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Por Ya Su

O mar calmo nas primeiras horas da manhã, da última manhã na Ilha de Andrômeda, faziam Shun recordar de tudo o que passara desde a separação de Ikki no oriente. A triste separação do irmão, os problemas de convívio e o árduo treinamento. O vento soprava os cabelos esverdeados e os primeiros raios de sol o deixavam ainda mais melancólicos. O desejo de ser o novo cavaleiro de Andrômeda fora realizado, o tão sonhado sonho de rever o irmão seria concretizado. Entretanto era com pesar que Shun se despedia da ilha. Embora não tão bela, por ser de formação vulcânica e rochosa, e pelos tristes momentos que passou, levaria saudades dos poucos, mas valiosos amigos que fizera, e sobretudo do bom mestre que teve. Albiore era um cavaleiro forte e rígido. Preciso e exigente. Mas acima de todo amigo, companheiro e ...

Os pensamentos de Shun foram interrompidos pelo toque de alguém. Sentado na areia olhando para o mar virou-se em um riso suave. O toque de seu mestre...sentiria saudades.

>Albiore> Felicidades ao novo cavaleiro de Andrômeda e ao futuro líder da ilha.

Shun espantado terminou de se virar e olhou espantado nos olhos do mestre.

>Shun> Novo...líder... mas o senhor não vai deixar a ilha... não vai...

O leve toque de Albiore nos lábios de Shun o fez se calar. Em voz suave deixou o cavaleiro curioso...

>Albiore> Não pretendo deixar a ilha, nem morrer. Entretanto rumores no Santuário me fizeram tomar uma posição que poderá comprometer meu trabalho aqui. Servir a Athena...

Shun se preocupava com a calma e a serenidade de Albiore.

>Shun> O que há de errado no santuário?

>Albiore> Não se preocupe com isso. São só suspeitas e não devem preocupar você agora. Apenas gostaria de deixar claro que as pessoas que passam pela prova do sacrifício recebem da ilha e da própria princesa Andrômeda a honra de sentirem o próprio cosmo dela, presente aqui desde as eras mitológicas...

>Shun> Então o senhor...já foi...sacrificado?

A surpresa de Shun fez com que se levantasse de frente para o mestre e o observasse por inteiro. Era alto, forte e lindo. Seus cabelos longos e dourados reluzentes sob o sol o faziam se lembrar de como foi o dia anterior. A maré subia e quando conseguira vencer o desafio foi tocado pelas próprias correntes de Andrômeda como se fizesse parte dela. Como se fossem unos. E eram. Se Albiore realmente tivesse passado por aquilo deveria ter sentido o cosmo da princesa Andrômeda...deveria ter sido tocado por ela...como ele fora...

>Albiore> Sim Shun. Também fui colocado e aceito pela Ilha como guardião de Andrômeda. Isso é o que representa minha armadura. Como você também fui tocado por ela e jurei proteger Athena.

O olhar de Albiore para ele era firme e tranqüilo. Shun estava feliz em ter provado sua força, e ter a chance de encontrar um caminho de volta para o oriente. Mas sentiria a falta dele. Ao erguer a cabeça e sentir que seria a última vez que veria seu mestre, por mais que pensasse em retornar a ilha ele tinha tal sensação, nos lábios de Albiore, os olhos de Shun se encheram de lágrimas. Albiore o abraçou ternamente o consolando...

>Albiore> Fique feliz por ter seus desejo realizado por seu próprio mérito. Você provou ser digno de ostentar a armadura de bronze, mas...

Shun fitou Albiore nos olhos novamente. A dúvida era refletida em preocupação nos olhos do mestre que parecia triste. Antes que Shun pudesse perguntar algo, Albiore se afastou com um olhar triste. Quando iria quebrar o silêncio feito por ele, alguém chegava em meio as rochas...era June. Albiore se dirigiu a ela que com um sinal afirmativo o fez deixar a praia. Shun se dirigiu a ela.

>Shun> O que há com o mestre...

>June> Não se preocupe com isso. Não é nada grave. Mas o que o faz levantar tão cedo. Seus treinamentos foram suspensos hoje, e o navio só chegará aqui ao poente...

>Shun> Terei saudades...daqui... embora não seja uma ilha de vegetação exuberante é aconchegante e, terei saudades suas, e do mestre ...

June abraçava o novo cavaleiro e ambos contemplavam o nascer do dia.

****

Nos aposentos de Albiore a porta entreaberta fora fechada. Lá dentro uma misteriosa visita o deixara ainda mais apreensivo. Todos na ilha, inclusive Shun e June, mesmo afastados, conseguiam sentir uma forte presença...

Uma voz doce e sarcástica... um outro cavaleiro se dirigia a ele, em nome do Santuário grego...

>?> Talvez não esteja feliz com minha vinda aqui depois de tanto tempo, mas o representante de Athena deseja saber o que esperar de você?

>Albiore> Fidelidade a deusa Athena. Entretanto, tenho me deparado com ordens que não são princípios da sabedoria e paz que ela defende...

O cavaleiro tocou os lábios de Albiore e delicadamente se aproximou aos ouvidos do cavaleiro de prata...

>?> Estaria questionando ordens diretas do santuário?

Albiore não respondeu. Como também não havia respondido as ordens do santuário.

>?> Sua omissão e falta de ação será levada ao santuário... embora deseje sua omissão agora...

O misterioso cavaleiro tocou sua boca a de Albiore em um beijo envolvente, embora este se mantivesse imóvel. As mãos do estranho acariciavam o tórax de Albiore e lhe retiravam as vestes. Albiore sentiu suas nádegas serem apertadas e embora executando mínimos movimentos começou a sentir que suas calças eram abaixadas...

>?> Não há como ser omisso agora, não é?

O comentário se referia a ereção do líder da ilha já exposta e vislumbrada pelo enviado do santuário. As mãos dele acariciavam o baixo ventre de Albiore com as pontas dos dedos, fazendo com que o contato das unhas com a pele bronzeada do cavaleiro de prata o fizesse se sentir ainda mais estimulado... O misterioso cavaleiro se ajoelhou e de frente ao rígido membro de Albiore começou a se aproximar lentamente sob o olhar mudo do outro... os lábios envolviam a glande de Albiore de forma quente e profunda, fazendo com que ele quebrasse a postura de seus atos...sua expressão antes intocada e inalterada começara a dar sinais de apreensão e intenso prazer. Era envolvido e tocado de tal forma que não se agüentava de pé. As mãos do cavaleiro se levantaram aos seus mamilos apertando-os enquanto seus lábios devoravam com toda luxúria o membro de Albiore. Vendo o prazer que este sentia com simples toques fez com que os mamilos dele fossem ainda mais apertados e empurrou-o para a cama intensificando ainda mais a sucção do enorme membro que já apresentava as primeiras gotas de sêmen. Sentado a cama Albiore segurava a cabeça do cavaleiro pelos cabelos e o forçara de modo firme ao seu encontro em um movimento ainda mais brusco que, incapaz de conter o fez despejar seu gozo em um gemido baixo, contido e intenso na boca do cavaleiro. Este agarrou o membro de Albiore e o fez deitar na cama espalhando parte do esperma contido em sua boca com a ponta da língua sobre os lábios de Albiore. Em poucos minutos se sentia totalmente exausto. Entretanto o incógnito cavaleiro ainda não se dera por satisfeito. Retirando as próprias roupas colocou suas mãos sobre os ombros fortes de Albiore e o montou. Com uma das mãos a boca despejou o restante do esperma entre os dedos e os passou em seu traseiro. Parte do líquido de Albiore escorria-lhe a boca com um pouco de saliva. Após esse ato levou as mãos de Albiore ao encontro de seu membro rijo e se abaixou em direção ao membro. Incapaz de acreditar no que estava acontecendo o cavaleiro de prata percebeu que seu membro se quer apresentava sinal de relaxamento, pelo contrário, estava ainda mais firme, pulsando e dolorido tamanho o tesão que sentia. O toque no anel do cavaleiro o fez sentir arrepios presenciados em olhares maliciosos e risonhos do misterioso que ao abaixar fez com que seu anel fosse penetrado em uma descida lenta e contínua até o seu total preenchimento. A penetração fora tão intensa que antes de terminar nova remessa de líquido já escorria entre as pernas do caleiro mostrando que Albiore havia gozado novamente e em tanta quantidade que lubrificara totalmente a penetração que passou a ser em movimentos rápidos ao passo que as mãos de Albiore também manuseava o membro do cavaleiro. Com tamanha intensidade o gozo entre as mãos de Albiore tocou-lhe a face fazendo com que este ainda se enterrasse novamente no cavaleiro em novo gozo. Um beijo selava a resposta ao santuário em abraços e suspiros.

*****

Após o almoço Shun reparava os olhares dos outros sobre ele meio que isolado. Alguns mais ao longe ensaiavam brincadeiras que o traziam tristes recordações. June interrompeu seus pensamentos com um grito de ordem aos rapazes. Deveriam voltar ao treinamento. Era hora da outra equipe que revezava o uso das arenas em combates descansar. Albiore ainda não aparecera e ele reparava que dois dos que deixaram os outros ao fim do treino se afastavam. Enquanto June dava ordem aos outros ele se afastou e resolveu seguí-los discretamente. Ambos se direcionavam a uma gruta oculta de frente ao mar que o faziam vir a memória tristezas e incertezas. Os dois entraram na gruta e saíram da vista dele. Redda e Spicca. Como poderia esquecer tudo que o que passara. Apesar de toda dor e tristeza Shun foi atraído a observar e silenciosamente se dirigiu a caverna. Os dois de fato se amavam. Estavam deitados, ambos sugando e sendo sugados. Seus membros duros e envolvidos por calor e saliva demonstravam o prazer que sentiam. Shun teve uma ereção que o deixou temeroso. Entretanto já havia aprendido a lidar com seus sentimentos. O estímulo dos irmãos o fizeram começar a se tocar e iniciar os movimentos que o faziam sentir-se bem. Prazer. Não a dor. Ao ouvir os gemidos dos dois que se entrelaçavam firmemente intensificou seus próprios movimentos e gozou, despejando seus fluidos na rocha. Os dois também sentiram um prazer tão intenso que não demoraram a relaxar seus corpos exaustos. Shun descuidado, pisou em uma rocha solta ao sair fazendo com que os dois se compusessem rapidamente e fossem verificar o que havia ali. Shun não fora visto, mas os dois encontraram a marca na rocha. Spicca se abaixou e lambeu a pedra em uma posição que convidava Redda para uma nova rodada. Antes porém os dois se beijaram compartilhando o esperma de Shun e reiniciando o prazer que haviam interrompido.

Saindo da rocha Shun sentira uma estranha energia se afastando da residência de Albiore e para lá se dirigiu. Ao entrar não ouviu nada e pelas gretas da porta se deparou com um objeto incomum ao chão. Foi surpreendido pelas costas por Albiore. Assustado se recompôs e pediu desculpas.

>Shun> O que houve com você, mestre?

O olhar pesaroso de Albiore mudou e levando Shun para fora se preparava para a última lição o deixou surpreso.

>Albiore> Shun, sei que provou seu valor como servo de Athena e foi aceito por Andrômeda, mas não poderá servi-la se continuar hesitando em atacar seus inimigos. Seu cosmo e energia são destinados a protegê-la e se não conseguir demonstrar força contra seus oponentes não poderá proteger Athena.

O olhar de Shun o surpreendeu. Estava tranqüilo.

>Shun> Deixa-me provar que estou apto a proteger Athena.

Shun proporcionou a Albiore as melhores das surpresas. Ao atacá-lo, seu cosmo foi defendido pelo cavaleiro de prata e refletido a um rochedo que foi destroçado. O por do sol mostrava ao longe a chegada do navio. Shun se despedia do mestre e estava pronto para voltar ao oriente. Após sua partida Albiore estava feliz pelo pupilo. O seu protetor do braço direito se desfazia pela força do golpe de Shun. O navio partia em direção ao oriente.

*****

Durante a viagem Shun observava o mar e a visão da ilha cada vez mais distante. Foi surpreendido pelo capitão que se dirigiu a ele no final do barco. Era um homem alto, com a barba por fazer, simpático e atraente. Sua voz firme comunicou a Shun que o navio faria uma parada de poucos minutos em algum ponto e seguiria para o Japão. Ao deixar Shun este se voltou a observar a vista e percebeu uma forte energia presente no navio. Era a mesma que sentira na ilha. Preocupado e curioso Shun a seguiu e foi à sala do capitão. Ao se aproximar da porta ouviu gemidos e respirações ofegantes. Pela fresta da porta pode ver um homem alvo e de cabelos compridos sob o capitão em uma sessão de prazer e lascívia. O marujo era cavalgado e gemia. Os dois fizeram com que Shun se tocasse sentado ao chão. O prazer entre os dois aumentava com a rapidez dos movimentos e os gemidos do capitão eram ainda mais altos. A excitação de Shun o fez gozar entre os gemidos dos dois amantes. Em um momento de prazer e intensidade o líquido de Shun fora espalhado ao chão do navio enquanto os amantes se entrelaçavam. Shun não conseguira ver o rosto do amante do capitão. Entretanto em um momento de lucidez percebeu que havia sujado o chão. Lembrara-se dos comentários de Redda e Spicca ao seu embarcar. Eles haviam descobrido que ele espiara pela prova que deixara nas rochas. Não cometeria o mesmo erro. Ao abaixar-se para limpar o chão Shun se deparou com um estranho objeto. O mesmo objeto que encontrara no quarto de Albiore. Certamente pertencia ao estranho de forte cosmo sob o capitão. Não podia ver-lhe o rosto, mas sabia que aquilo era dele. Retirando-se levou o pequeno objeto.

Após muito tempo de viagem ainda não conseguira encontrar novamente o cavaleiro, só podia ser um, possuía um enorme cosmo... e sentiu que não o viria. Ao parar do navio já sentia seu cosmo cada vez mais distante e em poucos segundos desapareceu. O navio parou, foi reabastecido, mas não chegou a costa. Como o cosmo desaparecera?

Ao reinicio da viagem Shun se perguntava quem era o cavaleiro jogando o objeto ao mar. Em movimentos suaves ele caia de encontro às águas.

>Shun> Há de ser seu cavaleiro. Rosas, e as pétalas que estas possuem não existem na Ilha de Andrômeda.

Finalmente o dia chegara. O fim da viagem ascendia a esperança em Shun. Era o cavaleiro de Andrômeda. Havia cumprido o que prometera a Ikki. Restava apenas reencontrá-lo.
 
 

FIM


Por Ya Su  yaoi1@bol.com.br
Novembro de 2001