As operações anfíbias e o problema da logística

Fabrizzio B. Dal Piero

Quando os britânicos foram desalojados do continente europeu, depois da queda da França, os comandos militares vislumbraram a necessidade de contar com uma embarcação especialmente projetada para levar homens, veículos e armas até as praias. Tais embarcações eram destinadas às futuras operações que se realizariam para liberar a Europa. Assim, os pedidos de construção dos primeiros LST (Landing Ship Tank: barco de desembarque de tanques) foram feitos pelos organismos militares ingleses, já em 1941. Recorreu-se a princípio a uma improvisação, convertendo três petroleiros de média tonelagem no tipo de nave desejada. Escolheram-se esses barcos porque foram construídos com escasso calado, para operar nas águas pouco profundas do lago de Moracaibo, na Venezuela.

Posteriormente se construíram naves especialmente projetadas para as operações previstas. As denominadas LCT (Landing Craft Tank: embarcação de desembarque de tanques), com uma tonelagem que oscilava entre 220 e 370 toneladas, foram empregadas pelos britânicos em seu fracassado reide contra a costa francesa, em Dieppe. Esse tipo de embarcação, no entanto, não possuía autonomia, nem condições para operar através dos oceanos. Por isso, o Almirantado inglês resolveu empreender a construção de barcos de maior tonelagem, em condições de serem utilizados em qualquer local da guerra. Esse plano foi apresentado à Marinha dos Estados Unidos que, completando o projeto, concretizou a construção dos primeiros LSTs. Os Aliados contaram, então, com o elemento necessário para poder efetuar as grandes operações anfíbias no Atlântico, no Mediterrâneo e no Pacífico.

Os LSTs foram utilizados pela primeira vez, em grande escala, na invasão da Sicília, no mês de julho de 1943. Em seu bojo foram transportados e desembarcados diretamente sobre as praias da costa sul da ilha, os tanques e as unidades mecanizadas do VII Exército Norte-Americano de Patton e do VIII Exército Britânico de Montgomery. Os LSTs, demonstraram então excepcional eficiência. Cada barco possuía a capacidade de transportar: 18 tanques de 30 toneladas ou 27 caminhões de 2 toneladas, 8 jipes e 177 soldados. Apresentava dois motores diesel de 1 800 HP cada um, tinha 90 metros de comprimento, um casco de fundo chato e uma tripulação de 80 homens.

Com a utilização dessas naves, o problema logístico foi resolvido, e os meios de contramedidas foram aprimorados e melhorados.

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