A partir dali tinha parado de viver. Odiava a sensação de ser dependente dos outros, de não poder se guiar sozinho. Nunca demostrara, era forte o suficiente para aquentar a dor sozinho, mas naquela hora a depressão tomou conta de seu coração.

Shun Rey tinha lhe lavado, a poucos minutos, uma xícara de chá e ele sem poder ver, não conseguira segurar e derramara tudo no chão, quebrando o copo e fazendo a menina chorar !

"Droga!"

Todos seus amigos tentavam, Seiya lhe contara que havia uma possibilidade, uma fonte, cuja as águas milagrosas podiam ajudar. Mas Shiryu não acreditava em nada disso, ilusões de alguem que se sentia culpado por seu destino tão injusto.

Não que se arrependesse... Hyoga, Shun e Seiya estavam vivos e bem, seu sacrifício já valera a pena por isso. Mas nada podia trazer de volta sua vontade de viver naquele momento, não haveria nunca mais um jeito de enfrentar o inimigo de igual para igual.

Ouviu a porta de cabana se abrir e logo depois fechar, deixando que uma parte dos raios de sol cobrissem o corpo de Shiryu e depois o abandonassem.

- Shun Rey? É você?

O cavaleiro tentou se levantar, sentando e encostando as costas no travesseiro mais logo foi forçado se deitar de novo.

- Não precisa se preocupar, eu estou bem!

Shiryu sorriu, Shun Rey era tão preocupada com ele. As vezes ate sentia um pouco de culpa por deixa-la sozinha no meio daquelas montanhas.

- Você vai ficar atrasada com o jant...............

Não conseguiu terminar a frase, sua boca foi assaltada por um beijo profundo, seus dois punhos presos junto a cama por apenas uma mão enquanto a outra passeava por cima de sua camisa e o empurrava pra baixo..

Não era Shun Rey, aquele abraço era forte demais, a mão que deslizava por seu peito muito grande e ele podia sentir os cabelos soltos que lhe caiam na face, tinham um cheiro diferente do leve aroma dos 5 Picos.

- Quem é você? O que quer?

Não parecia ser um cavaleiro, Shiryu tentou sentir o cosmo de seu agressor mais nada, ou era uma pessoa comum , o que não parecia ser o caso por causa da força, ou então aquela pessoa sabia muito bem como esconder seu cosmos.

- Você não precisa ficar assim Shiryu, sou eu!

O Dragão reconheceu a voz sóbria e misteriosa de imediado.

- Mu?

- Sim! Pare de se debater ou vai acabar se machucando.

Shiryu parou de lutar contra o mão que lhe prendia. Ate aquele ponto não estava entendo nada, o que o deixava sem reação e pouco a vontade.

- O que você faz aqui, e por que tudo isso?

- As noticia voam, eu soube do que aconteceu com você! Vim ver se era realmente verdade, eu me preocupo muito com você cavaleiro.

- Obrigado........... como você pode ver é verdade sim, mais eu estou bem!

Mu voltou a beijar Shiryu, e desta vez com mais força. Ele estava ajoelhado ao lado da cama, uma de suas mão prendiam os pulsos do dragão enquanto a outra ainda deslizava por seu peito e o segurava deitado. Shiryu voltou a se mexer, querendo se soltar, mais era impossível, aquele cavaleiro de ouro era realmente forte.

- Eu vim ajudar.

- Como? Shiryu estava ofegante, em parte pela força que fazia, em parte pela força do beijo.

- Você vai ver.... Vim ajudar você a se libertar.

O cavaleiro de Aries deitou na cama, ainda segurando Shiryu pelos punhos. Elevou seu cosmo e só ai retirou a mão que prendia o outro cavaleiro. Shiryu tentou se mexer. Não podia, os poderes psíquicos de Mu ainda o mantinham preso.

- O que você esta fazendo?

Shiryu sentiu sua camisa ser tirada por cima de seus braços que se levantavam e abaixavam, seus movimentos eram involuntários, seu corpo seguia as ordens de Mu e não as suas.

Aries parou por um momento. Olhou para o peito pálido e musculoso que acabara de aparecer por debaixo da roupa. Ele era lindo. Tinha achado isso deste sua visita do Dragão a Jamir para que o cavaleiro dourado concertasse as armaduras de Pégaso e Dragão. Tão nobre, tão sábio para sua pouca idade, tão leal. Dera a vida por um companheiro, coisa que em seus anos como Cavaleiro de Ouro nunca tinha visto alguem fazer.

Tinha saído do Santuário há anos, deste a tentativa de assassinato de Atena, e jurado nunca mais se envolver com qualquer outro cavaleiro. Mais Shiryu era diferente, era um verdadeiro cavaleiro de Atena, e ele iria ajuda-lo a superar aquele momento tão duro e cruel.

Voltou a beijar o Dragão e a se enlaçar nele. Mantinha seu cosmo baixo, apenas o suficiente para manter Shiryu quieto. Mu se deitou sobre o corpo imóvel do cavaleiro, passou os lábios pelo cabelo comprido e escuro, muito macio, muito perfumado. Os fios negros se misturavam aos brancos de sua cabeça e trançavam uma rede bicolor sobre seus rostos, ombros e peitos. Era como um objeto de adoração, seu corpo, seus cabelos. Se Shiryu fosse grego, seria um Deus, assim como Apolo ou Hermes. Mu se deliciava com o sabor e com o contato que tinha com o cavaleiro.

Shiryu continuava imóvel, mesmo atras da faixa que lhe cobria os olhos era possível ver que ele apertava uma pálpebra na outra, forçando-se a não perder o controle da única coisa que parecia lhe pertencer naquele momento, sua mente e sua razão. Mu beijava seu pescoço e ombros, sua respiração fazia cócegas sobre o ouvido de Shiryu. Sua boca quente se acomodava sobre seu ombro enquanto ele falava de encontro a face do cavaleiro.

- Você pode ver Shiryu, mas só se você quiser!

Mu tirou suas roupas, peça por peça, fazendo o máximo de barulho possível, tentando fazer com que o cavaleiro entendesse o que estava acontecendo.

Shiryu não falava, apenas prestava atenção, tentava seguir os movimentos mas parecia impossível, os sons não bastavam, era preciso mais, precisava tocar, precisava ver...

Mu olhou para Shiryu, podia ler o que se passava na mente do Dragão, cada palavra, cada duvida, cada suplica. Ele tinha que ajudar tinha que fazer aquele garoto voltar a encara a vida com vontade de estar nela.

Aries voltou a se deitar, só que desta vez, entre as pernas do cavaleiro. Shiryu tentou reagir mais o poder de Mu era mais forte que seus braços ou pernas.

- Você pode se soltar se quiser Dragão, basta que você queira.

Shiryu parou para ouvir Mu, ele já tinha dito algo parecido antes, algo a ver com sua visão.

- Por que tudo isso? Achei que fossemos amigos!

- E somos, é por isso que estou aqui. Preste atenção em mim, somente em mim.

Mu deslizou a mão pelo peito de Shiryu e desceu para suas calças, jogou a peça de roupa longe e lambeu o sexo do cavaleiro.

O corpo do cavaleiro de Dragão de arqueou, Mu continuava a passar a língua por toda a extensão daquele pedaço do seu corpo que já começa a formigar, despertar, endurecer.

Shiryu abriu mais as pernas e se apoiou apertando o lençol entre os dedos, suas pálpebras se contraiam de um jeito tão forte que a faixa já saia do lugar.

Mu parou o estimulo voltando sua atenção para o rosto avermelhado e quente de Shiryu, tirou a faixa e tocou os olhos do cavaleiro beijando-os bem devagar, colocando a mão sobre suas bochechas e passando o dedo sobre as sobrancelhas escuras e largas.

- Você é muito importante para mim, não vou deixar que desista de tudo. Você precisa reaprender a enxergar, e eu vou lhe ensinar.

Mu sentou o cavaleiro na cama, encostando-o na cabeceira e se ajoelhou diante dele forçando um corpo contra o outro.

- Toque!

A ordem foi expressa. Shiryu estava confuso, sua excitação já estava completamente rija.

- Eu não posso, estou preso por você.

- Você já se soltou a muito tempo Shiryu. Exatamente quando abriu as pernas e se segurou na cama segundos atras.

Shiryu ficou vermelho, ainda não sabia o que fazer.

- Toque! A voz de Mu era firme, o cavaleiro de ouro segurou a mão de Shiryu e a levou sobre seu corpo nu.

O toque começou devagar, Shiryu estava temeroso, assustado e confuso. Sentia o calor de Mu entre seus dedos e na palma de sua mão. Passou a mão pelos braços do Cavaleiro de Ouro, sentindo cada músculo, cada curva. Subiu para seu rosto, sua boca, seus olhos, seu cabelo. Seus dedos escorregavam por entre o tórax definido a cintura e as costas de Mu. Uma imagem mental foi se formando na mente de Shiryu. Tinha estado com Mu apenas uma vez, e ele estava bem vestido. A imagem que formava agora o deixava ainda mais excitado e curioso. As mão do Dragão desceram ate o baixo ventre de Aries acariciando sua coxas, joelhos, ate subirem e tocarem o sexo duro do cavaleiro.

Mu teve que se controlar, estar sento tocado daquela maneira era enlouquecedor. Shiryu o descobria aos poucos. Quando seu sexo foi tocado, um gemido profundo lhe subiu a boca inundando o ambiente.

O Dragão agora manipulava-o com uma das mão enquanto a outra descia por sua costas, segurando sua bunda e deslizando por entre sua fenda. Chega, era a hora de parar ou não conseguiria terminar o que começara.

- Agora, Sinta!

Shiryu não entendeu a ordem de imediato, mais assim que sentiu as mão firmes do cavaleiro sobre seu corpo relaxou o toque e se deixou ser acariciado.

Já podia imaginar como Mu era sem roupa, com era seu corpo e seus músculos. Sentiu que o cavaleiro de Ouro fazia o mesmo caminho que ele, braços, rosto, peito, costas........

Shiryu emitiu um gemido rouco quando Mu segurou se sexo da mesma forma que tinha feito antes, era como se Mu quisesse que o ele sentisse exatamente o que havia sentido. A força era a mesma, a intensidade também.

Assim que acabou o mesmo percurso feito por Shiryu, Mu parou soltando o cavaleiro que caiu de costas na cama.

- Ouça a si mesmo!

Shiryu ficou parado esperando o que viria com aquela ordem. De repente sentiu-se inteiro dentro da boca de Mu e soltou um grito alto acompanhado de uma careta de puro prazer. Mu fez com que o Dragão gritasse e gemesse por varias vezes, mudando a intensidade com que sua língua e seus lábios sugavam o cavaleiro. Subiu o rosto e abocanhou um dos mamilos, mordendo de leve, dando prazer ao Dragão que se contorcia na cama, molhando seu peito inteiro com sua saliva quente.

Mu parou. Shiryu já tinha gotas de suor pela face e um pouco de sêmen já escorria por seu pênis, e ele mesmo não aquentava mais.

- Agora, apenas ouça.

Shiryu quase não prestou atenção, já estava tão excitado que nada mais a sua volta o perturbava ele só se concentrava em Mu. Voltou a realidade quando sentiu algo duro ser empurrado para dentro de seu corpo.

Voltou a gemer, mais dessa vez Mu fez o mesmo tentando entrar no cavaleiro. Foi ai que Dragão entendeu. Ele podia ver Mu, conhecia seu corpo, seus movimentos. Podia ate mesmo adivinhar suas feições pelos gritos e gemidos que soltava, eram iguais as suas, o prazer que compartilhavam era o mesmo. Todos seus outros sentidos estavam alertas. Ate mesmo o olfato, pois o cheiro da excitação de ambos já pairava no ar.

Continuou a ouvir o cavaleiro de Ouro, sua respiração, suas reações o barulho do encontro de seus corpos, sendo pressionados um contra o outro.

Shiryu abraçou o cavaleiro com suas pernas e puxando-o, o beijou no peito. Podia seguir cada movimento de Mu, podia ler seus desejos e passos, um a um. A visão que lhe veio a cabeça foi encantadora, ele deitado e o cavaleiro de Ouro sobre seu corpo, no meio de suas pernas, sorrindo e gemendo ao mesmo tempo. Não pensava na dor, só no prazer que sentia por entre as estocadas e no prazer de poder ver as reações e os gestos de Mu.

Puxou o longos cabelos claros, quase brancos do cavaleiro. Sentiu que Mu obedecia seu desejo e empurrava seu corpo mais forte contra o do Dragão. Shiryu puxou os braços de Aries para cima, levou a mão do cavaleiro a boca e beijou a palma clara, sugando cada um dos dedos, devagar, enrolando a língua em torno deles.

Aries segurou o sexo de Shiryu com as mão beijadas pelo Dragão. Começou uma dança molhada e ritmada para cima e para baixo com os dedos enquanto se enfiava mais vencendo qualquer resistência, deslizando seu sexo pra dentro, e seu corpo por entre as musculosas coxas abertas acariciando-as. Com uma ultima e forte estocada e ele gozou. Assim que seu corpo foi libertado de toda a tensão Mu gemeu alto e apertando o membro de Shiryu e fazendo com que ele gozasse também por entre espasmos.

Os dois ficaram imóveis. Seus corpos ainda se mexiam involuntariamente devido a força do orgasmo.

Mu foi o primeiro a se mexer, deitou de lado e acariciou os cabelos de Shiryu, passando os dedos pelos longos fios, descendo por seus olhos e tocando seus lábios. Ele sorria e Shiryu podia ver, não do jeito normal, mais sim pelos leves movimentos que fazia, e pelos sons que saiam de seu corpo.

- Você entendeu?

- O que?

- O que eu tentei te ensinar.

- Acho que sim... mais por que?

- Shiryu, você sabe que eu tenho poderes mentais, esses são os atribuídos da casa de Aries. Mesmo longe eu pude ler sua mente, você estava sofrendo e eu quis te dar a solução para sua dor!

- Solução?

- Sim, você não precisa dos olhos para ver, existem outros sentidos. Use-os. Sinta seu adversário, seus movimentos, assim com sentiu meu corpo. Adivinhe suas reações comparando-as com as suas próprias, em uma batalha não há muita diferença, todos arriscam a vida e estão cientes disso. Medo, vingança, justiça.. cada um desses sentimentos tem um cheiro, uma sensação que paira no ar, você deva capta-las e moldar o inimigo em sua mente.

Shiryu sorriu. Mu tinha razão, tinha lhe ensinado uma coisa que jamais iria esquecer.

- Obrigado!

- Você pode me agradecer permanecendo vivo. Como eu disse, me importo muito com você. Deste Jamir.

Shiryu sorriu de novo e se acomodou no peito do cavaleiro de Ouro. Estava cansado, mais assim que acordasse iria sair para treinar, se ficasse parado por mais tempo ia perder a forma.
 
 

*****

- Você já acabou?

Roshi falou para o homem que se aproximava. Estava sentado como de costume em uma das pedras esculpidas pela Grande Cachoeira.

- Já. Obrigado pelo tempo que você me deu!

- Shiryu esta bem?

- Dormindo. Mais não se preocupe com ele, acho que ele entendeu que não precisa ficar desesperado por causa da cegueira. Há outros métodos para se ver.

- Sim, você tem razão, é um excelente discípulo, aprende rápido. Mais o que lhe trouxe de tão longe Mu?

- Ele. Eu amo esse cavaleiro. Não suportaria vê-lo definhar e morrer sem a chance de lutar alguem tão fiel a seus propósitos e a humanidade merece viver.

- É uma pessoa sabia, devo-lhe minha gratidão por se preocupar tanto com meu aluno...

- Acho que ele vai voltar a ser o de antes. Diga pra Shiryu que eu estou em Jamir para ele ir me ver assim que essas lutas terminarem. Gostaria de passar mais tempo com ele.

- Sua veneração é assim tão grande a ponto de abrir mão de sua promessa de isolamento?

- Muito mais do que você pode imaginar. Mais do que minha lealdade a Atena.

Mu virou as costas e foi embora, encontrando na trilha aberta por entre a floresta a garota que morava com eles vindo da cidade, provavelmente foi o jeito que o velho mestre encontrou pra afasta-la.

Dias depois um antigo pretendente a armadura de Dragão voltava para os Cinco Picos desafiando Shiryu. O Dragão só pode vencer por que conseguiu, ouvir, sentir e prever os movimentos e reações dele, recuperou a confiança e o poder da armadura de Dragão. E continuou assim ate chegar a casa de Câncer onde recuperou a visão, mais sem se esquecer do "treinamento" feito com Mu.