Dê-me Todo o seu Amor

Essa Fic foi inspirada na música Give me all your love do Whitesnake

Por Lucretia



Era domingo. Kurama estava envolto dos seus livros e cadernos, estudando arduamente, pois teria uma prova muito difícil. E depois que mudara para o apartamento só conseguia estudar nessas horas vagas, por trabalha metade do dia com o padrasto.

Hiei, apesar de contrariado, pois queria passar o dia inteiro com a sua raposa, estava sentado na sala, assistindo pela decima vez um dos seus filmes de karate. Decidira ficar quietinho, estava cansado de ouvir Kurama falar que precisava estudar e que toda vez que ele atrapalhava menos tempo eles tinham para ficarem juntos.

O demônio do fogo assistia seus filmes, olhava para sua raposa de costas de vez em quando, admirando a beleza das mechas vermelhas, suspirando de tédio por não está nos braços dele. Kurama, mesmo centrado em seus estudos, ouvia os suspiros de seu amado e sorria, pressentindo a ansiedade de Hiei. Ainda bem que já estava quase acabando de estudar e logo poderiam perder-se um nos braços do outro. Tudo graças a paciência que Hiei parecia estar aprendendo a ter com ele.

As horas passaram arrastadas tanto para Hiei como para Kurama. O ruivo ficara a manhã toda e mais da metade da tarde estudando. Hiei já tinha visto todos os seus filmes. Mesmo assim levantara e fora até o quarto, onde Kurama estava, passara por ele sem querer atrapalhar e dirigiu-se ao armário a procura de mais alguma fita. Remexera tudo, porem não achara nada. Kurama olhava-o de soslaio, observando-o e sorrindo ao ver aquele corpo tão pequeno e másculo. Terminara seus estudos e agora sua mente tramava coisas para fazer com o seu demônio do fogo.

Não encontrando mais nada, nenhuma fita que não houvesse visto, Hiei suspirou com tédio. O que iria fazer agora para se distrair? Talvez tivesse sorvete na geladeira, pensou. Virou-se, na intenção de sair do quarto, mas seu olhar cruzou com o de Kurama, que olhava-o com um estranho brilho nos olhos verdes, enquanto mordia a ponta do lábis. Hiei engoliu em seco, conhecia aquele olhar e sabia que seu youko estava aprontando alguma. Resolveu sair dali calado e rapidamente antes que fosse atacado, não que não gostasse, mas preferia mais atacar.

Saiu calmamente pelas costas do ruivo, sempre olhando, temendo que a qualquer momento Kurama pulasse em cima dele. Quase não respirava... Mas quando já estava a pouco passos para sair do quarto, ficando longe do possível ataque do youko, sentiu um forte e ardido tapa em sua bunda.

_ AIIIII!!!!

Hiei deu um pulo de susto. Era verdade que temia que Kurama o agarrasse, mas aquele tapa o pegou de surpresa.

_ O que é isso?! Ficou louco de vez?! _ irado, Hiei perguntou o significado daquilo com a fronte franzida, mostrando o quanto não estava gostado daquela brincadeira.

Kurama riu alto do susto que dera em seu amado e pela cara de invocado com que ele olhava-o. Mas acalmou-se logo que viu Hiei indicando sua saída do quarto irritadíssimo com a brincadeira. Segurou-o pelo braço e suspirou fundo, tomando fôlego antes de falar:

_ Amor, sabe a primeira vez em que nós nos conhecemos?

_ Claro _ respondeu Hiei, ainda demonstrado seu mal-humor _ O que que tem?

_ Nada. Eu só estava lembrando. E lembrei da primeira vez que te vi. Devo te confessar que você tirou meu fôlego _ Kurama falou, sorrindo, olhando para seu pequeno demônio com ar nostálgico _ E ainda tira...

_ Huhn! E o que tem isso? Não tem que voltar para os seus estudos? _ Hiei perguntou tentando demonstrar pouco caso, mas por dentro ria de satisfação e seus olhos refletiam tal contentamento.

_ Não, eu já acabei. E agora eu quero um pouco de diversão _ Kurama levantou-se da cadeira com um sorriso no canto dos lábios.

Hiei olhou-o dos pés à cabeça, acompanhando Kurama crescer ante seus olhos. Estremeceu, mas segurou um sorriso entre os lábios bem fechados, porem seus grandes olhos vermelhos brilhavam marotamente imaginando a paixão com que sua raposa o atacaria. Mas não deixaria! Não se entregaria tão fácil a Kurama. O demônio do fogo deu alguns passos na direção da sala, sempre olhando para Kurama, prestando atenção a cada gesto do youko. Kurama o acompanhava.

_ Eu soube naquele instante que você traria grandes confusões para minha vida. E sabe o que eu fiz?

_ Huhn!

_ Eu quis ir embora, mas meu coração não deixou. Quis lutar contra mim. Não pude. _ Kurama ia falando, empurrando Hiei em direção da sala _ Já te amava. Não pude ir e não podia deixar você ir também. E ainda não posso...

Ao terminar essas palavras, Kurama deu um pulo na direção de Hiei. Iria acarrá-lo ali e encher-lhe de beijos, até enlouquece-lo. Mas Hiei foi mais esperto! Percebendo o ataque de Kurama, o youkai correu para a cozinha, procurando por refugio, deixando que a raposa perdesse o equilíbrio e caísse no chão. Na porta, Hiei viu a cena e não conseguiu conter a gargalhada ao ver Kurama com cara de bobo.

Kurama olhou-o com a fronte franzida. Ficara irado por ser feito de bobo por Hiei, mas não iria desistir de sua caça. Não depois daquilo! Levantou-se rapidamente do chão e olhou para o youkai como o youko costumaria olhar para uma vitima sua. Hiei engoliu em seco e de sua boca escapou um "ops". Correu para o interior da cozinha, de onde não havia saída, poderia ser atacado a qualquer momento.

Os dois demônios ficaram da frente um para o outro, apenas a mesa separava-os. Rodaram em círculos, Kurama parecia ter um olhar raivoso, mas não via a hora de ter aquele demônio do fogo em seus braços e Hiei temia que Kurama o castigasse de verdade. De repente Kurama parou numa das extremidade da mesa, enquanto era fixamente observado pelo youkai do outro lado, e soltou um estridente e deliciosa gargalhada.

_ Viu só, Hiei? Estou tão apaixonado por você que corro atras de ti como um cachorro sem osso. vem cá, só quero te dar um pouco de carinho, meu amor! _ Kurama convidou Hiei dando-lhe um sorriso irresistível.

_ Não!! _ respondeu Hiei.

_ Não?!

_ Você ouviu muito bem!

_ Mas por que? _ Kurama perguntou com um tom de voz desapontado.

_ Porque primeiro você não é um cachorro e sim uma raposa. E uma raposa muito maluca. Em segundo lugar, você acha que eu vou te dar esse mole.

_ Ora, seu... _ Kurama nem terminou sua frase, correu na direção de Hiei para poder alcança-lo, sem êxito, pois ele já partia em disparada.

_ Você gosta de brincar, não é, Hiei? Pois eu conheço o seu jogo.

_ Que jogo?!

_ Esse... Mas eu vou ganhar. Eu sempre ganho _ dando mais um corrida na direção do youkai, Kurama declarou suas intenções.

Hiei correu para a sala para fugir das garras daquela raposa ruiva e louca... louca por amor. Kurama veio em seguida, parando na porta da cozinha, olhando para seu amado com muita luxuria. Aquela brincadeira era realmente excitante para ele.

_ vem cá, Hieizinho _ Kurama ficou de quarto e pediu, olhando para Hiei como um raposa que quer um cacho de uva, cheio de desejo. _ Eu trabalho duro todo dia só para te amar e cuidar de ti direitinho. Não acha que mereço um pouquinho de carinho?

Kurama ia aproximando-se de Hiei, engatinhando devagar, falando docemente, enfeitiçando o youkai, que ficara parado no meio da sala, olhando sua raposa apaixonadamente. O youko continuava seu caminho, implorando por amor e carinho, enquanto Hiei permanecia calado, encantado pela bela cena aos seus pés. talvez quisesse ser apanhado e devorado pela fome de amor de sua raposa louca.

_ Hieizinho, meu amor... Deixa eu te embalar durante as manhãs e te agitar durante as noites?... Eu só quero provar meu amor por você... Deixa?... _ Kurama implorava carinhosamente. Chegava quase a sussurrar como num sedutor encantamento.

Finalmente o ruivo conseguiu alcançar sua presa. Mas não forçou Hiei a ficar nos seus braços. lambeu-lhe um das orelhas, fazendo-lhe cócegas. Hiei soltou um risadinha. E Kurama continuou a torturar-lhe, fazendo cócegas em sua cintura, soltando mais alguns risos do demônio do fogo.

_ Pára, Kurama... Ha, ha, ha... Pára... Ha, ha, ha... _ Hiei pedia ofegando entre risadas, contorcendo-se nos braços de Kurama, tentando fugir do ataque de cócegas.

_ Eu fico cego para ver um sorriso seu, sabia?

Depois dessa declaração Hiei conseguiu fugir dos braços e da tortura das cócegas e deu alguns passos para trás na direção do quarto. Kurama deixou um pequeno sorriso surgir-lhe nos lábios, o youkai estava indo exatamente para onde ele queria.

_ Sou louco pelo modo que você anda _ a cada palavra dita, Kurama empurrava-o para dentro do quarto.

_ Huhn! Você já é um raposa louca mesmo, Kurama.

_ Ah, Hiei! Quando ouço sua voz, estremeço e fico todo arrepiado _ Kurama falou, mostrando seus braços, que realmente tinham os pelos ruivos bem clarinhos todos espetados _ Sou apenas um tolo pelo seu amor!...

_ É, você realmente é uma raposa estúpida _ o demônio do fogo concordou com um meio sorriso irônico, enquanto seus pés caminhavam para o interior do quarto.

_ Sabe o que eu quero de você hoje à noite, benzinho? _ Kurama perguntou parando a porta do quarto, enquanto Hiei encostava nos pés da cama.

_ Não... _ Hiei respondeu, sem tirar os olhos de Kurama, sabia que não tinha mais para onde fugir. Mas também para que fugir mais?

_ Que você me dê todo o seu amor para mim. Só isso...

_ Só isso?! Em troca de que?

Kurama ficou calado alguns minutos, mas logo um belo sorriso iluminou se rosto, demonstrando todas as suas intenções e finalmente falou:

_ Farei qualquer coisa que você quiser.

_ Qualquer coisa?! Qualquer coisa mesmo?! _ Hiei perguntou com um sorriso no rosto, sua mente já imaginava nas coisas que faria com a sua raposa.

_ Qualquer coisa que você quiser de mim. Só quero todo o seu amor.

E fazendo essa declaração, Kurama fechou a porta atras de si, evitando assim a fuga de seu youkai do seu corpo sedento de amor.
 
 

FIM


Por Lucretia lucretia_bete@hotmail.com
Outubro 2001