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Geografia
Geral - Demografia
Dinâmica da População no Espaço
Terrestre- Revisão da Unidade III
Conceitos demográficos fundamentais
Na
tentativa de equacionar tais problemas e contradições, os detentores do poder
lançam mão de estudos e proposições que nem sempre atingem seus objetivos. De
qualquer forma, os estudos e análises fornecem instrumental teórico aos
dirigentes para que sejam tomadas medidas de ordem prática. Só que a natureza
dessas medidas variam em função dos diversos interesses ( políticos, econômicos
etc.).
Para
facilitar a comparação dos vários aspectos demográficos, vejamos alguns
conceitos fundamental a esse respeito.
População
absoluta:
É o número total de habitantes de um lugar ( país, cidade etc.).
Densidade demográfica: É o número ( a média ) de habitantes por Km². Para
obtê-la basta dividir a população absoluta pela área da região analisada.
Densidade e superpovoamento: Uma área densamente povoada não é
necessariamente superpovoada; isso porque o conceito de superpovoamento não diz
respeito apenas ao número de habitantes por Km², mas também se refere ao nível
sócio-econômico e tecnológico da população em relação a área ocupada. Nesse
caso, ocorre superpovoamento quando há descompasso do ponto de vista das
condições sócio-econômicas da população em relação à área ocupada. A Holanda por
exemplo, é um país densamente povoado (434 hab/Km²), mas não é superpovoado ( a
população desfruta de alto padrão de vida em um espaço muito pequeno), ao passo
que países com a Índia (247 hab/Km²) e Bangladesh (740 hab/Km²) são
superpovoados. O superpovoamento portanto é relativo.
Recenseamento ou censo demográfico: É o levantamento ou a coleta
periódica dos dados estatísticos (como nascimentos, migrações etc.) da população
de um país, cidade etc. Sua importância é fundamental para melhor conhecimento
dos vários aspectos demográficos, bem como para fins de investimentos,
planejamentos, projeções futuras e outras finalidades. No Brasil o censo é
realizado em períodos de 10 em 10 anos, tendo também censos econômicos em meado
das décadas para melhor sabermos da situação do país.
Taxa de nascimento: É a relação entre o número de nascimentos ocorridos
em 1 ano o número de habitantes. Uma taxa de natalidade de 30% ( por mil )
significa que nasceram trinta crianças ( vivas ) para cada grupo de mil
habitantes em 1 ano.
Taxa de mortalidade: É a relação entre o números de óbitos ocorridos em 1
ano e o número de habitantes ( mortalidade geral ). Além disse tipo de
mortalidade a mortalidade infantil, que é o número de crianças
mortas antes de completar 1 ano de vida para cada grupo de mil crianças com
menos de 1 ano de idade. Essa taxa é um importante indicador do nível de
desenvolvimento sócio-econômico dos diversos países do mundo.
Taxa de crescimento vegetativo: É a diferença entre as taxas de
natalidade e de mortalidade. Não inclui os estrangeiros residentes no país.
Taxa de fecundidade: Número médio de filhos por mulher em idade de
procriar, que, por convenção, tem entre 15 e 49.
Taxa de mortalidade infantil: Relação entre o número de óbitos de
crianças com menos de um ano, multiplicado por mil, e o número de crianças
nascidas vivas durante o ano civil.
Entre 1950 e
1997, a população da Terra passou de 2,5 bilhões, aproximadamente, para cerca de
5,8 bilhões, sendo que hoje passa dos 6 bilhões. Não são poucos os demógrafos,
economistas e outros estudiosos que consideram esta última cifra bastante
elevada e o ritmo de crescimento nesse período absurdamente rápido.
Com efeito,
quando o tema crescimento populacional vem à tona, é inevitável surgirem
polêmicas e posições antagônicas. Embora ocorra de forma diferenciada nas
diversas regiões do planeta, o crescimento populacional é uma preocupação que
afeta todos os seus habitantes.
Com respeito
às perspectivas de elevação populacional para as próximas décadas, várias
questões vem sendo suscitadas: a disponibilidade de recursos naturais para
abastecer o conjunto crescente de populações; a deteriorização do meio ambiente
e, portanto, da quantidade de vida; assim como a capacidade ou não, da
tecnologia em fazer frente à demanda de alimentos e recursos necessários a vida
do homem na terra.
1) Crescimento da população
mundial -
A) Taxas demográficas:
A.
Densidade
demográfica ou população relativa= no de hab/km2 ou d=pa¸
s (sendo pa=população absoluta e s= área habitada pela população). Diz-se que um
país é muito povoado quando tem uma grande população relativa; é bastante
populoso, quando tem uma elevada população absoluta. Isto não tem nada a ver com
o problema da superpopulação, que está ligado a um limite econômico e
tecnológico que se for ultrapassado pelo aumento de população, pode acarretar
uma diminuição do seu padrão de vida(ex.:Holanda não tem superpopulação).
B. Taxa de natalidade= (no de nascimentos
vivos numa área x 1.000)
¸
pa. Nos países centrais ela é baixa devido ao seu alto padrão de vida e menor
taxa de fecundidade humana (média de filhos por mulher em idade fértil), já que
a população ao envelhecer, em face de sua elevada expectativa de vida, vai
diminuindo a capacidade de procriação. Representada assim: TN= x ‰
C. Taxa de mortalidade= (no de óbitos numa
área durante um ano x 1.000)
¸
pa, ou TM= x‰.O que diferencia os países pobres de países ricos é a
mortalidade infantil, muito alta nos países pobres, já que é demonstrativa das
condições de alimentação, de atendimento médico-hospitalar e de saneamento
básico. A mortalidade infantil precoce ou neonatal (até um mês) deve-se às
condições de parto e defeitos congênitos; já a mortalidade infantil tardia (até
um ano) deve-se à subnutrição e doenças infecto-contagiosas. A mortalidade em
geral nos países centrais está ligada mais às doenças senis (cardiopatias,
câncer- produtos da degenerescência celular decorrente da velhice da população).
D. Crescimento vegetativo ou natural= TN - TM, podendo
ser positivo (bem elevado, em torno de 3,5% nos países mais pobres como na
África sub-saariana e na Ásia Monçônica), de reposição ou negativo (quando< ou =
a 0, ou ZPG,isto é, zero populational growth, como nos países europeus).
E. Taxa de fecundidade humana: média de filhos por
mulher em idade fértil (nos países centrais é de 1,5-2; em paises periféricos
pode chegar a 6/7; quando é de 2 há estabilidade demográfica).
B) Transição demográfica =
passagem do período primitivo populacional (com altas TN e TM) para o período
atual (pequenas TN e TM). É executada em 2 fases: na primeira, a TN permanece
alta, enquanto a TM decresce (daí o CV ser bem alto); na segunda, a TN também
começa a baixar e, por conseguinte, o CV também decresce, estabilizando o
crescimento demográfico.
A estabilização ou não da
população animal deve-se a fatores naturais (falta de alimentos, aumento de
predadores, maior competição biológica); já a população humana, mais a fatores
histórico-culturais (como a Revolução Industrial e Agrícola), socioeconômicos
(maior padrão de vida = menos TN) e técnicos (vacinação em massa).
A transição demográfica é
distinta entre países centrais e periféricos. Assim vejamos.
a. Na
Europa:
ø
período primitivo - até a 1a
fase da Revolução Industrial, quando na Inglaterra a população subiu
de cerca de 9 para l8 milhões de habitantes na 1a metade do século
XVIII. Em face disto, Malthus formulou a teoria catastrofista, segundo a qual a
população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em
progressão aritmética. ø
? primeira e segunda fase de transição demográfica -Na 1a metade
do século XIX, na Inglaterra, ainda havia uma grande concentração de renda (Foville
dizia em 1833 que ela rica "no mundo, rica em ricos"). Os movimentos
sindicalistas (não mais o cartismo, que era mais político que corporativo, mas
sim o trade-unionismo) conseguiram, ao longo do século, melhorias salariais mais
para a elite de trabalhadores e não tanto para a maioria deles. Assim mesmo no
final do século, os salários eram comprometidos em cerca de 50% para comprar
alimentos e o restante para aluguel, vestuário e outras necessidades. A TM
decresceu em 5 percentuais de 1850 até a década de 1891/90 (de 31 para 26%) em
face da melhoria das condições de saneamento básico na Europa.Como a TN ainda
estava elevada, houve um crescimento vegetativo grande, favorável à burguesia
(diminuindo o valor dos salários) e contribuindo para a grande emigração do
século XIX (cerca de 50 milhões foram para a América, Austrália e Nova
Zelândia). Neste mesmo período, em face da II fase da Revolução Industrial, a
urbanização cresceu 66% no noroeste europeu (de 26,1 para 43,4% a população
urbana) e a escolarização das crianças subiu na Inglaterra de 8 para 59%. No
final do século XIX a TN começou a baixar, em virtude destes eventos relatados
-industrialização, urbanização, melhoriias salariais, custos de educação das
crianças- portanto a Europa ingressou na segunda fase de transição demográfica .
¸
A Europa, bem como os Estados Unidos, começaram o período atual de crescimento
populacional a partir da década de 1921/30, completando, assim, sua transição
demográfica; no Japão foi pouco mais tarde.
b. Nos países subdesenvolvidos:
período primitivo até a década de 40 do século XX;
?
1a fase de transição - da década de 40 a 60 quando ocorreu a
explosão demográfica, devido à Revolução Médico-sanitária (pela ação da
Organização Mundial de Saúde, da Cruz Vermelha, de laboratórios farmacêuticos,
criação de novos medicamentos-como a penicilina, vacinação em massa) fazendo
decrescer muito a TM, enquanto a TN mantém-se elevada.
?
segunda fase: após 60, quando se deu a invenção da pílula anticoncepcional,
criou-se o movimento feminista, aumentou a urbanização (=menos filhos).O período
atual não ocorreu ainda, estando a maioria na II fase (exceção: os mais pobres
da África subsaariana e Ásia Monçônica).
C) Problema do crescimento
demográfico x produção alimentar: a fome no mundo atual
-
Conforme o Banco Mundial a
disponibilidade média planetária de alimentos é de de 3% ao ano até o ano
2.000, enquanto o CV tende a diminuir, embora atualmente os países mais pobres
(periféricos pré-industriais ou menos desenvolvidos) tem um CV = 3% e sofrem a
fome. É contrastante observar que, por um lado, os países centrais completaram
sua transição demográfica e aumentaram a produção em face da Revolução
Industrial e Agrícola; por outro lado, os países subdesenvolvidos não
completaram sua transição demográfica e ainda não solucionaram seus problemas
sociais de maior e equitativa distribuição de renda, bem como de produção de
alimentos para atender suas populações.
-
Fatores estruturais
que explicam a fome: alto CV nos "bolsões de pobreza " (África
subsaariana, Ásia Monçônica, certos países da América Latina e do Extremo
Oriente), dependência econômica (balança comercial deficitária em face
da baixa cotação dos produtos primários ou "commodities’, além de sua
manipulação pelas transnacionais), introdução da plantation
(agricultura especulativa que se apropriou de muitas e melhores terras e
desestruturou a organização tribal de subsistência na África), a
racionalidade capitalista do lucro (não para atender as necessidades do
mercado, mas para especular com sua cotação). Os fatores conjunturais são
naturais (riscos de enchentes, secas, etc.), políticos (conflitos tribais na
África, decorrentes do colonialismo europeu artificializando as fronteiras
políticas nacionais; guerras étnicas como as que ocorreram na ex-Iugoslávia).
-
Soluções
propostas ao problema do crescimento demográfico: a) Escola neomaltusiana ou pessimista (crescimento demográfico é causa e não o efeito da pobreza,
daí o Estado deve criar políticas antinatalistas e métodos
anticoncepcionais, para não desviar os seus investimentos para fins
não-produtivos, como programas de educação e de assisências às classes
populares). Hoje, os ecomaltusianos pregam a necessidade de controle da
natalidade como meio eficaz de preservção do meio ambiente, pois, segundo sua
concepção, o crescimento demográfico aumenta a demanda de recursos da natureza
e consequentemente a sua depredação. Não se pode levar efetivamente a sério
esta proposta ecomaltusiana, pois os países centrais têm 1/5 da população
mundial, mas respondem por ¾ da poluição do planeta e por grande parte do
consumo destes recursos. b) Escola reformista ou otimista- baseada nas
evidências históricas européias no século passado, em que reformas sociais
e econômicas liberaram forças produtivas, melhoraram o padrão de vida e
diminuiram a TN e assim o CV.
2. Distribuição da População
Mundial
Os limites do ecúmeno (mundo
habitado) são 78o de latitude N do Equador (bordas das Zona Polar
Ártica, onde vegeta a tundra) até 55o de latitude S (=extremo
meridional da América do Sul). A distribuição da população é irregular mais por
fatores históricos e econômicos do que naturais.
A) Fatores naturais -
a.
Relevo-
as planícies aluvionais (formadas pelos rios) e as costeiras concentram a
maior parte da população mundial (55%), vindo em seguida os planaltos (48%).
b. Hidrografia-
os rios representaram um fator de sedentariedade dos povos primitivos,
criando as civilizações de regadio no Egito (devido ao Nilo), na
Mesopotâmia (devido aos rios Tigre e Eufrates), na Índia (rios Indo e Ganges) e
na China (rios Amarelo e Azul). Além disso, hoje prestam inestimáveis serviços
de irrigação (em áreas de clima B: áridos e semiáridos), de
transportes (ex.: o S. Lourenço no NE dos EUA e SE do Canadá, o Reno na
Europa Central, o Amazonas e seus afluentes, o Paraná e Paraguai na região
platina) e geração de energia.
c. Climas-
mesmo com toda a tecnologia, os climas polares (com médias térmicas
baixíssimas e solos gelados), os desérticos (com a falta de água e
amplitudes térmicas diárias elevadas) e os equatoriais (com suas chuvas
abundantes) dificultam muito a ocupação humana.
d. Vegetação
- as florestas equatoriais, devido à suua biodiversidade e emaranhado de
árvores e cipós, dificultam a ocupação humana (ex.: Amazônia= 45% da
superfície do Brasil, mas só 2,6% de sua população).
e. Solos-
quanto mais se puder obter renda da terra, mais ela é valorizada e atrai mais
população. A terra é uma mercadoria no sistema capitalista (=renda absoluta da
terra).
B) Fatores histórico-culturais
O processo de integração
territorial de um país leva geralmente o Estado a patrocinar ou estimular a
ocupação de áreas mesmo naturalmente anecumênicas (ex.: conquista da Sibéria
pelo Império Russo; a da Amazônia e Centro-Oeste pelo Estado brasileiro; o das
pradarias e oeste norte-americano pelo Homestead Act). O litoral brasileiro
concentra 80% da população devido à colonização portuguesa; a costa L dos EUA é
bem povoada por ter sido a primeira a ser colonizada.
C) Fatores econômicos
- o trabalho humano se diversifica confforme o tipo de atividade econômica e
assim vai precisar de maior ou menor ocupação da força de trabalho (ex.:
agricultura mecanizada exige pouca mão-de-obra, enquanto a rizicultura da Ásia
Monçônica concentra quase a metade da população mundial por necessitar de muita
mão-de-obra). Em ordem decrescente, as áreas industriais são as mais povoadas,
depois as áreas agrícolas, as de criação de gado, as de extrativismo e
finalmente as de pastoreio nômade, sendo estas as menos povoadas.
·
Os fatores
a,b e c combinam-se no espaço e no tempo histórico, condicionando a evolução
econômica, a formação e a organização do espaço geográfico
(=ação do homem + natureza).
3. Migrações (ou mobilidade
geográfica das populações)
A) Fatores
- toda e qualquer mobilidade geográficaa de população está ligada a fatores de
atração e de expulsão, principalmente os de natureza econômica e, em seguida, os
de natureza política e militar (ex.: áreas industrializadas atraem
populações de lugares mais pobres; áreas onde ocorrem conflitos expulsam
população). Os fatores estruturais (ex; países desenvolvidos atraem
população, enquanto os subdesenvolvidos a expulsam, dependendo do momento
histórico) e conjunturais (ou circunstanciais- marcados por crises- podem
ser naturais, políticas e econômicas, como enchentes, guerras, recessão ou
paralisação das atividades econômicas) alteram o sentido das migrações.
·
Há uma relação
estreita entre migrações, crescimento demográfico e econômico- geralmente
quem migra é mão-de-obra já formada, recebendo salário e aumentando o mercado
interno; havendo, pois, uma dispersão populacional de áreas estagnadas
(diminuindo sua população absoluta e relativa) e uma concentração demográfica em
áreas prósperas.
B) Tipos de migrações -
quanto ao tempo de duração (podem ser definitivas e temporárias) e ao espaço de
deslocamento das populações ( podem ser internas-dentro dos países, ou
externas).
a.
Migrações
temporárias:
diárias ou "commuting"( ex.: os deslocamentos urbanos das grandes metrópoles
representados pelas migrações pendulares entre centro e periferia, cuja
intensidade depende do tamanho da área metropolitana e da valorização do solo
urbano); sazonais (dependem das estações do ano, como a transumância
entre duas áreas complementares) e por tempo indeterminado (como o
turismo, as peregrinações e o nomadismo- este ainda ocorre ainda em regiões
áridas e semiáridas, quem a pratica não tem casa fixa e se muda constantemente
de um lugar para outro em função de pastos para o gado- como na África e Ásia
central, ou devido ao comércio- como no Oriente Médio).
b. Migrações externas
- a dinâmica emigração-imigração muda nno decorrer do tempo histórico. Assim, por
exemplo, a Europa no século passado foi uma área de emigração, em face do alto
crescimento vegetativo (primeira fase de transição demográfica) e consequente
falta de terras e de empregos, das revoluções liberais e nacionalistas. Após a
II Guerra Mundial, com a reconstrução econômica propiciada pelo Plano Marshall
tornou-se uma área de imigração (simultâneamente houve a descolonização da
África e Ásia, expulsando as suas populações). A partir da Revolução
tecnocientífica (l970) mudou o perfil de oferta de empregos (mais qualificados)
e retraiu o mercado - assim, hoje, praticam-se restrições à imigração (também
feito pelos EUA pelo mesmo motivo, qual seja a recessão provocada pelas
inovações científicas).
c. Migrações internas
- das quais destaca-se o êxodo rurall, que na Europa foi intenso
nos séculos XVIII (com os cercamentos, por exemplo, na Inglaterra, aumentando a
oferta de trabalho nas cidades onde estava ocorrendo a I Revolução Industrial) e
XIX (II Rev. Industrial). Nos países periféricos se acentuou após a II Guerra
Mundial, ocorrendo uma verdadeira explosão urbana e metropolização. Iremos
estudar os fatores e os efeitos do êxodo rural.
Þ
Quanto aos fatores de expulsão- nos países centrais o êxodo rural
deveu-se à adoção de novas tecnologias (Rev. Agrícola); nos países periféricos
deve-se ao baixo padrão de vida reinante no campo, à injusta estrutura
fundiária(as terras se concentram nas mãos de poucos) e falta de apoio
governamental aos pequenos proprietários.
Þ
Quanto aos fatores de atração- nos países centrais o êxodo rural deveu-se
à industrialização(gerando empregos urbanos), enquanto nos países periféricos é
a influência dos meios de comunicação criando uma imagem fantasiosa da cidade.
Þ
Quanto aos efeitos do êxodo rural : urbanização (=aumento de população
nas cidades) que pode ser
integrada (nos países desenvolvidos, em que industrialização criou empregos e
mecanizou a agricultura, dinamizando a divisão local de trabalho- deveu-se a
fatores de modernização do campo) e
? urbanização
anômala (nos países subdesenvolvidos, especialmente naqueles que sofreram
industrialização com as transnacionais após a II Guerra Mundial, mas também por
causa daqueles fatores de estagnação no campo). Esta urbanização nos países
periféricos se manifesta através de 2 anormalidades: uma urbana (formas urbanas
modernas contrastando com uma periferia marginal sem saneamento básico e
condições humanas de habitação) e outra setorial (há uma hipertrofia do setor
terciário ou de serviços, com a presença do subemprego e do parasitismo social
de mendigos, traficantes, assaltantes, pivetes).
·
Consequências
gerais das migrações das migrações definitivas internas e externas:
Þ ocupação e povoamento de novas áreas, organizando o espaço geográfico
conforme os padrões culturais das áreas de origem dos migrantes;
Þ miscigenação étnica (ex.: colonização da América pelos europeus), difusão
cultural (em que a cultura superior predomina sobre a inferior), formação de
quistos raciais em "ghettos" (devido à discriminação de ordem cultural,
profissional ou de cor); perda de mão-de-obra ou "fuga de cérebros" (como
está ocorrendo hoje com a Europa Oriental e Rússia, em face da transição,
acarretando prejuízos para os países de emigração); proliferação de grupos
neonazistas (xenófobos e racistas como os holligans, skinheads na Europa) e restrições à imigração (como nos EUA em relação aos latinoamericanos e
asiáticos, e na Europa em relação aos africanos).Estas duas como decorrência da
carência do mercado de trabalho.
4. Estrutura da população mundial
(composição da população por idades, sexos -representada pela pirâmide etária -
e pelos setores de produção).
A) Estrutura etária e sexual -
a) Análise de pirâmides etárias:
-
As faixas etárias são 3: a de
jovens (até 19 anos), adultos (20 a 59 anos) e velhos (+ de 60 anos). O lado
direito da pirâmide mostra o percentual de mulheres; o esquerdo, de homens;
sua base revela o crescimento vegetativo (se for alto, a base é larga e
vice-versa); a altura revela a expectativa de vida (quanto < forem os
lados e o ápice da pirâmide, < é a expectativa de vida).
-
Ela demonstra o processo evolutivo demográfico de
um país, havendo 3 tipos de pirâmide: a de populações jovens com base
larga; a de populações em fase de envelhecimento; a de populações envelhecidas
- os 2 últimos tipos correspondem aos países que já completaram toda a
transição demográfica, com baixo CV.
-
Ela retrata o desenvolvimento social e econômico
dos países (países periféricos apresentam base larga e contorno afunilado
como um triângulo; países centrais tendem à uma forma retangular com uma base
estreita e ponta mais larga (relativa à maior expectativa de vida).
-
Ela mostra a população ativa e inativa e a
necessidade de investimentos sociais (países pobres tem menos PEA
(por ter mais população jovem),portanto com mais encargo econômico.
B) Fatores condicionantes da
estrutura etária:
depende das particularidades do crescimento vegetativo, das migrações (quem
migra definitivamente e a longas distâncias é o homem), de conflitos (há maior
mortalidade masculina que feminina em guerras).
C) Características da estrutura
etária e sexual das populações:
-
Nos países europeus de
população velha (ou regime demográfico senil) ocorre a redução da
fecundidade humana e da natalidade e, por outro lado, a elevação dos custos de
aposentadoria e de assistência médica e alterações no perfil social e cultural
da população (velhos são mais conservadores que os jovens).
-
Em face de sua incapacidade econômica e técnica os
países subdesenvolvidos passam por um grave dilema: precisam investir em
escolas e melhoria das condições médico-sanitárias, mas são incapazes disso (ex.: a Nigéria investe 4,l% do seu PNB de US$ 34 bilhões, enquanto os EUA
investem 13,8% do seu PNB de US$ 5,7 trilhões).
-
Conforme previsões da ONU, de l960 a 2000, a
juventude demográfica permanecerá nos países africanos (os mais pobres do
mundo); a maturidade na América Latina, S e SE da Ásia (com suas populações em
fase de envelhecimento); a velhice demográfica estará na América
Anglo-Saxônica e Ásia Oriental (já está hoje na Europa). A população idosa
evoluirá de 5% para 6,5%.
-
Em relação à estrutura sexual: um certo equilíbrio
entre homens e mulheres nos países pobres, enquanto na CEI, Europa e EUA há um
pouco mais de mulheres; a mortalidade é > entre os homens; a população ativa
feminina é maior nos países centrais e em todos os lugares ela sofre
discriminações quanto a sua inteligência e papel na sociedade, além de ser
submetida a dupla jornada de trabalho nas classes populares.
D) Distribuição setorial da PEA
(estrutura ocupacional da população)
A organização das atividades
econômicas nos 3 setores de produção é discutível, porque:
-
o setor primário é rural,
mas com a verticalização provocada pelos complexos agroindustriais ele é cada
vez mais industrializado;
-
o setor terciário antes tinha uma função
complementar aos outros (indução ao consumo de produtos primários e
secundários), mas agora aumenta a produtividade dos setores primário (pela
biotecnologia) e secundário (pela automatização, robotização e informática),
pois inclui o setor quaternário (pesquisas científicas e tecnológicas). Além
disto, a terceirização está provocando a alocação de serviços antes incluídas
apenas no terciário.
Os setores urbanos de produção
formam os circuitos superior e inferior, que são opostos, mas complementares
quanto à tecnologia (capital e trabalho-intensivo, respectivamente), organização
(burocrática e primitiva), estoques (grandes e qualitativos, pequenos), etc.
A distribuição setorial da PEA
(que trabalha e recebe uma renda) revela a estrutura socioeconômica dos países.
Assim vejamos:
a.
Países
pré-industriais- a > parte da PEA está no setor primário,
revelando muito uso de energia braçal e que o país não teve uma Revolução
Agrícola (=< submissão à natureza e + tecnologia). O espaço da produção e da
circulação é desarticulado, com pequena interdependência na divisão local e
regional do trabalho, sendo o mercado interno fraco (até a rede ferroviária
é periférica ou litorânea, ligando as áreas produtoras aos portos para facilitar
a exportação).
b. Países subdesenvolvidos industrializados da
América Latina- cerca de 25% da PEA no setor secundário e o dobro no
terciário(=hipertrofia) revelando uma industrialização desintegrada (não atende
aos interesses nacionais), tardia (após a I Guerra Mundial), multinacionalizada
e oligopolizada (pelos cartéis formados pelas transnacionais)
c. Países centrais - devido a Revolução Industrial
e Agrícola há pouca PEA no setor primário e hoje, com a Revolução
tecnocientífica, ocorre a terciarização da PEA (=deslocamento do setor
secundário para o terciário). Na tríade (EUA-Europa Ocidental-Japão) observa-se
o seguinte:
Þ Estado e grandes empresas são os grandes financiadores de pesquisas de alto
nível;
Þ
Criação de tecnópolis (cidades planejadas para desenvolverem atividades
quaternárias) estabelecendo-se uma Terceira Onda com base em 4 núcleos (eletrónica
e computação=
;
indústria espacial-?
, aproveitamento de riquezas marítimas-
? ,
biotecnologia ).
Þ Desterritorialização das ações humanas pelas infoway (apenas a gestão e
coordenação das grandes empresas ficam nos países centrais, já a fabricação não
está mais tanto condicionada à proximidade de fontes de energia e
matérias-primas).A economia industrial antigamente era agregada em grandes
centros, que se tornavam pólos de atração de outras indústrias
(congestionando os fluxos de transportes), hoje está
ocorrendo a economia de desaglomeração em face das facilidades tecnocientíficas
(=descentralização em busca de facilidades de transportes).
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