Ética com Política?
Nunca fui afeiçoado à política. Não sei se da minha pessoa mesmo, ou
se de alguma maneira pela formação que recebi, contudo, jamais fui
instigado no desejo por esse campo.
Porém, involuntariamente, mantemos um regular contato com esse universo,
seja pelas notícias, seja pelas conseqüências indiretas que sofremos
dos atos dos congressistas.
Pegando qualquer livro de história facilmente encontramos exemplos da política
de mãos dadas com todas as formas de sociedade humana.
E junto com esses exemplos é comum notar a desconfiança que sempre
pairou os que abraçaram essa ciência de governar povos.
Claro que nós, humanos, temos a tendência de desconfiar de tudo aquilo
que não compreendemos de forma clara, principalmente quando sabemos que
vamos ser alvo das conseqüências desses atos. Mas, particularmente, na
política é mais do que esperado esse grau de desconfiança.
Em todos os grandes momentos os políticos sempre mostraram aversão à ética,
honestidade, bom senso, candura, transparência, moralidade, tropeçando,
quase sempre, em medos e interesses pessoais.
Podemos pegar o caso do Brasil, que possui um histórico bem extenso de
políticos dignos de envergonhar qualquer nação séria.
Claro que isso não é apenas privilégio nosso, mesmo em Países ricos e
desenvolvidos economicamente, e até socialmente, há corrupção na política.
Como é possível perceber, a corrupção está em
todas as sociedades, a diferença é a forma de coibi-la, quanto mais
branda, mais fica o político à vontade para agir.
Não vou pegar casos concretos para esmiuçar elementos que fundamentem a
linha de raciocínio aqui tratada sobre política.
Prefiro ir direto a grande pergunta: existe ética na política? Seria
possível mesclar esse juízo de apreciação entre o que é certo e
errado com essa arte de governar? Será que estamos equivocados por
esperar de uma administração pública algo que durante toda a história
mostrou-se como um elemento totalmente estranho a ela?
Talvez o mais correto não seja buscar a ética na administração, mas
buscar a prevenção e fiscalização. A política é uma forma de
manifestação dos principais vícios humanos. No fundo somos todos políticos,
alguns no campo familiar, outros no campo de trabalho, e alguns no campo
das amizades, ou seja, todos terminamos sendo tragados pela vaidade e
orgulho.
Poderia terminar esse texto dizendo que cada povo tem o governante que
merece, mas acho que na verdade cada povo é governado por aqueles a quem
mais se assemelha, tanto nas qualidades como principalmente em defeitos.
Hélio Leal