com as mãos arranhava com delicadeza as suas nádegas. Em seguida, o samurai mudou seu modo de excitá-lo, passando a sugar o sexo devagar. Aquilo levou o jovem lutador a loucura. O andarilho permaneceu com aquela maneira por mais algum tempo.
Após estimulá-lo, Kenshin levantou-se e olhou-o nos olhos, tirando sua própria calça. –Agora, é sua vez de me excitar...
O battousai tentou leva-lo até seu sexo, mas Flik manteve –se firme. –Não.
Kenshin acariciou o órgão do parceiro. Flik sorriu maliciosamente e continuou. –Não sou muito chegado nesse tipo de coisa. –Logo, colocou Kenshin contra parede, de costas para ele. –Sou mais o jeito tradicional...
Dito isso, Flik penetrou seu sexo com força no ânus do andarilho, que sentiu a potência sexual do jovem. Aquilo a animou. Flik era veraz como um animal, dono de um movimento rápido e eficaz. Ele acariciava os longos cabelos de Kenshin, ás vezes chegava a puxá-los, á medida que a excitação aumentava. Kenshin estava com uma das mãos apoiada na parede e a outra ora acarinhava seu próprio sexo, ora agarrava as nádegas do companheiro.
A respiração de Flik aumentara o ritmo, assim como a de Kenshin. O orgasmo estava próximo. Flik ficara mais agressivo, e Kenshin passou a murmurar. O movimento, que já era rápido, passou a ser mais veloz. Começaram a transpirar. Em seguida, a excitação chegara ao seu auge. Flik empurrara Kenshin de lado, e escorregara pela parede até o chão. Kenshin se espreguiçou e vestiu-se, assobiando. Colocou sua espada de volta no lugar e ajeitou os cabelos. A luz do corredor estava ficando fraca, como se fosse apagar. Segundo depois, fora o que aconteceu. Tudo ficara escuro de repente.
-O que aconteceu? –Disse Flik, colocando a calça.
-Acho que estão fechando o OBA.
Flik desesperou-se. –E agora? Vamos ficar aqui presos até amanhã?
Kenshin o olhou e se aproximou. –Relaxa, Flik... Veja pelo lado bom, agora eu posso te mostrar todo o estúdio... Você nunca mais vai se perder...
O jovem encarou o samurai e sorriu.
O OBA estava em plena escuridão. Quem visse
de fora, acharia que estaria vazio. Jamais saberiam que ali estava acontecendo
loucuras de prazer.
Fim
P.S: dedicado a Fernanda, dona do Flik! Valeu
pela paciência e por me emprestar seu protegido! Beijinhos! =)
Por Rinko Himura rebi_zinha@yahoo.com.br
Novembro de 2001