BOLETIM DA DIRETORIA DE CRIAÇÃO. NÚMERO 76. ABRIL 99.

A GENÉTICA APLICADA.

A evolução genética, expressada no genotipo e fenotipo, é interessantíssima. Controlada, mas nunca totalmente domada, pelo menos até o momento, é fascinante pela possibilidade da melhoria dos caracteres desejáveis sem ficar livre das surpresas desagradáveis.

Para compreender, e entender, o pastor alemão como se apresenta atualmente nas exposições é necessário o acompanhamento minucioso dos aspectos que possibilitaram os resultados, tanto na leitura das entrelinhas quanto no subjetivismo da genética.

Mais de uma vez li ou ouvi pessoalmente Walter Martin, proprietário do Canil Wienerau, de inegáveis serviços prestados ao pastoreirismo, afirmar que chegou até Quanto e Canto Wienerau , dois extraordinários chefes de linhas de sangue, partindo de cães, principalmente matrizes, de qualidades fenotipicas inferiores e vindos do tronco comum em Rolf Osnabrücker Land. E Walter, na época, era um iniciante na criação. Foi no faro, na banguela ou na galega como dizemos aqui às margens do Paraíba. Diriam os anglo-saxões, no feeling, que sempre foi uma característica de Walter.

Os cruzamentos Quanto/Canto (principalmente dos machos Quanto com as fêmeas Canto), com Mutz correndo por fora e Marko perdendo força aos poucos, determinaram as bases da criação alemã, e mundial, até o surgimento de outra dupla dinâmica, Uran Wildsteiger Land e Quando Arminius.

Como Quanto/Canto, Uran/Quando tiveram raízes comuns em Palme Wildsteiger Land, uma cadela fortemente influenciada pela linha Canto. O pai de Palme, Nick Wienerau tinha o encadeamento Kuno Weidtweg –Jonny Rheinhalle-Mutz e sua mãe, Fina Badsee, o encadeamento Veit Haus Köder-Asslan Klämmle-Canto. É bom lembrar que, na época, o canil v. Klämmle, assim como o v. Aducht, eram sinônimos de excelentes animais da linha Canto.

A força genética Quanto trazida por Quando Arminius é muito forte pelo encadeamento Lasso-Xaver. Além de ser pouco diluído, em duas gerações, Lasso foi o melhor filho de Quanto na criação e o seu representante, tanto fenotípico como genotípico, mais característico que existiu. A força genética Quanto-Lasso-Xaver foi tão intensa que todos os irmãos de ninhada de Quando Arminius (Queno, Quino,Quindo,Quana,Quina e Quena, todos selecionados) foram pródigos na criação transmitindo características muito semelhantes. É a força da ninhada Q Arminius presente em praticamente todos os cães atualmente existentes. A mãe de Xaver, a excelente matriz Wilma Kisselschlucht, tinha encadeamentos genéticos mais antigos, Bredo Lichtburghof-Joll Benholt-Bodo Lierberg, garantia de temperamento, e Ossi Kisselschlucht-Klodo Eremitenklause-Arras Adam Rietezwinger até chegar a Klodo Boxberg.

Assim, a força Canto de Fina/Palme não foi manifestada com muita intensidade sobre Quando.

Com Uran foi diferente. O seu pai Irk Arminius vem de um encadeamento Irk-Pirol Arminius-Cliff Haus Beck-Quanto mais fraco e diluído em três e não duas gerações como em Quando. Não houve uma força genética tão grande de Quanto, o que possibilitou uma maior penetração dos caracteres Canto trazidos por Fina/Palme.

 

Fenotipicamente, Quanto Wienerau era inferior ao seu filho Lasso Val Sole, Canto Wienerau foi selecionado II na primeira tentativa, Uran Wildsteiger Land é inferior a Eiko Kirschental e Quanto Arminius é inferior a Odin Tannenmeise. Portanto, se não existisse o olho clínico das comissões de criação da SV, dos Ortsgruppen e dos Landsgruppen, certamente não conseguiriam ter o grande destaque que tiveram na criação.

Os cruzamentos de machos descendentes de Quando Arminius e fêmeas descendentes de Uran Wildsteiger Land, e com menor intensidade o inverso , deram origem a um expressivo número de animais de grande valor fenotípico e genotípico. Para não ser cansativo cito os dois exemplos mais frutíferos: Yago Wildsteiger Land (Eiko Kirschental, filho de Uran, e Quina Arminius), Jeck Noricum (Odin Tannenmeise, filho de Quando, e Anett Noricum, filha de Uran).

Era importante achar um animal que trouxesse genotipo Quando/Uran e que lembrasse o fenotipo da linha Quanto Wienerau. Seria um encadeamento genético espetacular em qualidade fixado durante várias gerações. Numa das quatro atitudes mais felizes das comissões de criação da Alemanha nos últimos anos (as outras três serão mostradas na continuação do trabalho) foi buscado Jeck v. Noricum, RX AP, num modesto quinquagésimo-nono lugar na jugendklasse da siegerschau de 1988 (vencida por Zamb v.d. Wienerau), julgada pelo experiente juiz e excelente criador Erwin Wieser, do canil Farbenspiel, que na época fez algumas restrições ao fenotipo do animal. Em 89 Jeck foi VA9, em 90 VA8, não foi à sieger de 91, foi VA2 em 92 e, em 93, após longa luta, chegou ao posto máximo de sieger. Jeck é filho do mais bonito filho de Quando Arminius, Odin v. Tannenmeise (filho de Quando e Hasel Tannenmeise, filha de Dax Wienerau e neta de Jupp Haller-Farm, linha Mutz), e Anett v. Noricum, uma filha de Uran. Portanto, dentro do figurino.

Como Jeck é o tipão de macho Quanto-Lasso-Xaver-Quando-Odin, seria importante buscar um chefe de linha com as características Uran. Volto a lembrar que, enquanto Quando representa o que há de melhor de uma ótima ninhada, Uran representa ele mesmo, a linha Uran. Partiram de Eiko Kirschental, o mais representativo dos filhos de Uran, cuja mãe, Xitta Kirschental (Kirschental é sinônimo de ótimas matrizes), era filha de Lasso Val Sole e Nimi Kirschental (Asslan Klämmle-Canto), portanto fortemente influenciada por Quanto e Canto. E olhem que Eiko havia caído de sieger em 88 para V3 em 89. As atenções foram centradas em Yago Wildsteiger Land, um filho de Eiko com Quina Arminius, irmã de ninhada de Quando, e que foi colocado em décimo lugar na jugendklasse da siegerschau de 88 (a mesma de Jeck) por Erwin Wieser. Yago foi V16/89, VA9/90 e VA5/91. Compacto, muito boa cabeça, lindas linhas gerais muito parecidas às de Uran e Eiko (particularmente acho Yago uma versão ainda melhor acabada que Eiko), Yago é genéticamente uma sedimentação da linha Uran .

Na linha Canto, a grande evolução ocorreu no encadeamento genético Canto-Frei Holtkamper See-Zorro Haus Beck-Lasso Wiedenbrücker Land. Lasso morreu ainda jovem, deixando alguns ótimos filhos como a ninhada F Arminius, com destaque para Felix, Fanto (pai da VA Janka Murrenhütte) e, principalmente, o excepcional Fedor Arminius que foi V2/86 e VA7/87. Fedor tem uma espetacular influência genética Canto, trazendo uma forte consangüinidade em Jago Baiertalerstrasse (3-4) e um fenotipo Canto, apesar da também forte influência Quanto por Xando Arminius-Lasso-Quanto e Anja Reststrauch-Herzog-Adeloga-Dick Adeloga-Quanto.

A revolução Mutz Pelztierfarm iniciou com Natz Hasenborn trazendo, por seu pai, o encadeamento Dax Wienerau-Jupp Haller Farm-Jonny Rheinhalle-Mutz. Natz, apesar da forte consangüinidade Canto (3-4), chamou a atenção das comissões de criação por seu fenotipo Mutz, um achado para uma linha de sangue já em esgotamento. Do cruzamento de Natz com Quana Arminius nasceu Cello Romerau que, além da forte consangüinidade em duas excepcionais matrizes, Flora Königsbruch (3-4) e Wilma Kisselschlucht (4-3,5), trazia também forte consangüinidade no excepcional Jonny Rheinhalle. Cello foi segundo lugar na junghundklasse da sieger/86 e V3/87 e um típico representante Mutz, inclusive com as limitações quanto ao comprimento do úmero e angulação do ombro.

Nesse mesmo período, que compreendeu os finais dos anos 80 e início dos 90, surgiram outras linhas sangüíneas que, por possuírem menor força genética, ficaram na posição de auxiliares. Algumas vezes, principalmente por suas matrizes, essas linhas tiveram alguma importância na criação. Na linha Quanto temos Iso Bergmannshof e Gundo Trienzbachtal. Iso, filho de Quando Arminius, é animal muito bonito, com excelentes angulações e garupa, consangüíneo em Canto (5-5,5), foi VA8/87 com somente dois anos e meio de idade, VA2/88 e sieger em 89, não produziu machos de expressão, limitando-se a padrear algumas fêmeas de qualidades como a VA4/90 Dalli Kahler Heide e a V9/91 Drixy Murrenhütte; foi uma das maiores decepções da criação alemã dos últimos anos. O VA Gundo Trienzbachtal, um animal muito bem equilibrado, fenotipo Quanto determinado por seus pais Fax Trienzbachtal e Tannia Trienzbachtal, chegou a VA/86 também aos dois anos e meio, não veio precedido das mesmas expetativas que Iso mas cumpriu o seu papel na criação alemã. Produziu alguns animais de qualidades como a V1 Tenni Trienzbachtal, o VA9/88 e VA5/89 Don Lennefetal, o V5/89, V7/90 e V10/91 Bond Trienzbachtal, o VA6/89 e VA2/90 Jack Trienzbachtal, a VA8/89 Ciola Trienzbachtal, a siegerin/89 Inka Eichvaldhütte e o V10/90 Eros Baiselsberg (pai da VA6/93 Berthas Oline) . O encadeamento genético Quanto-Dick-Grando-Elch Trienzbachtal-Fax-Gundo e Jack deu excelentes animais como a VA5/91 Vanta Wiesenborn , o décimo sétimo lugar na junghundklasse/92, VA9/93, VA6/94, VA3/95, VA2/96, VA3/97 Cash Wildsteiger Land, o animal que, até hoje, mais foi VA na história do pastoreirismo. Na linha Canto Wienerau, o sieger Dingo Haus Gero jamais foi perpetuado por seus filhos com a intensidade esperada, o mesmo acontecendo dom Yambo Wildsteiger Land que, apesar de filho de Uran, tinha todas as características da linha Canto. O caminho encontrado foi por Canto-Canto Arminius-Sonny Badener Land-Tell Grossen Sand e o primeiro lugar na jugendklasse/87, VA7/88, VA2/89 e sieger 90 e 91 Fanto Hirschel, um ótimo animal com consangüinidade em Canto, Quando e Mutz. Finalmente, a linha Mutz encontrou em Fando Südblick uma linha auxiliar importante que sempre correu por fora.Fando, um lindo animal com ótimas angulações e um tipo médio muito harmonioso, subiu de V22/86 para V2/87, VA9/88 e VA8/89. Consangüíneo em Canto e Quanto, Fando tem fenotipo Mutz fortemente influenciado por seu pai Kim Michaelswiese-Nick Wienerau-Kuno Weidtweg-Jonny-Mutz.

A criação alemã, nessa altura do campeonato, tinha a linha Quanto representada na ponta por Jeck Noricum e Yago Wildsteiger Land, secundados por Jack Trienzbachtal; a linha Canto representada na ponta por Fedor Arminius, secundado por Fanto Hirschel e a linha Mutz representada na ponta por Cello Romerau, secundado por Fando Südblick. É lógico que outros encadeamentos genéticos surgiram, tiveram alguma importância mas nunca alcançaram o brilho de primeira grandeza dos animais citados.

Com a amálgama entre esses animais, entre eles e os descendentes ou ascendentes dos outros e entre os seus descendentes, a criação alemã deu um novo passo genético e na qualidade geral. Na junghundklasse de 1987 ocupou o segundo lugar Mark Haus Beck, filho de Fedor e Quina Arminius. Nessa mesma classe, ocupou o quarto lugar Jack Trienzbachtal, mostrando que a evolução entre as linhas de sangue se dá aos saltos em períodos de tempo diferentes. Trazendo espetaculares consangüinidades em Wilma Kisselschlucht, Canto, Quanto, Sara Sonnenberg e ninhada X Arminius, tendo ainda no CRO mais duas excelentes matrizes, Palme e Fee Weihertürchen, Mark, um cão muito harmonioso, médio e com excelentes angulações e garupa, foi VA5/88 e VA4/89, já mostrando o seu grande potencial como padreador da linha Canto. Em 1989 surgiu o primeiro filho importante de Mark, Nickor Holledau, ganhador da jungendklasse, sendo VA5/90, VA4/91, VA3/92 que, infelizmente, não ganhou a projeção esperada como reprodutor embora produzisse muitos filhos de qualidades. Na junghundklasse/90 aparecem dois filhos de Mark que fariam sucesso na criação, o dinamarquês Folemarkens Jasso, sexto colocado, V1/91/92 e o italiano Vax Dolomiten, décimo colocado, V14/91, V11/92. Em 91, desponta no primeiro lugar da junghundklasse talvez o mais bonito filho de Mark, Kimon Dan Alhedy’s Hoeve, VA7/92, VA4/93 e sieger/94. Ainda destaco dois filhos de Mark, Norfu e Natz Mönchberg, animais que não atingiram os primeiros lugares nas siegers de jovens e adultos mas produziram vários filhos de qualidades.

Embora já a partir de 1988 Cello Romerau apresentasse bons filhos, como o V9/90 Amigo Loher Stein, foi na junghundklasse/90 que começou a sua ascensão como extraordinário manancial genético, com o ganhador da classe, VA7/91, VA5/92 e VA2/93 Atlas Bad-Boll (filho de Celso e Reni Ambachtal, neta de Quando) e o terceiro lugar , V3/92, V1/93 Cim Ecknachtal (filho de Cello e Tigrise Wildsteiger Land, filha de Palme). Em 91, Hermann Martin pinçou para VA9 Hoss Hasenborn, chamando a atenção para esse filho de Cello que, embora consangüíneo em Canto e Quanto, e ascendência em Marko, tinha traços marcantes da linha Mutz; Hoss foi ainda VA6/92, VA3/93 e VA3/94.

Na junghundklasse/91, julgada pelo experiente A.J. Platz, ganha por Kimon, num até que modesto 25o lugar surgia Ulk Arlett, na época com algumas restrições ao antebraço e à garupa caída. Ulk evoluiu para V7/92 VA6/93, VA2/94 , ainda com restrições aos antebraços e, agora, ao comprimento da garupa, todos julgados por Hermann Martin. Em 95 Ulk , filho de Yago em uma filha de Fedor, Dolly Arlett, chegou a sieger, julgado agora por Peter Messler que não viu no animal as deficiências fenotípicas antes citadas (isso mostra que julgamentos de um animal jovem são relativamente subjetivos, pois os desenvolvimentos ósseo e muscular ainda estão em andamento). Completou-se o espetacular seguimento genético Uran-Eiko-Yago-Ulk, com animais muito parecidos entre si.

Somente em 91 surgiu o primeiro filho importante de Jeck Noricum, tendo Xanto Grauen ocupado o sétimo lugar na junghundklasse. A jugendklasse do mesmo ano foi ganha por Visum Arminius, filho de Jeck e Ratta Arminius, filha de Fedor e irmã de Rony Arminius. Visum, após um desastroso centésimo-vigésimo lugar na sieger/93, foi VA4/94, VA2/95 e sieger/96. Nessa mesma classe apareceram outros dois animais com destaque na criação: Apoll Laacher-Haus, no segundo lugar, sendo V9/92, V2/93, V3/94 e VA10’95 e Zito Noriswand, no sexto, sendo V17/92. A junghundklasse/92 foi ganha por Ero Batu, V13/94.

Num talvez modesto décimo-sétimo lugar na junghundklasse/92 surgiu Cash Wildsteiger Land, com algumas restrições no seu fenotipo, animal que iria dar um grande impulso no encadeamento Gundo-Jack Trienzbachtal. Cash, filho de Jack, foi VA9/93, VA6/94, VA3/95, VA2/96 e VA3/97, demonstrando o seu magnífico fenotipo e o forte temperamento.

Nesse momento da criação alemã, além das feras citadas surgiram outros padreadores. Na linha Quanto, Odin produziu Zamb Wienerau, sieger de 92, pai de Tony Wienerau, Vimo Wienerau, de algum destaque, e as estrelas, os VAs Nero Hirschel e Esko Wienerau. Ainda em Quanto, Enzo Burg Aliso, filho de Quando Arminius, obteve sucesso principalmente pelo seu neto Wanko Lippischen Norden (filho de Quanto Coroninas). Na linha Canto, um irmão de Fanto Hirschel, Frei Hirschel, alcançou algum sucesso através do seu filho Amigo Belgier, ocupante, por algumas vezes, dos primeiros lugares entre os Vs. Ainda na linha Canto, destaques para Rony Arminius, filho de Fedor, e Jello Wienerau, também filho de Fedor e pai do excelente padreador Hanno Wienerau.

Chegamos ao período 94/95, quando houve uma importante mudança na Alemanha. Faleceram Walter Martin (Canil Wienerau) e Hermann Martin (Canil Arminius), presidente da SV por muitos anos, e Ernst Beck (Canil Haus Beck) saiu da direção de criação da SV, cargo que ocupou também por longos anos. Por mais de uma década Hermann julgou os machos adultos e Beck as fêmeas adultas das siegers. A partir de 1995, os machos adultos passaram ao julgamento de Peter Messler, criador competente pelo canil Von Tronje, eleito presidente da SV, e as fêmeas adultas começaram a ser julgadas por Helmut Buss, proprietário do tradicional canil Lärchenhain.

Algumas mudanças foram visíveis para quem acompanha os resultados das siegers. Muitos canis tradicionais, como Kirschental e Trienzbachtal, diminuíram as suas participações, o primeiro pela idade do seu proprietário, o extraordinário Karl Füller, e também pelo maior interesse nas provas de pastoreio, o canil Haus Beck praticamente não mais inscreveu animais, os descendentes de Walter Martin não mostraram muito interesse em continuar criando, pelo menos no nível das siegers. Felizmente, Waltraud Martin vem dando continuidade ao trabalho de Hermann Martin, ganhando o grupo de criadores/98 tendo como companheiros do VA Karly, animais novos como Oscar V27, Valium quarto/junghundklasse, Saskia também quarto/jhkl e a lindíssima filha de Ursus Batu ganhadora da jungklasse, Zambia Arminius. Alguns canis tradicionais aumentaram as suas participações, como o Noriswand, o Piste Trophe, o Tronje, o Agrigento, o Zenteiche e o Arlett. Canis antigos voltaram a ter destaque maior como o Holtkämper See, o Kahler Heide, o Winnloh, o Urbecke, o Holzheimer-Linde, o Hirschel, o Fiemereck, o Roten Matter, o Hühnegrab e até o Aducht. E surgiram muitos canis novos, principalmente no nível da sieger, como o Hawelkaweg, o Zellwaldrand, o Lammersbeek, o Wolfsmatte,etc. Continuaram em grande atividade os esteios Bad-Boll, Hasenborn, Wildsteiger Land, o Farbenspiel, o Batu, o Blue Iris. Canis estrangeiros passaram a ter uma participação mais efetiva. Liderados pelos italianos della Valcuvia, Loggia dei Mercanti e Templari surgiram com força o norte-americano Steffen-Haus, o espanho Nellican, o francês Val D’Anzin e continuou firme o holandês Dan Alhedy’Hoeve.

Duas outras mudanças foram marcantes para o estágio atual da criação alemã.

Primeiro uma maior diversidade de canis ocupando os primeiros postos das classes de jovens e as classes de adultos (gebrauchshundklasse).

A segunda, mais técnica, foi a nova apresentação dos grupos de progênie. Até 1994, os cães eram classificados em grupos, numerados em ordem crescente conforme a sua importância para a criação. Um cão do primeiro grupo era mais importante que um do segundo grupo, e assim por diante. Pela evolução qualitativa/quantitativa da sua progênie um cão podia subir ou descer de grupo.

A partir de 1995, os animais participantes dos grupos de progênie passaram a ser apresentados por sua linha de sangue, com fotos, dados sobre as qualidades e defeitos dos seus filhos e há quantos anos o mesmo ocupa o seleto grupo de progênie. Acho que ficou mais didático e valorizou muito a importância do padreador dentro da sua linha sangüínea.

A tabela mostra a evolução do grupo de progênie desde 1994:

Ano

Número Grupos

Cães na Sieger

Cães na Progênie

% DO TOTAL

1994

40

1141

756

66.3

1995

37

1207

690

57.2

1996

37

1227

697

56.8

1997

38

1327

805

60.7

1998

44

1233

677

54.3

 

 

Nos julgamentos das progênies são levados em conta: uniformidade, tipicidade em relação ao pai, diferenciação de sexos, proporções dos conjuntos, tamanho, substância, firmeza e ajuste geral, fortaleza dos ossos, construção anatômica e movimentação.

O conhecimento, pelo menos parcial, dos animais que compuseram os grupos de progênie nos últimos quatro anos é essencial para o conhecimento atual da criação pastoreira mundial. Esses animais, com resumos das análises das suas progênies, são apresentados a seguir.

Linha Mutz Pelztierfarm.

a1- Karo Asbacher Land (Putz Arjakjo, Jupp Haller Farm, Jonny, Mutz).

a11- Mark Oberriedertal (Lido Bohrertal, filho de Karo, e Rommi Hochfirst).

Grupo com boa uniformidade e boa conformação anatômica, medianamente forte, algumas limitações na firmeza dos ligamentos e também nos úmeros e garupas, muito boa pigmentação com olhos escuros, sendo o macho uma boa alternativa para fêmeas das linhas Quanto e Canto.

a2- Fando Südblick (Kim Michaelswiese, Nick Wienerau, Kuno Weidtweg, Jonny, Mutz).

a21- Lasso Haus Babilon (Fando).

Grupo bem homogêneo, com muita tipicidade em relação ao pai, tamanho mediano com boa fortaleza de ossos, frente correta, algumas restrição ao comprimento/posição umeral, movimentação muito harmoniosa e sendo esse macho uma ótima alternativa para fêmeas das linhas Canto e Quanto.

a22- Ajax Haller Osning (Fando).

Grupo muito homogêneo, machos muito expressivos e fêmeas bem femininas, boa proporção altura/comprimento, firmeza de ligamentos, tamanho mediano e algumas limitações no comprimento/posição da garupa.

a23- Yugo Michaelswiese (Fando).

Grupo muito homogêneo, com muito boa tipicidade em relação ao pai, medianamente forte na estrutura, bem pigmentado, algumas limitações no comprimento umeral, sendo este macho uma boa alternativa para fêmeas das linhas Canto e Quanto.

a3- Cello Romerau.

a31- Ursus Steinhägerquelle (Atlas Bad-Boll).

Grupo com proporções corretas, firme, frente correta, movimentação vigorosa e bem pigmentado, com alguns elementos com implantação alta da cauda. Algumas restrições às alturas de alguns machos. Boas angulações e frente correta.

a32- Natz Romerau (Cim Ecknachtal).

Grupo com boa uniformidade, firmeza de ligamentos, com movimentação ampla e vigorosa e com limitações no comprimento e posição da garupa, sendo alguns exemplares muito profundos.

a33- Hoss Hasenborn (Cello Romerau).

Grupo de desejável tamanho mediano, bem ajustado e firme, com pequenas limitações no comprimento e posição do úmero, com movimento amplo e vigoroso e grande número de animais selecionados. Nos anos posteriores melhoria dos úmeros.

a34- Eros Luisenstrasse (Cello).

Grupo numeroso, muito uniforme, alguns animais alongados, bom comprimento dos ossos, fêmeas com tendência a grandes, acentuada firmeza dos ligamentos, algumas limitações no comprimento/posição de garupa e úmero, frente correta, movimentação muito harmoniosa, sendo um grupo de destaque pela qualidade.

a35- Cim Ecknachtal (Cello).

Grupo uniforme e bem proporcionado, sobretudo em relação aos ossos dos membros, firme e bem ajustado, marcadas angulações dianteiras e traseiras e com algumas limitações no comprimento e posição do úmero.

a36- Bravos Steffen Haus ( Hoss, Cello).

Grupo com animais de tamanho mediano, harmoniosos, medianamente fortes e bem angulados nos posteriores.

a37- Prall Trienzbachtal (Zigo Trienzbachtal, Kerry Haus Gero, Cello)

Grupo harmonioso, frentes corretas, com cernelhas planas e ossaturas fortes.

a38- Lenon Val D’Anzin (Eros).

Grupo harmonioso, típico do pai, alguns animais alongados, tamanho no limite do padrão, boa fortaleza de ossos, firmeza de ligamentos e passadas amplas.

 

 

b- Linha Canto Wienerau.

b1- Argus Aducht (Argus Klämmle, Canto).

b11- Miro Holtkämper See ( Ork Wertheraner Land,Manto Overledinger Land,Quanto

Lärchenhaim, Quai Boxhochburg, Argus).

Grupo bem proporcionado, tamanho médio, correta construção, sendo esse macho uma alternativa para fêmeas Mutz e Quanto.

b2- Canto Arminius.

b21- Fanto Hirschel ( Tell Grossen Sand, Sonny Badener Land, Canto Arminius, Canto ).

Grupo bem pigmentado, aceitavelmente parecido ao tipo paterno, fêmeas bem femininas, bem proporcionado, boa relação altura-comprimento, muita firmeza ligamentar, movimentação vigorosa, alguns exemplares com alcance anterior insatisfatório pelas limitações umerais, grande quantidade de animais selecionados, continuando este macho a ser uma boa alternativa para a criação.

b22- Amigo Belgier (Frei Hirschel).

Um grupo muito homogêneo, sobretudo entre os machos, bem pigmentado, alguns exem-

plares alongados, boa firmeza e tamanho mediano, com algumas exceções bem consti-

tuídos, boas garupas, sendo alguns exemplares de excepcional qualidade. Alguns

animais com alguma limitação na posição e comprimento do úmero.

b23- Lärry Grapenhof (Lupo Klosterbogen, Fanto, Tell, Sonny, Canto Arminius, Canto).

Grupo bem homogêneo, bem proporcionado, tamanho correto, ainda não muito firme nos

ligamentos, cabeças fortes e algumas restrições ao posicionamento/comprimento de

úmero e garupa.

b24- Quartz Templari (Amigo Belgier).

Grupo homogêneo, animais de tamanhos dentro do padrão, boa firmeza ligamentar, des-

taque para as boas garupas, boa harmonia, passadas rendosas e algumas restrições ao

posicionamento/comprimento umeral.

b25- Pitt Tronje (Amigo Belgier).

Grupo grande, típico do pai e boa diferenciação de sexos, com muito boa proporção dos ossos dos membros, machos grandes com muita firmeza de ligamentos, com muito boas linhas superior e inferior e corretas angulações, frente correta, boa garupa, boa pigmentação com máscara muito marcada e passadas rendosas.

b3- Fedor Arminius (Lasso Wiendebrücker Land, Zorro H. Beck, Frei Holtkämper See,Canto).

b31- Eiko Dänischen Hof (Lauser Wildsteiger Land, Fedor).

Animais de fundo amarelo com capa preta e cinzas, devido à cor cinza do pai, alguns exemplares profundos, firmes e com sólida constituição anatômica, algumas limitações no comprimento e posição da garupa e com alto índice de selecionados.

b32- Nutz Mönchberg (Mark Haus Beck, Fedor).

Grupo muito uniforme, alguns exemplares alongados, tamanho mediano, boa construção anatômica, marcada firmeza, alguns exemplares com frentes não corretas. Movimentação vigorosa.

b33- Quando Bohawald (Darius Wattenscheid, Fedor).

Grupo uniforme, fiel ao tipo paterno, nem todos os machos com marcada masculinidade,boas proporções, boa firmeza, passos amplos e vigorosos e alguns exemplares com limitações no comprimento e posicionamento umeral.

b34- Hanno Wienerau (Jello Wienerau, Fedor).

Grupo homogêneo, fiel ao tipo paterno, marcadamente seco e firme, boa construção anatômica com bom comprimento e posicionamento da garupa. Alguns exemplares com orelhas implantadas algo abertas e outros poucos deveriam ter melhores frentes. Grande número de exemplares selecionados.

b35- Karly Arminius (Kimon Dan Alhedy’s Hoeve, Mark, Fedor).

Grupo chamativamente uniforme e harmônico,com marcada firmeza, na sua maioria os exemplares apresentam corretas angulações anteriores e posteriores. Movimentação vigorosa com bom comportamento do dorso.

b36- Kimon Dan Alhedy’s Hoeve (Mark, Fedor).

Grupo bem homogêneo, com machos com marcada masculinidade, boa firmeza ligamentar, bem proporcionado, a maioria com boas angulações anteriores e posteriores e passada amplas e vigorosas.

b37- Lasso Neuen Berg (Jasso Folemarkens, Mark, Fedor).

Grupo muito homogêneo, com a tipicidade do pai, muito bons tipos tanto das fêmeas como dos machos, ótimas proporções altura/comprimento, tamanho mediano, muito firme, frente correta, cabeças fortes entre os machos, fêmeas bem femininas atestando a ótima qualidade.

b38- Zack Mühlitalleiten ( Darius Wattenscheid, Rony Arminius, Fedor ).

Grupo bem homogêneo, com boas proporções entre altura/comprimento, algumas restri-

ções à firmeza de ligamentos e ,algumas vezes, a cernelhas planas.

b39- Kratmosens Gambo (Jello Wienerau, Fedor).

Grupo com muito boa homogeneidade, com tipo muito parecido ao do pai, tamanho medi-

ano, bem pigmentado e firme de ligamentos.

b40- Quanto Brunnenstrasse (Jello).

Grupo homogêneo, com destaque para a qualidade das fêmeas, corretas proporções e

qualidades gerais, tamanho mediano, marcadas angulações e bom comprimento da garu-

pa.

b41- Jumbo Dolomiten (Lasso Neuen Berg).

Grupo bem homogêneo, tipicidade do pai, alguns machos alongados, alturas nos limites do

padrão, bom comprimento/posicionamento umeral e boas frentes.

b42- Natz Steigerhof (Nutz Mönchberg,Mark).

Grupo muito homogêneo, tipicidade do pai, qualidade superior das fêmeas, machos gran-

des, firmeza de ligamentos, corretas proporções, bom comprimento ósseo, boa garupa,

ótima pigmentação com máscara bem marcada.

b43- Jello Michelstädter Rathaus (Karly).

Grupo muito homogêneo, com ótimo tipo paterno, muito boas proporções, tamanho no limite do padrão, especialmente fêmeas grandes, boa firmeza de ligamentos, boas angulações dianteiras com úmero de bom tamanho e bom alcance anterior.

b44- Zapp Mönchberg (Natz).

Grupo parecido ao pai embora a pigmentação nem sempre seja a mesma, machos algumas vezes alongados com boa firmeza ligamentar, tamanho mediano, boa angulação anterior e muito boa angulação posterior e passadas vigorosas.

b45- Leif Noriswand (Hanno Wienerau, Jello,Fedor).

Grupo grande e muito homogêneo, com boa diferenciação de sexo, corretas proporções, firmeza de ligamentos, grandes dentro do padrão, muito boa pigmentação, corretas angulações e muito boas frentes com passadas amplas e vigorosas.

b46- Sämmo Fiemereck (Kimon).

Grupo bem homogêneo, tipicidade do pai, correta proporção altura/comprimento, firmeza de ligamentos, tamanho pouco grande, corretas angulações especialmente a anterior, muito boa pigmentação com máscara marcada, algumas vezes orelhas grande, passadas harmoniosas.

c- Linha Quanto Wienerau.

c1- Gundo Trienzbachtal (Fax,Elch,Grando Patersweg, Dick Adeloga, Quanto).

c11- Cash Wildsteiger Land (Jack Trienzbachtal, Gundo).

Grupo bem uniforme, tamanho mediano, alguns exemplares machos alongados, boa firmeza geral, movimentos vigorosos e amplos, algumas restrições ao comprimento/posição do úmero, ossatura medianamente forte, alguma limitação na posição/comprimento do úmero.

c12- Watz Knoblauchsland (Cash, Jack, Gundo).

Grupo com suficiente homogeneidade, com tipo do pai ainda não muito caracterizado,

tamanho mediano dos animais e algumas restrições ao comprimento do úmero e posição

e comprimento da garupa.

c2- Uran Wildsteiger Land (Irk Arminius,Pirol Arminius,Cliff Haus Beck,Quanto).

c21- Falk Klostergraben (Arak Hohmannsfield, Uran).

Grupo bem homogêneo, bem pigmentado, alguns exemplares alongados e profundos, com

alguns casos de inadequada firmeza geral, cadelas grandes e machos medianos, sólida

construção, passadas vigorosas e algumas vezes restrições ao comprimento/posição

do úmero e correção da frente.

c22- Flick Arlett (Yago Wildsteiger Land, Eiko Kirschental, Uran).

Grupo homogêneo, com marcada diferenciação dos sexos, alguns elementos profundos e

marcadamente alongados, boa construção geral, alguns casos em que o peito deveria ser

mais desenvolvido na sua região inferior, passos amplos e vigorosos, machos muito ex-

pressivos e fêmeas bem femininas e muito boas angulações. Grupo de muita qualidade.

c23- Ulk Arlett (Yago).

Grupo com grande firmeza dos ligamentos, anatomicamente bem construído, com

comprimento e posicionamento normais da garupa e do úmero, alguns casos com pro-

fundidade de peito pouco desenvolvida, movimentos vigorosos e grande número de sele-

cionados, muito bom tipo parecido ao do pai.

c24- Shanto’sXano (Flick).

Grupo homogêneo entre os machos, com algumas restrições entre as fêmeas, altura den-

tro do padrão, alguns animais com pouca profundidade de peito e alguma restrição às

passadas anteriores.

c25- Jason Haus Lacherom (Ulk).

Grupo homogêneo, marcada diferenciação de sexos, com grande qualidade dos machos,

com boa proporção altura/comprimento, alguns casos de animais alongados, tamanho

mediano, alguns casos de deficiente firmeza ligamentar, algum reparo no comprimen-

to/posição de garupa e boa movimentação a não ser alguns animais com passadas an-

teriores deficientes.

c26- Nicco Arlett (Ukl).

Grupo com muita semelhança ao pai, diferenciação de sexo não muito marcada, boa

proporção altura/comprimento, preponderância de machos grandes, corretos comprimen-

tos dos ossos, boa firmeza ligamentar, alguns animais com orelhas grandes, passadas

fortes e rendosas.

c27- Gildo Wildsteiger Land (Axel Kleinen Birke, Yago).

Grupo homogêneo, a não ser algumas diferenças na coloração, fêmeas bem típicas, ma-

chos grandes e com muita firmeza de ligamentos, frentes corretas e boas angulações.

c28- Vando Moorbeck (Ulk).

Grupo com harmonia satisfatória, tipicidade do pai, tendência ao alongamento, ossatura muito forte, tamanho mediano, firmeza ligamentar, muito expressivo e olhos escuros, bom comprimento umeral com alguma restrição à sua posição.

c29- Idol Jahnhöhe (Ulk).

Grupo bem homogêneo, boa diferenciação de sexo, típico do pai, boas proporções, machos grandes, em geral boa firmeza ligamentar, muito expressivos com muito boa pigmentação, algumas limitações no comprimento/posição umeral, movimentação com forte impulsão.

c30- Rikkor Bad-Boll (Ulk).

Grupo grande e muito homogêneo, típicidade do pai, boa diferenciação de sexo, muito boas proporções, acentuada tendência ao tamanho médio, muito boa firmeza ligamentar, muito boa pigmentação com frentes corretas, algumas limitações no comprimento/posição umeral e da garupa e a harmonia do grupo mostra a importância dessa linha paterna.

c3- Quando Arminius ( Xaver Arminius, Lasso Val Sole, Quanto ).

c31- Wilko Kirschental (Jeck, Odin,Quando).

Grupo homogêneo, com tendência ao alongado, ossos deveriam ser mais fortes, norma-

lidade de firmeza, alguns casos com inserção aberta de orelhas e algumas limitações ao al-

cance anterior.

c32- Karo Tweelerland (Jeck).

Grupo não muito uniforme, limitado quanto a firmeza geral, alguns casos com linha supe-

rior carpeada, alguns casos com úmero reto e pouca amplitude de passadas, proporções

normais.

c33- Lux Valdovin (Zamb Wienerau, Odin, Quando).

Um grupo de grande tipicidade em relação ao pai, homogêneo, boa diferenciação dos se-

xos, alguns exemplares alongados, marcada firmeza, com frente correta, passadas amplas

e vigorosas com bom comportamento do dorso e muitos animais selecionados.

c34- Wobo Lärchenhain (Chico Lohner Heide, Zamb,Odin,Quando).

Grupo uniforme, bem pigmentado com máscara bem definida, tamanho mediano, boa fir-

meza e corretas proporções.

c35- Zito Noriswand (Jeck).

Grupo muito uniforme ao tipo paterno, muito bem pigmentado, boas proporções com algu-

mas fêmeas alongadas, tamanho mediano, marcada firmeza, alguns exemplares com limitações no comprimento e posição do úmero e garupa e grande número de selecionados.

c36- Ero Batu ( Jeck).

Grupo uniforme, com marcada diferenciação entre os sexos, marcada firmeza, alguns

animais deveriam ser mais expressivos, bem construído, com destaque para a conforma-

ção do dorso e muito boa posição e comprimento da garupa, alguns exemplares com ten-

dência a abertura dos dedos e com alta percentagem de selecionados.

c37- Iso Kirschental ( Jeck).

Grupo com falta de uniformidade e pigmentação suficiente, alguns animais podendo ser

mais expressivos, ossatura forte nas fêmeas, alguns machos poderiam ser mais fortes,

alguns casos com orelhas abertas e limitações na posição e comprimento da garupa.

c38- Gorbi Bad-Boll (Enzo Burg Aliso, Quando).

Boa uniformidade, boa fidelidade ao tipo paterno, a maioria bem pigmentada, tendência

ao excessivo tamanho, marcada firmeza, alguns casos com limitações na posição e

comprimento do úmero e com frentes incorretas, grande número de selecionados.

c39- Zamb Wienerau (Odin,Quando).

Muito boa uniformidade e semelhança ao tipo paterno, muito boa pigmentação, alguns

machos e fêmeas excelentes, acentuada firmeza, alguns exemplares com limitações

na posição e comprimento da garupa, passos amplos e vigorosos e grande número

(83%) de selecionados.

c40- Apoll Laacher-Haus ( Jeck).

Grupo homogêneo, com marcada diferenciação dos sexos, tamanho mediano, ligamentos bastante firmes, alguns animais com limitações na posição e comprimento umeral e frentes incorretas, passadas amplas e vigorosas e grande número de selecionados.

c41- Gabin Befroi Arlesien (Zamb).

Grupo homogêneo, com marcada firmeza, boas proporções, alguns poucos exemplares

poderiam ter a frente mais correta, alguns casos com limitações no comprimento e

posicionamento da garupa e inserção muito alta da cauda.

c42- Nero Hirschel (Zamb).

Grupo muito homogêneo, alguns exemplares não muito expressivos, tamanho mediano,

boa construção anatômica com cabeça forte, alguns casos com orelhas implantadas muito

abertas e movimentação vigorosa.

c43- Jeck Noricum.

Marcada homogeneidade, grande fidelidade ao tipo paterno, alguns exemplares já mos-

trando a continuidade da linha paterna, bem proporcionado, tamanho mediano, marcada

firmeza ligamentar, passadas vigorosas e amplas e grande número de selecionados. Jeck é um reprodutor que deve sempre ser lembrado.

c44- Visum Arminius (Jeck).

Grupo numeroso de tipo similar ao pai, muito homogêneo, tamanho mediano, muito bem

proporcionado, passadas amplas e vigorosas e grande quantidade de selecionados.

c45- Yassko der Roten Matter (Jeck).

Grupo homogêneo, tipo parecido ao do pai, com destaque para as fêmeas, muito bem

proporcionado, ossatura medianamente forte, muito firme de ligamentos.

c46- Xino Hohen Erle (Jeck ).

Grupo ainda não muito homogêneo, boa diferenciação de sexo, boas proporções compri-

mento/altura, tendência ao tamanho grande, restrições ao comprimento/posição de úmero

e correção da frente, subpeito pouco profundo e orelhas grandes.

c47- Sasko Noriswand (Zito, Jeck).

Grupo homogêneo e harmonioso, tamanho grande no padrão, muito firme nos

ligamentos, frente correta, orelhas firmes e subpeito pouco profundo.

c48- Berthas Vinner (Gorbi Bad-Boll, Enzo Burg Aliso, Quando).

Marcada diferenciação de sexo, tamanho grande no padrão, boa firmeza liga-

mentar, boa posição e comprimento da garupa, ótimas angulações posteriores e frente

correta.

c49- Vitus Haus-Farrenkopf (Visum, Jeck).

Melhores qualidades das fêmeas, machos com excelentes angulações posteriores, tamanho

mediano, boa firmeza ligamentar, linhas superior e inferior corretas, restrições a posição/

comprimento de úmero e forte movimentação.

c50- Zello Steinhägerquelle (Ero Batu, Jeck).

Marcado tipo ao do pai, clara diferenciação de sexo, fêmeas grandes, boa firmeza liga-

mentar, linhas superior e inferior harmoniosas, boa fortaleza de ossos e excelente propul-

são.

c51- Largo Breidenbacher-Schloss (Xanto Grauen, Jeck).

Grupo muito homogêneo, tipo muito parecido ao do pai, boa diferenciação de sexo, ma-

chos alongados, tamanho tendendo para grande, muito boa firmeza ligamentar, ótima for-

taleza óssea e úmero deveria ser mais longo.

c52- Hobby Gletschertopf (Jeck).

Grupo homogêneo, muito parecido ao pai, boa diferenciação de sexo, muito bom tipo dos

machos, muito boa proporção altura/comprimento, fêmeas grandes, boa firmeza ligamen-

tar, muito boa pigmentação e alguma limitação no comprimento da garupa.

c53- Esko Wienerau (Zamb, Odin).

Grupo com boa homogeneidade, muito boa diferenciação de sexo, machos grandes, boa

firmeza ligamentar, boa linha superior, machos muito fortes e bem pigmentados.

c54- Urk Wienerau (Gorbi Wienerau, Zamb, Odin).

Grupo homogêneo, parecido ao tipo paterno, boas proporções altura/comprimento, prepon-

derante tamanho mediano, com alguns animais grandes, boa firmeza ligamentar, boa pig-

mentação, algumas restrições a posição/comprimento da garupa, com alguma tendência

à garupa plana e passadas rendosas e forte propulsão.

c55- Matty Wienerau (Zamb).

Grupo homogêneo, muito parecido ao tipo paterno, os machos algumas vezes alongados e

altos, com boa firmeza ligamentar e boa ossatura, muito boa posição/comprimento ume-

rais e muito boa angulação posterior.

c56- Jaguar Mönchberg (Dax Haus Lach, Zamb).

Grupo homogêneo, tipicidade do pai, bem proporcionado, animais grandes, boas cerne-

lhas e boa firmeza ligamentar, alguns animais com olhos claros e/ou orelhas não firmes,

alguma restrição ao comprimento/posição umeral, movimentação forte com alguma res-

trição ao alcance dianteiro.

c57- Joker Hammelsbacher Hof (Visum).

Grupo ainda indefinido quanto ao tipo paterno, tamanho dentro do padrão, ossos medianamente fortes, bem pigmentado, restrições quanto comprimento/posição umeral e ao alcance anterior.

c58- Lord Georg Vicktor Turm (Jeck).

Grupo homogêneo, boa diferenciação de sexo, alguns animais de muito bom tipo, machos substanciosos e expressivos, tamanho dentro do padrão, firmeza de ligamentos, frentes, com algumas exceções, corretas assim como as angulações, algumas vezes olhos claros e boas passadas com dorso firme.

c59- Scott Deodatus (Gustl Wildsteiger Land, Jeck).

Grupo com tipo do pai, com especial qualidade das fêmeas, animais muito bem proporcionados, alguns machos alongados, boas proporções dos ossos dos membros, fêmeas tendendo a grandes, frente correta, algumas vezes olhos claros.

c60- Wanko Lippischen Norden (Quanto Coroninas, Enzo Burg Aliso,Quando).

Grupo homogêneo, com boa tipicidade do pai, especialmente os machos com muito bom tipo, bem proporcionado, tamanho médio, boa firmeza ligamentar, muito boa pigmentação, geralmente com frentes corretas, algumas limitações na posição/comprimento umeral e boa movimentação.

c61- Max Loggia Mercanti (Visum).

Grupo grande e homogêneo, com boa diferenciação de sexo, muito boas proporções, muito boa firmeza ligamentar, boas proporções altura/comprimento com ossos dos membros bem proporcionados, todos animais bem pigmentados e muito expressivos, algumas limitações na posição/comprimento umeral e as passadas são vigorosas.

c62- Solo Valcuvia (Visum).

Grupo bem homogêneo, tipicidade do pai e avô paterno, boas proporções, tamanho dentro do padrão, boa firmeza ligamentar, boas angulações, muito boa pigmentação, animais medianamente fortes, a não ser em casos isolados olhos escuros e boas passadas.

c63- Jango Fürstenberg (Wobo Lärchenhain, Chico Lohner Heide, Odin).

Grupo homogêneo, corretas proporções, tamanho dentro do padrão, boa firmeza ligamentar, corretas angulações, frente correta assim como a garupa, alguns exemplares com orelhas abertas, passadas amplas e poderosas.

c64- Odin Hirschel (Nero Hirschel, Zamb).

Grupo com tipicidade do pai, boa diferenciação de sexo, animais algumas vezes alongados com altura dentro do padrão, boa firmeza ligamentar, metacarpos corretos, algumas restrições no comprimento/posição umeral e alguns casos com ombros um pouco retos.

c65- Dorijan Yohaness Berg (Nero Hirschel).

Homogeneidade ainda não muito marcada, assim como a tipicidade ao pai, animais alongados, fêmeas muitas vezes grandes, boa firmeza ligamentar, boa angulação dos posteriores com boa garupa, algumas limitações no comprimento/posição umeral, alguns casos com orelhas abertas e marcha com boa impulsão e passadas amplas.

 

Nesses 86 animais está condensado todo o potencial genético da criação pastoreira alemã e, logicamente, mundial. Para isso, esses machos apresentam duas características essenciais: 1- Tipicidade fenotípica da sua linha sangüínea e 2- Capacidade de transmitir essa tipicidade de uma linha sangüínea aos seus descendentes. O processo não é estático, sendo renovado anualmente com o afastamento de alguns animais e o aparecimento de outros. A meta sempre é colocar a genética a serviço do melhoramento da criação de uma maneira mais segura possível.

Levando em conta somente os machos trabalha-se com 50% do potencial genético. Por trás desse trabalho com os machos existe um trabalho de base com as fêmeas, muito mais difícil e dependente de um fator muito importante que é o conhecimento genético básico que devem ter todos os componentes das comissões de criação e os criadores. Tudo apoiado numa extensa rede de comunicação liderada pelas indicações para a criação da SV. Como sócio da SV acompanho a persistência, a qualidade e a seriedade desse trabalho.

E daí, deve estar pensando o amigo Vecchi lá na sua bonita propriedade urborural, o que temos com o mostrado nestas longas páginas ?

Como a Alemanha detém toda a base da criação do pastor alemão, para termos no Brasil uma criação de qualidade e sustentada temos que assentá-la nesse pool genético. No passado, quando o pool era bem menor, chegamos a acompanhar com algum sucesso os alemães.

No momento, a distância é muito grande, para não dizer gigantesca, e o que é pior, tem aumentado progressivamente.

O que temos no Brasil como representação desse pool genético ? Muito pouco.

Vou citar alguns exemplos, pecando por não ter conhecimento de outros animais atualmente existentes no Brasil. Esclareço que o simples fato de o animal ser filho de determinado macho pouco significa se não possuir e não transmitir características próprias da linha de sangue do seu pai.

Em Taubaté há um filho de Eros Luisenstrasse, Clyde Wiesenborn; em Minas Gerais há um filho de Hanno Wienerau, Yasmo Wienerau; há no Rio de Janeiro um filho de Kimon Dan Alhedy’s Hoeve, Bruz Trienzbachtal; em Santa Catarina há um filho de Ulk Arlett, Aldo Steinhägerquelle; em Taubaté há um filho de Hobby Gletschertopf; Chip Antheus e há um filho de Visum Arminius em S. Paulo, Hero Wutachtal. Também há um filho de Zamb em Minas Gerais, Amos Wienerau.

Do pool alemão dos últimos 4 anos temos filhos de 6 animais, míseros 6.97% do total. Como nem todos esses seis animais são portadores da fenotipia e genotipia dos pais, o percentual deve ser ainda menor. Creio que, estatisticamente, para uma criação satisfatória deveríamos ter, pelo menos, 50% de filhos de animais do pool.

 

COGUMELOS TÓXICOS.

A morbilidade e a mortalidade provocadas por cogumelos tóxicos são muito pouco conhecidas dos criadores. Os quadros clínicos são muito floridos, sendo difícil ligar causa e efeito. A intoxicação pelos cogumelos é conhecida há séculos. Já no Século V, antes de Cristo, a mulher e três filhos do poeta grego Eurípedes morreram envenenados por cogumelos. Os cogumelos agem por através de toxinas. Várias espécies de cogumelos possuem vários toxinas e, espécies do mesmo gênero, podem conter distintas toxinas.

A muscarina faz parte do grupo dos três mais importantes alcalóides colinomiméticos naturais juntamente com a pilocarpina e a arecolina. Os sinais da intoxicação dá-se pelo exagero dos efeitos parassimpaticomiméticos.

A muscarina foi pelo primeira vez isolada do cogumelo Amanita muscaria. Outras espécies de Muscaria e as espécies Inocybe e Clitocybe possuem muito maior quantidade de muscarina que a A. muscaria, produzindo uma exacerbação dos efeitos parassimpaticomiméticos (o sistema nervoso autônomo, que funciona independentemente da vontade, é dividido em simpático e parassimpático) com uma sintomatologia florida meia a uma hora após a ingestão: salivação, lacrimejamento, náuseas, vômitos, cefaléia, distúrbios visuais, cólicas abdominais, diarréia,broncoespasmo, bradicardia, hipotensão e choque. As espécies Amanitas, na realidade, provocam efeitos neurológicos e alucinógenos devidos ao conteúdo em muscinol, ácido ibotênico e derivados ixazólicos, com sinais clínicos que variam da irritabilidade, ataxias e alucinações até os delírios, sonolência e sedação. As espécies Psilocybe(cogumelo mágico) e Panaeolus possuem a psilocybina e derivados semelhantes à tryptamina, que provocam, por ação psicotrópica, euforia e alucinações de início muito rápido. As espécie Gyromitra produzem sinais gastrintestinais e hepáticos por ação do acetaldeído methylformylhydrazone, convertido pelo organismo em hidrazinas ativas. As formas mais graves de miscetismo são provocadas pelo Amanita phalloides (apenas 50 g desse cogumelo pode ser fatal) e as espécies Lepiota e Galerina, responsáveis por mais de 90% dos casos fatais, e que agem pela amanitotoxina que provoca a inibição da enzima RNApolimerase II com o bloqueio do RNA mensageiro e conseqüente morte celular; são atingidos principalmente o fígado, paredes gastrintestinais e rins, ocasionando insuficiência hepática e renal após um período de 24 e morte entre 4 a 7 dias. O Coprinus atramentarius e o Clitocybe clavides contêm coprine que atua inibindo o metabolismo do acetaldeído após a ingestão de etanol; até cinco dias após a ingestão do cogumelo o indivíduo, ao tomar bebidas alcoólicas, pode apresentar vermelhidão da face e tronco, gosto metálico, taquicardia e hipotensão.

O miscetismo muitas vezes é grave, exigindo assistência rápida e adequada. Como alguns cães vivem em ambientes produtores de cogumelos, e não sabem, como a grande maioria dos humanos, qual é comestível e qual é o tóxico, todo o cuidado é pouco.

 

DIA 26 DE JUNHO/1999, EXPOSIÇÃO DE CRIAÇÃO DE CRUZEIRO. 

 

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