O Sabor do Passado
 
 
Por Sandy Youko
 
 

 
Yomi sorriu para si mesmo na semi-escuridao da floresta. Apenas uma pequena fogueira iluminava a ele e a seu filho, agora tranquilamente adormecido, embrulhado numa manta. O poderoso youkai estendeu uma de suas maos, largas e calmas, ate o menino, acariciando sua cabeca bem de leve.

Shura era uma das coisas boas que lhe haviam ficado daquele frustrante Torneio do Makai. Havia engendrado sua cria apenas para ser um aliado nas lutas, entretanto agora via que os lacos unindo-os eram muito mais fortes do que sequer poderia imaginar. Possuia nao apenas um sucessor, mas um aliado verdadeiro, um amigo.

E havia outra coisa que valera seu envolvimento no Torneio, e na sucessao de poder no Makai.

Rever Kurama...

Sentou-se tranquilamente ao redor do fogo. Seus ouvidos tao sensiveis deixavam-no alerta para todos os minimos ruidos a sua volta, enquanto era embalado pelas suas lembrancas.

O que lhe vinha a mente era sempre a bela imagem, clara e diafana do youko prateado. Um ser rapido e arisco, que frequentemente trazia um brilho de ironia faiscando em seus olhos dourados.

Yomi ainda amava o Youko.

Apenas agora, quando tinha de dividir seus sentimentos com seu filho, e que talvez pudesse se distrair e comecar a esquecer aquela figura tao bela que enchera seu passado e suas lembrancas, sempre flutuando a sua volta, como uma sensual assombracao. Uma assombracao que ainda deixava Yomi atordoado e embevecido, mesmo depois de mil anos.

O belo youkai de cabelos longos ainda se recordava da primiera vez em que fizera amor com o youko, com todos os detalhes. Era jovem, pouco mais que um youkai bobo e inexperiente, e Kurama o pusera em fogo com seus carinhos, mostrando-lhe o prazer intenso da arte de um beijo doce e faminto que jamais experimentara, nem antes, e nem mesmo depois...

Sim.. So Kurama era capaz de fazer suas pernas bambearem a um mero olhar de canto de olho, mesmo agora, em tempos tao diferentes daqueles em que haviam repartido o leito, o prato, a mesa, e as missoes e batalhas.

O youkai acariciou o filho, sorrindo ao sentir um pequeno inchaco em dois pontos de sua cabeca. Eram mais dois chifres... Era obvio que Shura logo seria poderoso, tanto ou mais que seu pai.  So esperava que ele nunca passasse pelo sofrimento de ser traido, como ele o fora, pelo ser que mais admirava em todo o Makai.

No entanto, havia sido bom ver Kurama de novo. O youko continuava belo, diferente, porem ainda irresistivel.

Yomi havia planejado tanto aquele reencontro... Muitos momentos de sua vida haviam sido gastos na tentativa de arquitetar uma vinganca contra Kurama. Seus planos de vinganca nasciam em sua mente mas logo a forca dos sentimentos que brotavam ainda de seu coracao os faziam murchar. Todo o rancor era subsitituido pela nostalgia de suas doces lembrancas, das orgias passadas nos bracos do Youko, das alegres bebedeiras, das aventuras em que um protegia ao outro tao carinhosamente, e principalmente das noites de paixao intensa que haviam experimantado juntos.

Eventualmente, o ciume e a ambicao puseram fim a seu amor, transformando-o numa mera disputa de poder. O sentimento e o ardente desejo que os unira apagara-se, de repente, junto com a visao de seus olhos.

Yomi quisera muito fazer o Youko pagar por tal afronta, mas boas oportunidades sempre haviam sido raras. Ao aparecer a chance de atrai-lo ao Makai novamente, Yomi decidira-se a apavorar Kurama com suas ameacas e com a sombra da mais cruel viganca assim que este chegasse a Gandara. Mas nao o conseguira... Bastara-lhe sentir o you-ki tao familiar embora disfarcado pela aparencia Ningen, e o Lider do makai esquecera todos os seus planos de vinganca, rendendo-se a saudade, e ao sabor do amor que haviam repartido ha tantos anos antes.

Sabia que nao poderia fazer o passado voltar, mas o desejo pelo amor perdido nao o deixava.

Yomi concentrou-se, buscando afastar de sua cosnciencia todos os barulhos e sensacoes do exterior, fechando-se na meditacao necessaria para adormecer seus sentidos tao sensiveis, quando notou o you-ki se aproximando, tentando camulfar-se abafando a propria intensidade de sua energia. O demonio caminhava bem em sua direcao sem levantar qualquer barulho, em passos suaves e cautelosos.

O youkai se ergueu, deixando o acampamento improvisado para por-se de pe a beirada da mata que circundava a pequena clareira. Ele encarou a escuridao profunda, vendo alem dela com seus sentidos tao afiados. E Yomi nao se preparou para a luta - Nao era necessario.

No entanto, ele nao sorriu, nem mesmo deixou que o subito contentamento o dominasse. O que estava acontecendo? Por que ele voltara?

O youkai sussurrou em direcao ao vazio da mata, porem buscando com exxatidao surpreendente o vulto que se ocultava na penumbra.

"Kurama? O que aconteceu?"

Um subito farfalhar da relva anunciou a chegada tao sorrateira do youko, que agora usava o corpo do humano ruivo e delicadamente atraente chamado Minamino. Um corpo fragil que no entanto abrigava uma alma antiga e poderosa, capaz de ainda fazer Yomi tremer de paixao e desejo.

O humano se aproximou, e Yomi sabia que seus gestos eram tao cuidadosos que beiravam a hesitacao. Mas sentia uma energia crescente nele, um calor repleto de desejo, qe emanava de sua aura.

"Yomi. Eu nao podia partir sem lhe dizer uma coisa..."

O Demonio cego atentou bem para a voz doce do humano que abrigava a alma do ser que amava. A voz era suave e baixa, porem a polidez de suas palavras nao escondiam  o mesmo jeito de falar do youko, a mesma determinacao, a mesma calma escolha de palavras, sempre envoltas por um tom de justificado orgulho. Sim, mesmo diferente, aquela ainda era a voz determionada do Youko, e que podia ser tao sensual em seus gemidos e palavras de amor...

Yomi aproximou-se mais. Conseguia sentir o nervosismo em Kurama, alterando seu cheiro, e ate o tom de sua voz.

"Foi tambem muito bom ve-lo novamente..."
 

 
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Kurama havia hesitado. O desejo e o dever haviam travado uma pequena batalha dentro de si. Uma batalha pela ansia tao sensual que tomara seu coracao, e pela negacao de seus instintos a medida em que sua mente racional pensava e repensava, lutando para arrasta-lo definitivamente para longe de tudo que o Makai e seu proprio passado significavam.

O Youko hesitou muito enquanto caminhava em meio a floresta, e varias vezes ele avancou, e a seguir mudando de ideia, recuou em seus proprios passos, buscando e logo depois se afastando da trilha que levava ate aquela parte tao sossegada e profunda das florestas amplas de Gandara.

Mas agora, ao ouvir a voz profunda de Yomi chamando-o, envolta numa sensual aura de incerteza e esperanca, toda a sua duvida se dissipara, e o ruivo caminhara sem medo, em linha reta, ate seu ex-companheiro. Kurama entao sorriu, sabendo que mesmo cego, Yomi era mais que capaz de perceber-lhe o gesto; e esse seu sorriso era repleto de uma subita calma, agora que sua alma e suas intencoes estavam bem claras em seu coracao.

O torneio terminara, assim como toda a inquietacao que ameacara a paz dos Tres mundos. E de certa forma Kurama tambem sentia que muito da inquietacao que habitava seu interior se amainara. Acabara com as suas duvidas sobre seu proprio passado, sua vida no mundo dos Homens, e ate sobre o amor que unia ele e sua mae, assim como seu relacioanamento com Hiei. A decisao a qual tomara, sobre romper com o passado para assumir com daterminacao e fe no seu coracao a sua identidade humana de Shuuichi Minamaino, com todos os deveres e limitacoes que tal estado lhe mpunham fora radical, mas acalmara-o. Agora posuia a certeza de um caminho bem definido a tracar, ao menos ate que sua existencia humana terminasse.

Apenas uma questao ainda o perturbava...

Um desconforto vindo da culpa e de um amor mal resolvido lhe subiam como uma dor latente pelo peito, apertando seu coracao, toda a vez em que se defrontara com os olhos cerrados de Yomi. Olhos que ja haviam sido muito belos em seus tons de rosa claro, e que ele lembrava de ter ordenado bem especificamente ao Mercenario, para que destruisse. Fora sua ordem de que cegasse Yomi antes de mata-lo. O interessante era que, mesmo cegos, fechados, aqueles olhos continuavam totalmente doces e expressivos, e ganhavam beleza por toda a placidez que envolvia Yomi agora.

Sentia culpa... Era a unica coisa que ainda lamentava sobre seu passado - Que o relacionamento entre ele e Yomi tivesse de terminar de tal forma tao radical e violenta. Por isso, ao encarar aquelas palpebras cerradas, nao podia deixar de imaginar todas as lembrancas e esperancas agora permanentemente trancadas atras da cegeuira de seu ex-amante.

Yomi estava lindo... Muito mais atraente que naqueles tempos da juventude de ambos. Sentira muito receio ao chegar de volta ao Makai e defrontar-se com Yomi pela primeira vez depois de tanto tempo; nao sabia o que esperar dele alem do pior... Seu ex-amante estava tao poderoso, poderia destrui-lo com um minimo gesto, no entanto nao o fizera. Ao inves de vingar-se procurara atrai-lo para seu lado, no inicio com uma pequena chantagem, mas logo depois com uma conversa aberta, sorrisos, sempre demonstrando a confianca que ia, pouco a pouco retornando entre ambos.

E a confianca ia se tornando saudade... Kurama quase deixara-se levar pela voz sonora e profunda, muitas vezes enquanto caminhavam juntos pelos corredores de seu castelo, ou durante as muitas reunioes secretas tidas antes do Torneio do Makai,. No entanto ele resistira; resistira, ate ouvir a gentileza tao amorosa das palavras de Yomi quando se despediram...

Surpreso, vira uma parte de seu passado, de sua propria vida, afastando-se de si, qiando contemplou Yomi partindo junto de seu filho. Depois disso, Kurama tentara apenas esquecer tudo, despedir-se dos amigos e retomar a realidade de sua existencia humana, voltando ao Ningenkai.

Despedira-se de Toya, Linku, Yusuke, Jin... E infelizmente teve de suportar a dor de nao ter Hiei ali por perto. Nao o vira desde sua batalha com Mukuro. Kurama ainda recordava bem a dor profunda de ver seu pequeno amante abandonar-se, adormecido pelo esgotamento da batalha,  nos bracos daquela monstruosa youkai femea. Era um sofrimento que clamava fundo em seu peito...

Ver o sorriso de Yomi lhe aliviara um pouco a dor.. Era quase como ver um perdao, uma absolvicao sorridente e terna pelas suas faltas, pelo seu duvidoso passado como Youko. Havia tamanha saudade no rosto placido de Yomi...

E por um instante, Kurama deteve-se para imaginar o que aconteceria se apenas esquecesse sua vida presente por um momento e seguisse Yomi, afundando com ele na floresta, e tambem nas memorias do passado.

Kurama sabia que nao havia nada mais a resgatar a nao ser uma lembranca, e a saudade pelo que ficara para tras. Afinal, nunca mais seria o youko de antes. Porem, porque nao provar do passado mais uma vez, e deixar as lembrancas tocarem seus labios sob a forma de um beijo? Por que nao permitir que a doce saudade o envolvesse e lhe trouxesse algum conforto num abraco bem quente e amoroso? Por que nao se deixar perder no toque, na emocao, no prazer de algo que sua mente racional repelia, mas que seu coracao buscava, sedento e faminto pelas lembrancas de paixao que ficara tao longe, no passado de ambos?
 
O desejo e a saudade resumiram-se no leve sorriso de Yomi, e sua frase tao calma e simples, ao mesmo tempo tao cheia de sigingifcado... "Foi bom te ver de novo, Kurama..."

Sim... Kurama tivera vontade de dizer o mesmo naquela hora, porem surpreso apenas calara-se, ainda confuso pela subita onda de emocao que o invadira. Afinal havia tanta paixao contida num minimo instante e numa unica frase... Fora como se Yomi lhe expressasse o que ia de mais fundo em seu poderoso coracao de Youkai com aquelas poucas, mas intensas palavras. O perdao, o amor, a saudade, o desejo de que fosse possivel recomecar...

Kurama tentara seguir direto de volta para casa, porem ao tomar a trilha que o levaria para o Ningenkai, nao resistira mais... Mergulhou na floresta, buscando com ansia por uma amorosa absolvicao, o you-ki tao intenso e indisfarcavel de Yomi.

E agora que encontravam-se frente a frente, Kurama encarou bem o demonio, agora tao mais alto e mais belo, e sentiu o fragil corpo de humano tremer ante a forca das emocoes que surgiam em seu peito, finalmente libertas das duvidas e hesitacoes.

"Yomi... Deixe-me provar o sabor do passado, por uma ultima vez..."

Quando Kurama aproximou-se mais de Yomi, erguendo os bracos num gesto lento que buscava envolver-lhe os ombros largos, o Youkai recuou.

Yomi desejava-o, sim, mas nao conseguia compreender...

"Kurama... Por que?"

O ruivo ofereceu a Yomi um leve sorriso, baixando os olhos.

"Nao quero partir lamentando ter deixado algo por fazer. Temos de nos render a isso, a essa paixao mais uma vez. Eu sei que voce me deseja, e ate nossa despedida, eu nao tinha consciencia de como ainda o desejava, Yomi..."

Kurama aproximou-se do alto youkai mais uma vez, repousando sua cabeca no peito de Yomi, apenas deliciando-se com o saudoso contato, embevecido ante o calor e o poder que emanavam do seu ex-amante, como uma calma e intensa luz.

Yomi estendeu uma das maos para tocar o cabelo de Kurama, sentindo-lhe a maciez, e o calor vermelho que irradiava de seus belas mechas. Acariciou a cabeca do youko docemente, deixando que este se aninhasse mais apertado contra seu peito.

"Tem certeza?"

"Sim, Yomi. Nao posso negar meu desejo. Ja neguei coisas demais na minha vida. Voce e algo bom do meu passado que quero trazer junto a meu coracao. Nem que seja uma lembranca..."

"E seu amante? O pequeno youkai de fogo..."

"Nao sei de Hiei. Ele nao me procurou apos o torneio. Certamente desistiu de nosso relacionamento para permanecer com Mukuro."

Yomi deixou sua outra mao deslizar-se pelas costas de Kurama, envolvendo-lhe a cintura esguia  com sua palma larga e sensivel, saboreando a doce curva tao acolhedora de seu corpo com uma longa caricia.

"Parece que voce e mais um a odiar a Cadela Bionica, nao?"

"Sim... Parece que sim..."

Um pesado silencio deteve seus gestos de carinho um momento. Yomi, mesmo mais forte, mais alto, mais poderoso, tremeu ante a docilidade com a qual Kurama se entregava em seus bracos. Um outro Yomi desconfiaria da subita proximidade, e temeria uma emboscada e traicao. Mas ele aprendera que nada mais tinha a recear de Kurama. Parecia que finalmente haviam-se tornado os amigos que sempre desejaram ser.

"Kurama, nao quero compaixao. Voce nao precisa fazer isso..."

"Eu preciso sim, Yomi. Nao e compaixao; e apenas saudade... Saudade de um tempo que passou, para sempre, um pedaco da minha alma que nunca mais vou ter de volta..."

Yomi suspirou... Sim... Ao menos teriam uma lembranca para guardar, algo que lhes desse a certeza de que a traicao do passado  fora trocada pelo perdao e pela amizade.. Era como um pacto, um marco, um gesto que selava a nova realidade entre eles, uma realidade distante, mas que nao negava o afeto, nem as proprias lembrancas, mesmo as mais doloridas e crueis.

Yomi sorriu, buscando o ki de seu filho. Este ainda estava muito esgotado pelo torneio, e nao iria atrapalha-los. Tinha muita energia para repor.

"Shura vai dormir a noite toda... "

Kurama sorriu. Era tao lindo ver o carinho que Yomi tinha por seu pequeno youkai...  Ele e Yomi aprendiam agora uma nova dimensao do amorKurama como filho, ternamente guardado pela afeicao de sua mae humana; enquanto isso Yomi vivia o sentimento de ser pai, experimentando o amor pelo jovem Shura.

Eles sempre haviam sido muito parecidos. Sempre competindo entre si, pelos mesmos tesouros, pelas mesmas experiencias, pelas mesmas conquistas...

Tinha certeza que agora Yomi entenderia mais e mais porque abdicara do Youko para viver junto ao amor de sua familia humana.

Kurama puxou Yomi gentilmente, tomando-lhe o braco no seu, trazendo-o consigo para o mato, para que escondessem-se numa pequena clareira entre os arbustos, ou na beira de um lago, como nos velhos tempos...

"Vem, Yomi... "

O youkai cego deixou-se guiar, serenamente, enquanto seu corpo se enchia de ansiedade e paixao.

"Sim..." Yomi sussurrou, comuma voz quase sumida de emocao.
 

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Caminharam os dois de bracos dados, ambos na escuridao.  Os bracos longos de Yomi circundaram os ombros de Kurama enquanto seus dedos brincavam com uma  mecha de seus cabelos. E Kurama aninhava-se confortavemnete contra o corpo maior de Yomi emquanto buscavam o sossego de um pequena area livre entre uma touceira de arbustos.

Yomi manteve-se de pe, confuso, sem saber muito bem o que fazer, percebendo o ritmo de sua propria  respiracao aumentando. Kurama sentou-se na relva, e logo trouxe o youkai consigo num toque longo e deslizante. Entao, suas maos envolveram o rosto de Yomi, contemplando a forca que emanava de sua aparencia, delicadamente brincando com um de suas orelhas. A ponta de seus dedos tocaram-lhe o rosto, procurando sentir a quietude de suas palpebras fechadas num toque  delicada como um sopro.

"Voce tinha olhos lindos. Foi a primeira coisa que notei em voce. Um youkai com belos olhos cor de rosa..."

Yomi quis retrucar, seus labios finos armando-se num ligeiro sorriso, quando suas palavras foram caladas ao notar o calor umido que brotava dos labios entreabertos que Kurama aproximava dos seus... Yomi apenas respirou o halito suave e tao saudoso do seu youko, e perdeu-se num gemido baixo, mas cheio de paixao, que logo foi engolido pela terna furia do longo beijo que repartiram.

Kurama encolheu-se mais contra o Yomi, a medida que os bracos de Yomi o envolviam com mais amor. Aquecia-se ao ao sentir sobre si o toque curioso e carinhoso das maos largas e suaves que tateavam seu corpo, buscando por todos os detalhes de suas formas, experimentando-o em gestos  que iam se intensificando, ja buscando escapar por entre as roupas, desfazendo fechos, botoes, descendo a jaqueta...

"Me perdoa, Yomi?"

O youkai continuou sorrindo enquanto sentia as maos de Kurama buscando-o, desatando a faixa em sua cintura e desfazendo sue kimono, desnudando seu peito, seus bracos, e ja lhe alcancando com dedos ousados e cheios de ternura, a parte sensivel de seu corpo, logo abaixo de seu umbigo, deslizando uma caricia firme e sensual, mais e mais para baixo...

"Se eu nao tivesse te perdoado nao conseguiria ama-lo como ainda o amo. Mesmo que voce esteja nessa fragil forma humana, nao posso negar o sentimento que tenho por voce, Youko..."

Kurama ajoelhou-se entao defronte a Yomi, abracando seu pescoco e beijando seus olhos cerrados. Primeiro um, e depois o outro, com uma gentileza surpreendente. O toque entre eles estreitou-se ate quase sufoca-los com a intensidade do abraco que os unia. Kurama ja respirava rapido, seu aspecto humano reagindo violentamente ante a forca que emanava do youkai, sob a forma de uma vibracao quente e aconchegante, que o arrepiava, endurecendo seus mamilos sensiveis, e ja causando uma reacao rija e exigente entre suas pernas.

Ele habilmente descalcou os mocassins, conseguindo descer suas calcas em meio ao abraco, logo mostrando-se nu e vulneravel entre os bracos de seu ex-amante, e suas maos ja terminavam de despir Yomi, livrando-o do kimono e da tunica com gestos rapidos mas suaves.

"Yomi. Meu amor agora pertence a outro. Porem a saudade e as lembrancas  pertencem a voce."

O youkai tocou as mechas vermelhas de Kurama, e suas maos desceram pela curva suave de suas costas, descansando em sua cintura. Era estranho... Aquele era Kurama, porem ao mesmo tempo era diferente deste... Minamino era como um filhote, um ser fragil onde Youko Kurama abrigara-se, porem Yomi sentia com seus sentidos superiores a verdadeira energia, forte e determinada, que era tao oposta ao corpo suave e terno que suas maos, sua pele, e seu abraco possuiam. O pequeno ser em seus bracos dava a impressao de poder ser controlado, domado, intimidado... Mas era uma falsa impressao, e de certa forma isso fazia seu aspecto presente ser ainda mais misterioso e atraente. Aquele que estreitava contra si era um corpo fragil e mortal, mas  abrigando um espirito indomavel....

Um espirito que se abandonava em seus bracos, durante uma noite inteira...

Yomi beijou Kurama novamente, e um tremor de parzer agitou seu corpo musculoso ao ouvir-lhe o claro gemido. A voz era diferente, mas o gemido baixo e suave era o mesmo, soando com o mesmo extase sensual e livre de ha mil anos atras...

"Nao vamos perder tempo falando do passado, Kurama. Temos uma unica noite, e ha tanto para recordar..."

Kurama sussurrou um sibilante e sensual "Sim..." bem ao ouvido de Yomi, enquanto deliciava-se com aquela sensacao que tao raramente experimentara. A de ser seguro por um amante maior, mais poderoso que ele, e sentir-se envolvido, protegido... Youko Kurama na maioria das vezes era quem dominava  seus amantes, com caricias ousadas e insinuantes, seduzindo e penetrando-os. Mas o abraco de Yomi era tao quente e acalentador que o youko apenas desejava perder-se inteiro nele.

"Vamos nos despedir dignamente dessa vez, meu Yomi...Com afeto e paz, e nao com traicoes."

Yomi beijou todo o rosto de Kurama, deslizando seus labios pela pele dele, provando o sabor de sua face e de seus cabelos, trazendo-o ainda bem junto a seu peito.

"Kurama... Meu lindo youko.. Meu chefe.." Balbuciou, num sobro arfante de excitacao...

Kurama riu bem de leve; agora era Yomi o lider, e nao ele...

"Yomi, agora eu sou apenas um escravo da saudade..."

Yomi afastou seu rosto para oferecer a Kurama um belo sorriso, enquanto deixava uma de suas maos apoiar-lhe o rosto, numa longa caricia.

"Sim, como eu... Sempre, desde que nos separamos fui um escravo do meu amor e das minhas lembrancas."

"Entao, vamos nos libertar... "

Yomi sentiu Kurama voltar a aproximar-se bem dele, e soltou um pequeno grito abafado, de prazer e surpresa, ao sentir a seda morna que eram os labios do seu amado. Um longo e umido beijo desceu por seu pescoco, provando com carinho o contorno musculoso de seu peito, mordiscando, e depois sugando, num avido beijo, seu mamilo esquerdo.

O beijo do Youko continuava o mesmo. Quente, preciso em sua sensualidade, perverso na excitacao irresistivel que causava. Fora com um beijo e com a molhada e sexy caricia daquela boca de youko que a paixao de Yomi comecara...

O youkai estremeceu todo quando o beijo continuou num lento circulo macio e umido sobre seu estomago, escorregando numa lambida ousada pela linha que dividia seu abdomem definido e agora tenso de paixao.

Kurama..  O seu youko... O demonio mais lindo e apaixonante de todo o Makai, e que dominara a sua vida. Era apenas o nome dele que ecoava em sua mente, o unico pensamemto racional que atravessava a intensa onda de parzer com a qual seus sentidos o inundavam...  Ele sentia, cheirava, provava, tocava Kurama...

E quando a boca deliciosa do youko envolveu seu sexo quente e duro, num beijo profundo, Yomi gemeu alto, e seu corpo todo tremeu como choque da emocao. Suas maos agarraram febrilmente as  mechas ruivas, e sua respiracao entrecortada seguia o ritmo da boca que o chupava com firmeza, como se querendo arrancar das profundezas de seu corpo o maximo de prazer possivel.

Yomi balbuciava o nome de seu youko, com uma vox baixa e sufocada pelo extase, enquanto Kurama movia a lingua ao redor de seu sexo, abocanhando-o com ainda mais forca, e agora movendo seus labios ao longo de sua erecao, abandonado a um ritmo que ia se intensificando...

O youkai jogou a cabeca com chifres para tras, o corpo tomado de um longo espasmo, gemendo um "Aaaahhhh" longo e deliciado, enquanto controlava-se para nao deixar-se derreter no gozo tao cedo. Yomi suspirou fundo entao, resguardadndo-se para o muito que ainda desejava experimentar de seu youko, agora vestindo um corpo tao fragil e diferente, mas mesmo assim, ainda um mestre na arte do amor, como fora antes.

O demonio de cabelos negros afastou Kurama de si delicadamente, ofegante... Precisava possuir o youko, ter dele o gozo completo... Nao aguentava conter mais o seu desejo...

"Meu Kurama..."

"Vem, Yomi..."

Yomi sentiu o movimento, percebendo com exatidao que Kurama largara seu abraco para deitar-se na relva frente a ele, revelando sua nudez completamente, abrindo-se a ele, convidando-o a que o possuisse.

Yomi se inclinou sobre o youko, e Kurama voltou a alcanca-lo, para tomar-lhe a mao e guiar seu toque numa caricia pela pele quente e palpitante entre suas coxas. Yomi ate prendeu a respiracao ao tocar aquele corpo tao macio, tocando com um cuidado reverente e terno o local umido e perfumado entre suas coxas. Yomi nao esperou mais, deitando-se cuidadosamente sobre Kurama, num abraco leve, beijando-o de novo, enquanto seus corpos se tocavam num contato mais quente, e mais intimo a medida que novamente estreitavam o abraco.

Yomi ouviu o baixo gemido bem em seus ouvidos quando buscou  o corpo humano, penetrando-o. Seu grande corpo de demonio entrou no fragil corpo humano com alguma dificuldade, mas todo o tempo, Kurama o acariciava, e sua boca quente e molhada, que perdia-se nos mais doces gemidos; gemidos de paixao, nao de dor ou de arrependimento. Seu corpo tao cheiroso e esguio palpitava e contorcia-se de prazer, ansiosamente recebendo, acolhendo com volupia a sua carne rija.

Yomi deliciava-se ao ouvir os gemidos, os sussuros, perdendo-se no mundo de sensacoes tao quentes e deliciosas que aquele corpo sob o seu lhe provocava, numa entrega apaixonada, tremulo e extasiante sob sua lenta, amorosa penetracao.

O Demonio moveu-se dentro de Kurama com firmeza, mas lentamente, saboreando o momento, seus olhos cegos perdidos nas lembrancas do passado, enquanto alimentava-se da enorme satisfacao que diante daquela entrega, tao linda, tao apaixonante, que o seu youko lhe fazia, como num pacto por perdao e por um amor perdido...

Os gemidos de ambos soaram mais altos, num mesmo ritmo, ate que o extase jorrasse dos dois, ao mesmo tempo...

Os dois mantiveram-se abracados por muito tempo, respirando profundamente. Yomi apoiara seu queixo no vao quente e suado entre o pescoco e o ombro de Kurama, cuidadoso para que seus longos chifres nao o machucassem nem um minimo. E ele sorria, bem de leve, enquanto ainda aproveitava os resquicios do amor que ecoava em sues musculos, suas veias, sua pele, seu corpo de youkai.

Sentiu a mao menor e tao delicada de Kurama percorrer o vao sensivel entre suas espaduas, numa caricia.

O ruivo sorriu. Yomi sentiu o contentamento em sua aura, e notou o movimento tao leve alterando seus labios. E para Yomi, aquele sorriso era o do youko - sensual, delicioasamente sarcastico, predador, insinuante e sempre repleto de desejo.

"Yomi... Ainda temos ate o nascer do sol. Ha muito mais a fazer.."

E Yomi sentiu o youko beija-lo enquanto caia sobre si, colocando-se com uma sensual e atrevida intimidade entre suas longas coxas, buscando seu corpo, penetrando-o, amando-o..
 

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Kurama retomou seu caminho logo depois que o sol nascera. Raramente tivera uma noite de amor tao maravilhosa como aquela... Uma paixao cheia de ternura, perdao, e que o enchia de contentamento. Deixara Yomi com um beijo e um sorriso, despedindo-se ambos com um silencio que lhes falava mais do que quaiquer palavras. As recordacoes de ambos agora nao erammais amargas, porem doces e repletas de uma deliciosa saudade...

Kurama voltou a embrenhar-se na floresta, a mochila nas costas, a jaqueta protegendo-o do frio da manha, ainda distraindo-se com uma torrente de pensamentos.

No entanto, apenas a sua mente estava agitada, a medida em que ia imaginando a vida que teria pela frente, o Ningenkai, sua familia, seu trabalho, suas obrigacoes...

Iria retornar ao Makai um dia. Sua vida humana nao seria um empecilho por muito tempo, considerando a longevidade da raca youkai. E quando retornasse, ai sim seria o youko - Um youko diferente, com sentimentos novos e valiosoas em seu coracao, porem seria plenamente Youko Kurama, de corpo e alma.

Provavelmente nao teria mais Hiei. O seu youkai tao amado havia abandonado-o mesmo...

Mas Seria bom voltar sabendo que teria ainda Yomi como seu grande amigo.

Caminhava cabisbaixo, os olhos tao lindos fitando apenas o chao e os proprios passos, rapidos mas elegantes. Seu ex-amante merecera aquela despedida. Era o minimo que podia fazer,  mesmo que seu amor verdadeiramente pertencesse ao pequeno demonio de fogo de olhos vermelhos.E  Hiei o tratara com tanta desconsiderancao desde que haviam vindo para o Makai...

Se ao menos pudesse fazer o mesmo com seu Hiei, tentar convence-lo do quanto ainda o amava... Mas Hiei nao o procurara, mal lhe dirigira a palavra durante todo o torneio, e nem mesmo olhara na sua direcao. Apos a batalha com Sigure, todos seus amigos foram ajuda-lo, e lembrava-se bem de que Yomi fora o primeiro a chegar, auxiliando-o, apoiando-o com todo o amor...  No entanto Hiei, embora tambem fosse ate la, se manteve em meio aos outros, com um olhar frio e cauteloso, nao se aproximando se dele, mantendo-se desconfiado e arredio.

Sim, parecia qe Hiei agora apenas importava-se com Mukuro, servindo-a, dedicamdo-se somente a ela... Kurama estava sozinho, e o sofrimento que isso lhe trazia era muito intenso. Talvez tudo o que acontecia, quando Hiei lhe causava tanta tristeza ao troca-lo pelo poder que Mukuro lhe oferecera fosse apenas uma licao... Afinal, Foram muitas as vezes em que Youko Kurama fizera o mesmo, abandonando tantos que o amavam, traindo-os, apenas por poder, por riqueza, pela necessidade de manter sua autoridade e forca.

Hn.. Nao pode deixar de pensar.. Hiei agira com ele da mesma forma fria com que ele proprio tratara Yomi no passado.

Era seu Karma.

Apaziguara a inquietacao que a traicao a Yomi lhe causara, mas o que faria com Hiei? Se ao menos tivesse uma outra chance de ve-lo... Kurama tinha a certeza de que poderia convencer o youkai a que reatassem seu relacionamento. O fato de habitarem mundos diferentes, ele no Ningenhai, e Hiei no Makai, nao os atrapalharia tanto, agora que nao existiam mais barreiras entre os dois mundos.

Precisava fazer Hiei entender o enorme amor que ainda lhe tinha.

Mas Hiei o abandonara mesmo, lhe virara as costas totalmente e...

Kurama sentiu o you-ki familiar de imediato, e suspirou fundo ao encarar o pequeno youkai parado, encostado displicentemente a uma arvore.

Hiei viera! Ele viera para falar com ele, e quem sabe, tornar o que seria uma despedida em um reencontro!

Respirou, deixando as sombras sob as arvores para aparecer bem frente a Hiei,  sentindo um arrepio no seu corpo. Kurama estava muito nervoso, mas pronto a tambem resolver aquele incidente em sua vida, perdoar, ser perdoado, implorar, pedir... Nada compensava o sofrimento de perder alguem que se amava. A felicidade estava tao proxima - No passado ja perdera uma chance com Yomi, nao podia perde-la com Hiei...

Kurama pensou em Yomi, por uma ultima vez. A absolvicao que haviam oferecido um ao outro, sob a forma de tantos beijos, tao ternas caricias, e de atos de amor tao apaixonantes fora necessaria para ambos. E seria agora um segredo. Um segredo sobre doces momentso que nunca mais se repetiriam, mas que ficariam como maravilhosas lembrancas impressas na alma de ambos para sempre.

Ninguem precisaria saber. Nunca...

Kurama caminhou em direcao a Hiei e parou, encarando-o fixa mas docemente, esperando...

“Hn. Cade o Yusuke?”

“Acho que ele vai mais tarde. Tem muita coisa para resolver.”

“Você vai embora?”

“Eu vou direto para casa, Hiei.”

Sim, ele iria... Logo depois  que resolvesse tambem suas diferencas com Hiei. Nao importava a frieza, o olhar de descaso, a aparente displicencia com que Hiei se colocava a suia frente, nem o desleixo de suas palavras e de sua voz... Kurama conhecia o pequeno youkai.. Se este viera ate ali, era por que ansiava por uma chance de se reunirem. Hiei se oferecia, e por tras daquele ironico descaso, havia uma paixao forte, e o calor da saudade clamando para que se abracassem e se unissem com todo o amor que possuiam...

Viu Hiei jogar-lhe algo brilhante, preso por um fio, com um gesto displicente...

Era a Joia de Lagrima que Yukina havia lhe dado antes de partir de volta para o Makai.

Kurama sorriu, segurando a joia contra seu peito delicadamente. Era uma desculpa... Hiei possuia aquele jeito tao peculiar de sempre negar, mesmo para si seus proprios desejos e sentimentos. O Demonio de Fogo apenas usava a joia como uma desculpa para estar ali, esperando por ele...

Seu lindo youkai era tao deliciosamente previsivel...

“Ah, mas o que é isso? Eu fico muito contente, Hiei, mas não posso aceitar o presente.” Kurama encarou o youkai com interesse. pronto a entrar na brincadeira, pagando dissimulacao com mais dissimulacao. Era o jogo que Hiei gostava, sempre preso aquela mania de nao revelar nem um pouco de seus sentimentos e intencoes. “Eu tenho o costume de usar...”

.“Quem disse que era para voce?” Hiei exclamou, arrancando um sorriso de Kurama, que deliciava-se com o aparente nervosismo, e falta de jeito do youkai que gostava tanto de bancar o durao inatingivel...

Mas Kurama sabia bem o que se passava naquele coracao demoniaco...

“Ah...Tudo bem, brincadeira minha. Eu sei que e para devolver a Yukina.”

“Isso mesmo! E de o recado: Diga que o irmao dela ja morreu.”

“E por que você mesmo não devolve a ela?”
 
“Eu vou permanecer aqui. Quero que ela desista de me procurar.”

“Neste caso, é melhor que você mesmo devolva prá ela... Ainda que leve muitos anos...”

Os dois demonios encararam-se por um momento. Kurama ainda sorria, querendo com seu gesto demonstrar a Hiei que o compreendia, entendia sua teimosia, seu aparente descaso, sua falsa impolidez... Sorria, mostrando bem a Hiei suas intencoes, seu amor, e sua vontade para que apenas estivessem juntos. Ainda havia uma chance, sempre haveria uma chance entre eles...

O youkai suspirou tao fundo, que Kurama pode ouvir, nitidamente.

“Tá bom. Tudo bem. Eu não vou insistir.”. Hiei concordou, tomando a joia num gesto calmo das maos tao lindas que a ofereciam de volta.

Kurama entendia perfeitamente... Aquelas eram palavras muito verdadeiras - Hiei nao iria insistir. Hiei nao faria nada alem de estar ali, a seu alcance, esperando ser tocado, tomado, amado... O youkai apenas esperaria que Kurama tomasse a decisao por ele. O ruivo sabia que, assim como fizera com Yomi, ele deveria ser aquele a desviar-se apenas um pouco do caminho que o levava para sempre ate o Ningenkai...

E Kurama respirou fundo, admirando a calma beleza do pequeno demonio de Fogo. Nao podia perder um outro amor.. Nao... Nunca mais...

"Hiei...Eu nao podia partir sem lhe dizer uma coisa..."

O youkai arregalou os olhos tao vermelhos para Kurama, prendendo a respiracao, tenso.

Kurama sorriu bem de leve. Sim... O sabor do passado nao devia nunca ser o do uma amarga lembranca, ou de lamentacao por algo deixado para tras...  Nao... Nao tornaria Hiei mais um amante perdido nas lembrancas tao torturantes de seu passado. Nao poderia viver sem o youkai. Kurama sentia, sabia que Hiei apenas desejava ouvir uma coisa... E que bastaria a ele ouvir essa pequena frase para que esquecessem todos os desentendimentos, as dificuldades, e apenas se abandonassem nos bracos um do outro, como fora antes...

Encarou-o, carinhosamente, bem proximo, tao perto que quase podiam tocar-se...

"Eu te amo..."
 
 

 


Sandy Youko, abril de 1999.