- Mãe... ?

Quando o tiro do Wepon me atingiu , o que vi não foi nem a morte e nem a luz , mas sim o rosto da pessoa qual tanto amei ...

MIND LABYRINTH
FINAL FANTASY AFTER HISTORY
 
 
 
Por Graciela Naguissa 
 

‘Queda do Meteo e o final da Shinra.’

Com a poeira erguida pelo Meteo, o céu acabou sendo coberto. Com isso , a luz do sol enfraqueceu-se , causando quedas na temperatura no ambiente . Os vegetais , a pouco , começaram a diminuir seu número junto com o número dos animais .

A queda de Shinra causou a falta de energia em uma massa mundial como também afetou seriamente a economia onde ela predominava quase todos os movimentos significativos.

Assim estes dois incidentes causaram um monstruoso impacto na vida de todos... .

-Cloud , é ótimo reencontra-lo.

Setor slam 2. Agora que boa parte da população de ambas cidades ( de cima e de baixo das placas ) deixaram Midgal, nesta cidade também uma grande parte das casas já estão abandonadas .

A três dias atrás quando eu e Red XIII estávamos em Bone Village , Cait Sith pediu a mim para ir a Midgal sem me dar quase nenhuma explicação e pediu a Red XIII para ir à cidade dos Setras com o pretexto de avisar a todos que estavam lá o minha próxima parada.

A. M. 497. 2 meses após do terror do Meteo e do começo deste longo inverno.

- Qual é o assunto que quer tratar comigo ?

Repeti a pergunta qual fiz a Cait Sith varias vezes e que não tinha conseguido obter nenhuma resposta.

Reeve fez um rosto que facilmente poderia reparar seus sentimentos confusos . Após alguns instantes me pediu para acompanha-lo. Eu , sem escolha, segui suas palavras .

- Esta bastante silencioso . Como estão o resto dos moradores ?

- Dez de o estrago da parte superior de Midgal todos começaram a seguir seus caminhos. Agora resta apenas o slam 4 e 5.

Respondeu Reeve . Ele continuou sua presença em Midgal devido às pessoas que ainda permanecem nesta cidade destruída, ajudando-os no que lhe alcança .

- Apenas sou um dos que são apegados a esta cidade . Porém varias vezes me deparo à tolice do ser humano. Por este sentimento as vezes penso sobre a re-estabilisação da energia Mako mesmo sabendo sobre as conseqüências .

Ele comentou com um sorriso amargo. Não encontrando palavras adequadas para devolver e ele continuei calado.

Nas partes de climas frios, muitas vilas foram destruídas pelo peso da neve, outras os abitantes acabaram morrendo devido ao frio drástico que os atacou. Mesmo em lugares de clima temperado estão sendo cobertos pelo gelo . Com estas mudanças muitos animais para abatimento acabaram não resistindo à mudança de temperatura assim como muitas plantações. A população migrou para as regiões antes consideradas tropicais como Corel e Mideel dando mais dificuldade para o problema dos alimentos insuficientes. Com todas estas dificuldades seria indispensável o uso da energia para manter garantido o uso das maquinas, porém agora sem a energia Mako os métodos antigos começaram a voltar. Mesmo assim não é o suficiente para manter uma qualidade de vida descente.

- Entre, por favor.

Com a voz de Reeve voltei à realidade e vi na minha frente uma casa abandonada .

Continuando a trajetória nos chegamos a uma porta que se localizava no final da escada onde nos leva ao porão.

- Sei que irá se assustar, mas por favor retire sua espada.

Respondendo com os olhos, Reeve abriu a porta lentamente. Quando eu iria entrar dentro do quarto me endureci com a presença de um homem que não "deveria" estar aqui.

- Rufus... .

Minha garganta estava seca quando emiti tal nome... .

- Há 3 dias veio um pedido de um casal de idosos que queriam saber sobre a identidade de um jovem ferido e vim a esta casa.

Reeve, sentado numa cadeira velha que estava na beira do quarto, começou a explicar o que sabia sobre a história, e eu apenas observava Rufus que está sentado numa cama limpa com um lençol branco cobrindo suas pernas . Porém o olhar vago era voltado para a parede velha. O mais adequado seria que ele nada olhava, pois em seus seu olhos, nada refletia como se fosse um vidro embaçado.

- Os dois sabiam que era o presidente, mas tinham resolvido que trataríam-no até que recuperar-se definitivamente. Me explicaram que sentiam-se como se seu filho morto tivesse voltado para o eles, mas chegou a hora em que teriam que sair da cidade. O senhor era um médico e se referiu sobre a possibilidade de que o presidente trancou sua consciência por espontânea vontade. Me falou também que havia possibilidade de uma intoxicação devido à energia Mako .

- Intoxicação Makonica ?

- Exatamente. Levando meu olhar sobre Reeve, ele respondeu.

- Então deduzi que seria melhor conversar com você antes de tirar uma decisão precipitada.

Me levantando, fui até a cama onde Rufus esta sentado. Chegando ate lá, observei melhor seus olhos e me lembrei quando estava dentro do Lifestream , sozinho, prezo no labirinto que eu mesmo havia construído.

- Cloud ?

- Vamos leva-lo ao Highwind.

Virei para Reeve.

- Aonde posso encontrar um radio?

Perguntando, eu já estava andando para sair deste quarto.

- Rufus esta vivo !?

Esta foi a reação que todos tiveram quando falei o acontecimento.

- Droga. Logo ele! Vivo !!!

Após de todos reunidos no Operation Room, berrou Barret .

Agora que Hojo esta morto não é possível construir novamente os reatores. Mas e Rufus? Claro que ele não deve saber perfeitamente o como, mas é muito provável que ele saiba o básico para a transformação da energia espiritual para a energia Mako.

- O que pretende fazer, Cloud ?

Tifa que esta sentada na minha frente me perguntou. Não deve ser engano o que vejo em seus olhos, "Insegurança".

- Quero deixa-lo aqui por alguns tempos .

- Cloud , por que não o mata de uma vez? Alias, ele é um Shinra.

- Se partirmos por esse ponto de vista, não só Rufus como também eu, Cloud e Cait Sith também estávamos na Shinras.

Respondeu Vincent para a palavra de Yuffie, com seu queixo encima dos seus braços apoiados na mesa.

- Ei Yuffiezinha , não esqueça que eu também sou um ex-Shinra.

- Como Vincent e Cid disseram não podemos mata-lo apenas por esta razão, mesmo tendo um ódio muito grande contra ele . Não será tarde decidir-mos sobre isto após ele se recuperar.

Continuei as palavras de Cid e Vincent com meus dedos cruzados encima da mesa.

- Mas... como será que ele conseguiu escapar daquela explosão?

Para a pergunta de Red, Cait Sith respondeu confuso.

- O casal que recolheu o presidente Rufus falou que ele apareceu de repente.

- Como assim de repente? Ele apareceu sem mais nem menos no espaço?

Cid entrou na conversa, porém Cait Sith fez um gesto confirmando a palavra do piloto.

- O estado de Rufus é muito confuso. Cait me falou que ele deve ter trancando sua própria consciência e que esta com sintomas de intoxicação Makonica.

- Intoxicação Makonica?

Achando algo estranho repetiu Tifa.

- Também não estou entendendo sobre esta hipótese. Para acontecer isso a pessoa precisa se expor a tal energia.

- ... .

- Parece que não temos outra saída. Esta bem. Aceito a proposta de Cloud. Será mais seguro com ele em nossa vista.

Com as palavras de Barret Tifa também concordou. Após, todos seguiram os dois.

- Cid, fale para o piloto nos levar para as ilhas perto de onde existia o templo dos Setras.

- Ordens entendidas líder.

Dando uma piscada para dar graça, Cid saiu do Operation Room.

Água...Chuva...

Caverna...Luzes...

Minha casa...Quarto da minha mãe...

Aonde estou...?

Mar...Cor branca...

Coisas que gosto....

Meu pai...Midgal...Shinra...

Coisas que não preciso...

Mãe....eu..................

- ? Esta chorando?

Quando estava no quarto onde Rufus repousa, meu olhar parou no rosto do jovem.

- Deve estar sonhando...

Uma cama simples, lagrimas e Rufus.

- Nunca imaginei que...

Um dia eu iria ver isso.

O olho direito dele não enxerga mais. Seu corpo esta fraco. Seu cabelo sem nenhum penteado.

- Ele tinha este rosto de, criança...?

- A tia Skarlet, em vez de ficar quieta no seu canto começou a vasculhar Midgal com alguns soldados que restou.

Cait avisou a todos com uma voz sem graça.

- Insetos domésticos não morre tão fácil.

Yuffie se espreguiçando comentou com veneno na língua.

- O que será que aquilo esta planejando?

- Coisa boa não deve ser. Respondeu Tifa.

- Cait Sith. Fique atento nos movimentos de Skarlet.

- Ok! Falando nisso, Cloud. Como esta o presidente?

- Nenhuma mudança....

Com a minha resposta, Cait mostrou um gesto de tristeza. Vendo isso Barret estalou a língua.

- O que que é! Você não é mais um Shinra! Pare com essa mania de "presidente". Ele é inimigo, ou você se esqueceu, hein?

- Mesmo falando assim comigo, não vai ter jeito. Costume é costume!! E o presidente Rufus ficou daquele jeito por causa do Presidente Shinra. Não consigo ver ele como um simples inimigo. Então Cloud, vou desligar o contato.

Após avisar, Cait ficou imóvel. Barret se mostrou aborrecido com a resposta dada não falou mais nada.

Coitado... ainda tão pequeno .

A senhora Carmira era um pessoa tão dócil. Mesmo doente sempre se preocupava com nós.

O que será que passa pela mente dele. Não comparecer nem no velório da esposa.

Não dirigiu nenhuma palavra de consolo para o filho .

Será que o Presidente não sente nada, mesmo pela sua própria família?

- Isso é verdade !?

Tifa se levantou do seu lugar devido ao espanto que levou com o que Cait anunciou a todos.

- Sei que o espanto é justificável, mas é pura verdade. Skarlet encontrou uma papelada indicando um lugar onde pode ter as plantas de reatores.

- Aonde è esse bendito lugar ?!

Cid perguntou para Cait .

- Perto do reator 15 onde antes estava Jenova.

- Reator 15? Aí não è...?

- Porão do casarão Shinra... .

Vincent completou o pensamento do Red.

- Parece não ter outro.

- Cid. Fale para os tripulantes começarem a preparação para decolagem.

- Pode deixar!!

Cid se levantando do seu lugar, apressado se dirigiu para a cabine de controle.

- Outra vez Shinra quer devastar nossa terra natal... .

- ...Não se preocupe. Isso não vai acontecer....

Para as palavras de Tifa, respondi firmemente já com a mente na suposta batalha que poderia começar.

Rufus! Será você quem irá herdar esta enorme companhia !!

Assassino!! Devolva minha casa!! Minha mãe!! Meus irmãos!!!

A terra prometida não vai ser entregue nem a vocês e nem a Sephroth!!

Me desculpe Rufus... Mas a mamãe vai ter que partir...

Eu...

A cidade de Nibelhein já deserta esta coberta pela neve. Nela um vestido escarlete.

- A quanto tempo, não pivetinho?

Com um sorriso irônico falou a ex-chefe de desenvolvimento de artilharias.

- Mas que peninha. A senhorita aqui já encontrou a planta do protótipo do reator. Agora é só montar um. ...Ah , que adrenalina poder passar vocês para traz...!

Com as palavras de Skarlet, Tifa sorriu .

- Senhorita? Terceira idade não seria mais adequado?

- ......!

Skarlet levantou sua mão e o som contínuo porém desorganizado de metralhadoras se espalharam pela cidade abandonada.

Réstias de memórias.

Meu pai que nunca me abraçou.

Um menino que com ódio e tristeza nos olhos me atirou uma pedra e logo foi morto.

Palavras de um ex-soldier decidido em levar minha vida.

E a única pessoa que me amou e falou que "eu" mesmo sou importante, minha mãe.

Esta chorando?

....Mas ,quem será esta voz que escuto tanto...?

- ...Aonde estou?

Despertando-se de um longo sono falou o jovem vendo um teto desconhecido.

- Cloud!! Vá atras de Skarlet!!

Reconhecendo um vestido escarlate se distanciando, gritou Vincent. Impulsado pela voz, corri atras de alguns soldados. Quando vi, Skarlet e alguns tinham montado em Jet-skis. Apreçado também apanhei um e assim começou a perseguição... .

Quanto tempo deve ter passado? Nós estávamos quase chegando no lugar onde deixamos o Highwind. No começo tentaram me derrubar com suas metralhadoras mas agora estão apenas correndo.

!!!

Chegando perto do mar deu para reconhecer algumas pranchas quando Skarlet e os outros pararam, mas há algo estranho.

Também desliguei o motor e ao retirar minha espada desci do jet-ski.

- Cloud, está tudo bem ?!

Pela minha frente escutei a voz de Tifa. Logo entendi por que Skarlet parou. Todos devem ter vindo cortando caminho. Me lembrei que Tifa conhecia canto a canto desta região.

- E agora, tia Skarlet? O que vai fazer?

- ... .

Skarlet e os soldados entraram em forma de defesa.

- Vai nos entregar as plantas ou vai querer ser congelada para sempre.

- Trombadinha de slam...!!

Com chamas do ódio no olhar falou Skarlet mas Tifa continuou com seu sorriso.

Nós pensamos que logo tudo iria terminar... .

- Skarlet!!

Para uma voz que se escutou pelo alto, todos olharam para o dono dela.

- Presidente Rufus!!!

Espantada gritou Skarlet.

- Mas como!? O senhor tinha falecido no ataque do Weppon!!??

- Sobre isso falo depois.

Rufus veio pelo barranco e tentou chegar até onde Skarlet está, mas se desequilibrou e rolou pela rampa.

Barret apontou sua arma para Rufus mas Tifa o deteu. Skarlet chegou até o lugar onde Rufus estava caído, mas após ajuda-lo a se levantar , agarrou-o por trás e apontou um revolver na cabeça dele.

- Skarlet!!

- Não sei como o senhor está vivo mais veio em uma péssima hora, presidente Rufus.

Com a voz confiante falou Skarlet.

- Pronto, menina de rua. O que vai fazer comigo sendo que tenho um refém?

- Até aonde você é baixa...!

- Para mim essas palavras é a ultima latida dos cãozinhos perdedores. Então terroristas, foi um prazer em reve-los.

De pouco a pouco aproximandosse em umas das pranchas Skarlet anunciou sua vitória. A única coisa que poderíamos fazer foi observar. Logo a prancha saiu da terra.

- Então, obrigado pela sua companhia, presidente Rufus .

Rindo com sua voz irritante, Skarlet lançou Rufus para o mar e disparou um tiro.

De onde eu estava não deu para confirmar se a bala atingiu Rufus. Logo a prancha com Skarlet já estava além da distância possível para um contra ataque.

Vi o corpo de Rufus ainda no mar e jogando minha espada na areia entrei na água.

- Cloud?

- Vou salvar Rufus. Todos se escondam para se prevenirem de um ataque.

Nadando pelas águas geladas, fui até onde Rufus estava.

- Rufus!!

Chamei uma vez seu nome, mas Rufus parecia não escutar.

- Rufus!!!

Quando o chamei novamente, finalmente ele se virou para cá.

- O que venho fazer.

Como uma fera que encontrou seu inimigo ele rosnou.

- Consegue nadar?

- Não se intrometa.

Quando o segurei, Rufus puxou seu abraço tentando se livrar do meu. Conseguindo me aproximar dei um soco no estômago dele com a força suficiente para lhe fazer perder a consciência. Assim, enroscando meu braço no pescoço dele levei-o até a praia.

- Vamos.

Coloquei Rufus na garupa e todos voltamos para o Highwind.

- Droga!!

Barret, com fúria e remorso, socou a mesa com sua mão esquerda.

- O que vamos fazer sendo que as plantas estão com eles!!!

- Mesmo recuperando a planta, tratasse daquela raposa vermelha. Já deve ter tirado milhares de cópias.

Cid resmungou colocando suas pernas encima da mesa do Operation Room.

- Ainda temos chance.

- O que quer dizer, Vincent?

- Naquele protótipo falta um elemento fundamental.

Para minha pergunta respondeu Vincent.

- Ausência ?... ... !!!! Mecanismo para resfriamento!!! Sem isso o reator não estará completo!!!

- Cait Sith?

Com o grito de Cait Sith, Yuffie que se senta ao lado tampou seu ouvido.

- Cloud, para completar o mecanismo é preciso um equipamento especial para o resfriamento do reator de pressão. Sobre o que me lembro, Doutor Gust e Hojo estavam no desenvolvimento dele.

- Pouco antes de Doutor Gust sair da Shinra que ele finalmente foi concluído. Como construir era o segredo de sete chaves e só Hohjoh sabia.

Prosseguiu Cait Sith com a explicação de Vincent.

- E as probabilidades que Skarlet consiga obte-lo?

- Como você sabe, todos os reatores foram derretidos por dentro pelo Holly. Para reconstruir os equipamentos ausentes precisaria de um gênio e uma boa instalação.

- Mas, e Rufus? Não será nada estranho que ele saiba alguma coisa sobre esse tal aparelho.

Red XIII perguntou após Cait me explicar.

- Não é melhor saber sobre essa coisa?

Assim continuou Yuffie, com seu jeito de adolescente.

- ...Eu tomarei conta disso. Em quanto isso, queria que todos fossem procurar informações sobre Skarlet e Heidekker.

-Cloud, eu e Red vamos permanecer aqui. Se sairmos perguntando por aí tem o perigo de que nos localizem devido à nossas aparências.

Disse Cait.

- Eu também quero ficar, posso?

- Tifa, quanto mais pessoas agindo será melhor.

Com meu gesto de negação, Tifa abaixou a cabeça mas logo entendeu. Logo depois, um dos tripulantes atendeu o interfone. Desligando-o, dirigiu-se a mim.

- Senhor Cloud, Parece que o pre... Rufus retomou a consciência.

Com este aviso, pedi a todos para que permanecessem aqui até eu voltar e me retirei da sala.

Apertando a campainha do interfone, sem esperar a permissão entrei no quarto onde Rufus ocupa. Aí estava ele. Lançando um olhar fixo e forte, ele levantou seu corpo rapidamente como se eu fosse devora-lo no primeiro instante da sua distração, porém mostrou em seu rosto a dor que deve ter sentido ao se movimentar.

- É por abusar do seu corpo.

Disse a ele puxando uma cadeira para me acomodar.

- Você estava dormindo por 2 meses.

Sentando, cruzei minhas pernas.

- Por que não me mata...?

- Por ainda não haver necessidade.

Respondi.

- Não há mais Shinra. Até Midgal esta se transformando em uma cidade fantasma.

- A Shinra, não existe?

- Foi isso que você ouviu. Nem mais os reatores funcionam.

- Shinra... .

Sussurrando, Rufus abaixou sua cabeça. Seu ombro começou a tremer.

Primeiro pensei que estava chorando, mas escutei um riso pequeno. Logo isto cresceu e no fim Rufus estava soltando gargalhadas. Aproximei minhas sobrancelhas sentindo algo muito estranho mas percebi que em seus olhos havia lagrimas.

Não sabendo como reagir, continuei calado até Rufus parar.

- ... Me deixe só... .

Com uma voz fraca pediu Rufus. Eu nada mais pude fazer a não ser sair do quarto.

Não sei se foi impressão minha mas escutei Rufus sussurrar algumas palavras.

- O presidente, riu?

Devo estar um pouco perturbado com o que vi naquele quarto. Ao voltar para o Operation Room falei a todos o que tinha acontecido naquele quarto. Cait mostrou tristeza em seu rosto.

- Aquele lá chorar e rir ao mesmo tempo? Han! Você esta brincando.

Debochou Barret.

- Não é ataque de dó de si mesmo?

- Ou, alivio pelo o peso das costas que desapareceu.

Vincent, após responder pelas palavras de Barret virou sua cadeira para o meu sentido.

- O que pretende fazer?

- ... ... ... .

Senti os olhares se concentrarem encima de mim. Abaixei meus olhos nas mãos que estavam cruzadas na mesa.

- ... Quero que ele continue aqui. ...Pelo ou menos até conseguir-mos mais informações... .

Respondi com uma voz pesada. Me levantei da cadeira e virei as costas para todos.

- Cloud?

- Vou voltar para o meu quarto.

Sem virar o rosto, avisei a todos como obrigação.

Porque sinto medo dos olhos de Rufus?

É pela pena que sinto por ele?

Ou será por causa de ter visto as lágrimas já 2 vezes...?

Em frente da porta onde passei varias vezes, respirei profundamente e apertei o open.

Entrando, Rufus estava em sua cama.

- O que quer?

Com a voz dura, suspirei uma vez dentro de mim.

- Quero lhe perguntar sobre uma coisa. Os reatores Mako.

- ... Se eu disser que não irei responder?

Rufus mostrou um sorriso frio.

- Vai me torturar?

- Sei que será um ato em vão.

Abaixei meu ombro como um gesto de desistência.

Uma alma revestida por paredes qual não consigo ler os sentimentos.

- ...De qualquer forma, preciso ter informações sobre ele.

- Inútil.

- Mesmo que seja.

Rufus virou sou rosto. Me apoiei na mesa e cruzei os braços.

- Prefiro morder minha língua.

- Se as pessoas que morreram até hoje voltassem com esse gesto, eu mesmo teria lhe dado o ultimo golpe.

- Palavras... São as preferidas dos fingidores. Pretende ir ao paraíso?

- Para que fingir? Só não quero ser como Shinra.

Com a minha resposta, esperei mais palavras de Rufus mas não consegui nada. Virei meu rosto para o lado da cama e vi um homem olhando para a janela que ha em seu lado.

Nada tendo mais a comentar, olhei para as paredes. Brancas, sem enfeites.

Rufus estava deitado. Parecia não ter nenhuma intenção de se levantar. No criado mudo de metal, uma bandeja largada.

- Não vai comer?

Perguntei a ele, mas Rufus nada respondeu.

- Rufus?

- Esse não é o nome que você pode pronunciar... .

Abrindo os olhos ele me respondeu. Foram palavras de rejeição. Para mostrar que não me atingiu, peguei a bandeja e coloquei no colo dele.

- Lamento mas não tenho intenção de te chamar nem pelo sobrenome e nem pelo seu ex-cargo. Fui nomeado para cuidar de você.

Puxando a cadeira para perto da cama continuei.

- ...Mesmo acordado, sem forças não tem sentido.... . Coma um pouco. Desse jeito nunca seu ombro irá sarar.

- ...Porque me fala isso?

- Meu inimigo foi o "presidente da companhia Shinra" e não o homem que está na minha frente.

Ao cruzar minhas pernas, Rufus abaixou seus olhos para o prato de sopa. Continuou este estado por alguns segundos e levantou sua mão para segurar a colher. Ao levanta-la viu sua mão tremula e soltou a colher com raiva de não conseguir pega-la direito.

Sem nenhuma palavra aproximei minha cadeira à cama mais ainda e peguei a colher que estava jogada. Pegando um pouco da sopa mais fria do que morna, tirei o excesso e levei até a boca de Rufus. Ele mostrou não gostar da idéia mas sem saída acabou aceitando. Mesmo escutando o barulho da colher bater nos seus dentes continuei. Logo o prato ficou vazio.

Tirando a bandeja de seu colo, Rufus entrou novamente na cama e se cobriu até a cabeça. Quando saí do quarto, um suspiro.

Alisei uma vez meus cabelos loiros pontudos e saí andando pelo corredor.

- O que significa esses pesos?

Rufus perguntou desconfiado vendo 2 pesos de metal de 1kg.

- Se for praticar fisioterapia caseira não precisa ser escondido.

Para as minhas palavras, Rufus me lançou um olhar forte.

- Não estou lhe vigiando.

Conseguindo sentir a razão do olhar, sorri amargamente.

- Apenas reparei quando troco sua roupa que seus músculos estão voltando.

Após explicar,

- Tentativa de fuga?

- Nadando?

Rufus respondeu mal humorado. Cruzando os braços continuei a observar seu rosto.

Não me lembro bem mas recordo que ele não tem parentes. Sua mãe faleceu quando ele ainda era criança e seu pai morreu nas mãos de Sephiloth. A verdade deve ser a que ele não tem para onde voltar.

Ele talvez pode ser mais solitário do que eu.

- ...Você, gostava mesmo da Shinra?

Rufus ergueu seu rosto bruscamente.

- Você tem onde voltar após sair daqui?

Ainda espantado Rufus continuou me olhando como não estivesse entendendo o que escutava, mas logo, voltando a si, levantou a guarda novamente.

- Quer falar que sente pena !?

Devo ter afetado seu orgulho. Para sua voz carregada de ódio balancei minha cabeça negando suas palavras.

- Ficar trancado aqui não lhe da tédio? Me lembro que Tifa tem alguns livros. Vou trazer alguns para você passar o tempo.

Aquele olhar me perturbou...

O de sempre, me lembra uma fera ferida. Mas aquele se parecia mais com ... .

- Cloud!!

Com a voz que me chamou por traz virei e identifiquei Red correndo para cá.

- Aconteceu alguma coisa?

- Yuffie mandou notícias. Parece que Skarlet e Heidekker estão andando pra lá e pra cá em busca de capital.

- ...... Como Cait estava prevendo.

- Cloud. Está acontecendo alguma coisa?

- Porque?

- .... ...É que você anda um pouco calado...Cait também está reparando. Está com problemas?

- Não é nada. Não se preocupe.

- Mas... ....

- É verdade.

Sorri para tentar tirar a preocupação dele, mas Red parecia não ter acreditado. Passei uma vez minha mão em sua cabeça e voltei a andar.

Porque rejeita as mãos estendidas para você?

Ergui meu rosto do livro. Olhei para Rufus que está dormindo e escutei gemidos. Em sua testa o suor. O rosto avermelhado. Quando toquei nele para ver sua temperatura, Rufus apertou minha mão. Olhei mais uma vez mas ele estava inconsciente. Sua mão estava muito quente. Pode ser que esteja começando uma infecção no ferimento.

- Rufus. Vou trazer alguns remédios.

Falei para ele mesmo sabendo que não estaria escutando e tentei me levantar mas não consegui.

- ... .

Rufus murmurou algo.

Sem achar outra maneira, estiquei minha mão para o interfone. Pedi a um dos tripulantes para que me trouxesse um vidro de antiinfeccionais em mais um para abaixar a febre.

- Mãe.... .

Quando devolvi o interfone ao gancho, escutei outra vez o gemido de Rufus. Senti minha mão sendo apertada firmemente.

Apertei a mão para responder e acariciei o cabelo.

- Está tudo bem... .

Sussurrei assim para conforta-lo e fiquei esperando os remédios que logo deveriam chegar.

Parece que eu estava dormindo.

Me espreguiçando percebi que a mão que estava me segurando até dormir já estava solta.

Levei meus olhos para cima de Rufus. No seu rosto não há nenhum rastro do sofrimento trazido pela febre. Mesmo tocando na testa, parecia que a crise já tinha passado. Eu, finalmente abri a boca.

- Até quando vai fingir que está dormindo?

Com as minhas palavras, Rufus abriu seus olhos. Para saber se está realmente dormindo é só prestar atenção na respiração da pessoa. Ele fez o olhar de sempre.

- O ferimento está doendo?

- ...Estou bem.

- Ótimo. Mas será melhor tomar mais uma vez o remédio para se prevenir.

Me levantando da cadeira,

- Aonde vai?

- Trazer algo para comer.

Respondendo saí do quarto.

- Já terminou de ler os livros?

Vendo os livros empilhados no criado mudo, peguei um em minhas mãos.

- Se for essa quantia não preciso de mais que 3 dias.

- Então, vou ter que procurar alguns novos... .

Tifa deixa em seu quarto pelo ou menos 20 livros para ler nas suas horas vagas. Eu já trouxe quase todos mas Rufus os leu em menos que 6 dias sendo que todos possuem mais de 500 páginas. Deve ser a diferença de concentração, mas pensando bem, mesmo que seja por poucos meses, Rufus administrou uma companhia de tamanho monstruoso como a Shinra. Pode ser que seja uma coisa óbvia.

- Porque lutou contra Shinra?

- O que?

Levantei meu rosto pela pergunta que me pegou desprevenido. Os olhares se bateram frente a frente e Rufus mostrava-se sério.

- Er... .

Desviando meus olhos, pensei se devo contar a ele.

- Foi pela experiência de Hojo?

- Bem... .

Sentindo que não existia mais nenhuma saída, respirei profundamente.

- Minha terra natal foi queimada por Sephiloth e minha mãe morreu junto com muitos da cidade. Os que sobraram foram usados para a experiência do Hojo e meu melhor amigo foi morto tentando me proteger dos soldados....

Rufus ouvia minhas palavras em silêncio.

- Me lembro que falaram a nós que sabíamos de mais... .

- ... .

- Por isso, não tenho nem família e nem a cidade de minha infância. Fiquei enganando a mim mesmo e entrei em um labirinto sem respostas a anos... .

- ... Nibelheim.

No nome que saiu pelos lábios do Rufus, respondi abaixando minha cabeça uma vez.

- Sobre o que do reator precisa saber?

- ?

Agora, com um olhar mais espantado, olhei para Rufus.

- Fale. Ou não é mais necessário?

- A... É sobre o aparelho de resfriamento e o material para o reator de pressão.

- O aparelho de resfriamento é apenas nitrogênio no estado líquido percorrendo em volta do reator de pressão. O reator é feito por neocerâmica revestido com a liga de mythril, platina e folur. Dentro é colocado algumas matérias como catalisador.

- Como se pode obter esse material? E quantos sabem disso?

- Apenas eu, Hojo e o vice líder da divisão de ciências e pesquisas tinham acesso a essa informação. O vice morreu no ataque de Sephiloth na torre Shinra e Hojo... .

- Já derrotamos Hojo no dia do ataque do Wepon.

- ... O material para o reator de pressão é feito pela divisão de desenvolvimento de artilharia mas afirmávamos outro pretexto para o fim de uso. O acabamento Hojo fazia pessoalmente.

- E a possibilidade de outro conseguir desenvolver estes mecanismos?

- É muito perto de 0%...Doutor Gust e Hojo conseguiram pistas com as pesquisas de Jenova. As plantas estavam em uma net isolada e nem eu posso me lembrar de detalhes sem a planta.

- ...Você não sabe o alívio que me deu... .

Dando um suspiro, apoiei minhas costas na cadeira. Com que Rufus me informou, parece não existir a preocupação da reconstrução dos reatores... .

- ...Se alguém estiver tentando reativar os reatores, vá até a fabrica da liga de Skarlet, no setor 3.

Após me informar, Rufus levou seus olhos para a janela.

Pode ser impressão minha, mas em suas costas senti algo triste... .

- Cloud! Quando voltou?

- Agora mesmo.

Respondi para Yuffie que veio correndo dez de a outra ponta do corredor.

- E como foi?

- Cid examinou e me confirmou que as máquinas não estão mais em estado de funcionamento, mas preferiu ficar em Midgal. Parece que tem algo que quer saber melhor. E os outros? Já voltaram?

- Todos menos Vincent. Parece que ele também está encucádo com algo e ficou em Junon. Mas acho que não vai ter mais problemas.

- Também rezo por isso.

Sorrindo, começamos a andar em destino a Operation Room.

- E Rufus? Como ele está?

- Rufus? Nem me pergunte.

- Porque?

- Só levamos coices. O único que conseguiu chegar perto foi Cait Sith. Barret quase espancou ele.

- ... .

- Cloud, você não está se envolvendo demais?

- ... .

- Está me ouvindo?

- ...Yuffie. Vai na frente por favor. Vou tomar um banho antes.

- ...Tá bom... . Mas não demore.

Escutando as palavras de Yuffie pelas costas andei até o bloco de repouso. Em vez de ir ao meu quarto me dirigi para o quarto de Rufus.

- Rufus. Vou entrar.

Soltando o botão do interfone, entrei no quarto que não pisava a 4 dias. Na cama que logo entra na vista um jovem dormindo envolvido no lençol. Dando um suspiro, fui até o lado da cama e cobri o ombro que estava para fora. Quando reparei, os olhos de Rufus estavam se abrindo lentamente.

- Desculpe. Lhe acordei.

- Não precisa há do que se desculpar.

Rufus falou se levantando.

Fiquei um pouco assustado, pois Rufus até agora nunca me dirigiu uma palavra desse gênero.

- Obrigado. Acho que vai dar tudo certo graças a você.

- ... .

- Rufus?

Sentindo algo estranho levei minha mão até a testa dele. Febre parece que não tem.

- O que aconteceu?

Parece estar fraco. Me lembrei do que Yuffie me falou.

- Se alimentou direito em quanto eu estava ausente?

Mesmo aproximando minhas sobrancelhas ele nada me respondeu.

- E o curativo?

Deslocando minha mão para o rosto, Rufus a retirou.

- Não se preocupe...estou bem... .

Mesmo falando assim desviava seus olhos dos meus. Sem nada mas a fazer, desisti das perguntas.

- ...Vou trocar o curativo.

Falando fui até onde guardo as faixas e os remédios. Deixando-os encima do criado mudo comecei a ajudar Rufus a despir a camisa.

Após arrumar as faixas, comecei ajuda-lo a se vestir.

- ...Eu odiava meu pai... .

- ?

Parei minha mão com as palavras que me pegou de surpresa.

- Ele abandonou minha mãe que estava de cama e nem compareceu no velório.

Rufus amaçou o lençol segurando-o com força.

Seus olhos, observavam o outro lado da parede.

- Vocês viram Rufus?!

Entrando na sala de jogos, os olhares se concentraram.

- O que aconteceu?

- Ele não está em lugar nenhum.

- O que?!

Com a resposta que dei a Tifa, Barret se levantou do sofa.

- Cloud!!! O que você estava fazendo!?

- Barret! Não adianta culpar Cloud!! Vamos procurar Rufus!!!

- ... Está certo. Cloud. O que pretende fazer?

- ...Vamos todos para fora. Os tripulantes menos o do chocobou procurarão dentro to Highwind.

- O.K. Vamos.

Com a iniciativa de Barret, todos saíram da sala.

- Cloud, você está bem?

- ...Estou...Vamos.

Respondendo Tifa, seguindo os demais me retirei da sala a caminho da saída.

Andando pela mata com o mais cuidado possível, me recordava sobre ontem, contendo a vontade de chama-lo pelo nome.

Foi só eu que estava sentindo que nossa distância estava se aproximando...?

O céu está mais escuro do que sempre. Pode ser que chova... .

Rufus estava estranho. Apenas observava a janela... .

Fora!?

- A praia!!!

Empurrado pela minha própria voz, comecei a correr olhando somente para frente.

- Daqui não dá para ver o mar... .

Sem mais nem menos Rufus tinha suspirado sozinho. Foi um pouco antes do anoitecer.

- O mar está após daquela colina. Lá existe uma praia.

As palpitações estão cada vez mais rápidas. A respiração, cada vez mais áspera. Mas mesmo assim algo me apreçava.

Correndo entre a mata fechada, logo consegui enxergar o azul do mar.

Atravessando as arvores, entrou nos meus olhos o mar azul, a areia branca e uma sombra dentro do mar.. .

- Rufus!!!

Vendo o corpo dentro d’água até o quadril, corri sobre a areia. Chegando na água, aprecei minhas pernas que eram atrapalhadas pelas ondas. Quando consegui agarrar o braço dele a água já estava até nossos ombros. Ele tentou reagir mas dez de o começo tenho mais força que ele. Ainda mais agora que ele está enfraquecido.

- Largue meu braço!!!

- E deixar você se suicidar?!!

Arrastando ele para a praia devolvi o berro que ele me deu usando um tom irônico. Logo a água já estava a cintura.

- Não sou tão louco.

- Não se meta nos meus atos!!

- Pretende fugir!?

Com as minhas palavras, Rufus se paralisou como se tivesse lhe dado um tapa no rosto.

- Pretende fugir de tudo, é!? Você é um homem assim que não consegue encarar as coisas frente a frente!?

- .... O que você entende!?

Rufus tentou me acertar com seu punho direito qual o ombro está ferido, mas antes segurei esse braço.

- Como vou entender se quase nada sei?

- .... Meu pai era um canalha que casou com a minha mãe para ter posse do sobrenome e da fortuna da família! Transformou a fabrica de explosivos em de armas e começou a pisar em cima de tudo que o atrapalhava!!

Com a fúria em seus olhos, Rufus continuou a falar... .

- Eu o odiava!!! Tudo que ele construiu, incluindo eu mesmo!!!

-... .

- Eu não precisava de "Shinra"!! Mas mesmo assim a única saída que eu tinha era agarra-la!! Muito sangue foi derramado por aquilo, mas aquele desgraçado morreu antes de concluir tudo!!! Como ficaria as pessoas que morreram por causa daquela coisa!? A morte da minha mãe ficaria inútil!? Como que eu aceitaria isso. Por isso mesmo continuei os planos daquele homem de um método mais eficaz!!!

Rufus gritava cada vez mais alto. Mas parecia que tudo que existe dentro dele fosse desmoronando, pouco a pouco.

- A hora de pagar tudo que fiz tinha chegado com o ataque do Wepon... . Mas então porque estou vivo sendo que tudo já acabou!? Sendo que Nem Midgal e nem reatores existem mais!? Este é meu castigo!? Continuar vivendo só, com a assombração daquilo e o sentimento de culpa!?

Como se estivesse sangrando por dentro, Rufus gritou. No seu rosto que não mais escondia sua profunda falta de esperança, consegui entender por que ele me ensinou sobre o reator e por que me falou sobre seu pai.

Soltando o braço esquerdo de Rufus, levemente toquei na sua face. O olho que nunca mais vai ver a luz... .

- ...Não ficará sozinho.

- ?

- Eu estarei junto.

- ...Isso também é pena...?

Em seu olhar, respondi balançando minha cabeça.

- É por que se você morrer, eu ficarei triste. É por que eu quero ficar perto de você. ...Só isso.

Falando, sorri como se fosse para uma criança... .

- Te incomodará?

- ................................................................Não... .

Rulphaus após responder depois de um longo silêncio, girou seus braços para as minhas costas.

- ... Obrigado... .

Ao ele deixar sua cabeça em meu ombro, acariciei seus cabelos.

Após alguns minutos, cochichei em seu ouvido para voltar-mos ao Highwind.

- Cloud!!!

Com alguém chamando meu nome, virei me para a praia. Aí estava Tifa. De longe dava para reparar que sua respiração estava ofegante.

- Volte rápido para Highwind!! Skarlet encontrou um modo de completar o reator!! Todos já estão a caminho!!!

Do meu lado, Rufus paralisou-se com a notícia.

- Como... .

- Isso ainda não sabemos... . Rufus, pode vir junto comigo?

- ....Sei que alguns de seus companheiros ainda me vê como um inimigo. Mesmo assim pede minha companhia?

- Me ajuda...?

- Se você quiser se meter em encrencas.

Assim ele me respondeu.

- Desculpe me pelo atraso.

Quando entramos no Operation Room após nos secarmos, todos já estavam esperando. Todos concentraram a atenção na pessoa que está ao meu lado.

- Cloud, porque ele está aqui?

Sem esconder a antipatia contra Rufus, Barred olhou para mim.

- Rufus é quem sabe mais sobre o reator. Não vejo motivos para recusar sua ajuda.

Respondendo a Barred, ajudei Rufus se sentar na cadeira de Vincent.

- Como está a situação?

- Vincent nos informou agora mesmo que parece que Skarlet e Heideger encontraram uma solução para o problema do reator.

- Mas se o reator não funciona sem o aparelho de resfriamento e o reator de pressão, como vão conclui-lo?

- É aí que não estou entendendo... . É impossível terminar o reator sem esses dois elementos e os outros reatores não podem servir como exemplo por terem sido derretidos por dentro pelo Holly... .

Para a pergunta que fiz sobre a explicação de Tifa, assim Cait respondeu.

- "Holly"?

Me perguntou Rufus deixando seu cotovelo encima da mesa para apoiar seu queixo.

- Holly é a magia invocada pela materia branca. Com as preces, a estrela devolve para o nada os que a prejudica.

- ...Como se fosse ao contrario de Meteo... .

Com a minha resposta, Rufus murmurou sozinho.

Cruzando suas mão como se estivesse escondendo os lábios Rufus se mostrou pensativo.

- ... Só encontro 2 alternativas.

- Quais?

Perguntou Barret.

- Um é de que alguém tenha roubado as plantas, mas seria muito estranho não ter sido descoberto até hoje.

- ... .

- A outra alternativa é a mais provável.

- E qual é?

- Não entendem? Se esse tal Holly age como Cloud me informou, tudo que trabalha contra a estrela é destruído incluindo os reatores. Mas por outro lado o que não é visto como destrutivo fica intacto.

- Ah!!

Red levantou a voz. Parece que ele tinha entendido o que Rufus queria falar.

- O tubo que uni a plataforma e o Life Stream é aberto após a construção da plataforma interior qual o reator de pressão e o aparelho de resfriamento já estão instalados. Isto significa que para a estrela, o reator incompleto é inofensivo. Skarlet e Heidekker devem ter percebido isso.

- E aonde se localiza esses reatores incompletos?

- Existem 3 já com esses equipamentos. Um no norte de Rocket Town, um no sul de Bone Village e outro ao leste de Mideel.

- ...Tem certeza?

Perguntou Barret.

- Absoluta.

Com confiança no seu falar respondeu Rufus.

- Onde está Vincent?

- Em Junon.

- Então faremos assim. Tifa, Red e Barret vão para o reator do Rocket Town; Yuffie e Cait para Bone Village após unirem-se com Cid; eu e Vincent iremos para Mideel. Assim está bem?

À minha pergunta todos concordaram.

- Quando Skarlet mandará alguém em busca dos aparelhos?

- Faltam 5 dias.

- ...Hoje quero que todos definem a rota e descansem. Depois de amanhã iremos partir. Tifa, pode comunicar Cid e Vincent por favor?

- O.K.

Com a resposta de Tifa, todos deixaram a sala.

Ao passar das 11 horas da noite, fui até o quarto de Rufus.

- Não quer sair um pouco?

Com o convite, Rufus fechou o livro que estava lendo.

- Que frio....

Saindo até a proa comentei com Rufus sentindo o vento soprando pelo mar.

Com as nuvens impedindo não é possível ver as estrelas, mais deu para sentir a luz fraca da lua. Parecia ser lua cheia. Em minha mão esquerda está uma lanterna do formato de lamparina.

Vendo Rufus sentar de costas à parede de ferro, pedi a ele para que esperasse um pouco e desci para baixo. Quando voltei, em minhas mãos havia 2 canecas de alumínio e um vidro de brandy que roubei do gabinete de Cid.

- Bem equipado... .

Falou Rufus segurando a caneca que ofereci.

- Não é bom para aquecer o corpo?

Sorrindo respondi para suas palavras.

- É um bom brandy.

Acostumado com bebidas mais caras comentou Rufus após tomar um gole.

- Me sinto estranho. Quem diria que um dia eu iria beber ao lado do homem que antes foi meu inimigo... .

- Pode ser.

- ....Cloud... até agora ninguém lhe disse que você pensa muito simples?

- Não, mais pode ser que mudei um pouco.

Mostrando-lhe um sorriso de criança arteira, Rufus deu um suspiro como se erguesse uma bandeira branca.

- Para mim o ponto de vista é diferente.

Aquilo devia ser... .

- Um pouco antes de eu sair da Shinra... .Divulgação do novo vice presidente. Foi aí a primeira vez que te vi.

- ... .

- Eu e meu melhor amigo estávamos entre os seguranças.

Mesmo com o rosto ainda com traços de garoto, suas palavras pareciam mais maduras do que dos adultos.

- Primeiro estava encima das nuvens, depois era um dos que eu detestava. Posteriormente meu inimigo, e agora está no meu lado. Para mim o certo não é estranho mais sim engraçado.

- ...Você está certo.

Respondendo, tomou mais um gole. Assim, soprou um vento gelado, tentando tirar de nós a temperatura que obtemos com a bebida. Vento pelo oeste... .

Pegando a garrafa, coloquei mais um pouco no meu copo e posteriormente no do Rufus.

- Você quer me embebedar?

Rindo, Rufus apoiou seu rosto encima do meu ombro.

- O que é? Já é give up?

- Só estou com um pouco de frio.

- Frio?

Perguntei assustado. Com ele confirmando com a maior naturalidade, descobri que ele parece ser como uma peneira. Mesmo tomando, tudo passa com a maior naturalidade.

- Você está quente... .

Sentindo a mão de Rufus encostando na minha face, me virei para ele. Quando percebi que seu rosto estava se aproximando, os lábios já haviam se tocado. Vi algo diferente subindo pelo meu corpo e envolvi nos meus braços o corpo que de pouco a pouco ia se aquecendo. Com a minha mão entrando na camisa para tocar sua pele senti meu juízo ir se derretendo, e mesmo sabendo que aquilo não estava certo não encontrava o ponto para brecar. Algo mandava parar mas meu corpo contrariava essa ordem.

Toock!!

Com um barulho, nosso corpo se paralisou. Junto, o juízo voltou para nossas mentes.

- D, desculpe!!!

Com o rosto se aquecendo, empurrei os ombros que a poucos estantes tinha abraçado.

- ...Eu que tenho que me desculpar.

Respondeu Rufus com uma voz baixa. Como tinha desviado meu olhar, não foi possível ver seu rosto.

- ,Acho melhor voltarmos.

Sem jeito me levantei pegando a garrafa e a lanterna que nossas pernas tinham derrubado. Em silêncio, Rufus apanhou as duas canecas que estavam viradas. Descendo as escadas, levei ele até o quarto.

- Boa noite... .

Rufus entrou em seu quarto e a porta se fechou.

Com um suspiro profundo de alívio, comecei a caminhar destino a meu quarto.

Sozinho, coloquei como resposta do acontecimento de agora a bebida e o longo prazo de acordar sem companhia ao seu lado... .

Middel Area. Em um ponto de uma das ilhas perto do nosso objetivo, o Highwind pousou.

O horário é noite. As nuvens cobrindo o céu mais do que nunca não permitia nem uma réstia de luz para iluminar a escuridão.

- Boa sorte.

Para a palavra de um dos tripulantes eu agradeci e Vincent apenas abaixou levemente sua cabeça. Em nossas costas mochilas com água, alimentos desidratados e sacos para dormir. Atras, minha espada está amarrada.

Ao começar a andar, levei meus olhos para Highwind.

"Cumpra sua promessa"

Quando fui me despedir, Rufus, de costas, me falou.

Como sempre, deve estar relendo algum livro. Pela janela onde Rufus deve estar, apenas escapa uma luz fraca do abajur.

Após digitar o password geral da Shinra, o portão se abriu com gemidos demostrando sua falta de manutenção.

Como Rufus nos tinha dito, parece que a bateria ainda está viva.

Eu e Vincent cruzamos os olhares uma vez e entramos no reator em construção e começamos a caminhar para o centro dele.

- Cloud.

Quando estávamos descendo pelas escadas, Vincent parou seus paços.

- Não escuta algo estranho?

Afinei meus sentidos, mas nada ouvi.

- Não é impressão sua?

- Não. Tenho certeza. Parece ser helicópteros. E muitos.

- ...Vamos nos apreçar.

Acreditando nas palavras de Vincent, acelerei meus passos. Com a modificação genética feita por Hojo, os sentidos em geral de Vincent são muito mais aguçados que o normal.

- Mas, é muito estranho. Porque eles estão aqui? Não seria depois de amanhã a chegada deles?

- Devem ter percebido sobre minha invasão nos bancos de dados de Junon. De qualquer forma, teremos que partir o mais rápido possível. Existe possibilidades de eles encontrarem Highwind.

Logo chegando ao coração do reator, retirei a matéria que estava dentro do reator de pressão e instalei a bomba.

- Vamos.

- Isso é o que vocês pensam.

Reagindo rapidamente na voz que veio do fundo do corredor, eu e Vincent, ao virar-mos, disparamos no sentido da saída onde soldados e um homem de roupa verde estavam. Correndo por cima do corrimão, Vincent disparou 4 tiros. Eu dei um pulo vendo que metralhadoras iriam ser disparadas e 2 raios da minha espada correram.

Quando passamos ao lado dos soldados, 6 corpos tocaram o chão.

- Era Heidekker.

- Cloud, por aqui.

Correndo entre vários soldados, nós dois saltamos para teto aberto para outros andares. Ao agarrar um tubo, demos uma volta e subimos nele para fugir para a parte superior do reator.

Antes que os soldados disparassem novamente, saltamos para o andar superior. Neste andar sentimos presença de poucas pessoas. Subindo mais 2 andares encontramos uma saída gradeada. Dando chutes 3 ou 4 vezes a grade caiu. Fora, os poucos soldados que perceberam atiraram contra nós.

Vincent ainda correndo, tirou e jogou fora seu manto. Chegando ao muro apoiou a mão firmemente nele e de costas para mim abaixou a cabeça. Correndo, dei um salto para suas costas e pisando-as ultrapassei o muro. Vincent, com sua própria habilidade pulou o muro e seguiu minhas costas.

- Vincent!!

Após nos afastar cerca de 50 metros do muro, gritei o nome de meu parceiro e me joguei para o chão. Vincent, após se jogar também no chão, retirou o protetor do controle que estava em sua cintura e apertou o botão vermelho.

Uma grande explosão. Junto, entulhos se espalharam ao redor.

Nós dois permanecemos deitados por alguns segundos. Nos levantando, viramos para o lado onde esta o reator.

Com forme de seu formato, a parte de cima tinha estourado devida a pressão que sofreu pelo seu interior. De longe não era possível confirmar, mas os que estavam no raio de 10 metros de distância do reator devem estar mortos, incluindo Heikkeger. De qualquer forma, agora seria impossível restaura-lo.

Admitindo o sucesso da operação, estendi meu braço para Vincent com a palma da mão para cima. Entendendo meus pensamentos, Vincent ergueu levemente os lábios e me devolveu um tapa pesado.

Neste exato momento, o rádio tocou.

"Rufus não desperta."

Correndo entre os corredores de Highwind, a voz do rádio se repetia dentro da minha cabeça.

"Ontem seu estado estava muito bom. Até veio para o Choko-bou."

"Já se faz mais que 30 horas."

- Rufus!!

Junto com a porta que se abriu, entrei no quarto tropeçando nela. O silêncio era interrompido apenas pela minha respiração.

Chegando vagarosamente na cama, acabei me paralisando ao seu lado.

Lá estava Rufus, com seus olhos levemente fechados, apenas, dormindo.

Observando sua face, algo estranho e frio soprou dentro de mim... .

- Como está o Cloud?

Ao ver Tifa entrando para a sala de lazer, Yuffie se levantou do chão que estava sentada. Tifa balançou a cabeça e Yuffie, desanimada, voltou para o chão.

- Nem se alimenta e nem tenta sair de perto de Rufus.

Tifa continuou sentando-se no sofá, ao lado de Barret.

- Do jeito que o desgraçado do Cloud estava amarrado no Rufus, não há nada de estranho... .

Comentou Cid, com uma expressão amarga.

- ...Rufus, ele mudava o comportamento quando estava com Cloud... .

Quando Red abriu a boca, todos olharam para ele.

- Mostrava bem mais o que sentia sendo que com nós fazia uma cara de sério com um pouco de raiva.

- O presidente mudou muito... .Antes tinha um olhar que afastava todos. Parecia que todos ao seu redor eram inimigos... .

Com tristeza continuou Cait.

- Droga...quem poderia imaginar que a intoxicação makonica iria voltar?

Barret estralou a língua e olhou para cima.

- ...O que vamos fazer?

Resmungou sozinho. Seu olhar observava algo mais longe que o teto.

" Cumpra sua promessa"

" O que você entende!?"

"... Mãe... ."

Ao lado da cama, sentado no chão, um suspiro tocou meus lábios.

Colocando meu rosto encima dos lençóis o mesmo atrapalhava minha visão, mas mesmo assim meus olhos tentavam olhar o rosto do jovem adormecido.

Na verdade, devo estar triste, mas meu coração está como um lago calmo, gelado e com pouca visibilidade.

- Que estranho... .

Parece que tudo está parado como o silêncio após a tempestade.

Mudando de posição, apoiei minhas costas na cama. Puxei meu joelho.

É possível enxergar uma bandeja encima da mesa que Tifa deixou, mas eu não sinto fome. Para falar a verdade, tenho a impressão que se comer agora, tudo iria voltar.

- Rufus, você esta sonhando?

Virando meu rosto para Rufus, sussurrei com a esperança que ele me ouça.

- De quando você era criança? Sobre Shinra? ...Sobre sua mãe?

Esta me ouvindo?

- Rufus...?

Sentindo algo quente no canto dos meus olhos, abracei meu joelho como uma criança e esperei aquilo passar... .

- Cloud. Por favor, coma alguma coisa.

Falou Tifa quando me trouxe um novo prato cheio de sopa de legumes.

- Desse jeito até você vai acabar na cama.

Deixei minha mão esquerda encima da mesa. Olhando-a, tentei sorrir.

- Não se preocupe. Só não estou com fome.

- Não é "não se preocupe"! Já faz três dias que você só toma água!!

Escutando o que Tifa me fala, fiquei quieto sabendo que palavras não adiantavam mais.

Tifa mostrou tristeza em seu rosto. Dando um suspiro, saiu do quarto.

Na mesa, uma bandeja que hoje também deve acabar sem ser tocada.

Por do sol.

Sem o seu queimar, só as luzes vão diminuindo... .

Pash!!

Com algo que subiu de repente, levantei a minha mão para a janela.

Escutando o barulho do vidro trincar, abaixei meu punho outra vez. Com vidro que se trincou novamente a pele se corta e o sangue começa a escorrer pelos meus braços. Junto, minha visão começa a se borrar.

As lagrimas que caem não é pela dor.

Nem para o Rufus que não abre seus olhos claros.

Mas sim por dó de mim que restei.

Minhas lágrimas são dirigidas para eu mesmo.

Está é a razão.

- Cloud!!!

Por trás, a porta se abriu.

Junto, a voz de alguém assustado e o som da sola de sapato.

No canto de meus olhos refletia Yuffie, mas minha consciência não a reconhecia.

- Pare!! Não vê que sua mão está sangrando!?

Agarrando meu pulso Yuffie mostrou espanto e fúria em suas palavras. Junto, o que tinha me impulsado se dissolveu nos meus sentidos.

- Quase caindo por não comer nada e ainda vem com essa de se machucar!? O que quê você tá pensando!?

Assim, olhou para meu rosto.

- ...Desculpe.

- ... Vamos pra mesa. Vou fazer um curativo.

Sentando um a frente do outro, Yuffie primeiro desinfetou meu ferimento e começou a passar mercúrio. Em quanto isso, meu olhar continuava encima do corpo coberto pôr lençóis brancos.

- Porque você se enfraqueceu desse jeito?

Falando em voz baixa, Yuffie foi envolvendo a atadura.

- Está assim por que Rufus te deixou?

- ... ... ... .

- Cloud, está ma ouvindo?

Com a raiva voltando, Yuffie levantou seu rosto.

- Yuffie. Tudo já tinha acabado. Agora nem Sephloth, nem Shinra existe. Não tenho mas razão para... .

Antes de acabar as palavras, na minha face ficou a marca da mão de Yuffie.

- Pra você é assim?!

Erguendo o quadril da cadeira Yuffie berrou.

- Tá pensando que Rufus te traiu, é?!

- Yuffie... .

- Cale a boca e me escute!!

Você não entende!? Não é o Rufus que te traiu. É você que está traindo ele!!

- ... ... .

Abaixando minha cabeça não encontrando palavras, deu para sentir que Yuffie deu um suspiro. Deixando uma vez sua mão em minha cabeça,

- Pelo ou menos coma alguma coisa. Quando Rufus acordar vamos precisar de um enfermeiro.

Deixando algumas palavras, Yuffie saiu do quarto.

Sozinho, olhei mais uma vez para Rufus.

Andei até a cama e aí me ajoelhei. Acariciei sua face levemente e segurei as lágrimas que queriam escorrer novamente.

- Me desculpe... .

Me desculpo quantas vezes você quiser, mas,

- Mas volte aqui... .

Sei como é aí. O quanto que é o sofrimento.

Mesmo assim.

- Volte, Rufus... .

Aqui ao meu lado... ... .

Madrugada.

Me levantei do saco de dormir percebendo que o alarme do Highwind estava ativado.

Confirmando a presença de Rufus, peguei minha espada e tranquei o quarto. Saindo dele, o interfone pronunciava a presença de inimigos logo perto do navio. Um esquadrão aéreo. Junto, escutei uma explosão pelo lado da saída dos chokobos. Prevendo uma invasão pela terra corri pelos corredores para combater os intrusos. Cada vez mais os tiros aumentavam. Ao virar o corredor cortei um soldado e invoquei Aero 3 contra o grupo que estava atras. Sentindo o cheiro de sangue, pensei na possibilidade da ocupação do Highwind.

- Cloud!

Chegando ao local da explosão, Tifa e Vincent estavam detendo os soldados que tentavam invadir a nave. O sistema contra incêndios estava ativado soltando espuma.

- Vocês estão bem!?

Entrando na batalha perguntei aos dois.

- Não se preocupe.

Respondeu Tifa com seu braço sangrando. Parece que estão sobre o efeito de Barrier e MBarrier mas sobre o numero de homens e armas estamos em uma má situação.

- Cloud, vá ver o navio. Parece que alguns conseguiram entrar!

- O.K!

- Espere. Vá para o quarto de Rufus e o proteja. Ele é o objetivo dos Shinras.

- ....Entendi!

Com as palavras de Vincent, corri destino o quarto do Rufus.

Querem mata-lo?

Escuto tiros pela proa. Pode ser que há inimigos lá também.

Não. Não teria sentidos para vir até aqui apenas para o matar. Mas, e se eles ainda não desistiram da idéia de reconstruir os reatores e pensam que Rufus sabe como fazer isso?

Se o motivo fosse a morte dos tripulantes, seria fácil. É só nos bombardear. Mesmo que seja uma pequena explosão, as maquinas poderiam explodir sozinhas. Os aviões devem ser isca e ao mesmo tempo método para a fuga.

Continuando meu caminho alguns soldados me atacaram mas todos foram derrotados no primeiro golpe. Logo encontrei alguns homens na minha frente. 5 Soldiers e um jovem inconsciente.

- Rufus!!

Quando reconheci o jovem de cabelos dourados, os Soldiers se separaram. 3 ficaram para me deter e os outros 2 tentaram fugir carregando Rufus. Quando os 2 homens tiraram as espadas, um felino grande e vermelho os atacou de surpresa. Com suas garras, rasgando profundamente o pescoço de um, rompendo as artérias. O sangue se espalhou pelo corredor tingindo mais ainda o corpo do guerreiro do Cosmo Canion. Mesmo assim, Red XIII derrubou o outro homem.

- Cloud! Vá logo!!

Impulsado pela voz dele, ultrapassei os dois e corri o mais rápido possível. Alguns soldados que encontrava pelo caminho tentavam me deter mas logo caiam ao chão. Pode ser que tenham aberto outro buraco como entrada.

Quando localizei os Soldiers, escutei o som regulado de um animal de quatro patas correr por trás de mim. Red me ultrapassou com facilidade e com um salto passou por cima das cabeças dos homens. Os Soldiers pararam sem escolha e Red começou a grunhir.

- Nos devolva o Rufus. Assim não tiraremos suas vidas.

Olhando firmemente os homens, mandei a eles com uma voz baixa. Dava-se para perceber que mesmo sendo detidos pelos dois lados ainda procuravam uma saída.

- Rápido.

Interrompendo minha voz, se escutou o som do motor sendo ativado. Isso significa a decolagem do Highwind. Com o Highwind decolando, não haverá como escapar. Highwind é uma máquina feita para voar com o máximo de velocidade. Mesmo com a Gernica seria impossível alcançar-nos.

Logo, Highwind começou sua decolagem.

- Devolva o Rufus!!!

Quando Red gritou, por tras de mim se ouviu o ronco de metralhadoras. Vendo que nossa atenção desviou de cima deles, um cortou o vidro duplo da janela e o outro se lançou para fora. Quando percebi, sentindo um calor ardente no abdome lateral, meu corpo tinha saltado de uma altura de mais de 10 metros.... E na minha visão, apareceu um anjo...

Eu estou aqui. Na escuridão.

Não sinto calor, nem frio. O mais certo é que não sinto nada. Nem o ar, nem meu corpo. Não sei nem se meus olhos estão abertos ou fechados. Um silêncio ou apenas não escuto?

Logo na minha frente apareceu uma criança. Olhos azuis e cabelos dourados. Parece que o conheço mas não lembro do seu nome. Quando estendi minha mão para toca-lo, desapareceu como uma miragem.

Uma chuva de luzes me cobriu logo depois. Instantes se passando eu estava num quarto. Uma cama macia e móveis antigos. A decoração é luxuosa mas de bom gosto. Pela varanda se vê o mar azul e cristalino.

Na cama estava uma senhora muito bonita de cabelos cor de mel, e na cadeira ao lado uma criança de 4 ou 5 anos estava com um livro de capa de coro. Parece que ele está lendo um conto de fadas para ela.

- Obrigado. Sua leitura melhorou bastante.

A mulher sorriu suavemente para seu filho.

- Mas vou treinar mais ainda para ler muitas estórias para a senhora.

Sorriu o menino, com os olhos brilhantes que pareciam nunca ter visto o sofrimento e a tristeza. Vendo seu filho falar com orgulho, a mãe acariciou o cabelo dele. Logo me lembrei da minha mãe que morreu a 5 anos atras.

Quando percebi, a imagem tinha mudado. O quarto que era tão claro e alegre se escureceu tingindo-se na cor da tristeza.

Na mesma cama estava a dama, mas seus cabelos já não eram tão brilhantes e sua pele não mais de marfim.

- Mãe, me disseram que está passando mal.

Apareceu o garoto, agora com 6 ou 7 anos. No seu rosto prevalecia a tristeza.

- Estou apenas com um pouco de febre. Não se preocupe.

A dama sorriu, mas em seu rosto havia a sombra do cansaço e da doença.

- ...Aquele homem não veio hoje também?

Vendo no vaso rosas amarelas como sempre, o garoto perguntou para sua mãe. Sua voz tinha espinhos mostrando ódio pelo seu pai.

- Ele deve estar ocupado. Não o culpe, meu filho.

A dama, arrumando seu roupão falou ao seu filho que abaixou a cabeça. Ele sabe que na verdade seu pai não vem por que não ama sua mãe. Ele escutou quando os criados estavam comentando sobre o casamento dos dois, mas também sabe que sua mãe ama seu pai e que acredita que ele a ama igualmente a ela.

- Me desculpe.

Não querendo que sua mãe ficasse triste, falou o menino. Ele parecia saber que não restava muito tempo para ela.

Após disso, o quarto desapareceu e o garoto agora um pouco mais velho estava sozinho, chorando...

" Coitado... Ainda tão pequeno."

" A senhora Carmira era uma pessoa tão dócil. Mesmo doente sempre se preocupava com nós"
" O que será que o Presidente pensa? Não compareceu nem no velório da esposa."

" Não dirigiu nenhuma palavra de consolo para seu próprio filho."

" Será que o presidente não sente nada pelo filho?"

Ao redor do garoto, várias vozes fluíram. Os olhos da criança que brilhavam intensamente agora pareciam duas pedras de gelo. Olhares que conheço frios e severos de um animal ferido que não busca o carinho e a compreensão de ninguém. Que mesmo detestando o mundo, contrariou seus princípios à espera de um julgamento pelos seus erros.

- Rufus... .

O vazio é o interior dele após a morte de sua mãe. O vazio escondido atras do orgulho, de suas palavras e construído pelo próprio pai. Senti algo amargo dentro de mim. Uma vontade de abraça-lo e falar que tudo acabou. Que nada mais iria perturba-lo.

De repente, uma luz fluiu por cima do menino e um anjo alado apareceu.

Não consegui ver seu rosto devido à luz que a protegia. Mas pelo corpo e os cabelos longos, deu para perceber que era uma mulher.

Sem nada dizer, o anjo tocou na cabeça do menino com carinho e pegou sua mão para leva-lo. Não sei para onde, mas tive a certeza que seria para um lugar onde nunca mais o veria.

- Rufus!! Espere!!

Gritei para as costas que se afastava.

- E a promessa?! Você não concordou com ela?! Porque vai sozinho?! Porque me deixa sozinho?!

Com uma dor profunda espremi as palavras. Eu sei que esta seria a minha última chance. Após dessa, nada resolveria minha solidão.

- Você falou para que cumprisse a promessa! Então porque você me pediu?!

Não conseguia mais ver as costas devida à minha visão embaçada, mas mesmo assim continuei com os meus olhos para o lado onde Rufus andava.

Nem meu orgulho ou minha imagem me importa. Não quero e nem suportaria mais o sofrimento da perca de alguém e que o vazio que obtive até agora ocupe-me completamente.

Quando prometi que ficaria ao seu lado, meus sentimentos foram sinceros e ainda continua sendo. Mas a razão não foi dó nem pena... . Queria ficar com você para completar meu lado que perdi. Sei que sou egoísta. Sei também que usei seu sofrimento. Mesmo assim, o que sinto é que é você qual eu preciso e mais ninguém... .

Delicadamente, alguém colocou suas mãos em minha cabeça. Uma mão carinhosa e frágil. Senti um perfume suave. Erguendo meus olhos, vi o anjo alado e seus longos cabelos cor de mel.

Juntamente, alguém me abraçou.

- Me desculpe.... .

No meu ombro caiu uma lágrima.

- Não precisa se desculpar... .

Envolvendo-o nos meus braços, sussurrei para o pescoço fino e delicado e para os cabelos dourados e macios.

E assim... .

- Cloud!!

Junto com a minha consciência voltando, escutei uma voz contente mas ao mesmo tempo assustada. Na vista ainda não focalizada, deu para reparar que Tifa está com os olhos lacrimejando.

- Você está bem?! Já faz uma semana que você estava inconsciente!

Se levantando da cadeira, enxugou as lágrimas.

- Vou chamar todo mundo!!

Tifa saiu correndo do quarto. Parece que esqueceu da existência do interfone. E eu,

Eu olhei para a outra cama. Aí está o jovem adormecido com seus cabelos dourados e com seus olhos azuis escondidos. Mas de pouco a pouco, os olhos foram se abrindo, revelando novamente os olhos da cor das águas cristalinas do mar.

- Bom dia... .

Falando com a voz roca, Rufus olhou para mim com um olhar sereno.

A cantiga dos passarinhos e o vento entra pela janela sem vidro.

Nestes últimos dois meses o clima melhorou bastante. Mesmo que a temperatura ainda seja um pouco baixa comparando com a do clima equatorial, se dá para descansar tranqüilamente com um único lençol.

Nesta manhã tão tranqüila, tive um pressentimento e rolei da cama para o chão. Um par de joelhos cairam violentamente encima do lençol onde meu estômago estava a um segundo atras.

- A, percebeu?

- Por um fio... .

Sentindo a cabeça e o quadril que bati na queda, respondi para Yuffie.

- Me deixe dormir mais um pouco. Depois ajudo o seu treino.

- Não é o treino. ...Não acredito que você esqueceu que é hoje o discurso.

- ...Aaaaa!!!!

Me levantando do chão, saí do quarto correndo à caminho da sala de lazer. Por trás Yuffie me acompanha.

- Cloud, o discurso já começou.

Ao entrar Cid me falou.

- Não falei que ele estava dormindo?

Na voz de Yuffie,

- É melhor você mudar esse seu costume de acordar tarde.

Continuou Tifa.

- Tá bem, eu sei....

Respondendo á ela sentei no tapete da frente da televisão. No sofá não há mais vagas.

O discurso está sendo transmitido para o mundo inteiro direto da sala de transmissão de Junon.

- Esse aí não perde mesmo a pinta de presidente.

- Barret. Não escuto.

- Querem que eu aumente o volume?

Ao escutar a reclamação do Red, Cait Sith pegou o controle remoto.

O Reeve verdadeiro está lá, atras do jovem de branco.

" E assim, a companhia Shinra começará a abrir novas portas sobre a energia mundial. Um método que não prejudique nossa estrela e ao mesmo tempo nos traga a evolução. Sabemos que será um longo caminho, mas acredito no futuro deste mundo que escapou do desastre do Meteo e nas possibilidades de todos nós."

- Agora que vai ser difícil...Não é?

No sofá, Yuffie abraçou seu joelho.

- Sem dúvidas. Mesmo explicando que a energia Mako é condenável poucas pessoas vão entender.

- Agora que vamos ver o tamanho da coisa do marmanjo.

Para as palavras da Cait Sith, Cid acendeu um cigarro e sorriu. Era fácil reparar que está gostando da situação tão complicada.

- Irresponsável e ainda vulgar. Heim, velhinho.

Yuffie resmungou ao escutar.

- Mas, ele está com um ótimo rosto.

Com o comentário de Vincent, todos calaram-se.

- Verdade....

Tifa sorriu concordando com as palavras de Vincent.

A energia que o rodeava voltou ainda mais radiante, mas agora, não há nenhuma sombra em seus olhos.

- Mas continua mau humorado.

Após acrescentar.

- Falando nisso, é verdade que você está namorando Rufus?

- O, o que!?

Com a pergunta inesperada da Yuffie, acabei erguendo minha voz.

- Os tripulantes que estavam comentando. E como está indo? Tá no A, no B ou já foi até o C?

- Yuffie?!!!

- Cloud. Seu rosto está vermelho... .

Pelo lado Tifa resmungou.

- Tifa!!

- Esse nervosismo tem algo.

- Cait Sith!!!

- Ah, então é isso que você procurava motivos pra ficar junto.

- É aquilo de amor entre paciente e enfermeiro.

- Cid!!!! Barret!!!!!

- M, mais, Cloud e Rufus são homens e, e?????

- Red! Não pense!!!!

- No amor existe várias formas e maneiras. Não se pode julgar apenas pela ética ou pela sociedade.

- Vincent!!! Até você??!!!

Mesmo com o meu contra, a conversa foi rolando e junto, o sangue foi subindo.

- Droga!!! Falem o que quiserem!!!

Uma vez berrando, saí da sala onde agora o silencio permanecia.

Após 5 segundos, foi possível escutar as gargalhadas mesmo no corredor.

- !!!!!!!!!!!!!!

Nervoso, continuei andando pelo corredor quando senti o vento soprar.

Um vento com o cheiro do mar.

Abri os braços e respirei fundo.

Mesmo essas gargalhadas que ficaram no meu ouvido, mesmo esse vento que acaricia minha face parecem comemorar a chagada de uma nova época.

E que isto continue para sempre.

Assim fui pelos corredores do Highwind para esperar a chegada do meu amigo mal humorado.

PS : Poucos minutos atras, nos bastidores da rede de TV, Reeve estava transmitindo a conversa do Highwind. E Rufus, mal humorado como sempre, estava escondendo seu rosto vermelho de vergonha dos comentários irresponsáveis dos tripulantes.
 
 


FIM