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Bernd, FLUC |
Análise e propostas dos Leitores das Universidades de Lisboa (FLUL e FCSH/UNL)
Os Leitores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL) reuniram-se no dia 14 de Maio de 2001 para analisar o Anteprojecto do Estatuto da Carreira Docente Universitária. O documento agora em análise persiste em não reconhecer às Línguas Estrangeiras uma área de investigação científica inerente e necessária à sua natureza e dignificação. Este facto revela-se particularmente paradoxal em pleno Ano Europeu das Línguas cujo objectivo é justamente sublinhar a importância crescente das línguas no contexto actual da União Europeia. Os dois sintomas mais reveladores desta concepção obsoleta são, na nossa opinião: - a inexistência de uma área específica de investigação em línguas estrangeiras; - o conceito desajustado da natureza e do papel do leitor. A figura do leitor nasceu de acordos de cooperação entre dois países que possibilitam o destacamento, durante escassos anos, de falantes nativos de uma língua para uma universidade estrangeira a fim de aí a ensinarem. Porém, na esmagadora maioria dos casos, a vida e a prática dos procedimentos têm vindo a demonstrar que, na realidade, a situação é diferente. Actualmente existem na FLUL 61 (sessenta e um) Leitores, encontrando-se apenas cinco Leitores ao abrigo de acordos de cooperação com cinco países: Itália, Bélgica (Communauté Française de Belgique), China, Hungria e Polónia. Os restantes, num total de 56 (cinquenta e seis), foram contratados por esta Faculdade para leccionar línguas estrangeiras. São maioritariamente de nacionalidade portuguesa (estando os estrangeiros radicados no nosso país) e exercem esta profissão a tempo inteiro e numa perspectiva de longo prazo. Com efeito, 52 optaram pelo regime de dedicação
exclusiva, um encontra-se em tempo integral e os restantes três em
tempo parcial por imposição contratual. O quadro seguinte
ilustra o carácter estável do corpo de leitores nesta faculdade,
condição de resto indispensável para o desenvolvimento
de qualquer projecto científico.
Antiguidade dos Leitores da FLUL Na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova deLisboa, a situação é semelhante. Num total de vinte e um Leitores, quatro encontram-se ao abrigo de acordos de cooperação com Itália, Galícia, Coreia e Japão. Dos dezassete restantes, treze foram contratados em regime de dedicação exclusiva, dois em regime de tempo integral, um em regime de tempo parcial a 50% e um em regime de tempo parcial a 60%. Apesar de os Leitores não terem acesso à carreira universitária, muitos deles têm desenvolvido investigação na área das línguas, tendo obtido graus académicos de mestrado e doutoramento. Alguns têm sido mesmo convidados para leccionar outras cadeiras, nas áreas da linguística, sociolinguística, literatura, cultura, tradução e didáctica. A falta de incentivo de progressão na Carreira Docente Universitária no caso dos Leitores (pode dizer-se que, em termos institucionais, esta falta de incentivo, pelas dificuldades e restrições de que se reveste, se assemelha na prática a uma negação) demonstra um desconhecimento da realidade actual do ensino das línguas. Assim, a situação dos Leitores caracteriza-se, no Anteprojecto do ECDU, por:
- ingresso na Carreira Docente Universitária de todos os Leitores que optarem por esta Carreira, implicando as seguintes medidas:
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O documento foi
votado no dia 14 de Maio em Lisboa. É contoverso no que
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