Um Esbarro nos Corredores

 
Por Rinko Himura

O estúdio OBA (Os Bastidores dos Animes) estava muito agitado aquele dia. O CLAMP resolveu adiantar alguns capítulos de X, por isso Kamui e Fuuma estavam lá, encenando em uns dos milhares salões que constituía o OBA. Rumiko Takahashi teve a mesma idéia, e toda cambada de Ranma ½ estava colocando em dia seus malucos episódios.

Com a galera de Rurouni Kenshin não fora diferente. Logo de manhãzinha, todo mundo já estava presente. Todo mundo menos Kenshin. O andarilho chegara atrasado, um pouco antes do meio-dia. E como todo bom atrasadinho, não tinha idéia do salão de ensaios. Ficou perambulando pelo estúdio apressado, segurando o punho da espada, imaginando as milhares desculpas que daria pela sua excessiva demora.

Percorreu todos os corredores do primeiro andar, batendo de porta em porta (e conseqüentemente, atrapalhando todos os ensaios dos Animes presentes), até ter a brilhante (e ao mesmo tempo, óbvia) idéia de perguntar para a recepcionista. Correu velozmente para o balcão localizado na entrada do OBA e contou á moça sobre sua dúvida. Gentilmente, a recepcionista explicou onde o salão do Rurouni Kenshin estava situado. O samurai curvou-se polidamente como agradecimento e partiu em busca da grande sala.

Subiu a escada frontal até o terceiro andar e rumou para o corredor á esquerda, chegando na esquina e dobrando á direita. De repente, notou que não tinha certeza se tinha percorrido o caminho corretamente. "Será que era esse o caminho, ou será que era para eu ter ido pelo corredor á direita, chegado na esquina e dobrado á esquerda?", pensou ele. Mas não tinha tempo para mais dúvidas: Decidiu continuar em frente, estando certo ou não.

Kenshin atravessou aquele corredor e virou á direita, já que na tinha outra opção. Chegou a um salão oval, que tinha cinco portas. Então se lembrou que a recepcionista tinha mencionado que sua sala estava localizada em um local com aquela mesma descrição. Ficou feliz por ter escolhido o caminho certo e andou para a segunda porta da direita para esquerda, com a certeza de que era ali seu destino.

A porta tinha o número 828 estampado. Sem hesitar, o andarilho abriu-a e entrou. Um clarão saiu dali, fazendo-o quase fechar os olhos. Deu alguns passos e subitamente o chão desapareceu. Logo, a lei da gravidade foi proferida e ele caiu em um lago raso, de águas límpidas. Levantou-se, encharcado, e olhou ao redor: Tinha montanhas secas, que escondiam templos de mármore claro limpo de grandiosas colunas. Ele mesmo estava em no centro de um belo jardim de flores coloridas, com um chafariz e algumas estátuas de pessoas nuas.

-Meu Deus... O que aconteceu com o Japão?

-E quem disse que isso aqui é o Japão?

Era uma voz estranha. Voltou-se e viu um homem de cabelos negros compridos vestindo uma roupa originalmente chinesa, de cor lilás. Ele estava sentado sobre uma rocha á beira do lago, com a camisa meio aberta exibindo seu perfeito físico.

-Quem é você? –Perguntou Kenshin, muito confuso.

-Meu nome é Shiriu. E o seu?

O samurai não respondeu. Observava com cautela aquele estranho ambiente, sempre com a mão pousada sobre o punho da espada. Olhou para Shiriu e fez-lhe outra pergunta. –Se aqui não é o Japão, então que lugar é esse?

O cavaleiro de dragão levantou-se e sorriu. –Aqui é a Grécia. –Respondeu ele, parando na beirada do lago. –Esse lugar é o santuário da Grécia.

Kenshin ficou imaginando como errou o caminho. –E você sabe co...

-Por que você não sai do meio desse lago para conversarmos melhor? –Interrompeu Shiriu. O battousai sentiu seu rosto enrubescer e dirigiu-se para fora das águas.

O dragão ajudou Kenshin a pisar em terra firme. Quando o andarilho ia perguntar, Shiriu o cortou novamente. –Você ainda não disse seu nome.

-Himura. Kenshin Himura.

Ambos andaram até a rocha. Kenshin torceu seu quimono encharcado. Shiriu o observou com interesse. –Você é guerreiro? –Perguntou ele.

-Sim. –Disse o andarilho, sem olhá-lo. –Mas hoje em dia sou um simples andarilho.

O cavaleiro deu a volta na pedra, medindo o samurai de baixo para cima. Kenshin virou-se a ele. –E você? É um guerreiro também?

-Sim, sou um cavaleiro de bronze.

O battousai não entendeu a classificação do Dragão, porém permaneceu calado. Lembrou-se então dos seus companheiros, que já deveriam estar chamando os Patlabors para achá-lo, e procurou no céu alguma saída.

-O que você está fazendo? –Perguntou Shiriu, curioso.

-A saída! Tenho que voltar para o estúdio!

Quando Kenshin voltou-se, o cavaleiro de dragão estava atrás dele. O samurai olhou para a camisa semi-aberta e seu peito musculoso com respingos de suor. Por alguns instantes, sentiu-se atraído com aquele físico, mas logo se afastou de Shiriu e continuou sua busca pela saída.

Olhava pro céu com o pensamento virado para o peito molhado do cavaleiro e repentinamente sentiu uma respiração perto da orelha. Aquilo o paralisou. Shiriu então beijou o pescoço jovem de Kenshin e passou a língua delicadamente em sua orelha. O andarilho sentiu um fio de desejo percorrendo seu corpo, fazendo-o se virar. O dragão puxou-o para perto de si e beijou-o com fúria. Kenshin sentiu os braços fortes do cavaleiro procurando a abertura de seu quimono. Nesse momento, empurrou-o para longe.

-O que você está fazendo?

Shiriu o olhou, e aqueles olhos despiam o battousai singelamente. –Só estou mostrando o quê que a Grécia tem...

O dragão aproximou-se de Kenshin e firmou-se á sua frente. Acariciou-lhe a face e puxou-a lentamente para perto de si, beijando o canto de seus lábios. Involuntariamente, o andarilho tocou o peito á mostra do cavaleiro. Seu desejo tinha voltado.

Shiriu empurrou Kenshin até a rocha, sem cessar seu caloroso beijo e o fez se deitar. O cavaleiro de dragão abriu o quimono do samurai e desceu seus lábios para seu peito, acariciando-o com a língua. Depois arrancou a parte superior da roupa de Kenshin, jogando longe sua espada de lâmina ao contrário. Sentiu as pequenas mãos do battousai sobre seu peito, tentando tirar sua camisa. Puxou-o com força para perto de si, beijando com mais excitação seu pescoço. Ouviu o primeiro murmúrio de prazer do samurai.

A camisa do cavaleiro voou com o vento brando. Shiriu ajoelhou-se perante Kenshin e despiu seu sexo. Assim, o dragão começou a deliciar o andarilho de prazer. Enquanto excitava o órgão do samurai, ele arranhava seu peito. Logo subiu lentamente, passando a língua por todo seu tronco. Seu corpo já estava suado. Kenshin respirava rapidamente. Então, Shiriu mostrou seu sexo e começou a arrancar a parte inferior da roupa do andarilho. Feito isso, o cavaleiro ergueu o quadril do battousai e iniciou a penetração. Shiriu apertou suas pequenas e firmes coxas. Kenshin mordeu seus lábios e depois soltou um breve gemido. O suor de Shiriu respingou em seu peito.

A princípio, a penetração era lenta e sutil, mas logo Shiriu mostrou voracidade. De repente, Kenshin afastou-o de si e prendeu-o contra a rocha. –Agora é minha vez...

Kenshin beijou o cavaleiro e velozmente desceu para seu órgão. Shiriu gemeu, o prazer tinha aumentado. O andarilho o excitava com a língua. Logo fez o cavaleiro lhe dar as costas e penetrou-lhe seu sexo. Enquanto o fazia, Kenshin aumentava a excitação do dragão mordendo-lhe a orelha e passando a língua na mesma.

Logo o desejo começou a caminhar para seu clímax. Shiriu apertou as nádegas de Kenshin contra si. A respiração de ambos era rápida e excitante. O cavaleiro murmurava palavras de prazer. O battousai agarrou-se ao seu peito e os dois chegaram ao mais perfeito orgasmo simultaneamente. Ficaram na mesma posição por alguns segundos, respirando alto, até Kenshin jogar-se no gramado, desmaiando de cansaço. O desejo havia sumido.

Quando abriu os olhos, Kenshin procurou Shiriu. Levantou-se num salto quando não o achou perto da rocha. Buscou-o ao redor: Ele havia sumido. Por um momento, o andarilho pensou que aquilo tudo fora fruto de sua imaginação, mas logo viu alguns fios de cabelos negros presos na pedra e em seu peito suado. Assim, recolheu suas roupas e vestiu-as, colocando sua bainha no lugar. Em seguida, avistou uma luz saindo do meio do lago e correu até ela. A forte luminosidade o fez fechar os olhos. Quando os abriu, deparou-se com Kaoru, Sanosuke e Yahiko, junto da recepcionista.

-Kenshin! –Gritou Kaoru. Estavam todos na porta da sala 828. A garota continuou. –O quê você está fazendo nessa sala?

-Eu só segui as instruções da recepcionista. Ela me falou que eu tinha que ir para a sala 828.

Sanosuke virou-lhe um soco. –Não é 828, seu imbecil! É 282!

Kenshin riu, envergonhado. Yahiko pulou em cima dele, socando-lhe a cabeça e dizendo-lhe xingamentos. Começaram a caminhar, deixando a sala para trás. O andarilho a olhou, e ensaiou um sorriso.

Quando dobraram a esquina, cruzaram com cinco jovens. Kenshin esbarrou com um deles. –Sinto muito. –Disse ele, sem olhá-lo.

-Não foi nada...Kenshin.

Imediatamente Kenshin reconheceu a voz. Era Shiriu, que passou por ele. O samurai o encarou sorridente, e o cavaleiro retribuiu com um sorriso malicioso. Voltou-se para os amigos, com o sorriso ainda estampado nos lábios.

-Amanhã temos outra cena. – Disse Kaoru. –Não vá esquecer, hein Kenshin?

-Sabe, senhorita Kaoru... Acho que vou ter que me atrasar de novo... –Dito isso, Kenshin voltou a olhar para trás e sorriu.
 
 

Fim


Por Rinko Himura  rebi_zinha@yahoo.com.br
Outubro de 2001