Geografia Geral - Meio Ambiente

 

 

PROBLEMAS CLIMÁTICOS LOCAIS E GLOBAIS

 

1. CARACTERÍSTICAS DO CLIMA URBANO

A cidade é um grande modificador do clima. A camada de ar mais próxima ao solo é mais aquecida nas cidades do que nas áreas rurais. A atividade humana, o grande número de veículos, indústrias, prédios, o asfalto das ruas e a diminuição das áreas verdes criam mudanças muito profundas na atmosfera local, modificando também a temperatura e as chuvas da região.

Fig. 2 – Efeito da urbanização descontrolada

 

A cidade tem formas complexas como prédios e ruas, que alteram tanto a quantidade. de. calor absorvido pela região como a direção e a velocidade dos ventos.

O aumento do calor na cidade modifica a circulação dos ventos, a umidade e até as chuvas. Materiais impermeáveis como asfalto e concreto fazem a água da chuva evaporar do solo rapidamente, reduzindo o resfriamento. As partículas lançadas na atmosfera pelos carros e indústrias propiciam o aumento da quantidade de nuvens e conseqüentemente de chuvas.

As cidades apresentam um alto índice de impermeabilização do solo, ou seja, a água das chuvas não penetra no solo devido ao asfalto e ao concreto das ruas.

 

2.  ILHA DE CALOR

A substituição dos materiais naturais pelos urbanos provoca mudanças nas características da atmosfera local. Por isso podemos observar o aumento de temperatura nos grandes centros, fenômeno chamado de ilha de calor. Ilha de calor é uma anomalia térmica, onde o ar da cidade se torna mais quente que o das regiões vizinhas Os efeitos da ilha de calor são um bom exemplo das modificações cansadas pelo homem na atmosfera. Podemos observar que a ilha de calor costuma atingir maiores temperaturas está limpo e claro e o vento calmo.

Fig. 3 – Efeitos da Ilha de Calor

 

Existem várias causas para a formação de ilha de calor nas cidades:

  • Efeito, que é o aquecimento da camada de ar mais próxima ao solo, devido à grande quantidade de poluentes na atmosfera, principalmente o bióxido de carbono;

  • A utilização. de condicionadores de ar e refrigeradores, e a fumaça dos automóveis e das indústrias provocam aumento do calor na área urbana;

  • A grande concentração de edifícios, que impede a chegada de energia solar na Superfície;

  • Em função das propriedades térmicas dos materiais urbanos, o calor é rapidamente absorvido durante o dia, mas, facilmente liberado durante a noite, gerando uma grande amplitude térmica;

  • A retirada da vegetação e a diminuição de superfícies liquidas diminuem a evapotranspiração e aumentam o calor.

3. camada de ozônio

Ozônio é uma palavra que vemos e ouvimos muito nos noticiários. E as notícias podem nos assustar. Mas antes de ficarmos assutados com as notícias, vamos entender melhor o que é o ozônio.

 

O que é o ozônio?
O desenho é aproximadamente o formato de uma molécula de ozônio. Ozônio é composto de átomos de oxigênio. O oxigênio que respiramos é composto de 2 átomos. É chamado O2.

O ozônio é composto de 3 átomos e é chamado O3. Não é muito estável e pode se quebrar em O2 muito facilmente. Há muito ozônio nas camadas altas de nossa atmosfera.

O ozônio possui o tamanho e o formato exatos para absorver a energia do Sol, que pode ser perigosa para nós. O ozônio forma uma camada que absorve alguns tipos de energia do Sol. Essa camada nos protege.

 

Qual é o problema?
O freon e outros produtos químicos sobem até a estratosfera, que é o local da atmosfera onde está a camada de ozônio.

Quando a luz solar de alta energia (1) atinge uma molécula de freon, ela se quebra e produz um átomo de cloro (2).O átomo de cloro atinge uma molécula de ozônio (3). Isso faz com que o ozônio se transforme em oxigênio comum. O oxigênio (O2) não possui nem o tamanho nem a forma exatos para absorver a radiação solar que é perigosa.

A radiação perigosa é chamada de ultravioleta. Alguma parte dessa radiação nos atinge todos os dias. O grande medo é que mais dessa radiação possa nos atingir.

A radiação ultravioleta pode alterar uma parte de nossas células da pele. Pode fazer com que cresçam desordenadamente. Isso é chamado de câncer de pele, uma cópia incontrolada das células da pele.

 

Como tudo isso começou?

 


 

Há muito tempo atrás, as geleiras usavam um gás venenoso para retirar calor. As geladeiras ainda funcionam retirando calor. O gás era a amônia e tornava a refrigeração perigosa.

Os químicos inventaram um novo gás que se comportava como a amônia, mas não era perigoso. Esse gás é o freon, que era inerte. Inerte significa que não se mistura com nenhuma substância. Parecia perfeito.

Porém, na década de 1970, os cientistas descobriram que se você adiciona energia solar a uma molécula de freon, ela se divide. Nessa época o freon era usado em sprays e em espuma plástica. As pessoas pararam de consumir o freon. Mas não pararam de usá-lo. Esse é o problema.

O medo de mais doenças é que nos faz mudar algo mais. É um grande trabalho e todos precisamos ajudar. Fale com seus amigos e professores. Discuta o problema.

P.S. de Jax: Uma das coisas que você pode fazer é agir. Use menos espuma plástica. Escreva cartas para os representantes do congresso.

 

4. INVERSÃO TÉRMICA

O deslocamento de ar na superfície da terra é de todos conhecido : é o vento. O que é menos lembrado é que este deslocamento tem duas direções : horizontal e vertical. O vento horizontal é muito usado para a impulsão de veleiros e a sua ausência, pouco apreciada pelos esportistas, é conhecida como calmaria. Os movimentos verticais são essenciais nos vôos de planadores, asas delta e de toda sorte de aves. Sua ausência é denominada de inversão.

O deslocamento vertical de massas de ar deve-se ao esfriamento progressivo da atmosfera com a altitude. Na superfície da terra está quente e, a medida que sobe, fica cada vez mais fria. Deste modo, haverá vento vertical e os poluentes dispersam com facilidade (lado esquerdo da figura). Porém, se uma camada de ar quente interrompe este esfriamento gradual, ou seja, ocorre uma inversão térmica, haverá uma parada no deslocamento vertical da massa de ar (lado direito da figura).

E quanto mais próximo for da superfície a inversão térmica, digamos a 200-300 metros de altitude, maior será a concentração dos poluentes em cima da cidade. Este fenômeno pode ser visto com freqüência sobre a cidade de São Paulo porque o ar poluído fica completamente separado do ar puro pela inversão térmica.

5. EFEITO ESTUFA

A atmosfera da Terra é constituída de gases que permitem a passagem da radiação solar, e absorvem grande parte do calor (a radiação infravermelha térmica), emitido pela superfície aquecida da Terra. Esta propriedade é conhecida como efeito estufa. Graças a ela, a temperatura média da superfície do planeta mantém-se em cerca de 15°C. Sem o efeito estufa , a temperatura média da Terra seria de 18°C abaixo de zero, ou seja, ele é responsável por um aumento de 33°C. Portanto, é benefício ao planeta, pois cria condições para a existência de vida. Quando se alerta para riscos relacionados com o efeito estufa, o que está em foco é a sua possível intensificação, causada pela ação do homem, e a conseqüência dessa intensificação para o clima da Terra. A hipótese da intensificação do fenômeno é muito simples, do ponto de vista da física: quanto maior for a concentração de gases, maior será o aprisionamento do calor, e conseqüentemente mais alta a temperatura média do globo terrestre. A maioria dos cientistas envolvidos em pesquisas climáticas, está convencida de que a intensificação do fenômeno em decorrência das ações e atividades humanas, provocará esse aquecimento. Uma minoria discorda disso e indaga em que medida esse aquecimento, caso esteja ocorrendo, se deve ao efeito estufa, intensificado pela ação do homem. Sem dúvida, que as descargas de gases na atmosfera por parte das indústrias e das frotas de veículos, contribuem para aumentar o problema, e naturalmente ainda continuarão a ser objeto de muita discussão entre os cientistas e a sociedade.

A causa fundamental de todas as situações meteorológicas na Terra é o Sol e a sua posição em relação ao nosso planeta, não devendo entender-se por isto as variações estacionais que ocorrem ao mesmo tempo que a Terra progride na sua órbita anual. A energia calorífica fornecida pelo Sol afeta diretamente a densidade do ar (o ar quente é mais leve do que o ar frio), provocando assim todos os gradientes de pressão importantes que causam o movimento do ar numa tentativa para minimizar a distribuição deles. O movimento constante da atmosfera depende, assim, do balanço de energia, fator que temos de considerar sob dois aspectos: o balanço, ou "orçamento", entre a Terra e o espaço, porque este determina a temperatura média da atmosfera, e o balanço, ou "orçamento", no seio da atmosfera em si, porque este é a causa fundamental das condições meteorólgicas.

2- O "orçamento" Terra-espaço: ganhos

O Diagrama abaixo mostra o balanço da radiação na Terra

Todos os "orçamentos" são uma questão de receita e despesa ou de entradas e saídas. Neste caso, as entradas são a radiação recebida do Sol e as saídas são a perda de radiação pela Terra. A prazo longo, estas quantidades deveriam equilibrar-se, mas no decurso da história da Terra é sabido que deve ter havido pequenos desequilíbrios, como evidenciam as ocorrências de idades do gelo. O Sol emite radiação de onda curta a uma razão que varia pouco, pelo que é designada constante solar. Esta emissão fornece a energia para toda a vida natural e movimentos no nosso planeta. Quando atinge a Terra a radiação solar é refletida, retrodifundida e absorvida por várias componentes: 6% é retrodifundida para o espaço pelo próprio ar, 20% é refletida pelas nuvens e 4% pela superfície do Globo. Deste modo, 30% da radiação perde-se para o planeta por estes processos, que coletivamente constituem o albedo. As nuvens absorvem 3% da radiação solar restante, ao passo que o vapor de água, as poeiras e outros componentes no ar contam para mais 16%. O resultado de todas estas interferências atmosféricas é garantir que apenas 51% da radiação solar incidente atinja verdadeiramente a superfície do Globo. Esta quantidade é apenas uma média e dissimula na quantidade de radiação solar que chega ao solo em diferentes pontos do planeta. Porque a Terra é esférica, as regiões tropicais são atingidas por três vezes mais radiação solar do que as regiões polares. Além disso, devido à distribuição da nebulosidade, as regiões equatoriais recebem somente mais metade da radiação solar do que a recebida pelos desertos quentes e secos da Terra, onde cerca de 80% da radiação total penetra na atmosfera atinge o solo. E nas latitudes médias nubladas a radiação solar recebida no solo é somente um terço da que se encontra nos desertos. 3-O "orçamento" Terra-espaço: perdas A entrada da radiação solar tem de ser equilibrada por uma saída de calor enviado pela Terra, o que resulta de radiação pela atmosfera. Ao contrário da radiação de onda curta, a radiação da Terra ocorre sob a forma de onda longa e é por isso muito mais absorvida pelo vapor de água e dióxido de carbono existentes na atmosfera. Da radiação emitida pelo globo terrestre (a parte sólida da Terra), cerca de 90% é absorvida pela atmosfera, que irradia cerca de 80% de novo para o solo. Deste modo, a atmosfera atua como uma cobertura ou como o vidro de uma estufa, e daí o chamado efeito estufa. Como resultado, apenas uma pequeníssima quantidade de radiação terrestre se escapa diretamente para o espaço. 4- O que está acontecendo??? O problema é que nós, os humanos, estamos adicionando cada vez mais dióxido de carbono na atmosfera ao queimarmos combustíveis fósseis para obter energia. Nós também temos adicionado gases de efeito estufa que não estão presentes naturalmente na atmosfera (Óxido nitroso e o CFC). E ainda, nós continuamos a cortar milhares e milhares de árvores por dia, fazendo com que elas fiquem incapazes de retirar o dióxido de carbono do ar e substituí-lo por oxigênio. Tudo isso faz com que cada vez mais menos radiação seja emitida de volta para o espaço. Quanto mais dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa ficarem presentes no ar, mais radiação ficará sendo emitida de volta para a Terra. Quanto mais isto acontecer mais a Terra irá ficar quente. E se a temperatura global mudar um pouquinho, isto poderá acarretar em uma série de problemas que serão discutidos no item conseqüências.

6. Conferência dá luz verde para Protocolo de Kioto

 

Estados Unidos são maiores poluidores do planetaOs ministros do Meio Ambiente reunidos na conferência sobre mudanças climáticas em Marrakesh, no Marrocos, chegaram a um acordo para a implementação do Protocolo de Kioto.

Para cumprir o prazo dado pelo presidente da conferência, Mohamed El Yazghi, os ministros negociaram até tarde da noite na sexta-feira.

Sob os termos do Protocolo de Kioto, os quase 40 países industrializados devem reduzir a emissão de gases considerados poluentes, principalmente o dióxido de carbono expelido por indústrias e veículos.

Uma parcela da comunidade científica acredita que estes gases são os responsáveis pelo rápido aumento da temperatura no planeta.

Estados Unidos de fora

O acordo, cujos detalhes ainda não estão claros, deve ser submetido a votação numa sessão plenária dos signatários de Kioto na noite deste sábado.
Pelo acordo, cada país terá uma quota de redução da emissão dos gases poluentes, mas a média é de 5,2% em relação aos níveis de 1990. Isso deve ser alcançado até 2012.
Os Estados Unidos, maiores poluidores do planeta, abandonaram o Protocolo de Kioto este ano, alegando que ele contraria os interesses do país.
Com isso, o apoio ao protocolo de países como Austrália, Canadá, Japão e Rússia se tornou vital.
Estes países formaram uma aliança tática e, juntos, têm impedido avanços em certas áreas importantes.

"Filtros" de dióxido de carbono
Um dos pontos mais polêmicos das negociações é a questão dos chamados "filtros" de dióxido de carbono - florestas e outros tipos de vegetação que absorvem este tipo de poluente e que podem ser computados na quota de redução das emissões.
Muitas concessões neste sentido já foram feitas à Rússia na última rodada de negociações em Bonn, na Alemanha, em julho deste ano.
A Rússia argumenta que suas extensas florestas absorvem uma quantidade enorme de carbono por ano e que por isso não precisa reduzir tão drasticamente o uso de carvão e petróleo.
Embora ainda não se saiba os detalhes finais do documento que deve ser ratificado logo mais, tudo indica que a Rússia poderá vender o excesso de seus créditos para o Japão.
Os 15 países da União Européia disseram que vão ratificar o Protocolo de Kioto até 2002, mas só o apoio da UE não será suficiente para tornar o acordo uma realidade.
Para que isso aconteça, o Protocolo terá que ser ratificado por pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões em 1990.