Doenças da infância

As informações contidas nesta página, foram retiradas do livro:

O grande livro das mães ( Dr. Jacob Renato Woiski - Editora Melhoramento ).

 

 

 

Afta

 

 

Eritema infeccioso

 

 

Pediculose

 

 

 

 

 

 

Amarelão

 

 

Escabiose

 

 

Pielonefrite

 

 

 

 

 

 

Amigdalite e Adenoidite

 

 

Escarlatina

 

 

Piodermite

 

 

 

 

 

 

Ancilostomíase

 

 

Estomatite

 

 

Piolho

 

 

 

 

 

 

Anemia

 

 

Estrongiloidose

 

 

Pneumonia

 

 

 

 

 

 

Ascaridíase

 

 

Exantema súbito

 

 

Poliomielite

 

 

 

 

 

 

Asma

 

 

Febre reumática

 

 

Prisão de ventre

 

 

 

 

 

 

Bichas

 

 

Febre tifóide

 

 

Raiva

 

 

 

 

 

 

Bicho geográfico

 

 

Fimose

 

 

Raquitismo

 

 

 

 

 

 

Blefarite

 

 

Frieira

 

 

Resfriado

 

 

 

 

 

 

Boqueira

 

 

Furunculose

 

 

Rinite

 

 

 

 

 

 

Broncopneumonia

 

 

Gânglios

 

 

Rubéola

 

 

 

 

 

 

Bronquite

 

 

Giardíase

 

 

Salmonelose

 

 

 

 

 

 

Caroços

 

 

Gripe

 

 

Sapiranga

 

 

 

 

 

 

Catapora ou Varicela

 

 

Hepatite

 

 

Sarampo

 

 

 

 

 

 

Caxumba

 

 

Hérnia

 

 

Sarna

 

 

 

 

 

 

Cistite

 

 

Impetigo

 

 

Sinusite

 

 

 

 

 

 

Cobreiro

 

 

Infecção urinária

 

 

Solitária

 

 

 

 

 

 

Conjuntivite

 

 

Íngua

 

 

Sopro cardíaco

 

 

 

 

 

 

Constipação

 

 

Intestino preso

 

 

Subnutrição

 

 

 

 

 

 

Coqueluche

 

 

Laringite

 

 

Teníase

 

 

 

 

 

 

Corrimento vaginal

 

 

Lombriga

 

 

Terçol

 

 

 

 

 

 

Crupe

 

 

Meningite

 

 

Tétano

 

 

 

 

 

 

Desidratação

 

 

Micose

 

 

Tosse comprida

 

 

 

 

 

 

Desnutrição

 

 

Mononucleose

 

 

Toxoplasmose

 

 

 

 

 

 

Diabete

 

 

Nefrose

 

 

Tuberculose

 

 

 

 

 

 

Diarréia

 

 

Obstipação

 

 

Urticária

 

 

 

 

 

 

Difteria

 

 

Opilação

 

 

Varicela

 

 

 

 

 

 

Disenteria amebiana

 

 

Otite

 

 

Varíola

 

 

 

 

 

 

Disenteria bacilar

 

 

Oxiurose

 

 

Virose

 

 

 

 

 

 

Eczema

 

 

Paralisia infantil

 

 

 

 

 

 

 

 


Afta

É um dos tipos mais freqüentes de estomatite. Pode ser causada por acidez bucal, alergia ou infecção, especialmente por vírus que permanecem no organismo e que atacam em certas ocasiões - por exemplo, quando aparecem infecções em outros órgãos. As aftas duram, em geral, de 4 a 7 dias, e desaparecem sem deixar vestígios. Em alguns casos, mais raros, podem infeccionar-se, causando uma ulceração maior.

Sintomas - São pequenos pontos ou ulcerações branco-amareladas na boca, facilmente percebidos. São bastante dolorosos, principalmente durante a mastigação, e podem fazer a criança recusar alimentos.

Tratamento - Não há medicação específica, pois na maioria das vezes as aftas são provocadas por vírus. O máximo que se pode fazer é pulverizá-las com um pouco de bicarbonato de sódio e anestesina. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, os laxantes não só não resolvem o problema como deixam a criança, que já esta comendo pouco, ainda mais enfraquecida. A mãe não deve forçar o doente a comer, mas oferecer-lhe líquidos frios e alimentos gelados, como sorvetes. Os líquidos ácidos e os alimentos muito salgados aumentam a dor. Se as aftas persistirem por mais se uma semana, será necessário consultar o médico.

Prevenção - Ensinar a criança a manter boa higiene bucal, escovando os dentes após as refeições e evitando colocar as mãos ou objetos na boca.


Amarelão

Ver Ancilostomíase.


Amigdalite e Adenoidite

São inflamações nas massas de tecido linfóide localizadas na parte posterior da garganta (amígdalas) e na região posterior das fossas nasais (adenóides). Essas formações, pequenas na época do nascimento da criança, desenvolvem-se rapidamente e continuam grandes até ao 6 ou 7 anos de idade. Depois, passam a regredir até o fim da puberdade.

Nas crianças pequenas, as amígdalas e as adenóides são órgãos de defesa de primeira linha: É ali que se formam anticorpos (para combater os germes ingeridos ou aspirados pela criança), e que se desenvolve a imunidade geral do organismo. A partir dos 4 ou 5 anos de idade, funcionam como órgãos de defesa de segunda linha, pois nessa época as demais defesas já estão melhor desenvolvidas.

Nos primeiros anos, a criança tem grande predisposição para contrair infecções na região da rinofaringe. Assim, são muitos comuns os resfriados, amigdalites, adenoidites e laringites, que podem aparecer isoladas ou combinadas, e duram em geral de 3 a 5 dias. Todas essas infecções são mais freqüentes em crianças que vivem em ambientes frios e úmidos do que naqueles que moram em regiões quentes e secas.

Sintomas : As amígdalas ficam vermelhas, eventualmente com alguns pontinhos amarelos, e podem aumentar bastante de tamanho - às vezes, a ponto de tocar uma na outra. Geralmente há febre, prostração, inflamação dos gânglios da mandíbula e no pescoço, diarréias e vômitos.

Se ocorrem freqüentemente, as amigdalites e as adenoidites agudas podem tornar-se crônicas, ou seja, uma infecção mais ou menos permanente, com a presença de pus. Além dos sintomas anteriores, a criança apresenta um mau hálito quase permanente e o costume de dormir de boca aberta. As amigdalites e adenoidites crônicas ocorrem sobretudo em criança maiores de 3 anos, e podem acarretar debilitação geral do organismo e deformação da arcada dentária e dos maxilares.

Tratamento : O pediatra geralmente prescreve tratamento apenas para o combate dos sintomas - aspirinas para baixar a febre, soro fisiológico para desobstruir as narinas etc. Nunca dê antibióticos sem receita médica na maioria das vezes, a infecção é causada por vírus, agente que não são combatidos por antibióticos. Se a criança apresentar diarréia e vômitos intensos, tome os cuidados necessários para prevenir a desidratação. Se a febre subir muito rapidamente, combata-a com banhos mornos ou antitérmicos. E nunca force a criança a comer.

Há alguns anos, era muito freqüente a extração das amígdalas e das adenóides mesmo de crianças com 2 ou3 anos de idade. Atualmente, conhece-se melhor a função formadora de imunidade desses órgãos até 4 ou 5 anos, e procura-se conservá-los pelo menos até essa idade. Mas não deixe de seguir os conselhos do pediatra se ele optar pela cirurgia. A operação é simples, e a criança provavelmente sofrerá menos com ela do que com a doença.


Ancilostomíase

Também conhecida por amarelão, opilação, anemia tropical ou ancilostomose, é dos tipos de verminose mais comuns no Brasil, principalmente nas zonas rurais. A doença é causada por vermes com tamanho médio de 1 cm, que penetram no organismo e prendem-se nas paredes do intestino através de dentes ou placas cortantes. Uma vez instalados, passam a sugar o sangue da criança para se alimentar.

O processo de transmissão se inicia quando uma pessoa contaminada expele, junto com as fezes, os ovos dos vermes. Calor e umidade são as condições ideais para que os ovos se desenvolvam, transformando-se em larvas que invadem o corpo de outras pessoas através da pele (quando a pessoa pisa nas fezes do transmissor, por exemplo) ou de alimentos infectados (quando as moscas pousam nos alimentos depois de terem tido contato com as fezes do transmissor).

Sintomas : No período de transmissão, surgem os primeiros sintomas: coceira, sensação de formigamento ou pequenas lesões na pele, sobretudo nos pés. Uma vez dentro do organismo, as larvas entram na corrente sangüínea e vão até o pulmão, podendo causar tosse. Daí seguem para a faringe, de onde podem ser eliminadas pela tosse ou engolidas. Se forem engolidas, vão para o intestino, onde se fixam e evoluem até a forma adulta, provocando dores abdominais, distúrbios gastrointestinais, perda de sangue nas fezes e anemia. A anemia ocorre como conseqüência da perda de sangue e da alimentação insuficiente, pois o doente não consegue repor o que está sendo consumido pelo parasita. A doença manifesta-se pela palidez (daí receber o nome popular de amarelão), pela falta de ar quando a criança se esforça (o que a deixa triste, desanimada, sem vontade de brincar ou de movimentar-se) e pelo hábito de comer terra (geofagia).

Tratamento : O amarelão exige cuidados médicos, dieta alimentar rica em sais de ferro e uso de anti-helmínticos - remédio contra vermes que necessitam de controle médico rigoroso, pois tem ação tóxica. Nos casos de anemia intensa pode ser indicada a transfusão de sangue.

Prevenção : Manter as crianças sempre calçadas nas regiões de condições sanitárias deficientes.


Anemia

Doença causada pela queda da proporção de glóbulos vermelhos (hemácias) ou de hemoglobina no sangue. Existem várias formas de anemia, mas a mais comum é a causada pela deficiência de ferro no organismo - a chamada anemia ferropriva. O ferro é essencial na composição dos glóbulos vermelhos, responsáveis pela oxigenação dos tecidos do corpo.

A deficiência de ferro é normalmente provocada por erros alimentares. A mãe transmite para o feto quantidade de ferro suficientes para os primeiros 3 ou 4 meses de vida do bebê. A partir daí, o organismo infantil precisa suprir sua necessidade de ferro por meio da ingestão diária de carne, gema de ovo, alguns legumes e cereais enriquecidos. O leite é muito pobre em ferro; portanto, a alimentação exclusivamente a base de leite, quando prolongada, pode levar à anemia.

A queda do nível de ferro do organismo pode ser provocada ainda por infecções crônicas (amigdalite e adenoidite, por exemplo), por diarréias freqüentes ou pelas doença que acarretam perda crônica de sangue, como o amarelão. Existem alguns casos particulares de anemia ferropriva: são aquelas que aparecem em crianças prematuras ou em gêmeos, que não receberam do organismo da mãe a quantidade de ferro necessária para os primeiros meses de vida.

Sintomas : A característica mais marcante da anemia é a descoloração dos lábios, das gengivas, do interior da boca, das pálpebras e da pele. Ela é acompanhada ainda por perda de apetite e apatia. A magreza não é um sintoma: mesmo crianças gordas podem estar anêmicas.

Tratamento : Em geral, consiste apenas na ingestão de ferro por via oral. Se a falta de ferro é provocada por outras doenças, é necessário também combate-las. Os casos mais graves de anemia podem exigir transfusão de sangue.

Prevenção : Alimentação rica e variada evita o aparecimento da anemia. No caso de prematuros e gêmeos, a profilaxia é feita com o ferro em medicamentos desde as primeiras semanas de vida.


Ascaridíase

A ascaridíase ou ascaríase é um tipo de verminose causado pelos áscaris (lombriga). Segundo antiga crença popular, a criança que tem um desejo alimentar não satisfeito fica com lombriga. Obviamente isso não é verdade. Mas existe estreita relação entre ascaridíase e alimentação, já que o verme, em forma de ovo. Entra no organismo através de alimentos, água e objetos contaminados. Pelo fato de os ovos secos flutuarem no ar e se depositarem nos objetos ou alimentos, a difusão da ascaridíase é muito grande. Há casos de infestação maciça com eliminação de 150 a 200 vermes por uma única pessoa.

Ao ser ingerido, o ovo vai diretamente para o intestino, onde as larvas se rompem. Dali, entram na circulação sangüínea, instalam-se por alguns dias no pulmão, e seguem até a laringite e a faringe, podendo ou não ser expelidas pela tosse. Em alguns casos, a tosse é muito forte, semelhante à da bronquite, asma ou broncopneumonia. Se não são expelidas, as larvas instalam-se no intestino delgado e passam a desenvolver-se de forma parasitária: roubam o alimento da criança e provocam seu enfraquecimento.

Sintomas : Quando instalados no intestino delgado, os vermes produzem cólicas e diarréia. Quando eliminados junto com as fezes, o seu reconhecimento é bastante fácil: são muito grandes (o macho mede de 15 a 25 centímetros, e a fêmea, de 35 a 40 centímetros).

Tratamento : É feito geralmente com vermífugos, mas somente a critério médico. Este deve acompanhar a evolução da doença, pois eventualmente os vermes enrolam-se e causam obstrução do intestino. Quando isso acontece, a criança apresenta distensão abdominal, vomita e pára de eliminar gazes e fezes. É necessário, então, atendimento de emergência.

Prevenção : Oferecer à criança somente água fervida ou filtrada, alimentos preferencialmente cozidos ou muito bem lavados. Ë bom também habituá-lo a lavar as mãos antes das refeições e após a evacuação.


Asma

Pode ser causada por alergia a substâncias que entram pela via respiratória (poeira, pólen de plantas, pêlos de tapetes ou animais, penas, inseticidas, fumaças etc.), por alergia a determinados alimentos, por fatores hereditários ou psicológicos.

Sintomas : Chiados no peito, tosse, catarro e respiração difícil são as manifestações de asma. Ela é marcada por crises, mais freqüentes à noite, em que a criança sua, empalidece, apresenta dificuldade para respirar e fica, algumas vezes, com as veias do pescoço saltadas. Em alguns casos, a crise assume uma forma contínua, embora menos intensa, que pode durar dias ou até semanas, e levar a criança ao "estado de mal asmático".

Tratamento : Como é muito difícil descobrir exatamente o que está causando a doença, a primeira providência é tentar controlar os possíveis agentes provocadores da crise. Assim, o quarto da criança deve ser o mais simples possível, sem objetos que acumulem poeira, como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia. O quarto deve receber bastante sol, de modo a evitar a umidade das paredes, que favorece a formação de fungos e a infecção das vias aéreas. Nas crianças mais sensíveis ou que tenham familiares alérgicos, deve-se Ter todo o cuidado ao introduzir novos alimentos, especialmente aqueles a que sua mãe, por exemplo, tenha demostrado sensibilidade.

A criança deve ser assistida por médicos que avaliará a necessidade de medicação. Esta visa sobretudo aliviar a obstrução dos brônquios, e sua prescrição exige controle absoluto. De qualquer maneira, a medicação não cura a asma: a doença normalmente persiste até a puberdade, podendo desaparecer ou atenuar-se depois.

Os pais do asmáticos costumam ficar muito angustiados com as crises do filho e tendem a superprotegê-lo. Agindo assim, contudo, só agravam os determinantes psicológicos da doença. É claro que a criança precisa de cuidados, mas deve levar vida normal e deve fazer ginástica e praticar esportes, especialmente natação, A maior precaução é evitar que a criança adquira excesso de peso.


Bichas

Nome que popularmente se dá a vermes que parasitam no intestino. Embora designe de modo especial o áscaris (ou lombriga), é usado de maneira indiscriminada para nomear qualquer verme.

Ver Ascaridíase, Ancilostomíase, Estrongiloidose, Giardíase, Oxiurose e Teníase.


Bicho geográfico

Também conhecido como "bicho-de-praia" e dermatite serpiginosa, esta doença provoca uma saliente na pele. É causada pela penetração na pele de larvas de uma parasita presente nas fezes de animais infectados, como o cão e o gato. Suas larvas encontram um ambiente muito propício de desenvolvimento nas areias úmidas e quentes, tanto da praia quanto da margem de rios.

Sintomas : Ao penetrarem na pele humana, as larvas deixam uma mancha vermelha ou uma bolinha bem pequena. Depois de alguns dias de incubação, começam a "passear" pela camada superficial da pele, formando uma linha tortuosa, semelhante ao contorno de um mapa. No ponto final da linha aparece geralmente uma pequena bolha, onde está localizado o parasita. Quando entram várias larvas, as linhas multiplicam-se e fica difícil localiza-las.

Tratamento : É feito com medicamentos indicados pelo médico. É inútil tentar retirar as larvas com agulhas, pois normalmente elas estão adiante do canal visível.

Prevenção : Durante os banhos de mar e de rio, evitar, na medida do possível, o contato direto do corpo humano com a areia, deitando ou sentando a criança sempre em cima de toalhas ou esteiras. A criança não deve ficar nua na praia, pois as aberturas do ânus e dos órgãos genitais favorecem a entrada das larvas.


Blefarite

Popularmente conhecida como "sapiranga", é uma doença dos olhos caracterizada pelo aparecimento nos cílios de um material semelhante às caspas, e pelo avermelhamento das bordas das pálpebras. As causas da doença não são conhecidas. Geralmente ela é crônica: vai e volta freqüentemente.

Sintomas : Além das caspas nos cílios, outros sintomas da blefarite são uma sensação de irritabilidade nos olhos, um pouco de incômodo para movimentá-los e a queda dos cílios. Em geral os cílios voltam a crescer mas, se houver complicações da doença, eles podem cair permanentemente ou renascer voltados para dentro do olho.

Tratamento : Não se conhece cura para a blefarite, mas algumas medidas de profilaxia evitam infecções ou agravamento da doença. A primeira delas é remover periodicamente as caspas com algodão embebido em água morna. Devem ser usados também colírios e pomadas por indicação médica para prevenir a invasão de bactérias. A consulta médica é indispensável.


Boqueira

É um dos tipos de estomatite, conhecida também como comissurite, por aparecer nas comissuras labiais (canto da boca). A boqueira é originada por invasão de bactérias que podem ser transmitidas pela mão ou por objetos levados a boca. Ataca principalmente crianças em idade escolar com deficiência de vitamina B2.

Sintomas : Aparecimento de pequenas inflamações localizadas nos cantos da boca. Como geralmente dói bastante, a criança fica com receio de comer.

Tratamento : Consiste em aplicar soluções de iodo, de nitrato de prata a 1% ou de violeta genciana a 1% nos locais da inflamação. Nos casos em que seu aparecimento é mais freqüente, convém ainda combater a deficiência de vitaminas, com o uso da vitamina B2 na quantidade indicada pelo médico.

Prevenção : Manter rigorosa higiene da boca.


Broncopneumonia

Ver Pneumonia.


Bronquite

Inflamação dos brônquios, causada geralmente por invasão de vírus ou por complicação de outras doenças, como tuberculose, sarampo, resfriado ou qualquer infecção das vias aéreas. Existem duas formas de bronquite: a aguda, que se desenvolve rapidamente, de modo geral após infecções das vias aéreas superiores; e a crônica, que evolui lentamente e se repete com freqüência, sobretudo no inverno e na primavera. Geralmente, a bronquite crônica está associada a uma alergia, e em alguns desses casos a criança não consegue se ver livre de certos sintomas, mesmo que não esteja passando por uma das fases mais agudas da doença.

Sintomas : As características mais marcantes da bronquite são a tosse e o aumento da secreção mucosa dos brônquios (catarro), que pode resultar em chiado e ronqueira. Ela pode ou não ser acompanhada de febre. Só o médico é capaz de diagnosticar a bronquite: na maioria das vezes, as mães confundem essa doença com infecções nas vias aéreas superiores, cujas secreções mais ou menos abundantes também provocam tosse. Só que, neste último caso, a tosse é benéfica: é a defesa natural do organismo para evitar a aspiração do catarro para a árvore respiratória mais baixa, onde poderia se desenvolver a bronquite.

Tratamento : A bronquite aguda é curada facilmente, em 5 ou 6 dias: basta que a criança fique dentro de casa, de preferencia em ambiente úmido (a umidade, que fluidifica as secreções, pode ser produzida por vaporizadores vendidos nas farmácias). Mesmo assim, para evitar que a bronquite fique mal curada e se torne crônica, leve a criança ao médico. Ele indicará medicação, analgésicos e descongestionante, para os sintomas e avaliará a necessidade de receitar antibióticos. Os sedativos para tosse (gotas ou xaropes) devem ser usados sob estrita recomendação médica, e apenas nas situações em que a violência da tosse impede o descanso da criança ou aumenta seu sofrimento. Quando usados indiscriminadamente, os sedativos tornam-se prejudiciais, inibindo o reflexo natural de defesa do organismo. São indicados apenas os descongestionantes e fluidificantes, que atuam de maneira a facilitar a tosse. Variar a posição da criança enquanto ela dorme também ajuda a eliminação das secreções.

A bronquite crônica tem tratamento mais difícil, principalmente se for de fundo alérgico, porque nem sempre a causa da alergia é identificada.


Caroços

Ver Gânglios.


Catapora ou Varicela

Doença infecciosa própria da infância, é altamente contagiosa e atinge praticamente todas as crianças. É causada por vírus, o herpes-zoster, o mesmo que provoca o cobreiro. Esse vírus é transmitido pela tosse, pela respiração, pela fala ou pelo contato com o líquido das vesículas que se formam no decorrer da doença.

Existem formas leves da doença, que não originam manchas no corpo, e que acabam sendo curadas como simples indisposições. O período de incubação da moléstia é de 15 dias, e o contágio se dá desde a véspera do aparecimento da primeira mancha até uma semana após o aparecimento da primeira vesícula.

Sintomas : Os sintomas iniciais da catapora são, geralmente, febre, dor de cabeça e mal-estar. Em alguns casos, contudo, o primeiro sinal é o aparecimento no tronco da criança de pequenas manchas vermelhas, arredondadas ou ovais, de tamanho variável e pouco salientes, chamadas pápulas. Em poucas horas as pápulas viram vesículas de tamanho irregular, cheias de líquido transparente que, após algum tempo, fica opaco e diminui de volume. No terceiro dia, as vesículas transformam-se em feridas. Essas pequenas crostas avermelhadas, depois de alguns dias, desprendem-se sem deixar cicatriz. As pápulas continuam aparecendo durante 3 ou 4 dias e evoluem sozinhas. Por isso, a partir do terceiro dia é possível encontrar os três tipos de lesões ao mesmo tempo. Localizam-se sobretudo no tronco, mas podem espalhar-se por todo o corpo, atingindo até os olhos, lábios e órgãos genitais. O mal-estar provocado pela catapora dura poucos dias e a moléstia se estende, em média, por uma semana.

Tratamento : Não há tratamento para a catapora, a não ser repouso, antitérmico para abaixar a febre e talvez algum produto para aliviar a coceira nas lesões. Logo no início, é conveniente procurar o médico, pois os sintomas da catapora são semelhantes aos de outras doenças mais graves, como a varíola. O médico fará ainda recomendações especiais para que não ocorram complicações.


Caxumba

Trata-se de doença infecciosa própria da infância, causada por um vírus transmitido por gotículas de saliva de pessoa contaminada. O vírus penetra no organismo pelas vias respiratórias e normalmente instala-se nas duas parótidas (glândulas localizadas na região da face, que contornam cada orelha), mas pode atingir também glândulas salivares, dentro da boca.

O vírus da caxumba existe permanentemente nas grandes cidades e quando entra em ação provoca o aparecimento de pequenas epidemias. O período de incubação da doença é de 18 dias em média, podendo variar de 14 a 28 dias. A doença é contagiosa desde 7 dias antes de surgir o inchaço no rosto até 10 dias após seu desaparecimento.

Ao combater a moléstia, o organismo gera anticorpos que tornam a criança imune à doença em 90% dos casos. Esses anticorpos são transferidos pela mãe ao feto e, por isso, são bastante raros os casos de cachumba em menores de 2 anos de idade. A faixa de maior incidência é entre 3 e 15 anos.

Sintomas : O sinal característico da cachumba é um inchaço próximo à orelha, muito mais no rosto do que no pescoço, no ângulo do maxilar, e mais na frente da orelha do que atrás. O inchaço leva de 2 a 3 dias para atingir seu tamanho máximo e mais 3 dias para desaparecer. Ele é bastante dolorido e impreciso (passando-se a mão não se percebem nitidamente seus limites); em geral aparece dos dois lados da orelha, mas pode ocorrer em apenas um deles. É comum que a criança se queixe de dor de ouvido 1 ou 2 dias antes de surgir o inchaço. Outros sintomas freqüentes são febre, dor de cabeça e falta de apetite (provocada pela dificuldade de mastigar).

Tratamento : Apesar de ser uma doença infecciosa aguda, a caxumba é benigna, isto é, evolui e sara espontaneamente. O tratamento indicado é o repouso e o uso de antitérmicos e analgésicos para aliviar o desconforto causado pela moléstia. É necessário consultar o médico para evitar complicações da doença. A mais temida dessas complicações é a infecção das glândulas sexuais (testículos e ovários), mas isso raramente ocorre antes da puberdade.


Cistite

É a manifestação externa de infecção do aparelho urinário. A invasão de bactérias na bexiga pode ocorrer de três modos: por via ascendente, através do sangue ou por via descendente, como reflexo de infecções em outra parte do aparelho urinário. Nas meninas, a causa mais freqüente é a infestação ascendente, que ocorre quando a higiene dos órgãos genitais é malfeita. Alguns fatores podem predispor à cistite: estreitamento da uretra, fimose, obstrução do colo vesical, enfim, tudo que dificulta a saída da urina. A cistite é mais freqüente nas meninas, devido às condições de seus órgãos genitais externos, que favorecem a multiplicação das bactérias, e ao fato de terem a uretra mais curta que os meninos.

Sintomas : Vontade constante de urinar, dor durante a micção e pontadas no baixo-ventre.

Tratamento : A cistite muitas vezes apresenta evolução prolongada, e exige muito rigor terapêutico, além de observação constante do médico. O desaparecimento das manifestações da doença não significa que a infcção tenha sido curada - erro de julgamento freqüentemente cometido pelos pais, e que os leva a interromper o tratamento. Para aliviar a dor, é aconselhável fazer banhos de assento com água quente, durante 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia. A dieta deve ser normal, mas pouco condimentada, e incluir grande quantidade de líquidos.

Prevenção : Não há nada melhor para evitar a cistite do que observar rigorosamente a higiene da criança. As fraldas sujas de fezes devem ser removidas imediatamente e, quando as crianças começam a ir ao banheiro, devem aprender a limpar com cuidado os órgãos genitais. As meninas devem passar o papel higiênico da frente para trás.


Cobreiro

Cobreiro é o nome popular de um tipo de erupção cutânea provocada pelo vírus herpes-zoster. A doença pode aparecer em qualquer idade, mas é bastante rara em criança com menos de 10 anos. Acredita-se que a baixa incidência deve-se ao fato de que a primeira manifestação do vírus é a catapora (varicela), e não o cobreiro.

Sintomas : As vesículas provocadas pelo cobreiro são menores que as da catapora, e aparecem dispostas em faixas que acompanham o trajeto dos nervos, sobretudo nas regiões dorsal e lombar. Antes de surgir a erupção o doente costuma sentir uma espécie de choque elétrico, queimação, formigamento ou picada, por causa do comprometimento dos nervos. Depois de alguns dias de erupção, as vesículas ficam cobertas por uma crosta que se solta espontaneamente. Além da região do tórax, os herpes podem atacar os olhos, o aparelho genital, o abdome e, mais raramente, as mucosas.

Tratamento : Apesar de não existir um tratamento específico para o cobreiro, leve a criança doente ao médico. Ele fará recomendações para evitar riscos, sobretudo quando os olhos são atingidos


Conjuntivite

Inflamação da conjuntiva (membrana mucosa que forra aparte externa do globo ocular e a parte interna das pálpebras). Pode ter diversas causas e variar muito de intensidade. As formas mais simples são causadas por poeira, fumaça, febre ou vícios de refração; outras são provocadas pela ação de bactérias e são altamente contagiosas.

Sintomas : A conjuntivite provoca sensação de ardor nos olhos, intolerância à luz (fotofobia), coceira, embaçamento e formação de uma secreção que faz com que a criança acorde com as pálpebras grudadas. Esses sintomas variam de intensidade conforme a causa da doença. Geralmente os dois olhos são atingidos ao mesmo tempo.

Tratamento : A forma mais simples de conjuntivite pode ser tratadas com aplicação de água fria e limpeza com água boricada. A conjuntivite provocada por bactérias é tratada com medicamentos indicados pelo médico. A mãe deve procurar evitar que seus filhos cocem os olhos, pois isso agrava a irritação.


Constipação

Constipação ou obstipação são outras designações para o que é normalmente conhecido como prisão de ventre ou intestino preso. As causas da constipação podem ser físicas ou psíquicas, ou as duas combinadas. Entre as causas físicas, encontram-se a fraqueza dos músculos do intestino, estados gerais de fraqueza, raquitismo, anemia, convalescença, falta de exercícios ou simplesmente inadequações alimentares. Ente as causa psíquicas, encontram-se os problemas relacionados ao treinamento de controle das fezes e os estados de ansiedade e agressividade. É comum que uma constipação causadas por fatores físicos piore por razões psicológicas. Isso acontece, por exemplo, quando a mãe reage com impaciência ou ansiedade diante do intestino preso da criança. A criança, então, passa a ficar também ansiosa em relação às suas evacuações, e começa a resistir a todos os tratamentos, ou a usar o subterfúgio de "prender" as fezes para receber mais atenção.

Sintomas : Um dos indícios da obstipação é o reduzido número de evacuações. No entanto, esse não é um dado muito seguro, pois o número de evacuações variam muito de acordo com a idade e de pessoa para pessoa; assim, o que pode representar constipação para uma criança é normal para outra. Os sintomas mais claros da prisão de ventre estão relacionados à aparência das fezes: elas tornam-se muito duras, e são eliminadas com grande esforço. Em alguns casos aparecem também sintomas paralelos, como dores abdominais, excesso de gases, falta de apetite, mal-estar e até vômitos.

Tratamento : A primeira providência é tratar a criança com naturalidade. Se ela ainda é pequena, continue a levá-la ao banheiro nas horas habituais, mas não a retenha no vaso sanitário por muito tempo, pois isso pode assumir um tom de castigo. A dieta deve incluir alimentos que, por sua consistência mais fibrosa, estimulem a movimentação intestinal, como legumes, frutas e cereais.

Evite laxantes, purgativos salinos, lavagens e supositórios: são métodos antinaturais e podem criar reflexo condicionado contrário, fazendo com que a criança retenha as fezes ao sentir as contrações do intestino. É aconselhável o uso moderado de preparados à base de óleo mineral, na dose de uma colher de sobremesa ou até uma colher de sopa, à noite, antes de deitar. Mas evite usá-los por muito tempo, pois podem perturbar a absorção dos alimentos.


Coqueluche

Doença infecciosa própria da infância, é causada por um bacilo de rápida proliferação que, ao penetrar no organismo, lesa os tecidos da mucosa do aparelho respiratório. A transmissão é feita pelo contato físico direto com doente. A doença fica incubada por 10 dias aproximadamente e o contágio ocorre a partir dos primeiros sintomas até um mês depois. É mais grave nos primeiros meses de vida, quando a resistência da criança é menor.

Sintomas : Caracteriza-se pela presença de tosse forte e prolongada. - daí o nome popular de "tosse comprida". Nos primeiros 3 ou 5 dias, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe - febre, tosse leve, corrimento nasal, olhos avermelhados - e é difícil fazer o diagnóstico. Ele só é possível mais tarde, quando esses sintomas desaparecem e surge a tosse típica da doença: a criança tosse por alguns minutos, sem tomar fôlego, o que só faz no final do acesso. Depois de cada acesso, a criança sente-se bem e volta a brincar normalmente. À noite, a tosse é mais intensa e as crises mais freqüentes. Outros sinais próprios da doença são pequenas lesões no freio da língua, congestionamento da pele do rosto e hemorragias leves nos olhos, que ficam avermelhados.

Tratamento : Deve ser sempre orientado pelo pediatra, para evitar complicações como a pneumonia e a broncopneumonia. Não é necessário repouso no leito, e a criança pode, por exemplo, passear de automóvel com os pais. É indispensável, contudo, que seja isolada de outras crianças por um período de 4 semanas, durante o qual pode ocorrer o contágio.

Prevenção : A vacina contra a coqueluche deve ser ministrada a partir do segundo mês de vida do bebê. Se a criança já vacinada eventualmente contrair a doença, ela se apresentará de forma bastante atenuada e, de modo geral será confundida com um simples resfriado acompanhado de tosse.


Corrimento vaginal

Pode ser ralo e persistente ou espesso e abundante. Quase sempre é sintoma de infecção por bactérias ou germes comuns, e não deve ser motivos de grande preocupações, desde que o médico seja consultado logo. Em geral, os germes são adquiridos pelo contato em locais infectados, como banheiros públicos, terra ou areia.

As recém-nascidas e lactentes muitas vezes apresentam um corrimento branco que pode manchar a fralda. Geralmente, trata-se apenas de uma eliminação natural de secreção, e o seu exame bacteriológico só dai revelar a presença de germes normalmente encontráveis na vagina.

A introdução de objetos estranhos na vagina pode originar corrimento, geralmente formado pôr pus e sangue. O médico, após certificar-se de que é esse o problema, retirará o corpo estranho. Os pais não devem culpar a criança: afinal, isso ocorre apenas pelo desejo natural da menina de conhecer seu próprio corpo.

Tratamento : Em geral, são recomendados banhos de assento com solução desinfetante, permanganato de potássio em solução de 1/40.000, aplicação de pomadas no local e, eventualmente, medicamentos receitados pelo médico.

Prevenção : Boa higiene dos órgãos genitais.


Crupe

Também chamada difteria, é uma doença infectocontagiosa própria da infância. Bastante grave, pode trazer sérias complicações para a saúde da criança.

Sintomas : Sensação de abatimento, dor de garganta e febre, em geral (37,2 a 37,5°) são os primeiros sinais. Depois, aparecem placas brancas ou amareladas (chamadas pseudomembranas) nas amígdalas e no resto da garganta. Algumas vezes, as placas instalam-se na laringe, causando rouquidão e tosse áspera, mas de tom baixo; outras vezes, alojam-se nos olhos, ouvidos e vagina.

Tratamento : Se a criança apresentar suspeita de difteria, o médico deve ser procurado imediatamente. O tratamento consiste geralmente na aplicação de soro antidiftérico e antibióticos, e é necessário isolar a criança, para evitar o contágio.

Prevenção : Vacinação a partir do 3° mês de vida.


Desidratação

Doença grave, representa uma ameaça à vida em criança pequenas, e deve ser tratada exclusivamente por médico. Trata-se da queda do nível de água do organismo abaixo de um mínimo necessário para seu funcionamento normal.

A desidratação resulta principalmente da ocorrência do vômito e da diarréia, aliados à falta de oferta de água à criança e à transpiração excessiva. No verão, o perigo da desidratação aumenta, porque a capacidade digestiva da criança é menor. Além disso, como o calor favorece a multiplicação de bactérias, a contaminação dos alimentos é mais freqüente nessa época, aumentando as possibilidades de infecções gastrointestinais. Essas infecções, além de causarem diarréia e vômitos, são geralmente acompanhadas de febre, que, por sua vez, provoca maior transpiração, contribuindo para que o organismo perca ainda mais água.

Sintomas : Os sintomas da desidratação variam à medida que o caso vai se agravando. De maneira geral, a criança apresenta olhos fundos e secos, palidez acentuada, pouca eliminação de urina, secura na boca e na pele, moleira baixa (no caso dos bebês) e perda da elasticidade normal da pele - beliscando-se a criança, as pregas demoram mais para desaparecer. Se a criança não recebe cuidados imediatos, a circulação do sangue torna-se deficiente e provoca a falta de oxigenação dos tecidos, o que pode afetar o sistema nervoso. Nesse caso, há alteração no comportamento do doente - que pode ir da irritabilidade e sono muito agitado à prostração e inconsciência.

Tratamento : Assim que houver suspeita de desidratação, é indispensável procurar imediatamente socorro médico, pois na fase inicial, com acompanhamento do pediatra, a desidratação pode ser tratada em casa mesmo.

Dependendo da idade ou das condições da criança, o médico poderá solicitar internamento.

Mesmo antes de comunicar-se com o médico, devem ser tomadas algumas providência imediatas para evitar o agravamento da desidratação: suspender a alimentação e oferecer apenas líquido - água, chá fraco ou água de arroz, em pequenas quantidades (20 a 30 gramas a cada meia hora, por exemplo), de preferencia bem frio, a fim de evitar novos vômitos.

Prevenção : Oferecer sempre líquidos à criança, especialmente no verão, evitar os excessos de agasalhos e tomar todos os cuidados para impedir a ingestão de alimentos deteriorados ou contaminados. Outra providencia é alterar a alimentação em caso de diarréia e vômitos.


Desnutrição

De modo geral, pode ser definida como um desvio nutritivo, resultante da ausência, na dieta da criança, de um ou mais elementos essenciais a seu crescimento.

Sintomas : Atraso no crescimento e no desenvolvimento, diminuição das atividades físicas e mentais, alteração da cor e do aspecto dos cabelos (ficam mais claros, frágeis e secos, caindo com facilidade), falta ou excesso de apetite e problemas gastrointestinais. Nos casos mais graves, a pele pode ser afetada: torna-se áspera, sem brilho e cor regiões despigmentadas; as linhas da pele acentuam-se e sofrem ligeira descamação.

Tratamento : O tratamento da desnutrição é longo e difícil, e consiste em corrigir os erros alimentares, com o fornecimento dos elementos carentes, e em combater as outras doenças provocadas pela desnutrição. Quando houver suspeita de desnutrição, deve-se consultar o médico imediatamente.


Diabete

A diabete é uma moléstia hereditária provocada por ausência ou insuficiência de insulina - um hormônio fabricado pelo pâncreas, e responsável pela absorção do açúcar e sua transformação em energia. Em geral, a diabete manifesta-se apenas na idade adulta ou na velhice, mas pode aparecer na infância, na maioria da vezes desencadeada por uma infecção aguda. É justamente na infância que apresenta maior gravidade e precisa ser tratada de modo mais imediato.

Sintomas : A criança perde peso, sente muita sede, urina em excesso, dia e noite, a pele ressecada, sobretudo na região genital, e os pêlos aumentam. Quando o tratamento não é iniciado logo, podem surgir complicações, como a acdose - a criança fica com a bocheche corada, os lábios vermelhos, hálito de acetona, e apresenta sonolência, dores abdominais e náuseas.

Tratamento : Atualmente, o tratamento da diabete é feito satisfatoriamente com aplicações de doses diárias de insulina, na quantidade suficiente para regularizar as taxas de açúcar no sangue, e com dieta e exercícios indicados pelo médico.


Diarréia

Uma das manifestações mais comuns em doenças infantis, a diarréia surge numa série de situações, o que obriga o médico a procurar outros dados para formar um diagnóstico. Pode ser causada por infecção intestinal (geralmente com febre alta, vômitos, cólicas, fezes líquidas e visguentas e com catarro), por infecções em outros órgãos (infecções respiratórias, urinárias ou do ouvido), por alimentos deteriorados, por verminoses, por defeitos congênitos, por intolerância a determinados alimentos ou por distúrbios emocionais (medo, por exemplo).

Tratamento : O tratamento da diarréia é feito de acordo com a causa da doença. Os pais devem informar o pediatra sobre o número de evacuações, consistência das fezes, estado geral da criança, presença ou não de sangue nas fezes etc. Logo ao aparecerem os primeiros sintomas, os pais devem suspender a alimentação da criança e oferecer-lhe bastante líquido, com freqüência e em pequenas quantidades, para evitar que o quadro evolua para uma desidratação. Não dê qualquer medicamento sem prescrição médica.


Difteria

Ver Crupe.


Disenteria amebiana

Provocada por um protozoário - a ameba - presente na água e nos alimentos contaminados. Ao chegarem no intestino as amebas passam a reproduzir-se rapidamente. Quando alcançam o intestino grosso, penetram na sua parede, formando ulcerações.

Sintomas : Na fase inicial de contaminação, a criança apresenta distúrbios gastrointestinais comuns a outras verminoses, e o diagnóstico é feito pelo exame de fezes. Quando o quadro se complica é que surge a disenteria: a criança evacua várias vezes por dia (em geral menos de 10 vezes), com grande quantidade de sangue e muco nas fezes, e dor ao evacuar. Pode ou não ter febre.

Tratamento : O tratamento é feito à base de medicamentos e dieta especial recomendados pelo médico. São essenciais as medidas de higiene (que incluem ferver as fraldas e lavar muito bem as mãos) para evitar reinfecções.


Disenteria bacilar

Trata-se de disenteria causada por bactérias transportadas por moscas e que penetram no organismo através da água, alimentos contaminados, ou mãos infectadas e objetos que a criança põe na boca. As bactérias instalam-se e proliferam em todo o intestino, mas localizam-se mais no intestino grosso, e liberam substâncias tóxicas que provocam a inflamação das mucosas. Depois, podem surgir ulcerações que, dependendo da extensão, chegam a destruir as células da mucosa.

Sintomas : Falta de apetite e mal-estar são os primeiros sintomas da doença, logo seguidos por fortes dores abdominais, febre elevada e sensação de peso na região anal, com necessidade urgente e incontrolável de evacuação. As fezes tornam-se progressivamente líquidas e acompanhadas de muco e sangue; durante um certo período, ficam mais escuras e apresentam flocos de muco, semelhantes à clara de ovo. É comum a criança evacuar mais de 10 vezes por dia.

Tratamento : O médico deve ser procurado sem demora. O tratamento é feito geralmente com medicamentos e dieta alimentar especial. Devem ser redobrados os cuidados de higiene.


Eczema

Erupção cutânea de fundo alérgico, ocorre devido uma predisposição inata do indivíduo. Parece estar relacionado com a existência de pessoas alérgicas na família, com tipo físico da criança (aparece principalmente nos mais gordos e que aumentam de peso rapidamente), com a ingestão de alguns alimentos (variam muito de caso para caso) ou com o contato da pele com certos materiais ou substancias (como lã, náilon, talco, sabonete etc.). A doença tem períodos de melhora e de agravamento, mas quase sempre desaparece antes da puberdade.

Sintomas : As manifestações do eczema variam muito de intensidade e de acordo com a idade da criança. Normalmente surge na pele sob a forma de placas ásperas, vermelhas, espessas e escamosas. Nos casos mais graves, as placas apresentam tom vermelho forte e coçam bastante. nos bebês, as placas aparecem geralmente na bochecha, testa, orelhas e pescoço; nas crianças de um ano, na região coberta pela fralda; e entre 1 e 3 anos de idade, nos cotovelos e na parte posterior do joelho.

Tratamento : As formas mais benignas podem ser curadas com o uso de loções e pomadas; as formas mais persistentes requerem alterações na alimentação e o afastamento de materiais que possam estar afetando a pele (a lã, por exemplo). É essencial a ajuda do médico para estabelecer a causa da doença e o tratamento correto, que variam de caso para caso.


Eritema infeccioso

É uma das doenças eruptivas próprias da infância. Causas, período de incubação e meios de transmissão são ainda desconhecidos, mas acredita-se que a moléstia seja causada por um vírus.

Sintomas : O primeiro sinal é o aparecimento de pequenos pontinhos vermelhos no rosto, que se juntam formando uma mancha vermelho-brilhante. Como a erupção aparece principalmente nas bochechas e está ausente do nariz, do queixo e da testa, tem o aspecto geral de duas asas de borboleta. No dia seguinte a erupção espalha-se pelo resto do corpo. As manchas permanecem no rosto cerca de 4 dias, e no resto do corpo, cerca de 10 dias. Aumentam de intensidade quando a criança se expõe ao sol, ao calor ou ao frio intenso e quando faz exercício físico, podendo ser acompanhadas de febre baixa, mal-estar e distúrbios digestivos leves (náuseas e vômitos).

Tratamento : O eritema infeccioso regride espontaneamente, e a coisa a ser feita é tratar dos sintomas, ou seja febre e náuseas. Não há perigo de complicações. A erupção da pele pode reaparecer dias ou semanas depois de seu completo desaparecimento, mas não há porque se preocupar com esse fato.


Escabiose

Ver Sarna.


Escarlatina

Doença infecciosa e eruptiva muito freqüente na infância, causada por uma bactéria chamada estreptococo. Pode aparecer em qualquer idade, mas é muito freqüente entre os 2 anos e a idade escolar.

Sintomas : Os primeiros sintomas da escarlatina são os de uma gripe mais forte: febre, dor de cabeça, dor de garganta e vômitos. Só depois de uns 2 dias é que aparece a erupção característica: pontinhos de coloração vermelho-violácio nas regiões quentes e úmidas do corpo, como virilhas, costas e partes laterais do tórax. Os gânglios linfáticos do pescoço incham. E em pouco tempo a erupção espalha-se por todo o corpo, deixando pálida apenas a região ao redor da boca.

Tratamento : O tratamento consiste em repouso e no uso de antibiótico que o médico indicar. Logo após o diagnóstico, a criança deve ser isolada, e todos os objetos e roupas utilizados por ela devem ser lavados e fervidos separadamente dos objetos do resto da família. A mãe deve avisar aos familiares das crianças que estiverem com o doente até o dia anterior e, se for o caso, também a professora de sua classe. O tratamento prescrito pelo médico deve ser seguido com rigor. Geralmente após 2 dias de repouso a febre desaparece e, em uma semana, as manchas também. No entanto, a criança deve ser tratada por mais 2 semanas, para evitar complicações da doença. O médico deve ser avisado imediatamente e se surgirem novos sintomas, como dor de ouvido, diminuição da urina, presença de sangue na urina, inchaço no pescoço, dores articulares ou retorno da febre. As complicações mais sérias costumam surgir 10 a 15 dias após o desaparecimento da febre.


Estomatite

Estomatite é a denominação genérica das infecções da boca.

Ver Afta e Boqueira.


Estrongiloidose

Também chamada estrongiloidíase, esta verminose é causada por larvas de um parasita denominado estrongilóide. A contaminação ocorre através da pele ou por meio de alimentos infectados. No organismo, as larvas se reproduzem, provocando a auto-infecção. O parasita permanece muito tempo no pulmão, mas o seu lugar natural de fixação é o intestino delgado. Quando a infestação é maciça, aloja-se também no intestino grosso. Nesse caso, a erradicação é difícil e ocorrem lesões definitivas no tubo digestivo.

Sintomas : Ao penetrarem no organismo através da pele, as larvas produzem urticária e edemas de curta duração. Levadas pela corrente sangüínea, chegam aos pulmões, brônquios, laringe. São então expelidas pela tosse ou deglutidas. Nessa fase, a criança tosse muito e tem indisposições semelhantes à s que são provocadas por bronquite e asma. No aparelho digestivo, as larvas causam diarréia e prisão de ventre alternadamente, dores abdominais e cólicas. Além disso, a criança atacada pode apresentar anemia, emagrecimento e irritabilidade nervosa.

Tratamento : Aos primeiros sinais, deve-se recorrer ao pediatra que certamente pedirá exame de fezes.

Prevenção : Pode-se prevenir a verminose e cuidando muito bem da alimentação e da higiene da criança: alimentos de preferencia cozidos, frutas, e verduras bem lavadas, água filtrada ou fervida, uso de sapatos e ambiente sempre limpo.


Exantema súbito

Trata-se de doença da pele, popularmente conhecida como roséola. Moléstia infecciosa benigna, é causada por vírus e geralmente atinge crianças entre 1 e 3 anos de idade.

Sintomas : Nos primeiros 3 ou 4 dias, verifica-se febre alta. Depois, a temperatura volta ao normal e surgem no corpo, a partir da barriga e do tórax, manchas lisas e rosadas, semelhantes às de sarampo e rubéola. Nessa fase, a criança torna-se irritadiça e pode sentir dores de cabeça e ouvido, além de falta de apetite. Após 1 ou 2 dias, as manchas desaparecem, sem maiores complicações.

Tratamento : A infecção costuma abrandar-se naturalmente. Mas a febre da fase inicial deve ser combatida com banhos mornos ou antitérmicos. Analgésico infantil pode acalmar as dores, caso se manifestem.


Febre reumática

Moléstia que ataca as articulações e o coração, é uma reação do organismo à infecção da garganta por estreptococos. Pode ocorrer várias vezes em crianças muito vulneráveis a esse tipo de germes, tornando-se assim uma doença crônica.

Sintomas : Após dor de garganta inicial, segue-se febre, que pode ser leve e arrastar-se durante semanas. Ao mesmo tempo, surgem dores ligeiras em algumas articulações, palidez e cansaço. Geralmente, a primeira crise passa quase desapercebida, confundida com simples inflamação de garganta. no entanto, sempre existe possibilidade de recaídas. Depois de uma primeira crise os sintomas são mais acentuados, com febre alta, dor, inchaço e vermelhidão nas grandes juntas. Se não for feito tratamento adequado pode ocorrer comprometimento do coração, com lesões profundas, e, às vezes, irreversíveis.

Tratamento : Se for tratada em tempo e com rigor, a febre reumática é perfeitamente controlável. É indispensável o acompanhamento médico desde os primeiros sintomas. Com medicamentos apropriados impede-se o aparecimento de fases agudas, que podem originar as lesões cardíacas.

Prevenção : Tratar desde o início quaisquer infecção e dores de garganta.


Febre tifóide

Infecção grave, a febre tifóide é causada por um bacilo que penetra no aparelho digestivo junto com alimentos e águas contaminados. Este bacilo se reproduz em lugares úmidos, junto a matéria em decomposição, lixo e detritos e principalmente perto de esgotos e fossas. Aparece às vezes em água de poço ou de enchentes, que podem ter sido contaminadas por esgotos. A febre tifóide apresenta-se de forma mais grave nos bebês. Nas crianças maiores, o risco mais comum é a recaída, 1 ou 2 semanas após a crise inicial.

Sintomas : Depois do período de incubação, (6 a 14 dias) começam a surgir os primeiros sinais de febre, juntamente com falta de apetite, dores abdominais, vômitos e diarréia. Nas crianças maiores é comum a prisão de ventre. Os bacilos provocam grande produção de gases, inchaço no baço e no fígado, além de pequenas manchas rosadas no abdome e no tórax. Na terceira semana podem aparecer úlceras no intestino.

Tratamento : O tratamento é feito por antibiótico receitado pelo médico. A criança deve permanecer no leito por um longo período - afim de evitar os riscos da recaída - e receber alimentação completa, mas de fácil digestão.

Prevenção : A melhor forma de prevenir a febre tifóide é evitar água e alimentos suspeitos, utilizar cloro nos poços e providenciar vacinação imediatamente após as enchentes.


Fimose

Não se trata propriamente de doença, mas de uma alteração congênita. A fimose ocorre quando o prepúcio (pele que reveste o pênis) tem uma abertura muito estreita, impedindo que a glande (extremidade do pênis) possa passar e projetar-se para fora. Isso faz com que resíduos de urina fiquem retidos no prepúcio, podendo causar irritação, infecções nas vias urinárias ou dificuldade de micção.

Na primeira infância, a glande não fica totalmente exposta, pois sua base está ainda ligada ao prepúcio por uma fina membrana. Na maioria dos casos, porém, essa membrana cede de maneira progressiva e espontânea, até liberar a glande inteira.

Sintomas : Irritação ou inflamação no prepúcio e retenção urinária.

Tratamento : Quando a fimose está prejudicando a saúde da criança, recorre-se à circuncisão, uma cirurgia simples, que consiste em cortar um pedaço de pele para descobrir a glande. Apenas motivos religiosos justificam circuncisar os bebês como medida profilática, pois a exposição precoce do meato urinário pode irritá-lo e provocar seu estreitamento. Nem se recomenda tentar resolver o problema com as chamadas massagens, consideradas psicologicamente desfavoráveis. Além disso, causam pequenas lesões na pele que não chegam a sangrar mas que, ao cicatrizar, estreitam ainda mais o prepúcio.


Frieira

Também conhecida como pé-de-atleta, a frieira é uma micose provocada por fungos que se instalam principalmente entre os dedos do pé mas que podem também atingir a planta do pé e as unhas. Costumam reproduzir-se com a umidade da pele, sobretudo no verão, quando é mais intensa a transpiração. As frieiras são mais freqüentes em crianças que não enxugam convenientemente os dedos após o banho ou que usam constantemente tênis ou sapatos de borracha. Essa micose pode se tornar crônica, caso em que a pele começa a escamar e aparecem feridas doloridas e infecções bacterianas paralelas provocadas por outros germes.

Sintomas : Depois que os fungos se instalam nos vãos dos dedos, aparecem pequenas bolhas que se rompem e deixam escapar um líquido claro e pegajoso. Em seguida, surgem fissuras na pele e intensa coceira.

Tratamento : Deve-se, primeiramente, recomendar à criança que não coce o local, a fim de evitar maior irritação e o alastramento da infecção. O tratamento inclui lavagem dos pés com solução de permaganato de potássio ou borato de sódio, além de aplicação de pomadas e líquidos fungicidas indicados pelo médico. Outra medida essencial para acabar com a micose: manter os pés sempre enxutos e arejados.


Furunculose

Estado infeccioso da pele causado por bactérias que atacam as raízes capilares e as glândulas sebáceas. Consiste numa série de furúnculos que se espalham por todo o corpo, contendo pus e tecido morto em seu interior. Diferente do antraz, que se caracteriza por vários furúnculos na mesma região, a furunculose manifesta-se com maior freqüência em crianças desnutridas, com deficiência imunológica ou diabéticas, mais suscetíveis a infecções.

Sintomas : Começam com manchas vermelhas, quentes e doloridas na pele, acompanhadas ou não de febre ou ínguas (que conforme o local dificultam os movimentos). Em seguida, ocorre um acúmulo de pus, sangue, secreções glandulares e células mortas em cada um desses pontos, causando intensificação da dor.

Tratamento : É feito com medicamentos receitados pelo médico, além de analgésicos. A infecção começa a diminuir quando o pus é expelido, mas nunca se deve espremer o furúnculo, pois o mal pode se alastrar.

Prevenção : Combater focos infecciosos (dentes, garganta etc.), oferecer dieta pobre em gordura e açúcar e nunca limpar a pele da criança com substâncias oleosas e irritantes.


Gânglios

São pequenos nódulos, também chamados ínguas, que se formam nas virilhas, nas axilas, atrás dos joelhos ou no pescoço, quando existe processo inflamatório no organismo. Nada mais são do que gânglios linfáticos inflamados e servem de obstáculo à infestação de germes e bactérias, filtrando impurezas contidas na linfa e produzindo anticorpos destinados à defesa interna do organismo. Quando atingidos por vírus ou bactérias, reagem imediatamente, inflamando-se e aumentando o volume. Dão, com isso, um sinal de alerta. De acordo com a intensidade, a inflamação pode indicar tanto problemas passageiros quando doenças graves. Geralmente, os gânglios manifestam-se próximo à área afetada: quando a infecção ocorre na garganta, por exemplo, eles se formam no pescoço. Nos casos graves, provocam muita dor e chegam a formar pus.

Tratamento : O tratamento para os gânglios inflamados consiste em cuidar da infecção que os originou, pois na verdade eles são sintomas, e não propriamente uma doença. Eliminada a infecção, os gânglios desaparecem normalmente. Por isso, deve-se prestar atenção a outros sinais, como febre e indisposições comuns a certas doenças, para detectar a causa e tomar as medidas adequadas.


Giardíase

Trata-se de doença provocada nos intestinos pela infestação de giárdias, parasitas microscópicos que entram no organismo através de água e alimentos contaminados. Esses parasitas multiplicam-se na parede do intestino. Ali, provocam lesões e impedem o funcionamento normal do órgão, dificultando a digestão e a absorção dos alimentos.

Sintomas : Variam conforme a idade da criança. Nas menores de três anos, manifestam-se surtos repetidos de diarréia, que debilitam o organismo. Nas maiores, a diarréia é menos intensa, mas verificam-se fortes cólicas na região do umbigo.

Tratamento : É simples, mas bastante demorado. Além disso, os medicamentos indicados contêm substâncias tóxicas e devem ser controlados pelo médico.

Prevenção : Observar cuidadosamente as regras básicas de higiene: água fervida ou filtrada, alimentos bem cozidos ou bem lavados, lavar as mãos antes das refeições, combater águas paradas e moscas (foco transmissores da doença) e desinfetar instalações sanitárias.


Gripe

Transmitida por contato direto através do aparelho respiratório e com período de incubação de 36 a 48 horas, a gripe (ou influenza) é causada por vírus de vários tipos. Muitas vezes confundido com resfriado (cujo vírus causador é diferente), ela é pouco freqüente em crianças menores de cinco anos. Os efeitos, diferentes e mais intensos do que os do resfriado, costumam se manifestar por períodos que duram de 4 a 10 dias.

Sintomas : De modo geral, a gripe começa com febre alta e calafrios, seguidos por dores no corpo, principalmente na cabeça, nas costas e nas extremidades, com prostração e tosse. Nem sempre ocorrem ardor na garganta e secreção nasal, mas conjuntivas oculares são invariavelmente afetadas.

Tratamento : Não existe remédio eficaz para a doença, a não ser algumas medidas que evitam complicações maiores e aliviam alguns dos efeitos. Os antibióticos são inócuos, mas os antitérmicos podem baixar a febre e os xaropes facilitam a tosse. Convém manter a criança no leito a fim de que não manifestem conseqüências como otite, sinusite e pneumonia, entre outras.


Hepatite

Trata-se de infecção aguda que lesa as células do fígado e compromete a função desse órgão. Normalmente a hepatite é provocada por vírus, mas bactérias e certos medicamentos também podem causá-la. Seus efeitos são menos graves na infância, pois as células afetadas regeneram-se rapidamente nas crianças. Nos bebês, por exemplo, a doença passa quase desapercebida. O contagio ocorre mais freqüentemente por transfusão de sangue, utilização de seringa, agulhas de injeção e outros objetos infectados. Pode se dar também através do contato com um doente, cujas fezes constituem um dos principais focos de transmissão.

Sintomas : Os sinais iniciais da hepatite confundem-se com os de outras doenças: cansaço, falta de apetite, enjôo, vômitos, diarréia e dores abdominais. Por isso, o diagnóstico não pode ser feito com precisão sem exames de laboratório. Numa segunda fase, os sintomas não deixam dúvidas: urina escura, fezes esbranquiçadas e icterícia, que se caracteriza pela cor amarelada da pele e da conjuntiva ocular.

Tratamento : A exemplo de outras moléstias causadas por vírus, também para a hepatite falta tratamento específico. Durante o ciclo de evolução, é necessário pelo menos um mês de repouso absoluto. Torna-se indispensável afastar as outras pessoas do doente para evitar os riscos do contágio. O doente deve utilizar louças e talheres exclusivos. Além disso, é preciso ferver suas roupas e desinfetar o sanitário sempre que for usado por ele. O regime alimentar também é importante para a recuperação. A criança poderá comer de tudo, com poucas mas definitivas proibições: frituras, conservas e gorduras.


Hérnia

Distúrbio físico caracterizado por distensão ou ruptura de membrana, ligamento ou músculo, favorecendo a passagem de órgãos e tecidos para a cavidades que não lhes são próprias. As hérnias se formam com maior freqüência na região do umbigo (hérnia umbilical) e na virilha (hérnia inguinal). A primeira costuma ocorrer em crianças com menos de 6 anos de idade - e, em geral, não provoca maiores coomplicações. Trata-se de pequena porção do intestino delgado e do peritônio (tecido que reveste as vísceras abdominais) que se desloca através do anel umbilical. Torna-se bem visível quando a criança faz grandes esforços, principalmente ao chorar, e desaparece depois de meses ou anos, quando o anel umbilical se fecha. A hérnia inguinal, por outro lado, surge geralmente nos meninos, quando parte do intestino atravessa uma passagem muscular da virilha, destinada a vasos sangüíneos e nervos. Na maioria dos casos, o intestino volta à posição normal quando criança permanece quieta e deitada, mas reaparece com qualquer esforço. O maior risco é o fechamento do anel, originado o chamado "estrangulamento", que faz com que parte do intestino fique presa. Ocorre com maior freqüência até os 6 anos de idade.

Sintomas : A hérnia umbilical sempre causa uma protuber6ancia, que varia de 1 a 5 centímetros, dependendo da dimensão do anel. Raramente provoca dores ou outros sintomas. A hérnia da virilha origina também uma protuber6ancia e, no início, geralmente não cria problemas. Com o passar do tempo, porém, é provável que a criança sinta dores ao evacuar, levantar pesos ou praticar esportes. Em caso de estrangulamento, forma-se uma grande tumoração, com dor aguda.

Tratamento : Sempre que há suspeita, o médico deve ser procurado. Ele freqüentemente indica cirurgia, mesmo em lactantes, pois a intervenção é simples, rápida e geralmente com bons resultados. A eficácia das faixas abdominais ou do esparadrapo para conter a hérnia umbilical é bastante duvidosa. Do mesmo modo, as fundas utilizadas nas virilhas são desaconselháveis: proporcionam falsa segurança e podem mesmo impedir o fechamento natural do anel. No caso extremo de estrangulamento, jamais se deve comprimir a hérnia.


Impetigo

Infecção da pele causada por uma bactéria, é altamente contagiosa. Ocorre com mais freqüência em crianças cuja higiene não é feita corretamente. O impetigo bolhoso é produzido por um estreptococo e pode aparecer em recém-nascidos, contagiados no berçário, ou em crianças maiores, contagiadas geralmente em praias.

Sintomas : A forma de impetigo varia muito. Nas crianças maiores, caracteriza-se pelo aparecimento, em geral no rosto, de carocinhos com uma ponta esbranquiçada ou amarelada. Esses caroços espalham-se por todo o corpo, provocam coceira e rompem-se, soltando um líquido purulento. São, então, substituídos por uma crosta espessa e úmida, de cor castanha. Já nos recém-nascidos, o impetigo costuma aparecer inicialmente em regiões úmidas, como as virilhas, as axilas e a parte inferior do abdome, em forma de pequenas pústulas, que se rompem facilmente e, em vez da crosta, deixam apenas uma área avermelhada e brilhante. No impetigo chamado, em vez de pequenas pústulas, formam-se bolhas de 5 a 10 milímetros de diâmetro, cheias de líquido claro.

Tratamento : O impetigo deve ser tratado com muito cuidado, sob vigilância médica. O medicamento normalmente consiste em antibióticos e líquidos anti-sépticos para limpar as feridas e impedir que se alastrem. É conveniente deixar as feridas livres do contato de roupas, para que sequem mais facilmente. No caso de recém-nascidos, mãe pode romper as pústulas com algodão, mas tomando cuidado para que o líquido não se espalhe.

Prevenção : As roupas da criança devem ser muito bem lavadas e, de preferencia, fervidas. As roupas do recém-nascido devem ser lavadas e guardadas separadamente das do resto da família.


Infecção urinária

Ver cistite, Pielonefrite.


Íngua

Ver Gânglios.


Intestino preso

Ver Constipação.


Laringite

A infecção da laringite caracteriza-se principalmente pela tosse seca e rouca, a chamada "tosse de cachorro". Em alguns casos, pode ser acompanhada por rouquidão e febre. Embora não seja grave, seus efeitos causam muito desconforto à criança e aos pais, principalmente à noite, impedindo o sono tranqüilo.

Sintomas : Nos casos comuns, a laringite provoca apenas tosse. Mas o quadro pode se agravar com o aparecimento de febre, rouquidão, falta de ar, e respiração ruidosa durante o sono.

Tratamento : Quando há falta de ar, a criança deve ser levada imediatamente a um hospital, onde será colocada em tenda úmida. Isso normaliza o suprimento de ar para os pulmões, antes que se tenha de recorrer à traqueotomia - corte cirúrgico na traquéia, com introdução de um tubo para entrada de ar. A umidade do ar pode ser mantida no próprio quarto da criança, por meio de vaporizador ou recipientes de água fervente. Pode-se também utilizar os vapores de torneiras quentes ou chuveiro, mantendo-se a criança no banheiro fechado, durante meia hora aproximadamente. Lenços embebidos em álcool e enrolados no pescoço servem apenas como paliativos. O mais aconselhável é não deixar a criança dormir sozinha no quarto e agir com calma no caso de falta de ar. Em clima de grande ansiedade, a criança se agita muito, o que exige maior esforço para respirar, e agrava a situação.


Lombriga

Nome pelo qual é popularmente conhecido o áscaris, verme que parasita no intestino.

Ver Ascaridíase.


Meningite

Trata-se de infecção das membranas que revestem o cérebro e a medula - denominadas meninges - e pode ser bastante grave se não for tratada a tempo. A meningite é altamente contagiosa quando provocada por vírus, exigindo então o isolamento do doente. Também pode ser causada por bactérias que se instalam na meninge, como conseqüência de infecção em outras partes do organismo - nariz, ouvido, garganta, dentes etc.

Sintomas : Febre alta, dores violentas na cabeça e vômitos em jorro sem muito esforço, são os principais sintomas da doença. Ao mesmo tempo, a nuca fica enrijecida e a cabeça distendida para trás. Qualquer movimento do pescoço é feito com muita dificuldade. Nos bebês a moleira torna-se tensa e abaulada.

Tratamento : Deve-se procurar auxílio médico urgente logo aos primeiros sinais. O exame do líquido da medula espinhal (liquor) permite estabelecer com precisão qual o germe causador da doença, para que o médico possa receitar o antibiótico mais adequado. Nos casos de vírus resistentes a antibióticos, o tratamento consiste em aumentar a resistência orgânica do doente e amenizar os sintomas. Na maioria dos casos, é imprescindível o internamento em hospital, onde existem maiores recursos. Por ser muito contagiosa, a meningite causada por vírus exige precauções por parte de todos os que convivem com o doente: as pessoas próximas devem ser examinadas e manter semi-isolamento por dez dias; as crianças não devem ir à escola e os adultos precisam evitar o contato com outras crianças. Nas epidemias, recomenda-se evitar na medida do possível aglomerações e transportes coletivos, além de procurar um posto de vacinação.


Micose

Nome genérico para todas as doenças da pele causadas por fungos.

Ver Frieira.


Mononucleose

Moléstia infecciosa causada por vírus. É transmitida por contato direto com doentes ou através de saliva e corrimento nasal. Suas manifestações iniciais são semelhantes às da gripe, mas a febre costuma durar por longo tempo, surgindo principalmente pela manhã.

Sintomas : A doença caracteriza-se por febre, dor de garganta e inchaço dos gânglios; algumas vezes surgem erupções cutâneas, pneumonia e comprometimento do fígado e do sistema nervoso.

Tratamento : O médico deve ser consultado, e só poderá confirmar o diagnóstico através de exames de sangue. Durante a fase aguda, a criança deve ser mantida no leito. A mononucleose não tem ainda tratamento específico, mas a mudança de clima por duas ou três semanas tem favorecido a recuperação dos doentes.


Nefrose

Doença cujas causas são ainda mal conhecidas e que se caracteriza pela insuficiência renal, isto é, pelo funcionamento imperfeito dos rins que deixam de absorver substâncias necessárias para a boa saúde, principalmente as proteínas. Se não for diagnosticada e tratada logo no início, a moléstia torna o organismo cada vez mais debilitado.

Sintomas : O principal sinal da nefrose é o inchaço do corpo, principalmente pela manhã, dando a impressão de que a criança está engordando. Esse inchaço aparece primeiro nas pálpebras e depois espalha-se pelos membros. Ao mesmo tempo, ocorre acentuada diminuição no volume de urina. Entre os demais sintomas da nefrose destacam-se a falta de apetite, cansaço ao menor esforço, irritabilidade, palidez, diarréia crônica, dores abdominais e falta de ar. A moléstia é marcada por crises e intervalos de certa normalidade, quando os rins voltam a funcionar satisfatoriamente. No entanto, essas fases aos poucos vão se tornando mais raras. Paralelamente, a carência de proteínas pode acabar retardando o desenvolvimento físico da criança.

Tratamento : É indispensável que a moléstia seja diagnosticada o mais cedo possível, pois o tratamento é longo e exige constante observação médica. Exames de laboratório indicam com precisão qualquer mudança na composição da urina e do sangue e auxiliam o médico a receitar os medicamentos apropriados. A insuficiência renal exige também dieta alimentar, que pode excluir o sal, e períodos de repouso, que variam de acordo com a gravidade do caso.


Obstipação

Ver Constipação.


Opilação

Ver Ancilostomíase.


Otite

É o nome que se dá a infecção e dores de ouvido. Nos primeiros 3 ou 4 anos de vida, são freqüentes as inflamações no ouvido, sobretudo após os resfriados infantis. Muitas infecções regridem com poucos dias de repouso em quarto aquecido. Outras, porém, evoluem até a formação de abscessos bastante doloridos. Existem ainda casos de otite que, tratados de maneira imprópria, acabam tornando-se crônicos. De qualquer forma , deve-se sempre entrar em contato com o pediatra, para evitar problemas de audição, entre outros.

Sintomas : Geralmente, a inflamação no ouvido tem início com o resfriado, mas a dor só se manifesta depois que ele foi curado. A febre ocorre com maior freqüência quando há formação de abscesso, mas pode também estar ausente. O bebê chora durante horas e demonstra verdadeiro desespero quando seu conduto aditivo é pressionado. Nas inflamações leves os sintomas são menos acentuados.

Tratamento : Os medicamentos agem melhor no início da doença e consiste em analgésicos e antibióticos indicados pelo médico. A otite, que se origina em infecções das amígdalas e adenóides, pode ser curada ou evitada com o tratamento dessas infecções. Gotas analgésicas fazem efeito por tempo e não devem ser usadas, pois prejudicam o exame com otoscópio pelo médico.


Oxiurose

Trata-se de doença provocada no intestino grosso pelo oxiúro, verme de 1 centímetro de comprimento aproximadamente. Seus ovos entram no organismo com alimentos infestados ou levados à boca por mãos sujas. No intestino, os vermes tornam-se adultos e depositam milhares de ovos nas margens do ânus. em poucas horas, esses ovos liberam novas larvas, que se assemelham a um punhado de fios brancos, mas que não são facilmente visíveis. A infestação pode ocorrer seguidamente em vários membros da mesma família, pois os ovos espalham-se pelo chão e em poupas, toalhas, lençóis e utensílios.

Sintoma : Embora não seja grave, a oxiurose é bastante incômoda. A intensa coceira que provoca no ânus causa muita aflição na criança. Além disso, o ato de coçar favorece o surgimento de ferida anal, com infecção bacteriana secundária.

Tratamento : Em geral, administração do vermífugo indicado pelo médico, que é tomado em duas fases: quando a coceira começa a se manifestar e 20 dias depois, para prevenir reinfestação. Devem-se adotar também medidas de higiene, como banho diário, mãos sempre limpas e unhas aparadas. As roupas de cama e de uso pessoal devem ser fervidas e o assoalho, onde os ovos persistem por vários dias, bem desinfetado (retirar a cera com gasolina e limpar carpetes e tapetes meticulosamente).


Paralisia infantil

Ver Poliomielite.


Pediculose

Infestação da pele provocada pelo piolho, pequeno inseto parasita que se instala principalmente no couro cabeludo e, ao picá-lo, libera uma toxina que facilita o surgimento de infecções e eczemas. O piolho só consegue sobreviver em contato com o homem, pois alimenta-se exclusivamente de sangue humano. Assim, a transmissão é feita diretamente ou, no máximo, através de roupas. Até alguns anos, acreditava-se que os piolhos só existiam nas zonas rurais e nos locais de precárias condições de higiene; no entanto, eles reaparecem nas grandes cidades e tornou-se comum a infestação maciça em escolas. O piolho também pode transmitir doenças, como o tifo.

Sintomas : A criança sente coceira forte no couro cabeludo, sobretudo na nuca e atrás das orelhas, e fica com o cabelo cheio de pequenos pontos brancos, parecidos com caspa. Trata-se das lêndeas, ovos que o piolho descarrega e que ficam presos aos fios de cabelo.

Tratamento : Tanto os piolhos quando as lêndeas devem ser imediatamente exterminados, antes que a criança, de tanto coçar, fique com feridas no couro cabeludo. O tratamento pode ser feito em casa mesmo: passe vaselina salicilada no cabelo e no couro cabeludo da criança, para facilitar o desaparecimento das lêndeas; depois de 12 a 24 horas, lave a cabeça da criança com sabão de coco ou xampu; em seguida, aplique algum medicamento à base de benzoato de benzila ou hexacloro de benzeno, à venda em qualquer farmácia, ou então uma pequena quantidade do inseticida em pó (mata-pulgas, tendo o cuidado para que não seja inalado ou atinja os olhos da criança). Deixe por meia hora e lave novamente a cabeça da criança; depois da lavagem, passe cuidadosamente um pente fino. Essa operação deve ser feita uma vez por dia, durante dias seguidos, até que se tenha a certeza de que todos os ovos foram liquidados. Se os piolhos provocarem infecção ou eczema, é necessário consultar o médico.


Pielonefrite

Infecção das vias urinárias e dos rins, é bastante freqüente na infância. É causada por invasão de bactérias através da uretra ou da corrente sangüínea. Nos bebês, a doença é comum em ambos os sexos, mas nas crianças maiores ocorre principalmente em meninas, que têm a uretra mais larga e curta do que os meninos.

Sintomas : Abatimento, palidez, falta de apetite por tempo prolongado e micção involuntária nas crianças que já aprenderam a controlar a urina. O diagnóstico, contudo, só é confirmado com exame de urina feito em laboratório.

Tratamento : É feito em geral com antibióticos e quimioterápicos, e deve ser iniciado rapidamente para impedir o surgimento de lesões nos rins. O tratamento é longo, exige observação médica contínua e sucessivos exames de urina, pois é comum que desapareçam os sintomas mas persista a infecção, que pode então tornar-se crônica. Nesse caso, a doença manifesta-se por crises, no intervalo das quais a criança parece ter sarado.

Prevenção : Manter boa higiene dos órgãos genitais da criança, retirar imediatamente as fraldas sujas de fezes, e ensinar as meninas a passarem o papel higiênico da frente para trás (da vagina em direção aos ânus, e nunca ao contrário).


Piodermite

Nome genérico das inflamações da pele acompanhada de pus.

Ver Impetigo e Furunculose.


Piolho

Ver Pediculose.


Pneumonia e broncopneumonia

São infecções das vias aéreas superiores. Na pneumonia, o foco de infecção é o pulmão; na broncopneumonia, os bronquíolos terminais e o tecido pulmonar que os envolve. São causadas em geral por bactérias comuns que vivem normalmente no nariz e na boca e são responsáveis por doenças simples, como resfriados e dores de garganta. Essas bactérias só atingem o pulmão quando encontram condições favoráveis - um organismo debilitado pela desnutrição ou por infecções prolongadas. Os bebês são especialmente vulneráveis à pneumonia e à broncopneumonia pois os ramos de seus brônquios são muito curtos e, além disso, eles passam a maior parte do tempo deitados, o que facilita o deslize de muco infectado para o pulmão e os brônquios. A pneumonia e a broncopneumonia também podem ser provocadas por vírus, embora isso seja mais raro.

Sintomas : A pneumonia começa com febre muito alta. A broncopneumonia tem uma fase inicial mais amena: febre leve, perda de apetite, tosse, dores no abdome e diarréia. O desenvolvimento das duas doenças, porém, é o mesmo: febre alta (40°C), palidez, lábios de cor violácea, tosse forte e constante e dificuldade para respirar. Nos bebês os sintomas podem ser mais fracos.

Tratamento : As crianças com até 2 anos de idade geralmente são tratadas em hospital, pois podem precisar de tenda de oxigênio; as maiores de 2 anos só são internadas em casos graves. O tratamento é feito geralmente com antibióticos - a não ser que a infecção seja provocada por vírus, o que torna o tratamento mais difícil, já que não existe medicamento específico contra eles. Em geral, a criança costuma melhorar bastante nos primeiros 3 dias de tratamento e depois de 2 semanas já está curada.

Prevenção : Tratar com cuidado todas as infecções das vias aéreas superiores, como resfriados, amigdalites e laringites, para evitar que atinjam os pulmões e os brônquios.


Poliomelite

Também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infecciosa provocada por vírus. Ataca principalmente crianças entre 6 meses e 4 anos de idade. Trata-se de moléstia grave e altamente contagiosa. As epidemias costumam ocorrer no verão e no início do outono.

Sintomas : Os primeiros sinais da poliomielite são os comuns a todas as infecções: prostração, febre e dor de cabeça. podem aparecer também vômitos, prisão de ventre ou diarréia leve, dores nas pernas e vermelhidão na garganta. O sintoma característico da doença, contudo, é a dificuldade da criança de colocar a testa no joelho ou de dobrar a cabeça a ponto de colocar o queixo no peito.

Tratamento : Em qualquer suspeita, os pais devem comunicar-se imediatamente com o pediatra. Não há cura para a doença uma vez que o vírus iniciem sua ação, mas a medicina consegue atenuar seus efeitos. Se houver demora no tratamento, a doença pode comprometer os músculos do aparelho respiratório e dos membros inferiores. Enquanto a criança não é examinada, deve ser mantida em repouso absoluto, pois há indícios de que o exercício muscular aumenta as possibilidades de manifestação da paralisia nas pernas.

Prevenção : Existe um meio absolutamente seguro de livrar as crianças da poliomielite: a vacina Sabin, aplicada a partir dos 2 meses de idade. Em casos de epidemia, não há razão de preocupação se a criança já recebeu todas as doses da vacina ou se foi vacinada nos últimos 2 ou 3 meses. No entanto, se não recebeu todas as doses ou se recebeu a última dose há mais de 3 meses, deve receber logo uma dose de reforço.


Prisão de ventre

Ver Constipação.


Raiva

Doença incurável transmitida pela saliva de animais infectados, especialmente o gato e o cachorro. A transmissão do vírus pode ser feita pela mordida do animal ou mesmo por uma lambida num ferimento da criança.

Sintomas : Sonolência, irritabilidade, salivação abundante e sensação de formigamento no local da mordida são os primeiros sintomas da doença. Aos poucos, a temperatura eleva-se e a criança pode apresentar convulsões e dificuldade para respirar.

Prevenção : Tão logo seja mordida ou lambida por um animal infectado, a criança deve ser vacinada ou receber soro anti-rábico. Ainda em casa, a mãe pode tentar matar o vírus, lavando o local da mordida com sabão e álcool - mas em seguida deve levar ao médico.

Como saber se o animal estava com raiva? Os gatos doentes ficam excessivamente tranqüilos, em lugares escuros, e em geral só reagem quando provocados. Costumam ficar deitados num canto até morrer, 4 ou 5 dias depois do aparecimento dos primeiros sintomas. Já os cachorros têm dois tipos de reação - furiosa ou muda - que podem se misturar. Na raiva furiosa, o animal altera completamente seu comportamento, anda sem parar, morde e come tudo o que vê, apresenta baba no canto da boca e tem latido muito rouco. Na raiva muda, o cachorro parece triste, mas movimenta-se sem parar. Nos dois casos, não demora a surgir a paralisia maxilar, que impede os cães de comer e latir, e em 4 ou 5 dias morrem.

Assim, se a criança for mordida por um animal doméstico que depois de alguns dias apresenta sinal de raiva, deve ser vacinada. Se for mordida por um animal desconhecido ou que fugiu, também deve ser vacinada, pois não será possível observar se ele estava doente ou não. Finalmente, mesmo que o animal viva em casa e pareça bem, a criança deve ser vacinada imediatamente quando a mordida for no rosto, no pescoço ou na cabeça, locais que oferecem maior perigo por estarem mais perto do cérebro. A vacinação é imprescindível: quando nenhum tratamento é providenciado, o vírus da raiva instala-se no cérebro e a pessoa morre. Vacinar periodicamente os animais domésticos e evitar o contato das crianças com animais desconhecidos também constituem precauções importantes.


Raquitismo

Doença que se caracteriza por deficiência na formação óssea, provocada por carência de vitamina D. São três os elementos essenciais para a constituição do ossos: cálcio, fósforo e vitamina D. No entanto, os dois primeiros só são aproveitados pelo organismo se o terceiro também estiver presente. A vitamina D não é encontrada nos alimentos ingeridos habitualmente. Ela existe sob a forma de provitamina na pele humana, mas para transformar-se em vitamina ativa necessita da ação do sol. Assim, mesmo uma criança gorda, bem nutrida e alimentada pode ter raquitismo, por falta de banhos de sol. A doença é mais freqüente nos primeiros 20 meses de vida, especialmente nas regiões de clima frio, em que as crianças vivem agasalhadas e confinadas dentro de casa.

Sintomas : Suor profundo ao mamar, dificuldade para dormir, maleabilidade dos ossos do crânio (após o 3° mês de vida eles já devem estar duros), demora no fechamento da moleira, depressão das laterais do tórax (peito-de-pombo), nódulos no extremo das costelas e fraqueza nos braços e pernas.

Tratamento : Exposição ao sol e ingestão de preparados de vitamina D por via oral. Quando mais cedo for iniciado o tratamento, maiores as possibilidades de cura. A partir da adolescência são reduzidas as chances de correção.

Prevenção : É essencial que as crianças tomem sol com freqüência, sobretudo nas primeiras horas da manhã. Os preparados de vitamina D devem ser usados apenas sob recomendação médica, pois o excesso de vitamina D também pode trazer complicações.


Resfriado

É a doença mais comum da infância e ataca principalmente as crianças entre 2 a 6 anos de idade e aquelas que vivem em locais frios e úmidos. É provocada por vírus de diversos tipos, que acarretam inflamação das vias aéreas superiores (principalmente nariz e faringe). A alta incidência deve-se ao fato de a imunidade ainda não estar desenvolvida nessa fase.

Sintoma : Falta de apetite, febre, corrimento nasal, tosse, prostração, olhos avermelhados, diarréia e vômitos são os sintomas gerais do resfriado, podendo surgir isolados ou combinados e em várias intensidades.

Tratamento : Nenhum remédio cura o resfriado, mas é importante evitar que ele se agrave tratando dos sintomas - antitérmicos ou banhos para baixar a febre, soro fisiológico para desobstruir as narinas etc. Os medicamentos em gotas para desentupir o nariz só podem ser usados sob prescrição médica, pois irritam a mucosa. A criança deve ficar dentro de casa, longe das correntes de vento e aquecida (mas sem exageros), pois o rebaixamento da temperatura parece favorecer a permanência do resfriado. Esses cuidados são essenciais para que a doença evolua para outras infecções nas vias superiores, como laringites, amigdalites ou sinusites.


Rinite

Tipo de alergia que ataca as vias respiratórias. Pode ser causada por poeira, penas, pêlos de animais domésticos, fungos existente no ar, inseticidas, talco e alguns alimentos, como o leite de vaca e a gema de ovo. É mais comum em crianças que já tiveram outro tipo de alergia ou cujos pais foram ou são alérgicos. A rinite tende a desaparecer com o crescimento.

Sintomas : Crises de espirro, coceira no nariz e corrimento nasal. Algumas vezes, os olhos também são afetados. Por causa da obstrução nasal, há dificuldade de respiração.

Tratamento : Como qualquer outro tipo de alergia, a rinite tem tratamento difícil e demorado. Normalmente, o médico receita remédios e antialérgicos para aliviar os sintomas, mas pode recorrer à aplicação de autovacinas ou de injeções que reduzem a sensibilidade da criança aos agentes causadores da alergia. Esses tratamentos são de eficácia limitada e só podem ser prescritos pelo médico. O mais importante é tentar afastar o agente causador da alergia. Assim, se a poeira é a responsável, o quarto da criança deve ser o mais simples e arejado possível, sem cortinas, tapetes ou bichos de pelúcia. Não é aconselhável o uso de inseticidas na residência, e os animais domésticos também devem ser afastados.


Rubéola

Doença infecto-contagiosa de evolução benigna nas crianças. O contágio é feito pela respiração do ar contaminado por vírus, e se dá de 7 dias antes a 5 dias depois do aparecimento de manchas vermelhas na pele. O período de incubação da doença é de 16 a 18 dias.

Sintomas : A forma mais leve de rubéola provoca erupções avermelhadas na pele, que desaparecem depois de 2 ou 3 dias, sem qualquer outro sintoma. Em outros casos, a erupção é mais intensa e precedida por febre, mal-estar, aumento dos gânglios localizados atrás das orelhas e na nuca e eventualmente tosse, sendo fácil confundir a doença com sarampo.

Tratamento : Não há tratamento específico para a rubéola, e a única coisa a ser feita é combater os sintomas com antitérmicos e analgésicos. No entanto, a criança deve ficar isolada, para evitar a transmissão da doença a gestantes, caso em que o fato pode sofrer graves lesões. Convém ainda avisar as mulheres que tiverem contato com a criança na semana anterior ao aparecimento dos sintomas, para que evitem a gravidez, até obterem a certeza de que não sofreram contágio.

Prevenção : A vacina contra rubéola oferece bom grau de proteção. As meninas devem recebê-la obrigatoriamente antes da adolescência, para evitar riscos numa futura gravidez.


Salmonelose

Intoxicação alimentar com conseqüente infecção intestinal. É causada por bactérias chamadas salmonelas, absorvidas juntamente com alimentos contaminados ou estragados, principalmente carne, leite, peixe, vísceras de animais, ovos e verduras cruas. As bactérias instalam-se no intestino delgado e podem passar para outros órgãos através da corrente sangüínea.

Sintomas : Mal-estar, náuseas, dor de cabeça, diarréia, vômitos e dores abdominais.

Tratamento : No caso de criança muito pequenas, quando as conseqüências podem ser mais graves, sobretudo por causa da perda de líquido, é conveniente ir ao pronto-socorro onde, se necessário, será ministrado soro. Para controlar a perda de água, é preciso substituir toda a alimentação sólida por dieta líquida. Se a mãe perceber na hora que a criança ingeriu alimento estragado, pode provocar o vômito. Mas cuidado: isso não deve ser feito depois que passa algum tempo, pois só pode piorar o quadro.

Prevenção : Observar cuidados de higiene com a alimentação.


Sapiranga

Ver Blefarite.


Sarampo

Doença infecciosa própria da infância, causada por um vírus transmitido por contato com o doente ou por objetos contaminados. No Brasil, os surtos de sarampo ocorrem principalmente de agosto a novembro. Ataca principalmente as crianças entre 6 meses e 6 anos de idade, embora também possa ser contraída por adultos. A pessoa que já teve sarampo fica imunizada, e a imunidade é transmitida pela mãe ao bebê até os 4 ou 6 meses de idade, principalmente se ele receber leite materno. O período de contágio vai de 5 dias antes até 5 dias depois do aparecimento da erupção característica. O período de incubação é, em média, de 10 dias, podendo variar de 9 a 14 dias.

Sintomas : Os primeiros sintomas do sarampo são semelhantes aos de uma gripe: durante 4 ou 5 dias, a criança tem febre alta, tosse, mal-estar e fica com os olhos vermelhos. O diagnóstico só é possível ao se encontrar na boca, na altura do segundo molar, uma série de manchinhas brancas (manchas de Koplik) e manchas vermelhas irregulares na abóboda palatina e na garganta (exantema). Depois desses sintomas, as manchas vermelhas (exantemas) surgem atrás da orelha, espalhando-se em seguida pelo rosto, pescoço, tronco e membros. Com o aparecimento da erupção costumam se atenuar os sintomas anteriores, embora persistam a tose e a irritação dos olhos, que ficam muito sensível à luz. Durante toda a doença, há acentuada queda do apetite e mal-estar geral. As manchas começam a sumir 5 dias depois da primeira erupção, na ordem em que aparecem.

Tratamento : Não há medicação específica para o sarampo. O tratamento deve incluir apenas remédios para atenuar os sintomas, a critério médico, e repouso. No Brasil, há uma série de crendices sobre a doença. A mais conhecida é a que recomenda que a criança permaneça em quarto escuro ou com luz vermelha, para não ter a visão comprometida, e enrolada em cobertores e flanelas vermelhas. Isso não tem fundamento: a criança com sarampo torna-se sensível à luz e pode preferir ficar no escuro, mas a luz não prejudica seus olhos; e os cobertores e flanelas podem até agravar o seu estado, pelo aumento da temperatura ou por suor abundante. Dizem ainda que a criança não pode tomar banho até desaparecerem as erupções, mas a verdade é que os banhos diários aumentam seu bem-estar . São erradas, ainda, as crenças de que a febre não pode ser baixada e de que a criança tem que ficar de resguardo por muitos dias. O resguardo de 48 horas após o término da erupção é suficiente.

Se o organismo da criança já estiver debilitado ao contrair sarampo, pode haver complicações, principalmente infecções respiratórias, oculares, do ouvido e do sistema nervoso central. Qualquer suspeita deve ser comunicada ao médico.

Prevenção : A vacina contra sarampo, aplicada em dose única em crianças entre 8 meses e 3 anos de idade, oferece imunidade permanente.


Sarna

Doença da pele, extremamente contagiosa, a sarna, também conhecida como escabiose, é causada pela penetração de uma parasita, uma aranha minúscula, na camada exterior da pele. A fêmea vai cavando sulcos na pele e neles coloca seus ovos; estes evoluem rapidamente e dão origem a outros sulcos. A pele fica lesada não só pelos sulcos, mas também pelas unhas da criança, que se coça sem parar, podendo surgir pústulas, furúnculos e impetigo.

Sintomas : Aparecimento de pequenas vesículas cobertas por uma crosta, que provoca coceira intensa. Nas crianças com até 2 anos de idade, a sarna localiza-se principalmente nas axilas e nas virilhas; nas maiores de 2 anos, no dorso das mãos, pulsos, pênis e abdome.

Tratamento : A sarna pode ser tratada em casa mesmo, com banhos de água quente e sabão de coco. Enquanto a pele da criança ainda estiver úmida, aplique uma solução com 1/3 de benzoato de benzila e 2/3 de álcool a 90 graus. Nos bebês, é melhor usar um preparado com 100 gramas de pasta d'água e 10 gramas de enxofre. As aplicações devem ser feitas várias noites seguidas, até desaparecerem todos os sintomas. A roupa da criança deve ser lavada e fervida separadamente da roupa da família.


Sinusite

Infecção das cavidades (chamadas sinus) que circundam o nariz e comunicam-se com ele através de pequena abertura. Os sinus existem aos pares e localizam-se maxilar superior, na testa, acima das vias internas do nariz e atrás das cavidades nasais. A sinusite é a forma mais avançada e persistente de infecção das vias aéreas superiores, e surge geralmente depois de outra infecção nesses órgãos, como amigdalite, adenoidite ou mesmo um resfriado banal. A doença é rara em menores de 4 anos, pois até essa idade os sinus ainda estão formados.

Sintomas : Deve-se desconfiar de sinusite todas as vezes que, depois de qualquer infecção das vias aéreas superiores, a criança apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: eliminação crônica de pus da parte posterior do nariz para garganta, estando febril persistente, mal-estar duradouro, crises de espirro, secreção nasal aquosa e dores de cabeça ou no local dos sinus. O diagnóstico, contudo, só é confirmado por médico especialista, que poderá recorrer à radiografia ou à transiluminação (introdução de um bastão luminoso na cavidade nasal).

Tratamento : O tratamento é difícil, pois os sinus ficam bastante escondidos e até os antibióticos têm alguma dificuldade em agir sobre as bactérias ali instaladas. Costumam ser utilizados, além dos antibióticos, gotas nasais, tamponamento nasal ou punção. São essenciais os cuidados gerais e o combate aos sintomas. Durante o tratamento, a criança deve permanecer em casa, em local aquecido e úmido.

Prevenção : Tratar adequada e rapidamente todas as infecções das vias aéreas superiores.


Solitária

Verminose provocada pelas tênias, parasitas que vivem no organismo do boi (tenia saginata) e do porco (tenia solium). A transmissão é feita pela ingestão de carne crua ou mal cozida, onde estão alojadas as larvas. Geralmente só uma tênia instala-se no organismo, e, por isso, é chamada de solitária. A tênia saginata é muito grande: tem em média 2 a 3 metros, mas pode alcançar até 9 metros. Sua vida é longa: alguns vermes chegam a parasitar 25 anos no intestino. Normalmente, as larvas instalam-se no intestino, mas a larva originária do porco pode se localizar em qualquer órgão, com graves riscos.

Sintomas : A criança com solitária apresenta apenas alguns distúrbios gastrointestinais fracos. Normalmente, a presença do verme é descoberta pela expulsão de anéis, que ocorre 2 ou 3 meses depois da contaminação. Os anéis, com 1 a 2 cm de comprimento, são esbranquiçados, semelhantes a pedaços de macarrão e contêm grande números de ovos. Os anéis da tênia do porco saem geralmente unidos de 3 a 6 durante ou após a evacuação, os da tênia do boi saem isolados e nos intervalos das evacuações.

Tratamento : Tão logo note a expulsão dos anéis, a mãe deve procurar o médico, que confirmará ou não o diagnóstico com um exame de laboratório. O tratamento é simples, com drogas que matam e expulsam o parasita. Um recurso caseiro, muitas vezes recomendado pelo médico, por seus bons resultados, consiste em oferecer à criança sementes secas de abóbora. A criança deve estar em jejum, e não deve receber qualquer outro alimento até que o parasita seja eliminado.

Prevenção : Comer carne somente quando estiver muito bem cozida, especialmente a carne de porco.


Sopro cardíaco

Distúrbio no funcionamento do coração, o sopro pode ser congênito, adquirido ou funcional. O sopro cardíaco adquirido é geralmente ocasionado por reumatismo infeccioso, indicando que a inflamação ainda não foi eliminada. O sopro congênito (que a criança já tem ao nascer) é conseqüência de má formação do coração, e em geral é descoberto pelo médico nos vexames de rotina logo nos primeiros dias ou meses de vida. O sopro funcional não é resultado de qualquer lesão no coração, e é também chamado de sopro inocente, por não apresentar gravidade. É bastante comum na primeira infância e tende a desaparecer na adolescência.

Sintoma : Ruído anormal do batimento cardíaco, só percebido pelo médico.

Tratamento : O médico indicará o tratamento de acordo com a gravidade do caso. A cirurgia pode ser necessária.


Subnutrição

Ver Desnutrição.


Teníase

Ver Solitária.


Terçol

Abscesso localizado nas pálpebras dos olhos, o terçol é provocado por infecção das glândulas sebáceas dos cílios. A infecção é causada geralmente por bactérias e pode propagar-se para outras pessoas.

Tratamento : O terçol desaparece sozinho, mas para aliviar a dor convém aplicar compressas de água quente nos olhos, 3 ou 4 vezes por dia. Deve-se instruir a criança para que não coce os olhos, pois isso causa reinfecções constantes. Quando elas ocorrem, o oftalmologista indica o uso de pomadas com antibiótico ou anti-sépticos.

Prevenção : Evitar o contato com pessoas portadoras de terçol.


Tétano

O tétano é uma doença grave, provocada por um bacilo que geralmente entra no organismo através de cortes, ferimentos e arranhões, por menores e mais inconseqüentes que pareçam. O micróbio vive geralmente em solo úmido e mal iluminado, mas pode também sobreviver no intestino humano ou dos animais, sob a forma de esporo (um grão cascudo) sem causar danos ao portador. Nesse caso, espalha-se junto com as fezes - daí a freqüência do tétano nos locais de instalação sanitárias precárias ou onde há fezes de animais, especialmente cavalos. O bacilo não sobrevive em contato com oxigênio do ar, a não ser sob forma de esporo, e, por isso, encontra boas condições para desenvolver-se debaixo da pele, perto de feridas, onde a oxigenação é menor. O bacilo do tétano ataca as células do sistema nervoso central que regulam os movimentos musculares e por isso a doença é grave.

Sintomas : O primeiro sintoma é a rigidez muscular generalizada, começando em geral pela boca. Depois, há contrações por todo o corpo, a nuca afetada faz com que a cabeça seja projetada para trás e aparecem deformações fisionômicas, com o característico "riso sardônico" ( do nariz para cima, a criança parece rir, do nariz para baixo, parece chorar, e a testa fica franzida). Se os músculos da caixa torácica forem afetados, pode haver parada respiratória.

Tratamento : Em qualquer suspeita de tétano, a criança deve ser levada imediatamente para o pronto-socorro ou para o hospital, pois o tratamento apresenta bons resultados se as toxinas descarregadas pelo bacilo ainda não tiverem atingidos o sistema nervoso. A doença é tratada no hospital, com aplicações de soro antitetânico.

Prevenção : Vacinar a criança a partir do 2° mês de vida. Se a criança se ferir e não estiver com a vacinação atualizada, deve receber a vacina imediatamente, mas se foi vacinada há menos de 1 ano o médico indicará a melhor prevenção. As gestantes devem receber a vacina no final da gravidez para transmitir imunidade aos filhos.


Tosse comprida

Ver Coqueluche.


Toxoplasmose

Moléstia infecciosa causada por um protozoário transmitido por animais domésticos, como gatos, cães, coelhos e pombos.

Sintomas : Os sintomas da toxoplasmose são facilmente confundidos com os da gripe: febre, mal-estar, prostração, dor de cabeça e dores musculares. Por causa disso, quando é branda, a doença muitas vezes passa desapercebida. O que denuncia sua presença é a persistência da febre, que pode durar semanas ou até meses. O diagnóstico é feito por meio de exames de laboratório.

Tratamento : Apesar de a toxoplasmoxe geralmente sarar sozinha por falta de diagnóstico, hoje já há tratamento adequado para a doença. O médico deve acompanhar sua evolução, pois podem surgir complicações graves, como pneumonia e lesões permanentes nos olhos.


Tuberculose

Doença infecto-contagiosa provocada por um bacilo transmitido por contato com doentes ou, em menor número de casos, por alimentos contaminados, sobre tudo leite de vaca que não foi fervido ou pasteurizado. Ao penetrar no organismo, o bacilo pode se alojar em qualquer parte do corpo, mas geralmente instala-se no pulmão. Onde quer que se instale, o bacilo provoca uma inflamação e uma lesão que, se for devidamente cuidada, cicatriza e sara.

Sintoma : Fadiga, falta de apetite, febre persistente, perda de peso, tosse forte e expectoração são os sinais gerais da tuberculose em sua fase inicial. Mas, como esses sintomas são comuns a outras doenças e podem até mesmo não aparecer, só o médico é capaz de diagnosticá-la. Para isso, ele pode recorrer a exames clínico, radiografia, prova tuberculínica (reação de Mantoux) e análise de escarro ou suco gástrico.

Tratamento : Deve ser indicado imediatamente, para evitar as complicações, mais freqüentes nos menores de 2 anos de idade. O tratamento é feito atualmente com mais eficácia do que há alguns anos, quando os pacientes eram mantidos em repouso em estações climáticas. Mesmo assim, ainda demora de 1 a 2 anos, período em que não podem ser abandonados os remédios.

Prevenção : A vacina BCG aumenta a resistência do organismo, mas não é totalmente eficiente no sentido de impedir a doença. Os pais devem evitar o contato dos filhos com pessoas tuberculosas, e convém solicitar uma chapa de pulmão da empregada antes de contrata-la. Se a criança teve contato com algum doente, deve ser examinada em seguida pelo médico.


Urticária

Doença da pele, de fundo alérgico, e bastante comum nas crianças. A alergia pode ter várias causas, entre elas alguns alimentos (ovo, peixe, morango, chocolates, laranja, amêndoas, nozes), medicamentos (sobretudo a penicilina), picadas de insetos (especialmente a pulga), e produtos químicos e vegetais.

Sintomas : Manchas avermelhadas e ligeiramente elevadas, de contornos irregulares, que surgem por todo o corpo. As manchas provocam coceira intensa.

Tratamento : Consiste em descobrir o agente causador da doença e afastá-lo para evitar novas crises. Como esse processo é demorado e difícil, o médico poderá receitar, enquanto isso, um remédio para aliviar a coceira.


Varicela

Ver Catapora.


Varíola

Moléstia infecciosa aguda causada por um vírus, a varíola atualmente já é considerada erradicada no Brasil, graças à disseminação da vacina preventiva. É altamente contagiosa, por contato direto com pessoas ou objetos infectados.

Sintomas : As primeiras manifestações da varíola são febre, dor de cabeça, moleza, dores lombares, dor nas pernas e vômitos. Passada essa fase, começa a erupção cutânea, à primeira vista semelhante à da catapora. As erupções surgem na cabeça e vão descendo pelo resto do corpo; inicialmente, são manchas, em seguida transformam-se em vesículas de tamanho irregular e cheias de pus. Depois de secas, as vesículas ficam se cobertas por ima crosta que cai dentro de 10 dias, deixando cicatrizes profundas.

Tratamento : Em qualquer suspeita, os pais devem se comunicar imediatamente com o médico. A varíola deve ser tratada em hospitais de isolamento, para evitar complicações e transmissão da doença. A criança deve permanecer isolada até que todas as crostas caiam.

Prevenção : Aplicação de vacina antivariólica a partir dos 8 meses de idade. Apesar de ainda constar como compulsória, a vacinação antivariólica já não é realizada com regularidade, pois a doença é considerada erradicada. Na eventualidade de surgir algum caso ou suspeita de contágio, há tempo para se fazer a vacina protetora.


Virose

Virose é o nome genérico das doenças produzidas por vírus - os menores agentes infecciosos existentes. São conhecidos atualmente mais de 300 vírus que produzem infecções em seres humanos. Estas podem ser causadas por apenas um vírus ou vários vírus simultaneamente, benignas ou graves, de fácil ou difícil tratamento. Alguns exemplos de viroses: gripe, sarampo, pneumonia, meningite, conjuntivite, raiva, varíola e hepatite.