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' SEM TEMOR '
Sem temor, rasga-me o peito Depois, avança como quem pressente a morte: abraça-a longamente e ressuscita-me.
Sonho-me onda mas permaneço estátua. Queria o teu riso, o teu riso infantil, para quebrar o mármore frio onde não sou e adormeço.
A lua persegue-me com os seus cristais agudos: lugar algum me salvará do medo e a noite a noite cerca-me como o pior vento.
Eu sei: há o suave arco das bailarinas, o silêncio ondulante de um corpo em chamas a memória da cidade ardendo. A embriaguez irrecusável de tudo o que é vago e pleno.
O corpo hesita: oscila entre o abismo e a terra. Antes de voar, só o corpo hesita. |
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