O processo de ventilar o pulmão, dito ventilação
global, corresponde a gerar um volume-minuto respiratório adequado
às necessidades de momento. Entretanto, parte da ventilação global
dirige-se para áreas de espaço-morto, de modo que resulta importante
entender conceitos como ventilação de espaço-morto e ventilação
alveolar.
A ventilação pulmonar corresponde a um
processo cíclico com uma fase de inspiração seguida por uma fase de
expiração, que resulta em acréscimo de ar fresco aos alvéolos, ao
mesmo tempo que um volume aproximadamente igual de ar é exalado.
Na verdade, o volume se ar inspirado é
maior que o ar exalado: a cada minuto, no repouso, 250 ml de oxigênio
são captados dos alvéolos pelo sangue venoso, mas somente 200 ml de
gás carbônico são aí acrescentados. Assim, cerca de 50 ml/min.
(equivalentes a 4 ml/ciclo respiratório) são "perdidos" pelo
ar alveolar.
Essa razão de troca alveolar (quociente de
troca alveolar, R), usualmente corresponde a 0,8 (200 ml/min de CO2
eliminado/250 ml/min de O2 captado).
Normalmente, em repouso, a cada minuto 5
litros de sangue venoso é bombeado pelo coração direito para os
pulmões, onde é exposto a um ar alveolar cuja composição é mantida
constante por uma ventilação alveolar de 4 litros por minuto. Isso
corresponde a uma relação ventilação/perfusão de 0,8 (4 l/min
divididos por 5 l/min).
Uma alteração nessa relação V/Q ara
mais ou para menos que 0,8 resulta em defeito na troca asosa.
V/Q maior que 0,8 é chamada "efeito
espaço-morto". V/Q menor que 0,8 é chamada "efeito
shunt".