Kurama estava vestindo-se para sair com Hiei, iriam ao supermercado. Apesar do youkai não gostar de sair, ele parecia se divertir quando ia as compras com seu parceiro.

O youko tinha um pouco de medo de levar o demônio do fogo, pois este praticamente queria levar tudo o que via, lógico ele tentava reduzir ao máximo, mas não conseguia evitar de levar pelo menos dois carrinhos cheios e mais um pouco sendo que, a maior parte, só besteira, além disso sempre havia algum tipo de confusão provocada por Hiei.

Hiei estava vestido da forma que o youko sugerira: uma calça jeans, tênis preto e uma bela jaqueta de couro marron, pois era uma dia meio frio. O youkai sentou no sofá enquanto esperava por Kurama, este ainda calçando os sapatos sentado na cama.

    Estou pronto! Vamos, netsujo?

    Hn! Por que você demora tanto se arrumando só para ir comprar besteira?

    Ah! Não demoro tanto assim! Apenas não achava minha calça preta, quando lembrei que ALGUÉM tinha rasgado toda por pura pressa! - disse isso dando um olhar meio desconfiado e tom sádico para Hiei.

    Hn! Azar o seu, se não fosse tão lento para tirar a roupa, eu não teria que ajudar a ser mais rápido! - replicou com ar cínico.

    Anda logo, vamos! Quero voltar cedo para preparar algo especial para o jantar! - sorriu suavemente.

    Tá, tá! Vamos logo antes que eu me arrependa outra vez!

Os dois youkais entraram no carro, Kurama como sempre, com o maior sorriso na face e só para variar, Hiei com sua habitual cara fechada. Hiei gostava de ir ao supermercado, mas claro não admitiria isso, por nada em sua vida, afinal, era um lugar bem cheio de nigen e em certas épocas do anos virava uma loucura.

Ele gostava da variedade de comida que havia no Ningenkai, não que no Makai não houvesse muita coisa, porém ele não podia negar que era muito bom comer certas coisas, como: fastfood, pipoca, refrigerante, adorava sorvete, chocolate e... bem, essa lista não vai acabar tão cedo assim, mas a facilidade era uma vantagem de fato.

Kurama ligou o carro e rapidamente já estavam numa rua pouco movimentada para evitar o transito, um dos atalhos do youko, e logo percebeu o ar de poucos amigos que Hiei vinha fazendo, na tentativa de acalma-lo disse a ele para colocar uma música.

    Hiei! Por que você não coloca uma musiquinha para animar um pouco o ambiente – prosseguiu sem tirar os olhos da pista - deixei um Cd no porta-luvas!

    Hn! – Hiei pegou o Cd e o pôs no Cd player para tocar, e um pensamento passou por sua cabeça devido a atitude do youko e aquele tipo de música. Talvez este estivesse querendo criar uma clima ali, quem sabe? Talvez tivesse desistido de ir fazer as compras e leva-lo à um lugar especial...

Kurama quase engasgou ao sentir uma pequena e leve mão passando por suas pernas e se movendo para a parte interna de suas coxas.

    HIEI! – ele conseguiu dizer – O que está fazendo? Aqui no carro não! – "pelo menos não agora" ele pensou, mas a mão continuou insistente, se dirigindo para mais para dentro de suas coxas. – Estou dirigindo! – O ruivo estava totalmente corado como um tomate, enquanto tentava afastar as mãos do youkai, seu corpo estremecia com os toques daquela leve mão e ele tentava prestar atenção na pista.

    Hiei para! Estou dirigindo... – disse entredentes, Kurama já estava ficando nervoso e além do mais estava chegando em uma rua muito movimentada, o youko teria que prestar mais atenção ou atropelaria alguém se continuasse daquele jeito.

Subitamente Hiei pegou a gola do youko e o puxou dando um profundo beijo. A raposa já estava se rendendo, quando se lembrou que precisava voltar seus olhos para pista então, empurrou o youkai com eficácia, mas gentileza. Conseguiu freiar antes do sinal fechar

    Hn! O que foi? - Perguntou com ar meio indignado devido a atitude do ruivo.

    Você pergunta "o que foi?" – pausou – o que está pensando? Quer que eu bata o carro ou mate alguém?

    Dane-se! – respondeu secamente virando o rosto para o outro lado – não entendo você, raposa!

    Hn! O que você não entende?

    Por que a gente não pode ir para casa?

    Hiei, koi... você se esqueceu? Não tem comida em casa e é preciso que nós...

    Hn! Raposa... – um brilho bem conhecido de Kurama surgiu naqueles olhos vermelhos – não podemos ir à outro lugar?

    Ah! – suspirou, ele bem que queria levar o youkai para casa, arrancar-lhe aquela roupa e fazer amor com ele até não poder mais – não dá! Temos que ir! Foi o melhor que dia que eu arranjei! Desculpe, itoshii! Se eu não for hoje, vou Ter que ir depois, é inevitável, entende?

    .... – silêncio

    Hiei! Não seja assim, por favor! Vou compensa-lo – Kurama dizia sem tirar os olhos da pista agora, enquanto Hiei continuava a ignora-lo olhando pela janela como se não estivesse escutando – nós podemos alugar uma casa no litoral este final de semana, vai se divertido...

    Hn! Que seja, Kurama! – disse muito contrariado olhando para frente – faça o que quiser é sempre assim! Faço tudo que você quer! Por que não para de perguntar a minha opinião logo, o que eu digo não serve mesmo, só me faz gastar saliva!

    Não é verdade! Estou tentando de todas as formas ajeitar as coisas, mas você é muito difícil! – respondeu aumentando um pouco o tom de voz já se irritando com o Koorime – E assim não há o que possa ser feito por você!

    ...

"difícil? O que aquele youko estúpido pensa? Eu tenho sempre que fazer tudo do jeito que ele quer e eu? Esta raposa exigente faz cada pedido!... ora... me arrastando para lugares cheios de gente com aqueles dois bakas irritantes! E eu tenho que se aceitar e ele ainda quer que eu sorria daquela idiotice toda! Droga! Eu..." – seus pensamentos foram interrompidos pela voz meio preocupada de seu namorado.

    HIEI! O que foi? Responda! Vai ficar ignorando-me até quando?

    Hn? – resmungou ainda sem entender - Não estava prestando atenção, kitsune!

    Por Inari... o que houve? – perguntou e prosseguiu – estava até em duvida se você estava me ignorando ou em estado de choque, afinal eu não dirijo tão, ne? já ia correr para o hospital! – comentou com ar brincalhão, apesar de ter estado aborrecido pelo silêncio de seu youkai – O que estava pensando?

    Nada, baka!

    Então levanta logo, nós já chegamos! - fingiu acreditar e saiu do carro.

Hiei assentiu com a cabeça e saiu se dirigindo para a porta do supermercado, onde várias pessoas estavam saindo e entrando. Kurama chegou logo em seguida e foi puxando do bolço um papel onde havia anotado tudo que faltava, apesar de não precisar fazia-o sempre por precaução, as vezes ele ficava louco com Hiei no supermercado.

Na primeira vez Kurama ficou super envergonhado, quando chegou ao carro, viu Hiei descarregando os bolsos com um monte de coisinhas que havia surrupiado de lá "para não perder o costume" foi o que ele lhe disse dando um sorrizinho cínico e satisfeito , por sorte não foram pegos e sem falar nas coisas que o youkai já tinha comido no local.

O pior foi na hora que Hiei acertou uma senhora que passava quando cuspiu o detergente que ele estava achando que era suco ou algo parecido, Kurama teve que dizer que ele era doente e não sabia o que fazia, isso segurando a boca do youkai e arrastando-o para fora da loja antes que, este começasse a gritar pelos corredores.

De fato o youko nunca mais retornou naquele, mercado depois da vergonha que passara e para completar, os olhares que recebeu de todos os que trabalhavam lá, até dos clientes, jamais se atreveria a voltar. Sem dúvida foi um dia terrível que ele preferia esquecer, porém tinha que compreender seu amante de qualquer forma e perdoa-lo.

No Makai eram muito diferentes... diferentes demais, principalmente pelos lugares que Hiei andara durante sua vida.
 

 
Os dois entraram, Kurama pegou um carrinho e dirigiu-se para uma das primeiras estantes e começou a procurar pelas coisas que iria precisar.

    Bem ,vamos começar pegando leite, café... Hum... e se você quiser pode levar o carrinho e também poderíamos levar chocolate em pó, acho que vou fazer um bolo e...? Ué? Cadê você, itoshii? Hn... Droga! Não posso tirar os olhos de cima dele um minuto! – resolveu continuar sozinho, sempre procurando ver se avistava seu parceiro em qualquer lugar para ter certeza de que este não iria aprontar e nem iria para muito longe sumindo por lá.

De fato Hiei nunca ficava muito longe, apenas o suficiente para não ser perseguido por sua raposa com o carrinho. Ele queria apenas olhar coisas interessantes, explorar seria correto, achar alguma coisa para provar por ali, mas sempre ficava de olho para ver se nenhuma daquelas nigens taradas, que mais pareciam youkais no cio, atreviam-se a ficar dando em cima dele na maior cara de pau e nos lugares muito cheios, se não passavam a mão nele. Aaah! A nigen que se atrevesse a tanto viraria churrasco na hora. Só um Kokuryuha e pronto, nunca mais a sem vergonha encostaria no seu youko, nem em ninguém.
 

    Oi! Sou Nitta e você, quem é? – uma menina perguntou sorridente e parecia ter quase 15 anos

    Hn! Não interessa!

    Que humor péssimo! Mas você é uma gracinha, sabia?

    Hn! E daí?

    Quero te dar uma beijo! - disse com um sorrizinho na face corada.

    QUÊ?? - grunhiu

    Só um, vai!? – a menina insistiu

Hiei permaneceu olhando para o chão sem saber o que fazer, poderia sair correndo e não pareceria mais que eu vento ou quem sabe? Poderia abrir seu jagan na cara dela e esta fugiria horrorizada.

Kurama vinha dobrando, pois já tinha escutado a voz de Hiei, quando viu aquela garota junto do seu Koorime. Um sorriso maldoso surgiu em sua face, iria observar para ver o que seu demônio iria fazer, foi quando a menina o agarrou de uma forma que não tinha como Hiei fugir do enlace daqueles braços maiores do que ele, e o beijou de uma forma profunda, enquanto o youkai tentava debater-se.

Kurama arregalou os olhos diante daquela cena e gritou – HIEI! - O Koorime o viu e lançou um olhar que pedia "socorro", Nitta nem percebia o que acontecia a sua volta. O youko estava estático e assistia o seu desespero, mas Hiei também estava paralisado , o que fariam?, o fôlego da tarada juvenil não acabava. Hiei ia ser morto daquela forma, asfixiado com uma beijo?
Se ainda fosse uma beijo de sua raposa...

Kurama vinha se aproximando dos dois.

    MININA! – uma voz soou – solta o garoto! – era mãe de Nitta ,que por sua vez jogou Hiei no chão, como se isso fosse livra-la dos gritos da mãe.

    Hum! Mãe? - disse ela uma pouco sem graça

    Hn! - bufou Hiei ainda no chão

    Você é doida? O que está fazendo com o pobre do garoto?

Kurama se ajoelhou para ajudar o youkai que se recuperava ainda ofegante.

- Desculpe, por favor ! – disse a pobre mulher toda sem graça para Kurama

    Que é isso? É coisa de criança! – sorriu gentilmente para a aflita senhora – não aconteceu nada - Hiei arregalou os olhos para ele com ar de ‘não foi nada?’ ‘criança?’

    Só foi um beijo! – disse a menina - por que esse escândalo? E eu não sou criança!

    Nitta por que fez isso?

    Apostei com a mana, ela disse que eu não teria coragem de dar uma beijo nele! E eu dei agora ela vai ter que me pagar!

    Vai pagar nada! – ralhou a mãe arrastando Nitta pelo braço – você me faz passar cada vergonha!...

Os youkais ficaram se entre olhando por algum tempo sem ter o que dizer. Hiei já tinha recuperado, mas não conseguia falar, estava todo vermelho de vergonha e esfregando a boca na manga da camisa, tinha nojo daquela nigen.

Kurama voltou os olhos para seu papel dando risinhos da expressão de Hiei. O youkai ficou furioso ao perceber os olhos divertidos de Kurama e bufando deu as costas para ele e foi em frente continuar a procurar algo bom para comer.

    Desculpe, Hiei! Não pude conter o riso - disse Kurama, mas o que fazer se ele dizia isso e ria mais? – Volte aqui! - gritou ainda rindo – Hiei! Desculpe!

Hiei continuo andando sem dar bola para Kurama, que continuava a rir.

"Idiota, isso é tudo culpa dele. Se eu não tivesse aceitado vir para cá, não teria feito papel de tolo. Eu nunca mais volto num lugar destes ou outro qualquer do Nigenkai, vou ficar trancado no apartamento e de lá só vou para o Makai! Pronto! Não quero mais saber de humanos! Nem de palhaçada de youko baka! E tam..."

    Que gracinha de garoto! Tá perdido, não é? – disse uma atendente apertando as bochechas de Hiei – tão bonitinho, mas...

    Tire a mão de cima de mim! Nigen estúpida! – disse entredentes afastando a rosto do incômodo toque da moça.

    Aaah! Mas cadê aquele gato que estava com você, docinho? Está perdido! Eu te ajudo a encontra-lo. Não se preocupe! - indagou brincando com a estrela branca na testa de Hiei.

    ... isso não interessa! E eu não estou perdido coisa nenhuma! Sei muito bem onde estou!– olhava-a com cara de morte, mas a moça nem se preocupou - se não quiser morrer, aviso-lhe para desistir!

"EU ‘DOCINHO’? ‘GATO’? que negocio é esse? Que mulher mais tarada e desaforada! Querendo dar em cima da MINHA raposa... cara de pau a dela! Eu, eu vou, vou faze-la virar um carvão humano! Que abuso!"

A humana pegou uma das mãos de Hiei e o foi puxando pelo supermercado para algum lugar. O youkai soltou-se e tentou se afastar para ir sumir da vista daquela mulher, mas dois enormes seguranças surgiram do nada e o seguraram firmemente, imobilizando-o totalmente, apesar de se debater, não adiantava, e já ia gritar sua fúria, quando uma mão enorme tampou sua boca, ela os havia chamado para segurarem Hiei, mas na verdade o que ela queria era um motivo para falar com Kurama.

    O responsável por uma criança de mais ou menos uns 11 anos, estatura média 1.50cm e tem uma estrela branca na cabeça! Atenção! O responsável por uma criança de uns 11 anos e um metro e meio de altura, tem uma estrela branca no cabelo. O responsável queira dirigir-se ao escritório.

    "Estrela branca?" – Kurama repetia as mesmas palavras pondo a mão na testa - O que será que aquele Youkai aprontou desta vez?

"Hehehe! Eu vou falar com aquele gato, ele é tão lindo... tenho que falar com ele... aaah! Lá vem ele! Lá vem ele! O que eu digo?" - pensava a mulher.

    Eerr... e esse garoto estava perdido do outro lado da loja e por isso a trouxemos para cá - gaguejava a moça

    Ah! Perdido? Sei... e o que ele estava aprontando?

    APRONTANDO? – sobressaltou toda nervosa - Ah! Nada.... estava tão desolado e só! - e deu um sorriso cínico – sente-se por favor.

Kurama aceitou, mas logo iria embora, apenas esperaria que ela dissesse mais alguma coisa e iria retirar-se junto com Hiei.

Os seguranças ainda estavam segurando Hiei e sua boca para que este não gritasse que se limitava a olhava com fúria para todos até para Kurama. Ainda tentava soltar-se, mas ainda estava sendo imobilizado pelos grandes braços. O ruivo estava louco de vontade de rir, ele sorria para a moça e para Hiei, mas não verdade queria dar gargalhadas de todas aquela situação e como ele não é estúpido já tinha sacado o plano da atendente.

    Ah! Entendo... desolado? Tá! Ele é meu mesmo err... pode deixar que eu cuido dele - disse tentando manter o tom de voz mais inocente possível – Obrigado, por acha-lo – disse isso já fazendo menção de levantar.

Mas a mulher o impediu de levantar parando em frente a Kurama. Segurou os braços da cadeira para prende-lo nela. O kitsune afundo-se mais no móvel.

Os seguranças foram levando Hiei para fora do escritório observado pelo olhos preocupados da raposa. Teria que sair daquela situação e rápido, ou o corpo de bombeiros iria parar ali em breve...

    Então?! – perguntou a moça – vai continuar se fazendo de difícil?

 
Continua...
 

 Esses personagens não pertencem a mim , a série Yu Yu Hakusho é propriedade de Yoshihiro Togashi, Jump Comics, Studio Pierrot, Fuji TV e Sueisha.