CONTRAMEDIDAS ELETRÔNICAS - CME

Contramedidas eletrônicas(CME) envolve todas as técnicas destinadas a negar ao inimigo dados específicos de aquisição de alvo. Algumas destas técnicas são mecânicas como Chaff e Soids, mas eles terão a mesma  classificação neste capítulo.

Os sensores são os principais alvos seguidos das comunicações, pois são uma ameaça imediata e é direcionado diretamente contra as forças amigas. Por isso a ênfase do capítulo será no uso contra estes sensores.

Os sensores contra os quais as CME podem ser usadas incluem detetores passivos de longo alcance; navios em piquete de alerta radar; aeronaves AEW; radar alerta de longo alcance; radares terrestre de controle de interceptação; radares de caças interceptadores; mísseis guiados por radar ou IR; equipamentos de rádio ou radares de navegação; equipamentos eletrônicos de bombardeio; sistemas IFF; radares de seguimento do terreno; artilharia anti-aérea(AAA); radares de controle de fogo; mísseis terra-ar(SAM). O melhor meio depende da situação tática. As CME podem ser classificadas em ofensivas ou defensivas,

As CMEs ofensivas envolvem o uso de interferidores para apoiar operações de ataque que impedem que o inimigo determine a composição da força de ataque e engaje elementos específicos com fogo de contra bateria. Isto nega a aquisição de alvos por um ataque de aeronaves equipadas com mísseis até que a plataforma de bloqueio seja destruída. Um oponente seguro atacara de várias direções, complicando o esforço AAW inimigo com chamarizes e corredores de chaff.

As CMEs defensivas incluem o emprego de aumentadores de blip, chaff, soids e interferência da cabeças de busca dos mísseis. Similarmente, chaff e soids são empregados para dar um alvo maior e mais atrativo para os sistemas de busca dos mísseis que os alvo reais. Eliminar um míssil através de qual uma destas contramedidas é denominado uma "soft kill", como sendo oposto a "hard kill" que é a interceptação e destruição física do míssil.

Um sistema de GE aerotranportado tem vários modos - pulso, CW, ruído, transponder e repetidor. O ruído é o mais antigo e menos eficiente. Eles são feitos de módulos que podem ser configurados de acordo com a ameaça. Podem ser internos ou externos. Dão cobertura de 360 graus apesar da área de maior interesse ser de 20 graus para cada lado em relação a direção da aeronave.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EFETIVIDADE DA CME

O objetivo das CME é interferir com a operação dos sensores das defesas aéreas inimigas levando a incertezas para o inimigo.

Os sistemas de CME não precisam prevenir completamente o rastreamento para ser efetivo. Atrasar o rastreamento e forçar a atrasos nas decisões pode ser suficiênte no caso de armas muito velozes como as aeronaves.

Dois tipos de CME. Interferência e dissimulação. Com eles é possível:
1. Irradiar ativamente para interferir com radares;
2. Mudar as propriedades eletrônicas do meio entre a plataforma(navio/aeronave) e o radar;
3. Mudar as propriedades refletivas da plataforma.

Tabela Técnicas de CME por classe e tipo

Classe
Interferência
 
Dissimulação
Irradiadores Ativos
- Geradores de alvos falsos de ruído de ponto
- Barragem de irradiação
- Bloquedores de barragem por varredura
Modificadores do Meio
- Chaff ou corredores randômicos de chaff
- Rajadas de chaff
- Características da plataforma
Modificadores de Reflexão
- RAM(Radar absorbing Materials) material absorvente de radar
- Aumentadores de reflexão(Echo enhancers)
- Refletores de canto
O termo jamming(bloqueio ou interferência) se refere originalmente ao processo de aplicar energia suficiênte para mascarar o sinal refletivo do alvo do radar ou de transmissores de comunicações com o objetivo de quebrar a coerência de sinais e assim o desempenho do equipamento.

Com o avanço da técnica envolvendo a estrutura dos sinais refletidos do alvo foram desenvolvidas bloqueadores de engodo/despistamento/dissimulação(deceptive jamming). De acordo com a técnica moderna, os sistemas interferidos não são bloqueados ou interferidos mas enganados pois os sistemas de GE modernos dependem da duplicação e retransmissão de um sinal no formato do original  que engana através de retornos falsos e idênticos que substitui o formato do pulso original.

O jamming pode ser aplicado em todo o espectro de frequência eletromagnético.

Transmissores

A eficiência dos transmissores de CME(interferidores) dependem, entre outras coisas, da potência de saída, perdas na linha de transmissão, ganho da antena na direção do radar vítima de a largura de banda do transmissor. No lado do receptor contam a largura de banda, o ganho da antena e o RCS do alvo. Para ser efetiva, a CME deve ser capaz de emitir com potência suficiente na banda da vítima para mascarar seu sinal(interferir) ou simular um engodo realisticamente.

Para satisfazer estes requerimentos, a maioria das CMEs são projetadas para operarem com versatilidade. Quando uma CME é usada contra um míssil, radar ou comunicação, ou contra alguns desses meios agrupados em frequência próxima, o transmissor pode concentrar sua força de saída em um espectro estreito. Por outro lado, se o transmissor deve operar contra vários meios em frequências distântes, deve espalhar sua força de saída em um espectro correspondente.

Burnthrough

É a distância em que a força do sinal se torna igual ou maior que o sinal de CME. Este fenômeno ocorre em todos os radares em alguma distância.

INTERFERÊNCIA DE RUÍDO

Uma forma de prevenir um receptor de radar(ou qualquer outro) de funcionar corretamente é saturá-lo com "ruído". Ruído é um sinal randomizado e é similar aos sinal de radar. Um sinal de radar ou eco é uma sequência periódica de pulsos.

Uma grande linha de alvos gera um cadeia contínua de pulsos indesejáveis no receptor(ruído). Desde que o tempo e distância seja a mesma do radar, estes ruídos não precisam ser fisicamente removidos do alvo mas podem ser gerados dentro dele. Isto é conhecido como interferência de ruído - enviando um eco de radar de alvo falso randômico de alta razão.

Como o interferidor deve transmitir continuamente enquanto o radar transmite energia em pulsos, o interferidor requer uma potência maior. O peso dos sistemas necessários para conseguir uma potência maior causa maior impacto em aeronaves do que em navios.

Quando a antena de radar é apontada para o interferidor, o radar vê sinais em todos os alcances. O efeito em um mostrador é criar um linha constante na azimute do interferidor. Esta linha, chamada estrobo, indica ao operador que um interferidor está presente naquela azimute, mas não fornece o alcance. Então, o interferidor tem a desvantagem de mostrar sua direção ao inimigo mas não permite saber sua distância.

Existem três modos de gerar sinais de interferências. Na interferência de ponto(spot jammer) toda a potência do interferidor é concentrada em uma banda muito estreita, de preferência idêntica a do radar alvo.
Interferência de barragem e de varredura espalha a energia numa banda maior que o sinal de radar. Então, interferência de ponto é geralmente direcionada contra um radar específico e requer um receptor panorâmico para contrapor o sinal interferidor contra o sinal de radar. As outras duas técnicas podem ser usadas contra vários radares e requerem apenas que seja informado que há outros radares.

A diferença entre interferência de barragem e varredura está na técnica de modulação e tamanho da banda de frequência coberta. Interferência de barragem sempre usa um sinal de amplitude modulada cobrindo 10% da banda de frequência(geralmente no centro). Interferência de varredura sempre usa um sinal de frequência modulada e a frequência de varredura é varrida para frente e para trás em toda a banda.

É quase impossível contrapor exatamente uma frequência de interferência contra a irradiada pelo radar; porém, é necessário alargar a banda de ruído até ser maior que a do radar. A interferência de barreira tem uma banda larga para cobrir todos os radares com frequência naquela banda, enquanto a interferência de ponto tenta contrapor uma frequência em particular o mais próximo possível.

Mas este alargamento da banda de interferência requer uma potência maior que a contraposta, pois a potência que importa para um radar é a potência que é aceita pelo receptor. Este fator é geralmente descontado para especificar o a densidade de força espectral que um interferidor deve ter para interferir num radar. A densidade de potência é a potência contida em uma espectro saída de interferência dividida pela banda.

Como as aeronave tem limitações na potência fornecida aos interferidores, é vantajoso ás defesas aéreas usarem as mais diferentes frequências em seus radares que forem possíveis. Este conceito é chamado diversidade de frequência e força os penetradores a levar o maior número de interferidores de ponto ou espalhar suas potências de interferências de barragem e varredura para cobrir o maior número de radares.

A diversidade de frequência também eliminará a interferência mútua entre as força integradas durante operações de larga escala. A habilidade de um único radar mudar de frequência para conter um interferidor de ponto é chamada agilidade de frequência.


  Exemplo de uma ECM ativa descartável, o Seagnat.

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