Fuga(1)

(Genildo Mota Nunes)



Eu não tenho olhos para esta vida!
Esta vida febril que nos consome
Como uma bomba atômica no mundo...

Eu não tenho olhos para a inflação galopante,
Para a miséria de um povo trabalhador
Ou para a administração corrupta de um País.
Nisto tenho um coração selvagem,
A minh'alma tonta e cheia de mistérios,
Amante de tudo e fugitiva do tempo.

A Glória, a Fama e o Esplendor
Nada dizem de mim senão que parta...
Parta como uma estrela cadente,
Como facho de luz a se perder no Espaço!

Por isso guardo-te na emoção dos instantes,
Na dramaticidade dos gestos, nas horas intensas,
Frágeis como o vidro e eternas como a água.
Guardo-te como quem guarda um tesouro.

Eu só tenho olhos para todas as estrelas
Brilhantes no Universo dos teus olhos.

Eu só tenho olhos para a beleza dos teus olhos.


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