Um Toque De Desejo
 
Por Lilah
 
 



 

"Ainda não consegui entender porquê me trouxe até aqui! Depois de dias consigo voltar ao Niguenkai e, ao invés de aproveitarmos o tempo que temos livre, você me carrega prá esse prédio enorme com centenas de nigens estúpidos nos cercando! "

Kurama sorri, paciente perante ao nervosismo de Hiei. Sabia que o pequeno youkai não gostava de andar entre os humanos, mas aquele dia seria necessário que abrisse uma exceção, afinal, não seria por muito tempo que ficariam ali no Museu de História das Civilizações.

" Sei que detesta andar entre os humanos, Hiei...", a raposa disse suavemente, tentando amainar a raiva do demônio do fogo, " ... mas preciso fazer esta visita ao museu, por causa de um dever escolar. Tive que escolher um determinado povo para pesquisar, estudar e desenvolver um relatório, este museu é conhecido por retratar com perfeição o lugar e a época de cada civilização, assim, poderei visualizar e até saciar um pouco minha curiosidade sobre a civilização que escolhi pesquisar... Só veremos esta parte do museu, não precisa se preocupar, ficaremos só o tempo suficiente prá ver o que li nos livros... Por favor , koobito..."

"Hn"

Ele nunca conseguia resistir à suavidade da voz de Kurama... era como uma doce hipnose, um feitiço poderoso do qual ele não se importava em se deixar apanhar... Claro que jamais admitiria tal fato... Mas era só aquele youko pedir e ele cedia a tudo...

"Está certo. Mas lembre-se que disse que não ficaríamos muito tempo! "

" Prometo!... Bom, o mapa diz que devemos seguir até o corredor da direita e virar à esquerda, assim estaremos no salão das civilizações árabes, marroquinas e berberes... São esses os povos que estudei, então é prá lá que devemos ir... venha, Hiei..."

"Hn"

Caminharam pelo longo corredor, passando por diversos salões, alguns encontravam-se vazios, outros com alguns grupos liderados por algum guia, e foi isso que intrigou Hiei, que resolveu perguntar à raposa o que aqueles grupos faziam seguindo aqueles líderes, estudavam algum ataque ou estratégia de combate?

" Não, koibito....", respondeu Kurama rindo, " são grupos de estudantes como eu, visitantes, ou mesmo turistas, interessados em conhecer o museu. A pessoa que os acompanha é um funcionário que cuida pra que ninguém se perca, ao mesmo tempo que explica o que tem dentro de cada salão... Não se trata de guerra ou combate... apenas diversão e conhecimento.", finalizou abraçando seu demônio do fogo pelos ombros.

"Hn. Não vejo muito sentido nisso.", claro que admitiria que ficara mais aliviado em saber que não estavam no meio de um conselho de guerra, isso quase o deixava mais tranquilo... quase porque só ficaria de fato tranquilo quando estivesse a sós com sua raposa num lugar onde pudessem acabar com a vontade de se amarem, depois de dias de distância um do outro.

"É aqui... este é o "Salão do Deserto"... É maior do que imaginei! " Admirou-se Kurama com a beleza do lugar. Hiei também parou, perplexo com a quantidade de tesouros dispostos em espaços diferentes, como se cada quadrado daqueles pertencessem a alguém... Ele não entendia bem, mas estava admirado! Percebendo a confusão do pequeno youkai, Kurama passou a explicar tudo o que havia ali.

" Cada espaço separado por essas cordas retrata os costumes, modo de vida, utensílios e cultura de cada povo do deserto Hiei... daquele lado estão os árabes, deste estão os marroquinos, e aqui estão os berberes, o verdadeiro povo do deserto..."

"Se eles são os verdadeiros, porque então os outros estão aqui também?", quis saber o demônio do fogo que não aceitava que outros roubassem o que lhe pertencia, então porque aquele povo permitia isso?

"Simples, querido: os berberes são de fato os verdadeiros senhores do deserto, como são conhecidos até hoje... acontece que foram os próprios berberes que, quando começaram a conquistar outros territórios que não o deserto, passaram a receber outros nomes: mouros, árabes, sírios, etc... Isso porque os próprios berberes não aceitavam que seus descendentes deixassem o deserto em busca de novos territórios, são orgulhosos de serem o povo das areias quentes, e renegam quem os trai, abandonando o deserto..."

"No que estão certos! Traição só se repara com a morte! Mudar o nome não adianta!"

"Também não é prá exagerar, Hiei... Olhe... no deserto eles vivem em barracas... alguns povos berberes são pobres, mas outros possuem líderes muito ricos, cujas tendas são verdadeiras mansões com luxo, riquezas e confortos jamais vistos... são os sheiks... responsáveis por cada decisão a ser tomada para a tribo, como por exemplo, quando deixar um lugar onde estão acampados, por outro onde haja mais água e comida, os oásis... No deserto, a água vale mais do que qualquer coisa, vale mais do que dinheiro, poder, ouro, jóias, isto porque sem água, não há como sobreviver, por isso, guerras violentas foram travadas pela disputa de um território que tivesse um oásis por perto..."

Enquanto prestava atenção na explicação de Kurama, Hiei bem que conseguia imaginar como seria a vida numa tribo desses berberes... não deveria ser muito diferente do Maikai, onde cada dia, sobreviver é o que importa... Continuavam andando pelo território berbere do museu, e ficou surpreso quando ouviu de Kurama que tudo ali era de mentira... apenas servia prá reproduzir com perfeição cada civilização, mas tirando alguns objetos de valor, tudo era de mentira, baseado na realidade... Quanto mais tentava entender a cabeça daqueles humanos estúpidos, menos conseguia...

Pararam em frente à tenda maior do espaço berbere, era enorme e colorida, devia ser a retratação da tenda de um sheik, dentro deveria ser maravilhosa....De repente, Kurama olhou de um lado para outro, observando se havia mais alguém na sala... Como estavam sozinhos, seus impulsos de youko impulsionavam a uma brincadeira... a placa dizia que era proibida a entrada de pessoas não autorizadas nos espaços retratados, mas queria que Hiei visse a tenda por dentro... queria observar a reação do youkai quando visse tudo aquilo... Sem hesitar mais, pegou a mão de Hiei e com a agilidade da raposa que era, rapidamente pulou as cordas e entrou na tenda...

"Kurama, o quê...?"

Hiei ia começar a questionar o que aquele youko maluco estava pensando em fazer quando parou de queixo caído, literalmente... Nunca vira uma coisa como aquela antes... havia uma quantidade incrível de tesouros dentro daquela tenda: tapetes grosso e coloridos, com desenhos que ele não conhecia.... mesas baixas, cobertas com toalhas de tecidos finos, e peças de porcelanas ricamente desenhadas... outras mesas tinham vários pratos de cobre e estanho, jarras, copos... a um canto, um sofá estranho, mas muito bonito, coberto com mantas do que ele achava ser algum animal que havia sido caçado e retirado a pele... mais ao fundo, e foi isso que mais chamou a atenção de Hiei, centenas de almofadas de todos dos tamanhos, cores e modelos, com véus finíssimos que desciam do teto, formavam uma cama enorme e convidativa... e foi mais do que suficiente prá atiçar a imaginação dele.... Sem contar o perfume de incenso que pairava no ar... um perfume doce, suave e sensual... se não saísse de lá rapidamente, esqueceria que estavam num lugar cheio de pessoas andando por ali, e jogaria sua raposa em cima daquelas almofadas e fariam amor até não poderem mais... Foi quando sentiu os braços de Kurama, abraçando por trás....

"Será que estamos pensando a mesma coisa, meu amor? Será que está sentindo o mesmo que eu?"

Hiei engoliu em seco... Kurama estava acariciando-o no peito, por sob sua camisa, subindo lentamente pelo ombro, enquanto virava-o em sua direção... se não saísse daquele estado lânguido em breve sucumbiria ao desejo... "Acho que devemos....", não pôde continuar... Kurama apossara-se de seus lábios. A princípio o contato foi gentil, quase casto, porem aos poucos foi se tornando mais exigente, provocando-o com movimentos dos lábios e língua. Sentiu o coração acelerar quando a raposa forçou seus lábios a se abrirem... Mais um pouco e não haveria mais volta, sabia que perderia o controle.

A língua de Kurama continuou a explorar os recantos de sua boca, enquanto ele correspondia com indisfarçavel satisfação... não tinha como evitar. De repente, Kurama se afastou, deixando-o trêmulo e ofegante. O kitsune ronronou como um gato satisfeito.

"Ah, koobito.... essa atmosfera de deserto e paixão despertou um toque de desejo... Sei que está sentindo o mesmo, não?", murmurava de forma sedutora ao ouvido do amante, "O sangue já está correndo mais rápido nas veias e nossos olhos exibem o brilho de desejo... Esse único beijo ofereceu-nos a chave de um paraíso, e ambos queremos mais, não é koobito?... Agora..."... ele sussurrou em tom sensual, enquanto mordiscava a pontinha da orelha de Hiei...

O pequeno demônio do fogo estava em chamas... seu corpo vibrava exigindo concordar com a proposta.. mas... estavam naquele lugar maluco... Mas o que poderia esperar... Kurama era uma raposa mais maluca ainda... maluca e sensual... sensual e apaixonante.... Sob as luzes da tenda, que imitavam as chamas de velas, os olhos de Kurama brilhavam como jóias que podiam enxergar a sua alma... o ambiente era acolhedor e aconchegante... Encantado como estava pelos olhos de sua raposa, sua beleza e poder de sedução, foi caminhando com ele até encontrar -se sentado na cama de almofadas... Tudo ali o seduzia...

Sem perceber que se movia, Hiei inclinou-se para a frente, tomando os lábios de Kurama num beijo apaixonado... Entregou-se ao beijo possessivo e mal protestou quando a raposa o deitou sobre as almofadas macias... Sentiu as mãos do amante explorando seu corpo e deixou-se acariciar, enquanto perdia-se na suaves mechas ruivas... Não questionava o porquê, apenas sabia que naquele momento, Kurama assumira o controle, despertando o lado youko... Obteve a confirmação, quando o ruivo ergueu a cabeça olhando-o com paixão e desejo selvagem...

"Sabe qual é minha fantasia aqui, koobito?", Kurama sussurrou-lhe .

"Não..", respondeu o demônio do fogo, com a voz rouca de desejo.

" Desde que nos conhecemos, sua frieza manteve-me afastado de você... apenas me permitindo amá-lo à distância... Hoje posso declarar meu amor abertamente sem medo de te perder... Mas se hoje fosse nossa primeira noite de amor, nesse clima de bárbaros guerreiros, sabe o que diria a você, meu koorime?"... falava suavemente, deslizando a língua pelo pescoço de Hiei...

"Diga, kitsune... quero ouvir...", o demônio do fogo já tremia de desejo, ansiando pelo prazer.

" Vou dizer... Eu derrubarei a muralha de frieza ao seu redor, liberando o vulcão de sensualidade que existe dentro de você, koobito...", sorriu ao sentir o violento estremecer de prazer de seu pequeno amante, "Bem, o muro já começou a cair pelo visto, e já posso sentir o calor do vulcão..."

Segurando o rosto de Hiei entre as mãos, num gesto possessivo, roçou a ponta da língua entre os lábios dele. Um leve gemido escapou da garganta do koorime, erguendo as mãos e abraçando a cintura do youko. A língua da raposa continuou a doce invasão, fazendo-o gemer mais uma vez e suas mãos criarem vida própria, subindo e entrelaçando-se entre os cabelos de Kurama.

Ele afastou-se um pouco. Fitando-o nos olhos, disse: " Para o povo do deserto, o sexo e uma arte, koobito. E como tal, não deve ser feito com pressa. Cada ação deve ser pensada e executada com lenta deliberação... Vamos aproveitar esse clima e viver nossa fantasia de forma completa... perfeita..."

Hiei ficou olhando Kurama tirar suas roupas com vagar e cobiça... Assumira a fantasia e o desejo de forma plena, e mesmo sabendo que corriam o risco de serem descobertos ali, Hiei acabou por render-se totalmente ao desejo de amar e ser amado como sua raposa sugeria, se bem que ele não estava reconhecendo muito aquela forma de amar de Kurama, mas mesmo assim, estava adorando, e mergulhou na fantasia de viver um amor no deserto... Observando cada nuance das mudanças na expressão de sua raposa, foi terminando de retirar as próprias roupas, enquanto o youko permanecia ajoelhado na cama, em silêncio, esperando... Quando retirou a última peça, em meio ao silêncio do lugar, ouviu Kurama conter a respiração... Em seguida viu quando abriu os braços...

"Venha para mim, koobito."

Kurama sorriu quando Hiei aproximou-se, e abriu o cinto da túnica que usava, revelando a camisa logo abaixo e com gentileza, levou a mão do youkai até o primeiro botão.

Hiei começou a abrir os botões. Quando terminou, afastou o tecido dos ombros dele, no momento que o peito macio e delineado foi revelado, o koorime não resistiu ao impulso de tocá-lo com os lábios... O delicioso perfume floral que ele exalava aguçou-lhe os sentidos, deixando-o ainda mais excitado.

Ansioso por tocar aquele corpo magnífico, ficou de joelhos e abriu o cinto da calça dele. Podia ouvir a respiração acelerada da raposa enquanto continuava a despi-lo... Sua própria respiração se acelerou quando o membro pulsante e viril revelou-se diante de seus olhos... Endireitou o corpo, tornando a ficar de frente para sua raposa, fitou-o, os lábios sedentos por um novo beijo... Kurama o enlaçou entre os braços, puxando-o para si. Com os lábios a centímetros dos de Hiei e com um brilho divertido mas intenso no olhar, murmurou, mergulhando na fantasia do deserto:

" Em nome de Alá, koobito... seres com menos beleza que a sua já fizeram homens e demônios enlouquecerem de luxúria e começarem guerras..."

Hiei riu diante de tal declaração de sua raposa... Kurama seria mesmo um youko de mil anos de idade?... Mas num lampejo de desafio, resolveu retrucar entrando na brincadeira:

"Pensei que a intenção fosse fazer amor e não lutar, Kitsune... Não e isso que você quer?"

Os lábios quentes da raposa apossaram-se dos dele em resposta... O beijo foi forte, exigente... Cada contorno do seu corpo ficou pressionado contra o dele... o membro másculo pulsando junto com o de Kurama... ávidos.... Não demorou para que caíssem sobre as almofadas e a raposa posicionou-se sobre ele... como um guerreiro examinando o vale que estava prestes a invadir... Hiei tentou abraçá-lo suspirando impaciente, porém Kurama acalmou-o num tom aveludado:

"Paciência, meu amor.... Nossos olhos precisam se satisfazer antes de prosseguirmos..."

Sem dúvida, os olhos de Hiei estavam mais do que satisfeitos com a visão daquele corpo magnífico e sensual... Depois de admirar cada centímetro do corpo dele, Kurama finalmente respirou fundo, deitando-se ao lado de Hiei... Acariciou cada um dos seus mamilos rosados com os polegares, beliscando suavemente antes de tomar um deles entre os lábios delicados... Provocou de tal maneira que deixou Hiei zonzo de prazer.... Seus gemidos tornaram-se mais intensos quando Kurama foi deslizando a mão por seu corpo até alcançar seu membro viril e enrijecido de prazer...

Hiei afundou os dedos nas costas da raposa, arqueando o corpo sob o ritmo da mão experiente... Depois de alguns minutos de deliciosa tortura, Kurama penetrou-o com um movimento carinhoso, mas firme enquanto continuava a estimulá-lo lentamente... Hiei gemeu mais alto, sentindo-se completo. Escravizado pelas exigências de seu próprio corpo que ansiava pelo alívio que sua raposa insistia em manter em lento caminhar, começou a mover o corpo com rapidez e sensualidade...

Kurama sorriu, também aderindo ao ritmo intenso e constante. As investidas da raposa levaram o pequeno youkai a um passo do gozo e já estava tremendo em prazer intenso quando sentiu que o youko diminuíra o ritmo pra novo vagar, quase como uma leve carícia, tanto dentro do seu corpo, quanto no estimular de seu membro... Porem a sensação era de prazer incrível... suspenso no ar.... Manteve o corpo junto de Kurama enquanto seus tremores diminuíam aos poucos... Segurou o rosto do amante beijando-o com languidez...

"Você conseguiu me surpreender, kitsune... embora não entenda porque terminou tudo de forma diferente, foi muito bom..."

"Foi?", Kurama arqueou uma sobrancelha divertido," Mas koobito, ainda não terminamos..."

"O quê...?"

Kurama interrompeu-o com um beijo.... Quando deu por si, seu corpo já havia recomeçado a acompanhar todos os movimentos da raposa, com mais vigor ainda... O ritmo foi ficando cada vez mais rápido... ele gemia ao sentir sua raposa dentro dele ao mesmo tempo que era estimulado de forma vigorosa e deliciosa... Ouviu Kurama emitir um profundo gemido de prazer e não teve como evitar um segundo auge de prazer acompanhado pelo dele... Ambos gozando definitiva e gloriosamente, numa intensa e violenta satisfação...

Minutos depois, Kurama ajeitou-se nas almofadas, aconchegando seu koorime, exausto, junto a seu corpo...

"Eu o fiz feliz, koobito?"

"Duas vezes, sem tempo prá descansar...", Hiei riu e franziu a testa, "Não consigo acreditar nem entender..."

Kurama apoiou-se sobre um cotovelo pra encarar o amante:

"Kama-Sutra... a arte e a técnica de amar... Um belo livro de pesquisas... Não me empenhei bastante em aprender?..", Kurama perguntou com expressão inocente no olhar.

"...Um Livro?... Você quer dizer que aprendeu num livro?... E me trouxe aqui prá isso?... Você é maluco!"

"Não, Koibito... não te trouxe exatamente prá isso... Achei o livro na biblioteca municipal quando pesquisava o trabalho, mas dentro desta tenda tive uma súbita inspiração... Você me inspira demais!", sussurrou dando um beijinho na ponta do nariz do koorime.

Hiei estava prá começar a dizer alguma coisa, quando ouviram passos entrando no Salão do Deserto e a voz do guia começando a falar:

" O Marrocos é um país que pertenceu à França, Portugal, Espanha e até aos romanos. Hoje pertence aos donos legítimos: os berberes, ou como os romanos costumavam chamar: bárbaros. Um povo que reina soberano no deserto, onde um poço de água é mais valioso do que ouro, mas que mesmo assim, fascinam e encantam pessoas de todas as partes do mundo. São um povo de sangue quente, os Senhores da Areia..."

Enquanto o guia continuava o discurso, Hiei olhou sério para Kurama: "Viu só? Agora estamos presos nesta tenda até que esses nigens resolvam ir para outro lugar, e pelo visto estão interessados em saber de tudo sobre essas lutas por água, e nem tem um poço por aqui... HN!"

Kurama sorriu, observando Hiei se ajeitar nas almofadas, impaciente... De fato ele não tinha noção de como era sensual... Sentindo um novo toque de desejo no corpo, a raposa inclinou-se sobre o pequeno youkai, mordiscando o lábio inferior suavemente enquanto murmurava:

" Depois de beber do meu poço, a água de nenhum outro lugar irá saciá-lo, Koobito... Ficará comigo porque se tornará prisioneiro de seus próprios desejos..."

Retribuindo o beijo ferozmente, o demônio do fogo retrucou com os lábios grudados nos de sua raposa:

" Já sou prisioneiro desses desejos e nada mais sacia meu desejo como seus carinhos... Ao aceitar a prisão de bom grado, eu também prendo-o a mim eternamente, kitsune..."

E percebendo que não havia mais ninguém no salão, voltaram a se entregar ao desejo que os consumia.

Naquela noite, já na cama de Kurama, Hiei perguntou depois de outra sessão de carinhos e desejos:

"Kitsune... eu gostaria de, qualquer dia desses visitar o deserto, levando uma tenda, claro..."
 
 
 


Por Lilah, fevereiro/1999.
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