Por Jade e Pérola
O quarto estava pouco iluminado pela claridade que vinha da rua. A janela fechada não deixava nem que o ar fresco entrasse, tornando o ambiente pesado, quente, com o agradavel cheiro do sexo e com o barulho das respirações desconpassadas, o ar que passava com dificuldade pelos pulmões e era solto em um suspiro quente e gostoso. Um gemido abafado e misturado ao barulho que os dois corpos faziam ao roçarem e tocarem um no outro.
Kurama puxou Shun pelo pescoço e os dois se beijaram.
Shun se sentiu empurrado para chão e foi deitando o corpo, devagar, trazendo Kurama junto. O beijo era bom, muito bom... o cabelo prateado fazia uma cortina que cobria os dois, escondendo a ferocidade do beijo que agora já arrancava leves gemidos de ambos.
Kurama deslizou a mão por algo gelado que se mexia entre as cobertas, atravessava no meio dos dois em leves movimentos fazendo o corpo dele se arrepiar com o contato, deitou mais no corpo abaixo do seu reparando na face vermelha, nos olhos verdes, no cabelo que apesar de não ser vermelho era parecido, a voz doce e suave.
Então era assim que Shuichi se parecia? Sempre quis descobrir como era aquela sua parte nigem na cama, uma especie de fetiche e agora sabia. Delicado, belo, assim como o garoto sob suas garras.
Kurama tinha se transformado a pouco, as janelas fechadas escondiam sua verdadeirea forma. Forma que assumira quando Shuichi, possuido pelo desejo do Youko se deitara naquela cama com seu amigo. Sabia que a diferença de tamanho e de forma poderiam ser descobertas, mais sua parte ningem havia cuidado para que Shun estivesse tão enlouquecido que não se desse contar desses detalhes, assim como ele mesmo ficou a ponto de perder o controle e se deixar tornar Youko.
Shun estava deitado, os olhos semi abertos e os cabelos colados no rosto, já suados e espalhados pelo travesseiro. Ele virou o rosto para encarar o armario aberto de onde sua armadura tomava vida e deslizava para a cama, passando entre os corpos, se enrolando neles e mantendo-os mais juntos.
Shun se mexia deitado sobre o lençol claro, sua mão passava entre os fios prateados e descia é o fim das costa pra subir de novo. Shun deslizava a mão pelo corpo acima do seu, descendo ate a base da espinha. Kurama puxou a mão dele de volta antes que o ningem se deparasse com a cauda felpuda que balançava de um lado para o outro.
A raposa beijava o corpo de Shun, brincando com ele, sentiu as correntes que deslizavam em suas coxas e cintura as circulando, roçando pela sua virilha e se enrolando em sua ereção, apertando ate que ele gritasse.
Os dois ja tinham se livrado das roupas a muito, Shuichi tinha feito o trabalho e agora Kurama aproveitava, ele abriu as pernas sentando mais para frente, sobre o peito de Andromeda e encostando a ereção na boca de Shun. Andromeda sentiu as correntes geladas que se enrolavam no outro tocarem sua face, ele abriu a boca deixando que todo o volume entrasse, descendo pela garganta e sufocando-o.
Shun chupava o pau em sua boca forçando os próprios pulmões a trabalharem, as gotas brancas ja escorrendo por sua garganta e as mãos, presas atras dos quadris de Kurama forçavam-o para frente, deixando que o Youko entrasse e saisse.
Kurama dobrou o corpo pra tras, apoiando as mãos na cama e buscando com uma delas a ereção de Shun, quente e melada. Kurama saiu de dentro da boca do ningem se deitando entre as pernas deles. As correntes já chegavam ao seu pulso em uma caricia muda pelo corpo do Youko.
O youko mordia e chupava o baixo ventre de Shun, deixando pequenas marcas roxas, estasiado com os pequenos e leves gemidos. Lambeu a pontinha, deslizando a lingua ao redor com um movimento circular, sentindo o gosto e o cheiro do ningem que deveria ser igual ao dele na outra forma.
Shun dobrava as costas, a cabeça apoiada no travesseiro e os nós dos dedos brancos da força que ele fazia agarrando as cobertas como reação ao trabalho da lingua do youko. As correntes percorriam seu corpo tambem, deixando-o mais sensivel. Kurama segurou os quadris de Shun com firmeza virando-o de costas. Ele se deitou sobre o ningen roçando seu sexo no rego fechado, sentiu o quadril de Shun subir aos poucos, até que ele ficasse de quatro, o rosto apoiado nos braços, mordendo o lençol quando sentiu a ponta grossa do sexo do "homem" acima de si forçar sua entrada, abrir caminho e se enterrar sem piedade.
Shun sentiu as mãos em seu quadril se apertarem e soube que ficaria marcado mais não se importou, o pensamento voou de sua mente quando Kurama começou a entrar e sair, ajoelhado atras dele. O barulho dos corpos batendo pairou no ar e logo depois o grito rouco e abafado do gozo de Kurama que caiu sobre as costas de Shun.
As correntes de Shun deslizaram ate o sexo do cavaleiro começando a masturbalo. Ele continuava deitado com as pernas abertas, sentiu o peso de Kurama sair de cima de si. Prendeu a respiração quando as duas mãos do outro foram ate sua ereção soltando as correntes para logo depois abocanha-lo enquanto a mão delizava por entre as nadegas molhadas de semem brincando com a pele branca e lisinha, apertando e empurrando para baixo lambendo e sugando até que sua garganta ficasse cheia da porra de Shun que desabou por cima dele.
Kurama se sentou e depois foi engatinhando ate a cabeceira da cama, deitando ao lado de Shun que continuava com a cabeça entre os braços, passando os dedos em suas costas e adormecendo.
*
Hyoga abriu a janela assim que saiu da cama. Olhou para o céu escuro, encoberto por inumeras nuvens carregadas. Fechou a cortina e voltou para a cama.
Ao seu lado Shun dormia em sono profundo, completamente enrolado nas cobertas que Cisne jogara para o lado. Usava a camisa do pijama de Hyoga, meio aberta deixando um pedaço do ombro de fora. O cabelo derramado pelo travesseiro cobrindo parte do rosto adormecido.
Hyoga se debruçou sobre ele buscando um beijo. Deslizou o labio pelo ombro a mostra, subindo para o pescoço, dando tempo para Andromeda acordar e se virar, recebendo a lingua de Cisne dentro de sua boca.
Shun pulou da cama deixando Hyoga entre as cobertas que ele jagara para cima. Cisne esperou Shun entrar no banho para abrir a gaveta do criado mudo. Vasculhou entre alguns papeis ate achar o que estava procurando. Puxou da gaveta uma pequena joia, uma perola muito clara presa a um cordão escuro, provavelmente de couro. Enrolou o cordão entre os dedos, tentando mais uma vez se lembrar da onde tinha pego. Outra vez veio a sua mente a mesma figura.
*
Kurama trouxe a bandeja cheia de guloseimas da cozinha colocando na cama ao lado de Hiei. O youkai ainda dormia, perdido em um dos sonos mais calmos que ele ja tinha visto Hiei ter contudo, o demonio do fogo andava abatido nas ultimas semanas.
No dia seguinte aos estudos na casa de Shun, Hiei o acordara com o barulho da casa revirada, das coisas sento jogadas para cima e para baixo.
- O que foi Hiei? Perguntou vendo todas as suas roupas jogadas em cima da cama em uma zona generalizada.
- Minha joia, eu perdi a joia!
- Como? Onde? Deve estar por aqui!
Kurama sabia da importancia daquela pequena perola e os dois tinham passado um longo tempo procurando, mais nada!
Desde então Hiei estava meio abatido, e só não voltava aquela aparencia sombria graças a força de Kurama em mante-lo sempre feliz e satisfeito, o maximo possivel! E pensar que aquilo tudo havia acontecido a um mês.
- Baby?
Hiei abriu os olhos e se enfiou nas cobertas!
- Acorda, seu café ta aqui!
Hiei levantou passando a mão pelo pescoço da raposa. Kurama o abraçou e ficou assim por um tempo, ate solta-lo e sorrir.
- Eu tenho que ir, já volto, tá bem?
- Hum hum....
Kurama deslizou os dedos belo rosto de Hiei levantando-o e beijando seu labios, depois pegou a mochila e saiu!
Lá fora as nuvem já soltavam sua craga. Kurama não tinha tempo de voltar e pegar um guarda chuva, colocou a pasta sobre a cabeça e correu para a escola.
*
Shun chegou a faculdade mais tarde do que de costume. Para variar Hyoga tinha feito a maior zona na cozinha e ele deve que arrumar.
- Como é que você conseguiu?
- Caiu ué!Alem disso o chão ficou bonito assim branco leite!
- E a torrada?
- Queimou um pouquinho!!!! Acho que coloquei tempo demais!!!!
- Ai, que bagunça, me lembre de nunca mais, em toda a minha vida deixar você chegar perto da cozinha!
Agora, depois de ter arrumado tudo Shun entrava no predio que dava acesso as salas de aula. Ele corria por entre os corredores, não estava molhado pela chuva por que Hyoga tinha o levado ate lá e depois saido com o carro para encontrar Seiya e Shiryu . Shun corria agora ainda mais rapido sempre olhando para o relogio, ate que virou em uma esquina do predio.
- Ai!
- Desculpa.
Shun estava no chão com todo o seu material espalhado, a sua frente outro garoto no mesmo estado.
- Shuichi?
- Shun!!!! Oi, faz tempo né?
Shun concordou. Depois do tal dia do estudo ele e Minamino estavam meio que se evitando, o que não era desconfortavel para nenhum dos dois. Para falar a verdade era otimo, ele ainda se sentia um pouco envergonhado daquele dia!
- É, faz! E ai? Como tem andado?
- Bem! Olha.... é.... depois a gente se fala!
- Tá!
Shun viu Shuichi um pouco sem jeito se levantar, ajuda-lo e depois olhar em volta procurando o numero da sala! Ele estava todo molhado o cabelo vermelho pigava agua, o rosto vermelho com o frio da chuva e a roupa colada no corpo que Shun sabia ser muito parecido com o seu proprio,mais que ele não podia reconhecer nenhum detalhe, mesmo depois de estarem juntos na cama.
- Ali! Ele disse procurando pela sala, e Shun olhou para o papel que tinha nas mãos!
- Acho que a gente vai estudar junto outra vez! Ele disse e sorriu, abrindo a porta para Kurama passar e entrando na aula acompanhado de um pequeno sorriso de Shuichi!
*
Hiei saiu de casa, andando meio cabisbaixo pela rua. Foi andando pela cidade, tentado achar o que havia perdido e terminou bem onde tudo começara, no parque! Foi ao lugar onde havia estado aquele dia e não achou nada.
Pensou um pouco e resolvei que só havia uma coisa a fazer, ir atras daquele nigen e ver se a joia de lagrima estava com ele.
Hiei sentiu o pulso queimar, se o cordão estivessa nas mãos daquela coisa loira ela iria pagar caro, muito caro!
*
Hyoga ia ao encontro de Shun na faculdade. Achava otimo que Andromeda nunca mais tinha visto aquele amigo ruivo esquisito, Hyoga pensou que ate que fazer pressão em Shun valia a pena, porque afinal que outro motivo ele teria de se afastar se não fosse seus pedidos para isso?
Porem agora Cisne estava com um problema. Nunca mais tinha visto Hiei para lhe devolver o cordão, que só podia ser dele! Não tinha intenção nenhuma de ficar com uma joia tão bonita e provavelmente cara, mais tambem não podia pedir para Shun devolver e ele proprio nunca mais tinha visto o tal amigo ruivo.
Cisne parou junto ao portão e foi chamado por uma voz pelas costas!
- Ei, Hyoga!!
Ele se voltou e viu, Shun e o tal amigo ruivo, juntos tomando alguma coisa em um daqueles muitos bares que haviam ali perto!
- Oi! O que você esta fazendo?
- Almoçando! Eu e o Shuichi ficamos na mesma classe em uma aula de novo e ai resolvemos conversar! Senta!
Hyoga deu um oi para o ruivo que sorria e se sentou ao lado de Shun! Não era lá a situação mais confortavel mais não podia fazer nada, para variar os dois conversavam animados sobre a aula que tinham tido e sobre um ou outro despaltério que alguma garota tinha falado. Depois de algum tempo Hyoga entrou na conversa, meio que obrigado por Shun que sabe se lá porque tinha falado que Cisne morrou muito tempo na Siberia e que lá era muito frio e outras coisa obvias.
Duas horas depois Kurama se levantou dizendo que ia embora e se despediu de todos! Shun sorriu e quando ele ja estava a um passo de distancia se virou para Hyoga.
- Hyoga, de onde você tirou alquele cordão tão bonitinho que estava na sua gaveta?
- Que cordão? Hyoga estava avoado, olhando para as meninas cochichando em outra mesa e pensando em como era ser gay, e não ter que aquentar aquele barulho estridente e aquelas sorrisos falsos.
- Um que tem uma perola na ponta. Apareceu do nada né? Eu nunca tinha visto. É muito bonito, parece uma lagrima.
Hyoga olhou para Shun, seus olhos estavam arregalados e sua mente tinha voltado a funcionar, virou para onde estava Shuichi a ponto de ve-lo virando e agora encarando Cisne com a mesma expressão abobalhada que ele tinha no rosto. Hyoga teve certeza que ele faria um escandalo ou pularia no seu pescoço.
- Hyoga, o que foi? Shun sacudiu o braço de Cisne fazendo-o desviar atenção de Kurama.
- Nada, nada. Hyoga sentiu o corpo gelar , por mais estranho que parecesse, quando o amigo de Shun voltou para a mesa.
- Shun, - Shuichi disse, - por acaso o cordão é assim? E ele fez um desenho em um dos guardanapos.
- É, é parecido né Hyoga? Por que?
Hyoga encarou o ruivo e não disse nada, saia que tinha assinado uma confissão e agora tinha certeza que aquele colar era de Hiei.
- Por nada Shun. É que meu amigo, aquele que eu levei no dia da boate, então, ele tinha um e perdeu! Eu queria saber onde arranjar outro. E..Hyoga, você tem o visto ultimamente?
Shun não entendeu a pergunta e se voltou para Hyoga esperando por uma resposta.
- Não, não tenho!
- Então a ultima vez foi no dia em que eu fui estudar na sua casa!
Hyoga olhou para Shun que estava mais surpreso do que antes, não sabia o que fazer, se Hiei tivesse comentado que o vira estaria confirmando a suspeita do outro de que os dois tinham mais que se encontrado, então optou por um meio termo.
- É, ele estava esperando vocês acabarem de estudar na porta de casa!
Shichi sorriu, e desta vez Hyoga viu que nada seria mais forçado do que aquilo. Depois voltou a se despedir de Shun e saiu.
- O que aconteceu? Eu não entendi absolutamente nada.
Hyoga olhou para Shun e deu um meio sorriso.
- Sei lá, o amigo é seu, se ele é maluco a culpa não é minha.
*
Kurama só não xingou tudo que via pelo caminho porque uma parte de sua consciencia ainda era de Shuichi. Ele levou metade do tempo normal para chegar em casa de tão ansioso que estava para dar uma bronca em Hiei.
Assim que entrou em casa, passando pela roseira da porta e destruindo algumas flores só de olhar para as coitadas, Kurama chamou pelo Youkai mais não obteve resposta. Se jogou no sofa e esperou, vendo que palavras ia usar e qual o melhor jeito de brigar com aquele demonio mal-criado. Alguns minutos depois Hiei entrou pela janela junto com uma lufada de vento. Jogou a capa para um canto e se sentou ao lado de Kurama.
- Hiei, - Kurama começou bem doce, a voz baixa e sem aparente perigo,- você lembra daquele amigo do Shun?
- Hum hum.....
- Você o viu alguma vez depois daquela mal fadado dia em que você sismou que ele era um demonio?
-Não!
Kurama respirou fundo, olhou para cima e deu o maior berro.
- MENTIROSO!!!!! Eu estive com ele hoje e ele me falou que vocês se encontraram no dia que eu estava na casa do Amamya. Kurama falara tudo em um folego só e agora respirava esperando uma resposta!
Hiei olhou para a raposa e não conseguiu conter a expressão de susto!
- E o que mais ele falou? Perguntou sem ter o que dizer.
- E precisa de mais? se você quer saber, o Shun me contou que ele apareceu com uma joia em forma de lagrima... o que mais precisa ser dito?
- Kurama ..eu...
- Como você pode Hiei? Depois de ter me prometido, depois de eu ter de pedido!
- É que você estava lá na casa do outro..
- E ai você resolveu se divertir?
- Não é que.....
Kurama sentou no sofá, e cobriu os olhos com as mãos...
- Você não entende que isso pode estragar tudo?
- Eu sei, eu.....
Kurama levantou os olhos e encarou Hiei, depois abraçou trazendo-o junto para seu peito.
- Promete que não faz mais?
- Prometo, Kurama..foi estupidez minha, eu não devia ter te traido, é que você parecia gostar muito do tal amigo seu que eu fiquei com ciumes.
Kurama empurrou Hiei, segurando-o pelo ombro, os olhos arregalados olhando dentro dos outros vermelhos.
- Como é que é?
- É, você tem razão dessa vez, eu não devia.....
- Você me traiu?
Hiei se sentiu envergonhado, abaixou a cabeça e tentou abraçar Kurama mais esse saiu fora.
- Hiei, diz para mim que eu não ouvi isso!
- Isso o que?
- O que você acabou de dizer!
- Pra que esconder? Você ja sabe!
- EU NÂO SEI DE NADA!
- Então porque esse escarcéu todo. Hiei estava ficando impassiente com aquilo, o que aquela raposa estupida queria agora?
- Eu to achando que você foram resolver uma rixa, brigaram e o Hyoga acabou pegando sua joia. Ou você a deixou cair na luta.....
- Você fez esse escanadalo todo por causa de uma briga?
- Como uma briga? Se o Yusuke pega você matando nigens vai te mandar de volta pro Makai com autorização do Koemma. Mais o que você disse.....
Hiei caiu em si. Olhava Kurama mais perdido do que antes. Conviver com ele estava fazendo Hiei perder a lingua, e pelo jeito ele iria perder mais alguma coisa naquela noite.
Kurama viu quando alguns fios prateados cairam-lhe sbre os olhos, olhou para as mãos e viu as garras crescendo nos dedos pequenos e delicados.
- Você me traiu? A voz ja não era doce, um pouco mais rouca e forte!
- Kurama, esquece o que eu disse!
- Você me traiu seu youkaizinho mentiroso. E com aquele nigen loiro de farmacia ainda por cima. E eu todo preocupado que você poderia o ter matado. Pelo jeito o unico jeito seria de asfixia, de não conseguir repirar entre um gemido e outro.
- Kurama.....
Kurama respirou fundo. Controlou o proprio ki e em segundos estava de volta ao normal.
- Some.
- O que?
- Some da minha frente.
Hiei tentou chegar perto mais Kurama o empurrou, o youkai pegou a capa e saiu, era melhor deixa-lo colocar os pensamentos em ordem primeiro.
Kurama viu Hiei sair e voltou a se largar no sofá. Viu a mecha prata que voltava a surgir em sua cabeça.
- Primeiro um, depois o outro. Falou para o pequeno vaso a sua frente com uma planta de aparencia inofenciva, olhou a pequena abelha voar pela sala e depois a planta crescer assustadoramente rapido e engolir o pequeno inseto para voltar a sua pose inicial. - Primeiro o ningen!
*
Hyoga estava encostado em um poste conversando com Shun, do outro lado da rua Ikki esperava, olhando o movimento, com uma mão no bolso e a outra segurando uma carteira preta. Cisne acenou mais o maximo que Ikki fez foi mexer os olhos.
- Esse seu irmão é uma simpatia de pessoa né? Tão social.. Hyoga disse, mantendo o sorriso mais falando do jeito mais sarcastico que podia.
Shun riu, colocando os dedos na frente do rosto para não deixar Ikki mais irritado do que o normal. - Ele só quer minha ajuda para decorar o apartamento novo. Vai ser rapido!
- Sei, e por que tem que ser agora? Justo no fim da tarde quando a gente devia estar junto lá em casa!
- Por que é o unico horario que eu tenho, agora me deixa ir embora ou ele vem aqui me buscar!
Hyoga sorriu, segurando a mão de Shun e deslizando o indicador na palma dela, muito suavimente. Shun apertou os dedos de Hyoga e depois de uma rapida troca de olhares ele atravessou a rua, meio andando meio pulando, com as mãos nas costas para chegar perto de Ikki destraido, pular no pescoço dele e fazer os dois irem ao chão. Cisne tratou de sair dali o mais rapido possivel, primeiro por que não estava afim de ver Shun levar esporro, segundo porque se Ikki o visse rindo daquele jeito, ia dar a maior baixaria no meio da rua.
Cisne seguiu pelas ruas ja meio escuras com o entardecer. Ele pensava que depois de ter dado a sorte de não ter sogra, tinha que aturar o irmão mais velho.
- Se bem que se o Shun puxou a mãe, ela devia ser uma otima pessoa, a não ser que o Shun tenha a aparencia e o Ikki o temperamento. Hahahaha..ia ser daquelas que aparecem com a vassoura na porta de casa assustando todo mundo. Hyoga andava e ria pensando em Ikki de vestido, uma daquelas mascaras de creme verda na cara e uma porção de bobs no cabelo, sem se importar com as pessoas que o olhavam pensando de que aquele moço tão bonito ria sem parar.
Cisne parou junto ao portão do predio onde morava, mais antes que pudesse entrar sentiu algo vindo em sua direção. Virou a tempo de segurar um chicote que teria lhe batido no rosto. Hyoga olhou para os lados, havia uma especie de neblina entre as arvores e a pouca claridade do fim do dia não ajudava em nada para que ele pudesse ver o atacante.
Kurama saiu das sombras. Estava na sua forma Youko, o cabelo quase alcançando o chão as roupas brances, as mãos cruzavas no peito e o olhas feroz e inteligente, o olhar de um assassino muito experiente. Cisne buscou um lugar melhor para se defender do que poderia estar por vir. Se era um cavaleiro não estava de armadura, o que seria uma burrice agora que não havia mais duvidas de que os cavaleiros de bronze eram os mais fortes, se fosse um assaltante comum... um.. melhor dizendo incomum aquele chicote que quase o acertou não devia ser dele.
Kurama se aproximou mais. Rangia os dentes sem o menor de seu auto controle. Sua mente estava afetada demais, ele tentava manter seu espirito fime mais tudo parecia por demias abalado. Hiei. Tudo culpa daquele pequeno demonio perverso, Kurama sabia que tinha sido seu unico amante, sabia que era o unico em que Hiei confiava e o unico com quem podia contar sempre.. então, por que? A não ser que ele estivesse..... não.. Kurama sacudiu a cabeça... Hiei era só dele, ele era o unico amor que o youkai ja tinha tido. E nada, nem mesmo as normal do Renkai tirariam Hiei dele, nem que pra isso tivesse que matar aquela coisa loira na sua frente a unica.
Hyoga olhava para o ser que se aproximava, ele entrou embaixo da luz de um poste e Cisne ao ver doque se tratava deu um pulo para tras. Seu atacante era alto, mais alto do que Ikki até. Os cabelos compridos e prateados. Algo balançava a suas costas, algo como uma.... uma.. uma cauda? Hyoga piscava sem estender. Nada que lha vinha a cabeça parecia ser real. Não havia ninguem na rua, a nevoa os cobria e a figura se aproximava, mais um passo e Cisne pode ver as orelhas saindo de dentro do cabelo.
Kurama sabia que aquilo não seria facil. Podia sentir o frio começar a subir por suas pernas e via algum flocos de neve cair ao seu lado. Envocou seu Ki e liberou o chicote de rosa, balançando-o de um lado pra o outro no mesmo ritmo de sua cauda.
O Youko se lançou em combate, Hyoga viu os movimentos e saiu para o lado criando com o Pó de Diamante uma barreira ao chicote que seguiu seu movimento de esquiva. Foi então a vez de Cisne atacar, aproveitando que Kurama estava de costas ainda parando o corpo do ataque anterior. Lançou o Execução Aurora, juntando as mãos e atacando querendo acabar logo com aquilo. Kurama não se moveu, uma enorme arvore surgiu entre os dois, sento congelada completamente pelo golpe de Hyoga. Kurama rachou a arvore ao meio com o chicote. Ficxaram os dois se olhando, apenas o corpo maciço da arvore os separando. Se encaravam, o Youko demostrava odia e Hyoga parecia calmo, olhando para a figura que ele não podia negar ser bonita a sua frente.
As energias aumentaram, o chão começou a tremer e se soltar, a arvora entre eles desapareceu como se evaporasse. Os dois atacaram. Pararam, com as mãos entrelaçadas. O Youko havia ferido o braço de Cisne que agora sangrava e Hyoga, segurando o chicote o lançara longe, conseguindo em um contra ataque congelar uma das pernas de Kurama.
Entre seus dedos as energias brilhavam, escorria sangue pela mão de Hyoga, ferida pelas garras do Youko, Kurama resistia senttindo seus dedos congelarem aos poucos. Eles se encararam, cada um se vendo refletido na pupila do outro. Galhos de arvores balançavam de encontro a eles e congelavam minutos antes de envolve-los.
Hyoga e Kurama sabiam, se continuasse assim um
deles morreria. O que eles nãoi sabiam era quem cometeria o primeiro
erro. Quem sairia dali vivo?
CONTINUA
Jade Suiyama
Co-autora: Perola J.
Essa fics é continuação de Água. É nela onde as semelhanças incriveis dos dois cavaleiros e dos dois demonios irão parecer. Semelhanças que nunca foram expostas antes e que estavm escondidas em Gelo e Fogo e em Agua. Coisas que eu só pude ver graças a intervenção da Perola. Essa fics é dedicada a ela e a Sandy. A Perola por que conseguiu descobrir mais coisas entre esses quatro personagens do que eu jamais poderia e a Sandy por ter me dado a paixão por Yu Yu!!!! Muito gradecida ^___^
Jade