BOLETIM DA DIRETORIA DE CRIAÇÃO NÚMERO 59

RIQUETSIOSES OU RICKETSIOSES.

A imprensa tem informado sobre casos suspeitos ou confirmados de febre maculosa no Estado de S. Paulo, principalmente na região campineira. E o que tem com isto os pastoreiros? Vamos ver.

As riquétsias sao microrganismos de 0.3 a 0.5 micra ocupando uma posição intermediária entre os vírus e as bactérias. Como as bactérias podem ser corados e identificados ao microscópio comum. Como os vírus não são cultivados nos meios comuns de cultura e necessitam células vivas para a propagação. Podem ter a forma arredondada dos cocos, alongadas dos bacilos ou mesmo cocobacilares. Hipócrates, o pai da medicina, já se referia ao "typhus", fumaça ou vapor com confusãoo mental e tendência ao estupor. Autores informam que José de Anchieta já se referia em suas cartas ao "tabardillo", o tifo mexicano de hoje. Foi um brasileiro, Henrique da Rocha Lima, no Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo, ainda na primeira Guerra Mundial, quem denominou Rickettsia prowazeki os microorganismos encontrados por ele nas células gástricas de piolhos. Homenagem a H. Ricketts e Von Prowazek, vitimados pela doença durante os estudos da mesma. São infecções transmitidas por picadas de artrópodes sugadores de sangue como os carrapatos, pulgas e piolhos do corpo ou da cabeça. As riquétsias das várias espécies são causas de vários quadros clínicos, como o tifo murino ou endêmico que tem como vetor a pulga (Xenopsylla heopis) do rato que é o reservatório, o tifo epidêmico cujo reservatório é o próprio homem e os vetores são )s piolhos do corpo ou da cabeça e a febre Q que tem como reservatório um marsupial australiano.

Existe uma riquétsia,a R. rickettsii, que é a causa no homem da febre maculosa (febre das Montanhas Rochosas, febre do carrapato, febre negra ou doença azul) com mortalidade de até 20% e endêmica em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O cão, além de ser o reservatório dessa riquétsia, também atua como um verdadeiro vetor levando os carrapatos para dentro das casas. Os vetores são os carrapatos, mais especificamente os Amblyomas ( A. Cajeunense, carrapato estrela ou do cavalo, A. striatum, comum em cães, A. brasiliensis e A. cooperi). Nos EEUU os carrapatos do gênero Dermacentor ( D. andersoni,carrapato da floresta, e o D. variabilis, carrapato do cachorro). Os carrapatos sáo muito vorazes, principalmente as fêmeas, podendo permanecer sugando por horas ou dias. Os carrapatos, contaminados após sugarem cães reservatórios das riquétsias, transmitem os microorganismos ao homem através das picadas, geralmente nas regiões de pele fina e mais vascularizada.

Nós, criadores e expositores, temos a responsabilidade de evitar fazer dos nossos animais reservatórios ou vetores das riquétsias. Temos a obrigação de manter os cães livres dos carrapatos e ter muito cuidado para não trazê-los das regiões endêmicas, justamente aquelas por onde transitamos com nossos pastores com maior freqüência.

Dr. José Carlos Pereira, Diretor de Criação

 

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