ORIGEM E HISTÓRICO
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Em 1.987, um grupo de educadores e adolescentes da Comunidade
Profeta Elias, ligado ao MNMMR, começou a atuar no centro de
Curitiba, algumas noites, com o trabalho de abordagem de meninos
e meninas de rua. O grupo começou com os educadores indo até as
crianças, não querendo tirá-las da rua, mas conhecendo sua
realidade, seu habitat natural (a rua), e a partir da cultura,
capoeira, da arte das mesmas, descobrir juntos, novas maneiras de
conquistar os direitos, se a criança quiser sair da rua, e puder,
vai ser fruto desse processo educativo que não é breve.
Houve sempre uma
troca muito grande entre os meninos (as) de rua e da Comunidade,
pois assim como os meninos (as) da comunidade participavam das
atividades feitas nas "abordagens", os meninos (as) de
rua às vezes passavam alguns dias na comunidade, onde eram
acolhidos pelos moradores e se sentiam como uma grande família.
Uma das
principais preocupações do grupo de educadores sempre foi não
transformar o trabalho de abordagem de rua em apenas mais um
projeto assistencialista, era comum nas abordagens os inúmeros
pedidos dos meninos (as) de rua por vale-transporte, roupas,
comida, cobertores... O grupo sempre deixou claro que os meninos
(as) de rua e os da comunidade vivem uma só realidade, e a única
diferença é que se não existisse o trabalho preventivo feito
na Comunidade, provavelmente haveriam mais crianças e
adolescentes pelas ruas, pois tanto as de rua quanto as da
Comunidade passam pelas mesmas injustiças e privações de
direitos, e por isso, é importante que todos façam das ruas um
espaço de conscientização da sociedade e organização, unindo-se
numa luta pelos seus direitos de cidadania.
O grupo de
abordagem de rua, os meninos (as) de rua, e todos os integrantes
do MNMMR, a partir da convivência sentiram que além do trabalho
de conscientização que era feito com os meninos (as) em
Curitiba, tornava-se necessário uma expansão do trabalho, aliar-se
a outros grupos e Entidades nacionais, investir na formação e
em novas lideranças, e principalmente atuar diretamente na mudança
das leis que dizem respeito às crianças e adolescentes. Por
isso começaram a promover e participar de debates, encontros e
outros eventos sobre: violência, drogas, direitos, cidadania,
etc. Um dos exemplos mais marcantes foi a participação ativa
dos meninos (as) de rua e da comunidade no II Encontro Nacional
de Meninos e Meninas de Rua, promovido pelo MNMMR em Brasília,
onde foi elaborado, discutido e aprovado o Estatuto da Criança e
do Adolescente.
O ano de 1.990 é
decisivo para o grupo de abordagem de rua, pois o trabalho traz a
tona a realidade dos meninos (as) drogados, com fome, violentados
pela polícia e pela sociedade em geral, despertando nos
educadores uma insuportável angústia e sensação de impotência
no sentido de reverter o quadro que se lhes apresentava. Já a
partir desse ano surgem dos meninos (as) de rua e da comunidade,
a cobrança de um trabalho mais concreto por parte dos educadores
de rua, que não ficasse só nas "abordagens", mas que
pudesse oferecer a eles a oportunidade de conquistar realmente os
seus direitos de cidadania, ou seja, um lar, alimentação, saúde,
educação, lazer e trabalho, e principalmente, uma família.
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Mais Informações:
Fundação Educacional Meninos e Meninas de Rua
Profeta Elias
CP-13018, BR 116 KM 144, CEP 83800.000,
Mandirituba/Pr, Brasil
Última alteração em 09 Dez. 1999 por Frank Holzmann