Triângulo



 

Por Jade

Ikki chegou ao Japão no vôo das 10:00 horas da manha. Pegou sua mochila vermelha na esteira e se encaminhou para o lugar onde ficavam os taxis. Para ele sempre era difícil voltar para junto dos outros. Odiava sentimentalismo barato e aquelas ceninhas típicas de família.

Entrou no taxi e deu o endereço da mansão Kido. Ao menos seria bom rever Shun, sentia saudades do irmão em suas andanças pelo mundo. E logo após ter feito isso iria embora, sem nem ao menos dizer adeus, como sempre fazia, se tinha algo pior do que chegar era ir embora.

Ikki olhou pela janela do carro, a cidade estava vazia, época de ferias todos aproveitavam, para viajar. "Será que Shun vai estar em casa? Eu não avisei que viria!" Ikki pensou mais logo afastou a idéia de sua mente. Podia sentir que Shun estava lá. E que o esperava.

Fênix sorriu apoiando o rosto sobre a mão enquanto passavam pela frente do orfanato em que viveram. Shun sempre o esperava, mesmo que não avisasse, mesmo que não viesse, Shun estava lá, lhe dedicando todo seu tempo, todo o seu amor. Parecia que o mundo girava em torno de Ikki quando o irmão estava por perto.

11:30 am, essa foi a hora que o cavaleiro de Fênix chegou a mansão. Os portões fechados e nem um barulho chamaram a atenção dele. Geralmente se ouviria Seiya falando alto, no seu jeito peculiar. Shiryu andando de um lado para o outro para ver se tudo estava em ordem. Hyoga sentado no jardim lendo e Shun ao seu lado acompanhando a leitura ou apenas observando o que acontecia ao seu redor.

Ikki entrou na casa e chamou por todos, mas a única pessoa que veio ate ele foi o insuportável mordomo da Kido.

- Onde estão os outros, o que aconteceu aqui?

Ikki disse sem nem se dar ao trabalho de olhar para aquele ser desprezível. Aquele mordomo tarado era realmente a ultima coisa que esperava ver.

- Não estão aqui, a senhorita está na Grécia junto com Seiya e Shiryu foi aos Cinco Picos.

- Meu irmão, onde está meu irmão?

- Não está mais aqui. Ele se mudou.

- Para onde?

Tatsume deu um sorriso de lado antes de responder.

- Para um apartamento não longe daqui. E ele não foi sozinho!

- O endereço?

- Não estou autorizado a.....

- Eu o quero agora! Acho melhor providenciar ou eu terei que usar a força!

O homem careca caiu no chão assustado com o solo que tremia embaixo dos seus pés e parecia pegar fogo. Em 2 minutos Ikki saia da casa com o endereço.

O lugar realmente não era muito longe da mansão. Ficava em uma bairro residencial, muito arborizado e limpo. Assim que chegou a rua Ikki viu o prédio e a varanda do andar marcado no papel.

Era bem a cara de Shun, varias flores, (nenhuma rosa é claro), as paredes brancas e uma mesa também clara com duas cadeiras de metal.

Ikki sorriu, Shun estava sentado em uma das cadeira. Uma calça jeans e uma blusa clara em tom rosado cobriam seu corpo. O cabelo solto ao vento que fazia na varanda atrapalhava um pouco na leitura do livro que tinha nas mãos.

Ele sorria, e arrumava o cabelo. Ikki podia ficar admirando a pele clara, o sorriso doce e os olhos verdes de Shun se por algum motivo ele não tivesse saído do banco e corrido para dentro de casa deixando o livro sobre a mesa.

Ikki arrumou a mochila sobre o ombro e se atravessou a rua parando na frente do prédio. Devia levar algum presente?

-

- Shun............ cadê o shampoo?

- Foi por isso que você me tirou da minha leitura? Como é que pode ser tão perdido?

Shun estava no quarto principal da casa. Era um apartamento pequeno perto da mansão, dois quartos, sala, lavabo, cozinha e uma imensa varanda que Shun adorava. Um dos quartos tinha virado escritório, e o outro, todo branco, tinha uma imensa cama de casal coberta com uma colcha fofa e varias almofadas coloridas. Dos dois lados criados-mudos de madeira clara assim como a cama. Em um deles, um abajur amarelado, no outro um despertador, dois cds jogados e um corrente com o pingente em forma de cruz.

Shun pegou o vidro de shampoo sobre a cama e levou ate o banheiro. Como de costume as roupas de Hyoga estavam espalhadas pelo chão. Shun tirou a cueca clara de cima da pia e a colocou no cesto de roupa suja.

- Você não pode ser nem um pouquinho organizado. O cesto tá do seu lado, porque não coloca a roupa dentro dele?

- Ai Shun, parece uma tia velha... anda, me dá o shampoo.

Shun abriu a porta do box e entregou o frasco. Sentou sobre a pia e ficou olhando para Hyoga tomando banho. Ele era tão bonito, os cabelos claros caindo pelas costas e a franja grudando em seu rosto, Shun desceu mais o olhar para uma parte mais fofa do corpo de Cisne. Hyoga tinha uma bundinha tão fofa que Shun tinha vontade de apertar toda a vez que via o cavaleiro naquele estado.

Hyoga sentindo o olhar sobre si e virou de frente encarando Andromeda. Shun sorriu abaixando o rosto e ficando um pouco vermelho, mas sem tirar os olhos do corpo bem trabalhado do loiro. Hyoga continuou tomando banho mas desta vez virado para seu observador, Cisne passava o sabonete pelo corpo, deslizando a mão sobre sua barriga e descendo um pouco em movimentos leves e circulares, que voltavam a subir, sempre acompanhados pelo par de olhos verdes e atentos.

- Vem!

Shun levantou a cabeça, Hyoga estendia a mão e o chamava para dentro do box. Andromeda pulou da pia e segurou a mão de Cisne que o puxou com força, empurrando-o contra a parede e colocando-o debaixo da ducha quente.

O vapor cobria todo o banheiro embaçando o espelho. Hyoga beijou Shun deixando que água passasse por dentro de seus lábios enquanto se beijavam. Tinha sido uma grande idéia terem ido morar juntos. Ficarem assim tão juntos na mansão seria impossível.

Hyoga desabotoou a camisa clara e rodou-a jogando no chão e molhando todo o piso.

- Hyoga não .......

Hyoga não deixou que Shun reclamasse, beijou-o outra vez descendo a mão para o meio das pernas do cavaleiro. Mesmo de calça a ereção de Shun já era bem palpável.

O cavaleiro de Cisne desceu a boca pelo pescoço de Shun lambendo a água que caia. Sugou cada um dos mamilos e continuou, se ajoelhando na frente das pernas de Shun.

Desabotoou as calças e desceu-as, lambeu os pingos de água que se acumulavam na ponta do sexo do cavaleiro. Shun se ajoelhou também e segurou o rosto de Hyoga por entre as mãos beijando a boca de Cisne e se aproximando dele ate que a água não pudesse passar entre seus corpos.

Hyoga abriu as pernas de Shun e se acomodou entre elas, encostando as costas do cavaleiro na parede para terem apoio.

Foi exatamente quando a penetração ia começar que a campainha tocou.

- Deixa tocar.

- Pode ser importante.

- Nada é mais importante que isso, nada é mais importante que nós dois.

Shun concordou mas logo empurrou Hyoga.

- Sente.

- Sentir o que? Cisne estava irritado com a campainha que não parava de tocar.

- Sente o cosmo, é o meu irmão. Meu irmão tá aqui.

Shun saiu correndo do banheiro se arrumando. Hyoga levantou desconcertado.

- Isso lá é hora de fazer visita?

Olhou para baixo de seu corpo e virou a cabeça pra trás passando as mãos pelo cabelo.

- E agora um banho frio. Droga!

-

Shun estava molhado, despenteado, vermelho e levemente excitado. Ele correu para a porta ainda sem a camisa e abriu e a abriu. Só se deu conta do seu estado quando viu a expressão de Ikki.

- Shun?

- Ikkiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!! Andromeda pulou no pescoço do irmão e o puxou para dentro da casa, sentando no sofá.

A sala era grande e bastante arejada. Vários quadros pendurados nas paredes e um aparelho de som enorme. Os moveis eram delicados, alguns com detalhes dourados. Encima da mesa uma foto dos cinco cavaleiros de bronze.

- Você esta bem, o que aconteceu?

- Nada, nada não.. tava lavando o banheiro.

- O mordomo da Kido me contou que você estava morando aqui!

- É, estamos.

- Estamos?

Ikki viu a figura loira que saia de dentro do quarto. Por um instante ficou sem voz. Shun sorria e Hyoga secava o cabelo com uma toalha azul clara.

- Vocês............. vocês estão morando juntos?

- Hum, hum!

Shun concordou ainda sorrindo. Hyoga parou no meio do caminho, ele teve a nítida impressão que Ikki ia mata-lo.

Os olhos de Fênix se focalizaram em Hyoga e o cosmo de Ikki subiu com uma força tão grande que chegou a queimar as mãos de Shun que se apoiava em seus ombros.

- Ikki?

- Eu vou embora Shun.

- Mais já? Por que?

- Eu não esperava encontra-lo aqui. Ikki balançou a cabeça na direção de Hyoga. - Depois a gente se vê!

- Mais Ikki, onde você vai ficar? Eu vou com você!

- Não. Depois eu ligo.

Ikki levantou e saiu da casa muito calmamente. Assim que a porta se fechou Hyoga sentou ao lado de Shun e passou os braços pelos ombros do amante.

- Acho que ele não gostou de me ver aqui.

- Definitivamente. Puxa, não achei que ele ia ficar tão chocado.

- Nem eu! Ei, acho que você vai ter que tomar banho, tá molhando todo o sofá!

Shun pulou do sofá e sorriu!

- Você vai lá me levar o shampoo?

- Pode apostar!

-

Ikki desceu as escadas que davam para rua. Aquele desgraçado do Hyoga tinha ido morar com seu irmão! Como, quando?

Fênix parou sem saber que rumo tomar. A idéia de ter que dividir Shun era no ridícula. Não iria dividir seu irmão com ninguém, muito menos com Hyoga.

- Eu sempre soube que aquele idiota vivia cantando meu irmão, mais daí a dormir com ele é demais. Eu tenho que dar um fim nisso e rápido.

Ikki foi em direção a um hotel que conhecia e ficava ali por perto. Já sabia exatamente o que ia fazer.

-

Shun estava deitado na cama. Já era noite e Hyoga tinha conseguido acabar com qualquer reserva de energia que ele tivesse. Largado em cima da cama, com os braços apertos e os cabelos grudados ao lado do rosto e um leve sorriso nos lábios, ele demorou ate conseguir levantar para atender o telefone que tocava.

- Alô!

- Shun.

- Ikkiiiiii! Que bom que você ligou, eu tava preocupado.

- Eu liguei por que quero que você venha me ver. Eu estou naquele hotel perto do parque.

- Sei... eu vou pra ai!

- Vem agora?

- Agora? Mais já é noite.

- É!

- Tá, eu vou. Meia hora e eu tô ai.

Shun desligou o telefone e foi se arrumar. Hyoga dormia na cama por cima dos cobertores com a cabeça apoiada no braço dobrado, com o sono pesado que tinha não acordou nem com o toque do telefone nem com a conversa.

- Hyoga!

- Hum..... oi?

- Eu vou ver o Ikki.

- Agora?

- É. Ele me ligou e me pediu para ir ate o hotel onde ele está!

- Mais Shun ,você faz idéia de que horas são?

- Faço, mais você pode ficar aqui. Eu tava preocupado, vô lá e falo com meu irmão, depois eu volto.

Hyoga se remexeu na cama escondendo o rosto no travesseiro enquanto Shun acendia a luz e para procurar uma roupa.

- Em uma hora mais ou menos eu volto.

- Tchau!

Hyoga voltou a adormecer quando a luz apagou e a porta da sala foi trancada.

Dez minutos após Shun ter saído o cavaleiro acordou assustado. Sentia um cosmo muito forte por perto. Devido ao sétimo sentido que adquirirá podia ate sentir a energia de uma mosca. Levantou e caminhou ate a varanda. Colocou as mãos nas grades que fechavam a área e fechou os olhos. Sim, havia uma energia muito forte e estava na direção do cosmo de Shun.

- O que será que está acontecendo? Hyoga se perguntou voltando para o quarto e abrindo o armário. - É melhor eu ir investigar.

-

Shun caminhou pelas ruas vazias da cidade. Não havia pessoas nas ruas e apenas uns poucos carros com adolescentes, provavelmente indo ou voltando de festas, passavam por ele.

O cavaleiro andava com as mãos no bolso, os cabelos soltos. Uma calça de linho bege e uma camisa branca coberta por um casaco jeans.

Assim que chegou a recepção do grande hotel onde seu irmão estava se dirigiu a uma das mocinhas atendentes e deu o numero do quarto de Ikki e seu nome. Não para sua surpresa, ela abriu um radiante sorriso e fez questão de leva-lo ate o elevador falando que seu nome já havia sido deixado na recepção.

Shun entrou no elevador e suspirou. Não entendia por que essas meninas o achavam tão bonito, ainda mais ele que parecia com uma delas. Desceu do elevador e parou em frente a porta do apartamento. Levantou a mão para bater mas Ikki abriu a fechadura antes disso.

- Sabia que eu tinha chegado? Shun sorriu para o irmão.

- Eu pude sentir. Entra.

Shun entrou e tirou o casaco, dentro do apartamento fazia muito calor. Olhou em volta e ficou admirado com o lugar. Apenas uma sala e uma suite, mas muito bem decorado. É verdade que o ambiente era bem escuro, mais não estranhou, combinava com Ikki, assim como a cor dos detalhes dos vasos, das flores, das cortinas e outros objetos que serviam apenas para enfeite: vermelha.

- Eu fiquei preocupado com o jeito que você saiu de casa hoje...

- Xiiiii......... não vamos falar disso agora está bem?

Ikki levou o dedo indicador ate a boca de Shun em um gesto para que ele parasse de falar. A voz de Fênix era macia e baixa, sempre com aquela leve rouquidão.

- Senta! Eu já volto.

Shun sentou no sofá. Era bem grande, quatro pessoas caberiam ali sem problemas. Largou o casaco sobre o braço do sofá e se voltou para Ikki que andava ate o quarto. Não tinha reparado mas o irmão estava vestido completamente de preto. Uma calça justa, uma blusa de cola e uma sobre tudo enorme, que chegava a lhe cobrir os pés.

Shun sentiu as faces corarem e abaixou a cabeça. Ikki estava realmente muito bonito naquela roupa, alem disso havia um certo perfume no ar, um certo encanto.

- Shun? Você está bem?

Shun levantou a cabeça e logo a balançou em uma afirmativa.

- Tá muito quente aqui.

- Deve ser o aquecedor ou talvez eu mesmo. De vez em quando eu esqueço que s outras pessoas não estão acostumadas com temperaturas altas.

Shun sorriu e se sentou melhor, apoiando as mãos no joelho e abaixando o corpo para ver o que Ikki servia aos dois.

- Saquê. Você toma não é?

- Não muito. Shun voltou a sorrir. - Eu fico tonto com muito pouco.

Ikki sentou ao lado de Shun e aproximou seu rosto ao do cavaleiro.

- Não tem problema, eu estou aqui.

Seus rostos estavam tão juntos que Shun sentiu a respiração de Ikki. Fênix segurava seu queixo com seus dedos compridos e olha em seus olhos.

Shun chegou a se sentir mal, afastou o rosto e voltou a abaixar a cabeça. Ikki sempre tivera um olhar muito penetrante, os olhos de um azul tão escuro que pareciam roxos tinham tanta expressão que chegavam a enfeitiçar.

- Anda, vamos beber ao nosso encontro.

Shun segurou o copo entre as mãos e virou em um cole só. Ikki riu ao ver o rosto claro de Shun ficar vermelho e se alterar em uma careta.

- Eu disse que não estava acostumado com bebida. Shun sorriu colocando o copo na mesa enfrente ao sofá. - Ikki a gente precisa conversar. Sobre hoje a tarde!

- Eu já disse para você parar de pensar sobre isso.

- Eu não posso. Fiquei preocupado com sua reação. Eu achei que você já sabia. Ate Hyoga ficou assustado.

Ikki colocou o copo encima da mesa e encarou Shun muito serio.

- Eu sabia.. bom, de você eu sabia.

- Então eu não entendo, por que você ficou tão chocado?

- Por ele. Eu não esperava encontrar o Hyoga com você.

- Áh, é isso? Bom, pra falar e verdade eu também achei que ele gostasse da Ei...

- Não é isso Shun. Eu estou cagando e andando pra opção sexual do Cisne. Quando disse que não esperava encontrar ele lá eu quis dizer que não esperava que ele estivesse com você. Justo com você.

- E por que não? Ele sempre foi nosso amigo...

- Seu amigo.

- Ikki.......... você esta sendo mal.

- Eu não gostei de ver vocês dois juntos. Eu esperava voltar e poder ficar com você, só nós dois.

- Mais nós podemos, eu estou aqui não tô?

- Mais por quanto tempo? Shun eu já quase de perdi uma vez e não quero que isso aconteça de novo.

- Ikki..

Fênix olhou dentro dos olhos de Shun. O cavaleiro de Andromeda ficou imóvel, ele podia ver dentro do Ikki que estava na sua frente, um outro Ikki, alguem que não conhecia. A voz baixa e doce, os olhos penetrantes. Por um momento Shun achou que estava sendo seduzido.

Ikki segurou o rosto de Shun e o levantou até que seus lábios se tocassem, roçando enquanto Ikki falava.

- Você é meu, só meu.

Ikki puxou o rosto de Shun e beijou o cavaleiro. Shun mantinha os olhos abertos, por mais que tentasse não entendia o que estava acontecendo. Tentou afastar Ikki mais foi apertado entre os braços de Fênix que se debruçava sobre ele. Ainda com a boca sendo invadida Shun foi deitado no imenso sofá enquanto Ikki se deitava sobre ele.

-

Hyoga corria para o lugar de onde vinha a energia. Não sabia onde Shun estava. Lembrava de ter sido acordado no meio da noite e de Shun ter lhe falado algo sobre sair e voltar em uma hora, mais não lembrava onde nem por que ele tinha saído.

Cisne chegou ao prédio de onde vinha o cosmo que ele sentia. Entrou pela porta da frente do hotel e foi atendido por uma recepcionista.

- Posso ajudar?

- Pode! Por acaso passou por aqui uma rapaz dessa altura, com o cabelo claro, meio esverdeado?

Hyoga tocava o seu ombro para explicar a altura e o físico de Shun.

- Passou sim, ele subiu para um dos quartos. Era muito bonito e parecia bastante feliz.

- Tá, tá, sei... pra que andar ele foi?

- Decimo terceiro, quarto 1313.

- Obrigado!!

Hyoga não ia agradecer depois do comentário infeliz mais achou melhor ficar na sua. Entrou no elevador e tocou o botão do 13º andar.

- Que que o Shun tá fazendo aqui?

Assim que o elevador chegou Hyoga desceu e foi ate o quarto com o numero que a recepcionista tinha falado. Bateu na porta mais ninguém abriu. Sentido a energia de Shun levantar com força, Hyoga abriu a porta e olhou para dentro.

O cavaleiro parou na porta olhando fixamente para a cena. Shun estava deitado no sofá. Sua camisa era aberta por um outro homem que estava por cima dele. Os dois se beijavam, gemendo e ofegando.

Cisne deu um passo para frente para poder ver melhor o que acontecia.

- Ikki?

Hyoga parou sem conseguir tirar o olho dos dois.

- Shun?............... Por que?

Cisne virou e saiu do quarto fechando a porta. Ele se sentou no corredor e abaixou a cabeça escondendo-a entre os braços. Quando levantou seus olhos azuis estavam cobertos de lagrimas

Hyoga levantou, fechou os punhos e andou até o elevador. Tinha muito o que pensar.

-

- Ikki, o que você está fazendo?

Shun empurrou o irmão e levantou do sofá.

- Eu disse que você é meu Shun. Eu não vou deixar que aquele cavaleiro o tire de mim.

- Do que você tá falando?

Ikki levantou e caminhou ate Shun se aproximando mais dele. O casaco pesado deslizou pelos ombros e caiu no chão.

Ikki abraçou Shun e encostou seu rosto no do outro cavaleiro.

- Eu não suporto vocês dois juntos, não suporto imaginar a mão dele percorrendo seu corpo, os lábios dele tocando a sua pele, o corpo dele sobre o seu! Eu não vou permitir, nunca.

Ikki falava baixo, sua voz era sem expressão, apenas doce, lenta e rouca.

Shun estremeceu dos pés a cabeça. Ikki passava a mão por sua cintura, aproximando-os. O cheiro do cavaleiro estava entrava pela respiração acelerada de Shun, um perfume forte e viril.

Andromeda largou seu corpo no abraço e Ikki segurando-o com apenas um braço, apoiando sua cabeça nas mãos largas beijou o pescoço de Shun , abrindo o primeiro botão da camisa com a boca e lambendo o pele pálida.

Shun já estava completamente imerso em seus desejos quando algo mais forte do que ele próprio invadiu sua mente. Estava feliz com Hyoga, sempre desejara o amigo para ele e agora conseguia viver em paz com ele. Então por que? Por que fazer aquilo? Por que trair alguem que amava com tanta força?

Shun afastou o irmão e limpou a boca com as costas das mãos. Arrumou a camisa a abriu a porta do quarto.

- Shun...

- Depois Ikki. Depois a gente conversa.

-

Andromeda caminhava pelas ruas devolta para casa. Andava devagar deixando seu pensamento voar solto. Depois de muito pensar descobrira por que Ikki se comportava daquele jeito. Ciúmes. Ciúmes de Hyoga, da relação dos dois. Talvez medo de ser deixado de lado.

Tinha feito o certo, não podia dar a Ikki falsas esperanças e não podia trair a si mesmo.

Chegou em frente ao prédio que morava e suspirou profundamente. O apartamento estava completamente apagado. Hyoga ainda devia estar dormindo. Subiu pelas escadas e abriu a porta de casa muito devagar. Andou ate a sala e sentiu um arrepio, a varanda estava aberta e ele tinha esquecido o casaco no hotel. Fechou a vidraça e relaxou os músculos, estava tudo bem.

- Você demorou!

Shun levou um susto, virou para a escuridão da sala e apertando os olhos pode ver Hyoga sentado no sofá, com as pernas e braços cruzados e a cabeça baixa.

- Foi bom ter revisto Ikki?

Shun demorou a responder, havia algo de errado na voz de Hyoga. Contudo sorriu e jogou um pouco o cabelo fazendo charme.

- Foi sim, tudo normal. Se bem que ficar longe de você é sempre um terrível castigo.

Hyoga levantou do sofá e caminhou ate Shun.

- Como você pode ser tão cínico? Tão falso?

- Ãh? Do que você está falando Hyoga.

Hyoga sorriu. Shun pode perceber que não era o sorriso de sempre, era algo diferente. Um sorriso melancólico.

Hyoga deu mais um passo para frente e com um só movimento deu um tapa no rosto de Shun. Andromeda foi jogado ao chão. Deitado e com a mão no rosto Shun olhou pra Hyoga sem entender nada.

- Hyoga, o que aconteceu? Por que você fez isso.

- Venha aqui!

Hyoga segurou o braço de Shun com força fazendo-o levantar e arrastando o cavaleiro para o quarto. Cisne empurrou Shun para a cama fazendo-o sentar enquanto Hyoga ficava de pé olhando para ele.

- Eu vi, eu fui lá.

- Viu o que? Foi aonde?

Shun chorava sem entender o que estava acontecendo. Seu rosto estava vermelho e ardia, assim como seu braço machucado pela força de Hyoga.

- Não me faça e nem se faça de idiota. Eu fui até o hotel, eu fui ate o apartamento do Fênix, eu vi vocês dois juntos!

Shun levantou a cabeça. Olhou para Hyoga e uma luz de entendimento brilhou em seus olhos muito abertos.

- Você não viu nada, não houve nada.

- VOCÊS ESTAVAM TRANSANDO.

Hyoga gritou e Shun se encolheu na cama, tinha a impressão que Cisne ia lhe dar outro tapa ou mata-lo.

- Nós não estávamos fazendo nada!

- Não? Então por que Ikki estava deitado sobre você? Por que vocês se beijavam? Por que ele passava a mão pelo seu corpo?

- Hyoga, ...eu...

- Você é um traidor, um traidor que não merece nem sequer uma das lagrimas que eu derramei. Você não me conhece Shun, você não devia ter feito isso comigo!

- EU NÃO FIZ NADA!

Foi a vez de Shun gritar e levantar encarando Hyoga.

- Se você não acredite em mim o problema é seu.

- Eu acredito no que vi!

- Você não viu nada. Eu vou embora. Se quiser confie em mim se não o problema é seu.

Shun ia sair do quarto mais a mão de Hyoga voltou a segurar seu braço, puxou Shun e segurou em seus cabelos, puxando-os e machucando o cavaleiro.

- Você está comigo, como pode se dar pra ele?

- Presta atenção Hyoga, EU NÃO DORMI COM NINGUÉM! Mas se você quer saber eu estou achando que deveria, quem você acha que é, meu dono?

Shun se soltou mas Hyoga foi mais rápido e agarrando Shun pela cintura jogou-o na cama. Cisne subiu por cima de Shun segurando-o sem deixar que ele se mexesse.

- Eu disse que você não me conhecia. Você vai pagar Andromeda, vai pagar por ter mentido.

Shun encarou Hyoga. Os olhos de Cisne estavam cheios de lagrimas mais suas feições eram duras e frias.

- Por que Shun? Por que você fez com que eu me apaixonasse por você para depois me trair?

Shun ia responder mais Hyoga cobriu sua boca com um beijo violento e forte. Shun mexia o rosto tentando se soltar mas finos cristais de gelo envolviam seus braços. Um filete se sangue escorria pelo lado da boca de Shun de tão violento que era o beijo imposto.

Hyoga se ajoelhou e olhou para o homem deitado na cama. Tinha pensado no que fazer desde que saíra do hotel, e sua primeira idéia era ir embora, mais não sem antes fazer com que Shun lembrasse dele para sempre, por bem ou por mal.

Hyoga deslizou as mão por entra as pernas de Andromeda fazendo força para abri-las. Shun tentou fechar mais Hyoga fazia força e se colocava entre elas, impedindo que fechassem.

Hyoga deslizou o rosto por cima da camisa ate chegar ao final do pescoço de Shun que ficava descoberto pela cola aberta. Cisne mordeu a pele levemente e desceu as mãos para abrir a calça de Shun.

Andromeda se remexia mais não se soltava. Hyoga já havia descido seu zíper e agora apertava seu queixo por entre os dedos, impedindo que ele mexesse a cabeça e fazendo com que Shun olhasse no seu rosto.

Hyoga passou sua perna por entre as de Shun, deslizando seu corpo sobre o cavaleiro. Cisne ficou de joelhos sobre a cama e tirou a camisa por cima da cabeça. Shun olhava para Hyoga com os olhos em lagrimas. Não tinha a menor vontade de reagir, tudo que acontecia ainda não fazia sentido, seu irmão e agora Hyoga, o que eles queriam, por que estavam fazendo aquilo?

Hyoga colocou as mãos entre as pernas se Shun, por cima das calças abertas.

- Não.

Shun gritou e se soltou ficando de pé. Ele ofegava e como corpo um pouco curvado e os punhos fechados olhava para Hyoga que também se levantava e encarava Shun.

- Por que você foi atras de mim?

- Eu senti algo ameaçador e fui ver. Mas parece que o que eu achei foi bem diferente do que eu esperava.

Hyoga se aproximou e tocou o rosto de Shun.

- Eu não confio em você, não mais.

Os olhos de Shun se abriram e encheram de lagrimas.

- Eu achei que você gostava de mim, mais foi só o Ikki aparecer que você se esqueceu de tudo.

- Eu não me esqueci de nada... eu já disse que o Ikki é só meu irmão.

Hyoga sorriu, mais logo voltou a fechar o rosto.

- O que você me diz já não importa mais.

Hyoga empurrou Shun contra a parede. Tirou a camisa de Andromeda rasgando-a e empurrou seu corpo contra o de Shun.

Segurou Andromeda pela cintura e forçou seu corpo para baixo. Os dois cavaleiros se deitaram no chão. Hyoga passava a mão e a boca tão delicadamente pelo corpo de Shun que esse parou de resistir. Cisne tirou as calças já abertas de Shun e logo depois as próprias.

Hyoga encaixou os dois corpos, entrelaçando as pernas. As duas ereções já despertavam, roçando uma na outra. Cisne puxou Shun para mais perto e apertou sua ereção estimulando-a e fazendo com que o cavaleiro gemesse e se contorcesse de dor e prazer.

Com beijos muito suaves e leves Hyoga relaxou o corpo de Shun, que permanecia de olhos fechados e segurava os cabelos claros de Hyoga.

Cisne acariciava as costas de Shun, descendo para suas pernas que ele abria sem muito esforço. Shun fechou os olhos com mais força ao sentir que Hyoga entrava nele. Deitou no chão tentando relaxar o corpo para facilitar a penetração.

Hyoga segurava Shun e avançava para dentro dele ora com força ora devagar, sempre para frente e para trás, batendo um corpo no outro. Assim que mergulhou por completo no corpo da cavaleiro segurou o sexo de Shun por entre as mãos deslizando para cima e para baixo no mesmo ritmo que seu corpo deslizava pelo de Shun.

Apertou com mais força os dedos gemeu sentindo que Shun fechava o corpo como reação. Hyoga gozou ao se sentir apertado por Shun. Saiu de dentro do cavaleiro e sugou seu sexo com tanta força que Shun também gozou dentro de sua boca.

Hyoga lambeu os cantos da boca recolhendo o liquido e se esticou para beijar Shun. Hyoga não sorria, tinha o rosto serio e magoado. Se levantou e colocou a roupa deixando Andromeda ainda estirado no chão.

- Hyoga, onde você vai?

- Embora.

Shun se sentou buscando a colcha da cama para se cobrir.

- Como embora? Você não pode ir. A gente..

- Não existe mais a gente Shun, foi um adeus.

- Adeus.........?

Shun começou a chorar, se levantou e enrolou o cobertor envolta de seu corpo.

- Eu já entendi... você acha mesmo que eu e o Ikki.....

- Eu vi Shun, não acho nada.

Andromeda saiu do quarto correndo e entrou no banheiro fechando a porta. Hyoga virou e caminhou até a porta da sala. Antes que ele a fechasse ouviu Shun chamando-o.

- Hyoga.

Cisne se virou e encarou Shun.

- Eu não dormi com o Ikki, mais deveria mesmo te-lo feito isso!

A porta do banheiro voltou a se fechar. Hyoga saiu pela porta deixando a chave do apartamento encima da mesa da cozinha. Não morava mais lá.

Quando o barulho da porta da sala se fechando chegou até Shun ele saiu do banheiro e andou para a sala. O cavaleiro se ajoelhou e encostou o rosto no sofá. Shun ficou assim, chorando até a madrugada, quando caiu no sono, exausto.

-

Ikki foi até o apartamento falar com o irmão. As coisas na noite anterior não tinham ido como ele queria e agora devia ao menos desculpas e uma explicação. Estava como casaco que Shun deixara em sua casa.

Não sentindo a presença de Hyoga, Fênix abriu a porta e levou um susto ao ver Shun caído no chão, apoiado no sofá.

- Shun...

Ikki correu ate o irmão sacudindo-o com força. Andromeda abriu os olhos e levantou o rosto. Ikki percebeu a expressão triste e os olhos inchados no rosto de Shun.

- O que aconteceu, você estava chorando?

- Ele foi embora.

- Quem foi embora?

- Hyoga.... ele me seguiu ontem e me viu com você....

- Mais não aconteceu nada.

- Ele não acreditou em mim. Ikki...

Shun se pendurou no pescoço de Ikki e voltou a chorar.

- .......... eu o amo, não quero que ele vá embora.

Fênix abraçou Shun e passou as mãos pelo cabelo do irmão. estava feliz por que Cisne tinha ido embora, mais não suportava ver Shun naquele estado. Seu irmão não merecia sofrer daquele jeito por causa do seu ciúmes.

- Shun....

Shun levantou os olhos e esperou pelas palavras do irmão.

- ...eu vou traze-lo de volta.

Ikki se levantou e saiu do apartamento deixando Shun sentado no chão sem reação.

-

Tinha sido muito difícil achar Hyoga. O cavaleiro tinha sumido do Japão, sem avisar á ninguém para onde ia. Shiryu e Seiya que tinham voltado ajudaram a procurar mais nenhum deles achou pista nenhuma. Depois de um mês é que alguns subordinados que Ikki mandará pelo mundo vieram com a informação que Hyoga estava hospedado em Asgard treinando com os guerreiros do gelo.

Assim que Fênix chegou Fenrir e Sigfried vieram recebe-lo. Seu cosmo quente e poderoso sempre fazia com que ele se tornasse bastante perceptível naquele lugar.

- O que faz aqui cavaleiro de Atena?

- Eu estou procurando uma pessoa, vim falar com Cisne.

- Pois pode voltar, ao que parece Hyoga não deseja falar com nenhum dos cavaleiros de Atena. Sigfried parou na frente de Ikki impedindo a passagem do cavaleiro.

- Eu vim aqui e não vou voltar sem falar com Hyoga. Vocês tem duas opções, ou me deixam passar ou morrem tentando me impedir.

Os cavaleiros se colocaram em posição de combate quando Hyoga apareceu.

- O que você quer aqui Fênix?

- Eu vim falar com você.

- Você não acha mesmo que eu vá falar com você acha?

- Por bem ou por mal.

Hyoga andou e parou na frente de Ikki, o cavaleiro de Fênix pois a mão nos quadris e sorriu. Sabia que Hyoga não iria lhe ouvir, a não ser que o forçasse a isso.

- Você vai me enfrentar no pais do Gelo? Só pode ter enlouquecido.

- Quer apostar?

Fênix se movimentou tão rápido que Hyoga não pode acompanhar seus movimentos. Ikki apareceu atras do cavaleiro de Cisne dando-lhe uma

chave-de-braço em volta do pescoço. Fênix levantou um pouco o corpo de Hyoga que levantava seu cosmo ao ponto de já começar a congelar o braço de Ikki.

- Você vai me ouvir!

Ikki forçou Hyoga para o chão. Cisne caiu de costas e Ikki o segurou deitado no chão. Fênix então abaixou e começou a falar no ouvido de Hyoga.

- O Shun não teve nada a ver com o que aconteceu. Ele não dormiu comigo.

- Sai de cima de mim. Eu não sei como o Shun conseguiu te convencer a vir aqui, mais não vai adiantar em nada.

- Meu irmão não me pediu nada, nem me convenceu de coisa alguma. Fui eu quem armou tudo.

Hyoga se virou e ficou de frente para Ikki, ainda deitado.

- O que?

- O cosmo que você sentiu, era meu. Quando Shun chegou ao hotel ele sentiu que o quarto esta quente mais não percebeu que era por que eu tinha elevado meu cosmo.

- Então a energia ameaçadora era sua?

- Era. E fui eu que o beijei e o deitei naquele sofá. Shun confia demais em mim, por isso ele não saiu de primeira, mais logo depois ele saiu do hotel. Nada aconteceu.

Hyoga levantou e sentou na neve. Ikki fez o mesmo ficando ao seu lado.

- Como ele está?

- Mal. Depois que você foi embora ele ficou muito triste. Por mais que isso me doa, eu tenho que admitir que Shun realmente te ama.

- Por mais que isso te doa?

- Hum, hum... eu não gosto de ter que dividir o Shun com ninguém, não é nada pessoal contra você. Mais ele é um irmão que eu quase perdi. Não quero correr o risco novamente.

- E por que você acha que iria perde-lo?

- O Shun é uma pessoa que se molda a vontade dos outros. Eu não sou uma pessoa fácil, sei disso. O Shun pode não querer ficar comigo para ficar com você.

- Eu acho que você conhece muito pouco seu irmão.

Ikki olhou para Hyoga que remexia na neve a sua frente com o indicador. Ele escrevia o nome de Shun e passava varias vezes ate o desenho ficar profundo.

- O Shun só parece uma pessoa frágil. Ele sofreu e lutou tanto quanto nós. Alem disso, nada nem ninguém vai faze-lo ficar longe de você. Você é uma espécie de ídolo pra ele.

Ikki abaixou a cabeça e sorriu. Hyoga fazia o mesmo, nenhum dos dois se encarava.

Fênix levantou e esticou a mão para Hyoga.

- Vamos voltar?

- Pra onde?

- Para casa. Seu lugar não é aqui. Apesar de continuar não gostando de você, prefiro que Shun esteja com você do que com qualquer outro.

Hyoga abaixou a cabeça. Ficou assim por alguns instantes antes de levantar o olhar e sorrir. Cisne segurou na mão de Ikki que o puxou para cima.

- Hyoga... você...

- O que?

- ...................

- Tá tudo bem Fênix, sem rancores. Você está desculpado.

Hyoga andou na frente. Ikki sorriu mais logo fechou a cara.

- E quem disse que eu estava pedindo desculpa?

-

Shun arrumava o armário. O lugar das roupas de Hyoga ainda estava vazio. Não só no armário, mais por toda a casa.

Andromeda largou um de seus casacos no chão para poder abrir a porta, a campainha tocava sem parar.

- Já vou! Provavelmente era Seiya ou Shiryu que vinham falar com ele todo o dia. Seus amigos tinham percebido o quanto ele estava triste e tentavam o animar.

Shun ia sair do quarto quando olhou para o casaco. Voltou e segurou o pano nas mãos. Era de Hyoga, Cisne tinha dado para ele quando foram á Sibéria. Era um casaco branco, de capuz. Forrado com um pano que brilhava. Shun não só se sentia quente como também protegido dentro dele.

Andromeda levou o casaco ao rosto sentindo o perfume de Hyoga que ainda estava lá. Shun foi tirado de seus pensamentos pela campainha.

- Deve ser o Seiya, só ele pra ser tão chato. Oh menino insistente.

Shun foi ate a porta ainda com o casaco. Assim que abriu, soltou a mão e o pano foi ao chão.

- Hyoga.............

- Oi Shun!

Shun ficou parado sem dizer nada. Apenas olhando com a boca aberta e os olhos arregalados.

- O Ikki mandou dizer que sempre cumpre uma promessa.

As lagrimas começaram a escorrer pelo rosto de Shun. Ele olhou para Hyoga e Cisne sorriu. Um sorriso radiante. Shun sorriu de volta apertando os olhos.

Andromeda pulou no pescoço de Hyoga. Cisne segurou a cabeça de Shun e virando-a um pouco beijou o cavaleiro. Os dois ficaram se beijando no corredor sem dar importância aos vizinhos que passavam e olhavam para o casal.

- Eu amo você Shun. Será que você pode me desculpar? Acho que fui um idiota!

- Foi sim!! Mais não tem problema, você está aqui outra vez.

Hyoga empurrou Shun para dentro de casa. Andromeda já arrancava a camisa do cavaleiro enquanto continuava a beija-lo.

Hyoga ria empurrando a porta com pé para fecha-la.

- Hyoga.... bem vindo de volta.

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- Shun, cadê o shampoo?

- Pronto. Já começou?

Shun pegou o shampoo e levou ate o banheiro, ainda sem entender o que aquele shampoo sempre fazia no quarto. Hyoga tinha chegado á dois dias e já voltava ao esquema de sempre.

- Você não se trocou ainda?

- Me trocar, pra que?

- A gente tem visita hoje, anda, vai se trocar.

- Mais você nem saiu do banho..

- Vai Shun!

Andromeda saiu do banheiro e trocou de roupa. Não fazia idéia do que Hyoga estava aprontando.

Shun ouviu as batidas na porta e foi abrir.

- Ikki?

- Shun? Que recepção mais estranha é essa?

Shun sorriu e fechou a porta.

- Bate de novo.

- O que?

- Bate na porta de novo! Andromeda falou de dentro do apartamento

Ikki fez o que o irmão pediu e Shun abriu a porta sorrindo.

- Ikkiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!

Andromeda pulou no pescoço do irmão.

- Agora sim parece você.

Os dois cavaleiros entraram. Sentaram-se no sofá enquanto Hyoga saia do quarto já trocado.

- Olá! O cisne sorriu pra Ikki sentando do lado de Shun e abraçando-o.

Shun parecia meio confuso.

- O que tá acontecendo aqui?

- Nada. Os dois cavaleiros responderam ao mesmo tempo.

- A gente vai sair pra comer fora. O Seiya e o Shiryu vão também.

- Hã? Shun olhava incrédulo pra o irmão. Deste quando Ikki ia nessas reuniões de família?

- Vamos? Hyoga perguntou levantando.

Shun e Ikki fizeram o mesmo, mais Ikki segurou o irmão.

- É pra você, eu comprei no primeiro dia que vim aqui, mais esqueci de entregar. É um presente para o apartamento novo.

Ikki saiu deixando Shun com o embrulho na mão. Andromeda abriu o papel de embrulho e sorriu. Era um porta-retrato, branco e com desenho de pequenas flores rosas. Dentro dele uma foto que Shun nem sabia que existia. Eram os cinco, pequenos, na época em que viviam no orfanato. Seiya e Shiryu sentados no chão conversando e no outro lado Shun dormia com a cabeça no colo de Ikki e segurando a mão de Hyoga que estava deitado ao lado dele.

Shun colocou o porta retrato na mesa da sala embaixo de um enorme vaso de cravos vermelhos. Ia olhar o que estava escrito atras, uma dedicatória, mais o chamado de Hyoga o impediu.

- Vamo Shun, a gente vai chegar atrasado!

- To indo.

Shun pegou seu casaco branco e saiu fechando a porta e correndo para o elevador onde seu irmão e Hyoga o esperavam.

- Vamos?

Os três entraram Shun, Hyoga e Ikki sorriam. Finalmente estava tudo bem.
 
 

Fim



Por Jade jade_avalon@yahoo.com.br
Novembro de 2001