Desejo de regresso |
Deixai-me nascer de novo, nunca mais em terra estranha, mas no meio do meu povo, com meu céu, minha montanha, meu mar e minha família. E que na minha memória fique esta vida bem viva, para contar minha história de mendiga e de cativa e meus suspiros de exílio. Porque h'a doçura e beleza na amargura atravessada, e eu quero memória acesa depois da angústia apagada. Com que afeição me remiro! Marinheiro de regresso com seu barco posto a fundo, ás vezes quase me esqueço que foi verdade neste mundo. (Ou talvez fosse mentira) Cecília Meireles (in Mar absoluto) |
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