Conflitos

Por Senhorita Mizuki


Capitulo 1


Na Grécia dos tempos atuais, entre as ruínas, vestígios de uma época de grandes impérios e glórias, guerras permeadas de derrotas e vitórias. A herança dessa era encontra-se latente no Santuário, onde Athena e seus guardiões são simples mortais, mas nem por isso deixam de cumprir seu papel na Terra.

Adentrando esse lugar escondido, para além da civilização moderna, encontramos um jovem de cabelos verdes pendurado de cabeça para baixo, desviando-se das pequenas pedras que um homem mais velho atirava, com impressionante velocidade. Tinha apenas os braços livres para defender-se do ataque, mesmo assim, muitas acabavam atingindo sua cabeça, começava a senti-la latejar de dor.

- AiAiAi!- grita esfregando a mão na testa.

- Por favor, Shun! Leve isto a sério! Quero que você atinja com socos, não fuja delas como um frango.

- Ma-mas eu não estou conseguindo...o senhor não poderia pegar mais leve?- choramingou.

- Mais leve? Tem moleza maior que essa? O que afinal Albiore ensinou a vocês? Escuta, meu filho, como é que tu sobreviveu até agora?

- Mas...eu...- ficou com os olhos lacrimejantes.

- Por Zeus...tudo bem...acho que vou incluir a June no treino, para ver se o problema esta em você ou na forma que foi treinado...

Milo suspirou de impaciência, aproximando-se e balançando a cabeça. Tirou uma faca da cintura e num só golpe cortou a corda, deixando o garoto quase se espatifar no chão.

- Pausa para o almoço, te vejo aqui em duas horas...DUAS HORAS, ouviu?

Assustado, Shun acenou afirmativamente com a cabeça e disparou correndo, antes que ele mudasse de idéia. Sua tolerância estava no limite, maldita a hora em que Shaka empurrou o japonês para ele! Camus o havia aconselhado a ser paciente, a nunca se estressar na frente dos alunos, mas estava sendo praticamente impossível!

Pelo visto teria de acostumar-se com a situação, encolheu os ombros, conformando-se. Enfiou as mãos nos bolsos e saiu andando por um caminho oposto de Andrômeda, ia chamar os outros cavaleiros para o rango. Sua barriga roncou só de pensar em comida.

- Calma, já vamos comer....- deu um tapinha na barriga.

Encontrou Virgem pelo caminho, cumprimentou-o e esperou que o alcançasse, para continuarem caminhando juntos. Começou puxando conversa com o loiro.

- Como foi o treinamento da manhã?

- Nem mencione isso! Estou por aqui com o Ikki!

- O que aconteceu?

- O de sempre, má vontade. Eu mando fazer alguma coisa, e ele simplesmente deita na grama displicente e me diz na cara de pau que não ta a fim!- imitou o aluno, fazendo Milo gargalhar.- É para acabar com qualquer um...

- Ora, foi você que preferiu o Ikki ao irmão menor...eu teria posto ele no lugar!- deu de ombros.- Shun obedece, mas ainda é muito imaturo, meio hesitante. Eu digo para atacar, e ele só sabe ou prefere se defender...

Chegaram na pequena praia, parando para observarem um homem alto ao longe, de longos cabelos negros, estava de costas para eles. Gritava instruções para um garoto loiro que nadava contra as ondas fortes do mar, que quebravam em enormes rochedos. Andava de um lado a outro, acompanhando os movimentos do menino.

Escorpião assobiou para chamar-lhe a atenção. Camus virou-se em direção do chamado e sorriu para os dois, logo depois gritou para Hiyoga sair da água, e foi prontamente atendido.

- Acho que só ele mesmo tem sorte com o aluno...- Shaka constatou desanimado.

- Parece até que nasceu para isso, consegue lidar com esses adolescentes. Lembra quando ele chegou a ser nosso instrutor?

O outro assentiu, apenas alguém calmo e extremamente paciente para aturar as pestinhas, e ainda manter a ordem na "casa".

Milo trincou os dentes e estreitou os olhos, intimamente perturbado com a cena que surgiu a sua frente. O francês recebeu o pupilo com uma toalha, envolvendo-o nela e esfregando-a nos ombros e nos cabelos dourados, recebendo deliciosas risadas em troca do carinho. Sabia que Camus afeiçoara ao menino como a um filho, mas não conseguia conter uma ponta de ciúme daquela relação tão harmoniosa.

Notando a aproximação dos dois, tratou de disfarçar com um sorriso amistoso. Sua perturbação não passou despercebida por Shaka do seu lado, até ele sentia uma ínfima parte daquele sentimento mesquinho, que não gostava de admitir que possuía, nem a si mesmo.

Unindo a dupla, partiram para o refeitório. O recinto era enorme, com inúmeras mesas compridas, para comportar o vasto número de cavaleiros e aprendizes. A cada semana um grupo era selecionado, para serem responsáveis pela refeição do povo, além da limpeza do lugar. Imensas travessas eram servidas, a conversa rolava solta e as vozes ecoavam pelas amplas paredes. Bebidas eram proibidas, até ao alto posto de guerreiros, para a infelicidade de alguns, como Milo, que tinham de sair para a cidade caso quisessem.

Na saída, escorpião aproveitou um pouco da confusão e puxou Camus para perto, cochichando no seu ouvido.

- Às cinco nas ruínas do velho Coliseu, perto da montanha.

O francês disfarçou, rindo e se afastando, dando um soquinho brincalhão no seu braço. Satisfeito, esperou até que se juntasse a Cisne e se afastar, não antes de olhar de soslaio de volta.

Voltou-se assim que os perdeu de vista, dando de cara com a feição delicada e infantil de Shun. Ficaram se olhando, até que Milo passou a mão na sua cabeça, desmanchando ligeiramente as mechas verdes. Com um gesto, mandou segui-lo. Andrômeda respirou aliviado, não estava mais de mal humor.

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Fim de tarde. Esperava ansiosamente seu atrasado amigo, ocupando-se com uma pedra, fazendo embaixadas.

Sua espera foi recompensada com o júbilo de sua imagem, Camus corria em sua direção com a eterna expressão de desculpas estampada no rosto. Parou a dois metros de Milo, e agachou-se com os braços apoiados nos joelhos, ofegante. Demorou até conseguir exprimir uma palavra.

- Eu...desculpa...- acalmou-se e respirou fundo, retomando o fôlego.- Atrasei de novo, não foi?- o olhou constrangido.

- Como sempre...- fez uma carranca de bravo, substituindo-a por um sorriso. – Mas eu sei que mais cedo ou mais tarde você vem...

Simulou uma pose de criança arrependida , recebendo um beijo em resposta às desculpas. Fora um beijo superficial, de leve, de boas vindas. Pegando sua mão, Milo o levou para um tronco caído e sem vida, sobre ele musgos se estendiam, formando um manto verde. Sentaram-se lado a lado, de mãos dadas, compondo um quadro típico de namorados adolescentes, não fosse a idade deles.

Passou os dedos pelo cabelo liso do francês, ajeitando as mechas e a franja que emolduravam o rosto fino.

- Não sei por quanto tempo eu vou agüentar essa situação, Camus. Poder te tocar assim apenas uma vez por semana...passo o resto dos dias torturando!

- Eu sei...mas o que podemos fazer? Já é uma sorte quando conseguimos nos livrarmos dos nossos alunos e deveres, mesmo que seja por poucos instantes.

- E de noite? Na minha casa ou na sua?

- Certo! Aí o santuário inteiro fica sabendo!- franziu as sobrancelhas, nervoso.

- Essa sua mania de novo! Que se dane o que todos vão pensar, a vida é nossa! Eu só não agüento esse maldito fingimento!

- Estou pouco me lixando com as pessoas, Milo. O problema é com Hiyoga e os meninos, que exemplo nós daríamos?- Viu o outro cruzar os braços e revirar os olhos, não queria tocar naquele assunto, não naquele momento.- Esquece isso por enquanto, se formos discutir toda vez que nos encontrarmos, então nunca vamos ficar juntos mesmo!

Gentilmente puxou-o para perto pelo colarinho, decidido a encerrar aquela conversa inútil. Milo acabou não resistindo ao apelo, mesmo cansado de tanto adiar aquele assunto, retribuiu apaixonadamente ao beijo.

As línguas entrelaçavam-se numa fome, as respirações entrecortadas, sentiram uma necessidade urgente de um contato maior, pele sobre pele. Sem interromper o beijo, Camus tirou a camiseta pela cabeça do amante, para poder sentir com as mãos exploradoras o dorso nu, cada músculo se retraiam a cada toque suave.

Impaciente, Milo tratou de fazer o mesmo, quase arrancando os botões da camisa de linho, não entendia o porque daquelas roupas formais e complicadas que insistia em usar, mas tinha que admitir que ele ficava mais lindo com elas. Triunfante, tirou a peça e a jogou para longe do corpo que ela separava.

Separando a boca, Escorpião deslizou-a pelo pescoço, mordiscando e chupando, deixando a pele vermelha. Ao mesmo tempo apertava de leve o mamilo rosado, que intumescia. A respiração fremente que lhe chegava aos ouvidos, juntamente com algumas palavras sussurradas em francês que o enlouquecia.

Até que parou de ouvi-las e o sentiu ficar tenso, estranhando, parou de acariciá-lo de imediato. Deixando o pescoço macio, encarou-o, deparando-se com um olhar perplexo para além dele. Acompanhou o olhar, virando-se para trás. Engoliu em seco ao ver Hiyoga a poucos metros deles, fitando-os furioso, apertava os punhos com tanta força que chegara a abrir feridas nas palmas das mãos.

- Milo..._ o loiro grunhiu.

Após alguns segundos, que pareceram uma eternidade, Cisne virou-se e saiu correndo. Camus foi atrás dele, gritando seu nome e inúmeras desculpas, seguido de Milo. Acabaram perdendo-o de vista.

- Para que lado ele foi? – Milo colocou a mão acima dos olhos, vasculhando o redor.

- Não sei...- o outro respondeu desanimado.

Respirou fundo, de cabeça baixa, repreendeu mentalmente a si mesmo. Sabia que Camus sentia-se culpado de alguma coisa, conhecia-o suficiente para reconhecer aquela posição de mártir.

- Um dia ele tinha de saber...

- ...eu sei...mas eu tinha medo da reação, sei que é capaz de atitudes imprevisíveis. Droga! Para onde foi?

- Deixa ele digerir isso sozinho, vai acabar entendendo.

Tocou seu ombro, sendo afastado friamente pelo francês, que andou em direção das casas zodiacais, abatido. Sem arredar dele, foi na mesma direção, achava aquela preocupação ridícula e desnecessária.

Havia escurecido quando entraram em Aquário, Camus jogou-se na cama, escondendo o rosto entre as mãos em concha. Milo rodeava a cama de braços cruzados, fazendo barulho a cada passo. Aquilo o estava irritando.

- Pára com isso, Milo. Minha cabeça dói...

- Pare você com isso! Mima tanto esse menino, agora veja no que deu!

- Tem razão, a culpa é toda minha.

Deitou-se de lado, abraçando o próprio corpo, roendo a unha do dedão. O outro parou do lado oposto, com as mãos na cintura, estava exagerando. Era difícil convencê-lo a relaxar, mas ia tentar. Deitou-se atrás de Camus, puxando-o para mais perto. Passou a depositar pequenos beijos na nuca dele.

- Esquece, apenas por hoje. Amanhã você fala com Hiyoga.

- Não estou afim...- encolheu a cabeça e levantou os ombros, interrompendo o carinho de Milo.

Com a paciência esgotada e frustrado com aquela frieza, cansou-se. Levantou-se e vestiu-se, colocando uma jaqueta de couro negro e ajeitando os cabelos. Sob o olhar intrigado do amigo.

- Onde você vai?

- Não esta a fim, mas eu estou. E sei muito bem onde há muitos que satisfariam minha vontade!

- O quê?- sentou-se na cama ao ouvir aquilo.

- Surpreso por constatar que não dependo totalmente de você? Com licença.

Acenou rapidamente, antes de descer as escadas. Camus continuou no mesmo lugar, estático, olhando para a entrada. Num acesso de fúria, pegou o livro imenso da cabeceira e o arremessou contra a lâmpada, espatifando-a em pedacinhos de vidro.

Acreditava mesmo no que dissera, mas o que podia fazer? Impedi-lo? Com que direito, não era seu dono, podia ir onde e fazer o que quisesse e com quem quisesse. Constatou aquela realidade com um aperto no coração. Ia dormir duas vezes mais pesado.

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- Uma cerveja gelada!

Na bancada apinhada de gente, decidiu se instalar num canto solitário. Vários olhares curiosos e interessados o acompanharam desde que chegara no bar, mas não correspondeu nenhum. Estava nem um pouco disposto, apesar do que havia dito a Camus. Na verdade falara aquilo no calor da hora, para causar-lhe ciúmes, e agora ficava se remoendo arrependido.

No entanto, queria intimamente que tivesse dado certo, que ele aparecesse na porta daquela espelunca, bufando e o arrastando dali. Riu sarcástico, era sonho, nunca agiria daquela forma. Era frio demais para demonstrar qualquer emoção expansiva. Apostava que estava dormindo, sozinho naquela imensa cama de cetim, que desperdício.

Suspirou inconformado, tinha o homem mais maravilhoso do mundo, o problema é que ele não ligava nem um pouco para ele. Tomou a cerveja em três goladas, pedindo outra em seguida. Um rapaz sentou-se do seu lado, sorrindo e piscando para ele. Correspondeu com um sorriso amarelo, conversou em monossílabos com o cara, para ver se o deixava em paz.

Não parecia entender o recado, ou não queria desistir facilmente. A certa altura, o rapaz colocou a mão na sua coxa, enervando-o. Teve que ser mal-educado para afugentá-lo, jogou meia dúzia de palavrões e foi para um outro canto vazio.

Fazia já uma hora e meia que estava naquele lugar, e aquela era sua sétima cerveja. Até que um homem moreno entrou, chamando a atenção de todos os presentes perto da porta. Com passadas largas foi direto onde Milo se encontrava. Este quase engasgou com o liquido.

Piscou varias vezes, não...devia ter bebido demais, sua cabeça estava lhe pregando peças. Não podia ser Camus que estava na sua frente, constrangido. Olhou para os lados e sentou-se a sua frente, tirando o copo de suas mãos.

- Perdão...

Milo colocou o dedo indicador sobre os lábios macios, calando-o. Em seguida estalou um breve beijo, suas preces foram ouvidas. Ele não imaginava o quanto o alegrou ao surgir de repente, dando-lhe um agradável susto.

- Porque veio?

- Eu achei mesmo que você estava falando a verdade...não agüentei imaginá-lo com quem quer que fosse.....

- Tolo.

- Eu? Tolo? Sei muito bem que se quisesse me trocaria por outro a qualquer hora!

- Nunca! Nunquinha... – beijou sua testa – você é meu, e nunca vou abrir mão do meu patrimônio.

Aquário riu, vaidoso de ser possuído. Ficaram alguns minutos apenas olhando um para o outro, até que ficaram incomodados com toda aquela gente.

- Vamos sair daqui, não consigo nem ouvir meus pensamentos...nem ver com essa fumaça toda!

- haha...realmente, esse lugar é horrível!

Levantaram-se, Milo jogou o dinheiro em cima da mesinha. Cambaleou um pouco, sendo segurado por Camus, que balançou a cabeça expressando o que achava daquela bebedeira. Foram saindo animados, quando estancaram com a cena que presenciaram.

A alguns passos adiante, Hiyoga e Ikki enchiam a cara, literalmente. Boquiaberto, Milo viu Camus arregaçar as mangas e partir para a mesa. Não conseguiu impedi-lo de levantar Cisne pelo colarinho.

- Posso saber o que os senhores fazem nesse pardieiro?

- Não te interessa! – Hiyoga debatia-se.

- Sei muito bem que não é obra. Com certeza alguém o convenceu a vir aqui...- olhou feio para Ikki, que virou o rosto.

- Será que não daria para demonstrar o respeito que Shaka lhe ensinou, ou melhor, tentou ensinar, Fênix?- Milo puxou o garoto pelo braço, obrigando-o a se levantar.

Cisne continuou encarando o mestre, com o nariz empinado, demonstrando orgulho. Estreitou os olhos ante a defronta do aluno, estava ciente de que era a ação do álcool. Percebeu que as pessoas do bar os olhavam curiosos, não seria nada bom um escândalo naquele lugar publico. Pestanejou e agarrou a orelha de Hiyoga, arrastando-o para longe dali, ele ia gemendo e reclamando durante o trajeto. Ikki também foi levado, sendo empurrado por Escorpião.

Chegando perto de um carro negro, Camus o jogou contra a lataria deste. Hiyoga imediatamente levou a mão a orelha vermelha e dolorida, lacrimejante. Virou o rosto para o lado, evitando fitá-lo, mas o mestre forçou a olhá-lo diretamente nos olhos.

- Explique essa atitude vergonhosa que acabei de presenciar, Hiyoga...

O menino sorriu sarcástico e apontou para o seu pescoço,para uma marca avermelhada do lado esquerdo.

- Vergonhosa é essa marca ridícula que o senhor tem no pescoço, "mestre".

A ousadia do rapaz fez seu sangue esquentar, num ímpeto, desceu um tapa na face pálida do loiro. Os dois outros cavaleiros exclamaram surpresos com a agressão repentina. Hiyoga permaneceu um tempo com o rosto virado, os olhos vidrados, sua bochecha tomou a cor escarlate. Depois passou os dedos nos lábios, vendo-os voltarem vermelhos e úmidos. Abaixou a cabeça, a franja cobriu-lhe metade do rosto, começando a soluçar e logo a chorar compulsivamente.

O francês abriu violentamente a porta do automóvel, olhando-o friamente.

- Entra no carro!

O menino levantou o queixo, enfrentando-o novamente. Sem paciência alguma, agarrou forte seu braço e o empurrou para a parte de trás do banco. Fez sinal para que Ikki entrasse, que mesmo de má vontade, entrou sem pestanejar. Milo sentou-se no banco da frente, ao lado de Camus, que bateu a porta com fúria, fazendo o carro estremecer com o impacto. Tinha de ficar atento, no estado em que ele estava, podia causar um acidente sério dirigindo.

Alternadamente, olhava pelo retrovisor o discípulo choroso, que se encolhia no estofado de couro. E voltava para Ikki, que apesar de demonstrar indiferença, estava igualmente acuado.

- Têm idéia do que faziam? – Camus começou, contendo a raiva.- Por acaso pensaram algum momento nas conseqüências que iriam causar a vocês mesmos e aos outros?

- Agora não , Camus...

- Eles têm de ouvir, Milo!

- Pelo amor de Zeus, olha para a estrada!

- Eu sei o que eu faço! Imaginou como seria lindo eu ser chamado na delegacia e no meio da madrugada?

Os dois aprendizes olharam um para o outro, sem entender.

- É...talvez não saibam, mas eu aceitei ser tutor de vocês, dos dez! Agora entendem o que fizeram? Não é só por Hiyoga ser meu aluno, mas também porque sou legalmente responsável por vocês.

- E-eu..desculpa, a culpa foi minha...

- Dos dois, Ikki! Ele entrou na sua, é bem grandinho para responder por seus atos!

O loiro ficou quieto, até o final do trajeto, apenas ouvindo o sermão interminável do mestre. Estacionou o carro e saiu, sem esperar pelos outros. Foi subindo as escadas, e voltou-se para eles.

- Nossos treinamentos estão suspensos por tempo indeterminado a partir de hoje, mocinho!

- O quê??- finalmente abriu a boca.

- Ué? Não é o que queria? Mostrar que era adulto e responsável o bastante? Taí sua chance! Boa noite!

Continuou a subir. Milo trancou as portas do carro.

- Desculpa, Ikki, mas tenho de notificar Shaka sobre isso...

- Que me importa?

Dando de ombros, Fênix dirigiu-se aos alojamentos.

- Parabéns, Hiyoga. Creio que conseguiu o que queria, estragou meu dia!

Deu um tapinha no ombro do rapaz, que lhe lançou um olhar aborrecido. Sustentou aquele olhar, depois deixando-o sozinho, indo para a Casa de escorpião.

No meio da escuridão, o loiro ficou parado no pátio, fitando o vazio. Caiu de joelhos no chão, com lágrimas nos olhos e as mãos na ferida aberta no canto da boca...e no coração.

TO BE CONTINUE...

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N.A.: Depois de um longo tempo de abstinência, voltei a escrever esse textinho (aleluia!), se bem que ta bem chulo...

Cadê o limão? Ahn, por enquanto nada, cansa escrever lemon (vem, vai, vai, vem). Tava mesmo a fim de escrever uma historinha! (xi, marquinho...a tia vai se meter de novo a escrever em capítulos...)

Preciso variar o cardápio, devo estar com fixação nesse casal(Milo/ Camus).